Mais Do Que Você Imagina escrita por RoBerTA


Capítulo 38
Apenas imagine




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/324997/chapter/38

Geeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeente!! Oooi!!! Então, sei que demorei tipo demais, mas como vocês são um amores eu tenho certeza de que irão me perdoar ^^

Último capítulo :((

Espero que vocês gostem, de verdade.

Vai ter um epílogo com certeza, e "talvez" - ênfase no talvez - um bônus também. Mas isso vai depender de vocês :D

Capítulo dedicado a todas as pessoas maravilhosas que me acompanharam até aqui, em mais de um ano de fanfic...

Ok, vou calar a boca senão vou começar a chorar.

Boa leitura minhas popoquinhas! ♥

.

POV Chris

Lembro-me daquele dia como se tivesse sido ontem. Na realidade, já fazia um bom tempo que não pensava nele. Provavelmente os últimos acontecimentos desencadearam uma série de reações em mim, e entre elas estava a recuperação de algumas lembranças tomadas pelo tempo.

“Apenas um dia como qualquer outro, banhado no calor dourado de janeiro. Era véspera do meu aniversário de treze anos. Em um dia, eu seria oficialmente mais velha que Eric. Ele sempre pareceu detestar a nossa diferença de idade.

Apoio a cabeça contra a corrente fria de metal que sustenta o balanço onde eu me encontro sentada. O meu vestido fino e leve dança com a brisa suave, seu tecido acariciando os meus joelhos. Fecho os olhos e deixo escapar um suspiro de deleite. Às vezes simplesmente me agrada ficar sozinha com os meus próprios pensamentos.

O barulho de passos anuncia a chegada de alguém, e imediatamente abro os olhos. Aparentemente não há ninguém aqui. Somente eu e uma borboleta branca beijando uma rosa vermelha.

Aparentemente, pois isso é o que os meus olhos dizem, mas algo muito maior e mais poderoso dentro de mim anuncia que há alguém me observando sorrateiramente.

Sempre me perguntei como eram os anjos. Sua aparência, quero dizer. Dou um pequeno pulo de surpresa quando vejo Eric sair detrás de uma árvore relativamente grande.

O que? Pergunto feito uma abobada.

Mas isso foi antes, sabe. - Ele chuta uma pedra de seu caminho e para. Está a menos de três metros de mim. - Antes, quando eu pensava que anjos se pareciam com bebês pelados de frauda e cabelos cacheados dourados. Pelo menos acertei a parte do cabelo.

Permaneço em silêncio. Não faço a mínima ideia de onde ele quer chegar com isso. Essa é uma das peculiaridades do Eric; ele não é igual aos demais garotos da nossa idade. Ele é... Diferente.

Um ponto de interrogação paira sobre mim, o que o impele a prosseguir com a sua loucura.

Quando eu te vi pela primeira vez, soube exatamente como um anjo se parecia. Você estava lá, toda cheia de luza e parecia ter saído de um sonho. Eric balança a cabeça e parece triste. Só então percebo que ele não me olhou nos olhos uma única vez.

Por que você está me dizendo isso? É a única coisa em que consigo perguntar e pensar no momento. Quero dizer, esse tipo de coisa é o que personagens de livros costumam dizer para as suas amadas. E não algo que eu deveria estar escutando Eric falar.

Ele me odeia e eu o odeio, simples assim.

Não sei. Dá de ombros. É que te ver assim, nesse vestido branco e... Bom, me faz sentir coisas estranhas.

Que tipo de coisas?

Eric olha para os seus pés. Parece hesitar antes de voltar a falar.

Coisas... Estranhas. Do tipo que só sinto perto de você.

Tipo raiva?

Tipo uma sensação estranha.

Hum, entendo. Na verdade eu não entendia.

Ficamos parados nos encarando.

Você vai a minha festa amanhã? Ouso romper o silêncio.

Não perderia por nada. E dá aquele meio sorriso insuportavelmente irritante. Argh.

Observo ele começar a se afastar, quando de repente para. Está fitando a borboleta que ainda repousa na rosa. Talvez seja imaginação minha, mas ele parece suspirar de onde está permanecendo de costas para mim.

Sabe, se existe de fato um céu, e se eu for para lá, espero que um anjo tão bonito quanto você me receba. Mas eu preferiria que fosse você mesma lá. Não imagino uma definição de paraíso melhor que essa.”

No dia seguinte ele estava insuportável, nenhuma palavra afável saiu da sua boca, e quase me fez chorar no meu próprio aniversário. Parecia desejar que eu o odiasse.

Talvez tenha funcionado por algum tempo.

Mas agora que eu me lembro daquele dia, sinto uma vontade absurda de chorar. Lágrimas de saudade, lágrimas de felicidade.

Eric havia praticamente dito que eu me parecia com um anjo. Na época fiquei tão indignada a ponto de querer esganá-lo. Mas agora, só consigo pensar em beijá-lo, na sensação dos seus lábios nos meus. Quero ser o seu anjo, da mesma forma que ele tem sido o meu há tanto tempo.

Olho pela janela do avião, reparando em como o mundo se torna tão insignificante e miúdo visto de cima, e como os problemas parecem tão distantes daqui. Estava exausta de tanto esperar, mas em breve estaria de volta à terra firme, lugar onde eu realmente pertencia.

De volta para Eric.

.

POV Calli

Certas coisas simplesmente nos mudam de forma irreversível.

Fecho os olhos enquanto ele acaricia minha pele nua. Sua cama sem dúvida alguma tem sido o terceiro elemento do nosso relacionamento, e definitivamente não me canso dela nunca, principalmente com Leonardo ao meu lado.

— Case-se comigo.

Abro os olhos rápido demais. Talvez devesse tê-los deixados fechados, assim não teria que sustentar o peso do olhar dele.

Ele não pisca, nem eu.

— Como?

Apoia-se no cotovelo, nunca quebrando nosso olhar. Está sério, mais do que eu já havia visto no tempo que passamos juntos. Percebo ainda mais assustada que ele não está brincando.

Casamento. Tanto a ideia quanto a palavra me causam uma sensação de estranhamento.

— Case-se comigo, Calli.

Pisco aturdida. E agora, o que eu faria?

— Mas... Mas, é muito cedo! Eu nem tenho dezoito ainda. E nem terminei o ensino médio!

O amor cega a gente, mas uma hora ou outra a realidade acaba batendo à porta. Ignorá-la não é opção.

— Eu posso esperar. Ano que vem você terá dezoito e um diploma. E então a gente pode começar uma nova vida em outro lugar.

Uma nova vida em outro lugar.

Longe de todos que eu amo. Longe dos problemas.

— Mas...

Ele me cala com um beijo, e logo somos uma confusão de corpos, lençóis e desejo. Leonardo está em cima de mim, seu rosto a milímetros do meu.

— Por favor, Calli...

— Você está falando do pedido estranho de casamento ou da fuga bizarra?

— Dos dois.

Fecho os olhos com força e deixo escapar um suspiro.

Sinto seus lábios percorrerem o meu pescoço, e se ele está tentando me dissuadir, bem, está fazendo um belo trabalho.

Com muita dificuldade o empurro de cima de mim.

— Mas por que, Leo?

— Eu te amo, isso não é motivo o suficiente para querer me casar contigo e passar o resto dos meus dias ao teu lado?

Na verdade, era. Certa vez eu li um livro onde o amor era uma doença. Não meu caso, ele era a cura.

Olho para o teto pensando em uma resposta, mas a verdade era só uma. Eu iria para qualquer lugar com Leonardo, faria qualquer coisa por ele.

De repente, a resposta pareceu muito simples.

— Sim, — digo baixinho — eu vou.

Mal as palavras saem e seus lábios já estão nos meus novamente, a sua boca devorando a minha.

Nunca poderia existir outra resposta da minha parte. Afinal, é para isso que vivemos, certo? Para sermos felizes, independente de quais caminhos devemos tomar para concretizar isso, desde que não prejudiquemos o próximo.

Leonardo me encara com os olhos cheios de amor.

— Vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo, isso eu juro.

Sorrio com carinho enquanto passo os dedos pelo seu cabelo.

— Já está fazendo, meu amor. Todos os dias. Simplesmente por existir.

Certas coisas te mudam, outras simplesmente te revelam.

E há aquelas que fazem a vida valer a pena.

.

POV Chris

Então era esse o lugar.

Verifico o endereço novamente no papel um pouco amaçado apenas para confirmar.

Respiro fundo e bato na porta. De acordo com Guilherme, era essa a casa da avó dele. E onde Eric supostamente deveria estar.

Foi um inferno chegar até aqui, considerando que meu inglês dificilmente poderia ser pior do que já era. Mas eu provavelmente estava com sorte, já que cheguei até aqui.

No início, mamãe e papai ficaram loucos da vida com a minha ideia aparentemente absurda. Quero dizer, embarcar em um avião e ir para outro país, assim, do nada? É muito provável que a ideia de me internar passou pela cabeça de ambos. Mas eu posso ser muito persuasiva quando preciso.

Depois de implorar muito, e bater o pé feito uma criança mimada, uma ideia surgiu na minha mente.

Havia uma coisa pela qual eu poderia barganhar.

A porta se abre e uma mulher de cabelos brancos me olha de cima a baixo.

— Quem é você?

Limpo a garganta.

— Sou a Christina. Eu preciso ver o Eric.

Reconhecimento reluz em seus olhos.

— Então você é a famosa Chris. Eric me falou muito de você.

Um calor se espalha por toda a extensão do meu corpo. Eric havia falado de mim! Aquela provavelmente era a melhor coisa que eu havia escutado em dias.

— Ele está? — Por mais que eu tente, minhas palavras saem impregnadas de impaciência.

Ela dá uma risadinha, e só então percebo que está usando uma camisola.

— O meu neto saiu já faz uma meia hora. Ele foi se encontrar com alguns amigos, pertinho daqui.

Não sei se fico decepcionado por ele não estar aqui, ou feliz por não estar muito longe.

Logo, muito em breve o veria.

A expectativa estava me matando. E a saudade então, dessa nem preciso dizer nada.

— Será que você poderia me passar o endereço?

— É só você seguir reto por essa rua — ela aponta para a minha direita — e virar à esquerda.

Assinto com a cabeça.

— Muito obrigada, senhora...?

— Pode me chamar de Dora. — Ela chega um pouco mais perto de mim, com a expressão de quem quer contar algum segredo. — E se você realmente quer me agradecer, garota, corra!

Dora praticamente grita a última palavra.

E é exatamente isso que eu faço.

Eu corro.

E enquanto os meus pés ganham uma velocidade absurda, meus pensamentos seguem o seu exemplo. Perguntas e mais perguntas. Incertezas e inseguranças.

O que vai ser de mim no futuro?

No momento presente, só consigo pensar em chegar até Eric e dizer que o amo. Que eu preciso dele na minha vida.

Mas e depois?

A barganha com os meus pais afetava seriamente o meu futuro. Fotografar sempre foi a minha paixão, quero dizer, minha segunda maior paixão. A primeira está a poucos metros de mim.

E era disso que eu queria viver. Eternizar momentos com um clique.

Algo que meus pais nunca concordaram, obviamente. Eles queriam que eu seguisse o exemplo deles e me formasse em medicina.

Eles queriam, mas não eu.

Só que a única coisa que eu tinha a oferecer em troca dessa viagem maluca até Eric era isso. O meu futuro.

Disse que se eles me permitissem ir até o meu vizinho insuportavelmente lindo e charmoso, eu faria faculdade de medicina, isso é, seu eu passasse.

O resto foi muito fácil.

Quase cuspindo o pulmão pela boca eu paro em frente ao que parece ser um barzinho. A noite está se aproximando, e o sol praticamente já escapuliu.

De repente, fico com medo.

E se ele não me amar mais? E não quiser mais nada comigo?

Não acho que eu sobreviveria a uma coisa como essa.

Respiro fundo e conto até dez, não só tentando me recuperar da corrida desesperada, mas também para me acalmar. Tentar expulsar o medo do meu corpo.

Um passo de cada vez. Um pé na frente do outro. Respiração controlada. Mente calma.

Coração aflito.

Um. Dois. Três...

Então o vejo.

Está sentado perto de uma janela, rindo de uma forma tão espontânea que faz meu coração doer. Como ele pode estar tão feliz desse jeito, enquanto uma parte de mim praticamente morre a cada segundo que passo longe dele?

Uma garota da nossa idade passa um braço ao redor do pescoço dele, se juntando ao festival de risos. Ela é muito bonita, tem cabelos longos negros e uma pele impecável. Eric não faz nada para impedi-la.

Respira fundo. Conte até dez...

Espera, isso são lágrimas? Não, não, não... Não chore, sua estúpida!

O que você pensou, hein? Que ele iria ficar te esperando por todo esse tempo?

Idiota mesmo.

A garota retira o braço, e de repente ela ergue um copo, como se estivesse brindando. Vejo outros jovens junto com os dois, todos da mesma idade. Todos rindo.

O que eu mais quero nesse momento é ir embora daqui, mas não consigo me impedir de ficar olhando Eric, como se fosse uma espécie de intrusa.

Ele não me pertence mais.

Percebo que deixou o cabelo e a barba crescerem um pouco, dando a ele uma aparência de mais velho. E eu que pensei que aquele idiota não poderia ficar mais lindo do que já era.

Dou um passo para trás. Isso, adeus. Adeus. Adeus...

Nunca me passou pela cabeça que Eric poderia estar com outra pessoa.

Adeus.

Adeus.

Adeus...

Mas então ele olha na minha direção, seus olhos no meu e o estonteante sorriso morre em seus lábios.

Prendo a respiração. Cada parte de mim arde em desejo. Só queria sentir seus braços ao meu redor, nem que fosse uma única e última vez...

Sentir seu cheirinho de luar. Seus lábios macios e tentadores nos meus...

Minhas pernas parecem escolher esse momento para acordarem.

Corro.

Corro.

Para longe.

Para qualquer lugar onde não haja sentimentos. Onde o amor não exista.

— Christina! Espera, por favor! Pare!

Diminuo o passo contra a minha vontade. Por que ele se deu o trabalho de vir atrás de mim?

Talvez eu ainda consiga aquele abraço derradeiro...

Aos poucos vou diminuindo a velocidade até parar. O sol já foi embora, e a lua o substitui. Ela está imensa, absurdamente linda. O seu brilho seria o suficiente para iluminar a rua, caso não tivesse os postes de luz.

Permaneço de costas enquanto o ouço se aproximar sutilmente, seus passos mal produzindo ruído. Minha respiração parece se acelerar cada vez mais enquanto a distância entre nós dois vai diminuindo.

Eric chega tão perto a ponto de eu sentir o seu cheiro. Fecho os olhos com força. Será que eu morri e fui parar no céu?

Sua mão encosta no meu braço, e mesmo com tantas camadas de tecido sinto um arrepio intenso.

— Christina... — Ah, céus, como eu posso tentar parecer forte e decidida se ouvir meu nome assim, parecendo uma oração em sua voz, me faz querer virar e beijar aquela boca? — Por favor, olhe para mim...

Engulo em seco.

— Eu... Eu não posso.

Agora sua outra mão segura meu outro braço.

— Por que não?

Olho para o céu.

— Por que se eu te olhar agora, não vou conseguir me deixar ir para longe de você.

Sinto um arrepio quando a sua respiração quente atinge o meu pescoço. Ele está perto demais para o bem da minha sanidade.

— E quem disse que eu te deixaria ir embora?

Fim de jogo.

É o próprio Eric quem me vira de frente para ele.

Definitivamente morri e isso aqui é o paraíso.

Ficamos nos olhando, simplesmente absorvendo a imagem um do outro. Milímetros nos separam.

— Senti tanta falta sua...

Com essas palavras acabo me lembrando daquela garota.

— Não minta para mim, Eric. Eu vi você e aquela garota. Juntos.

Dou ênfase na última palavra, enquanto ele franze o cenho confuso.

— Garota? Que garot... Ah, você deve estar falando da Melody. É a minha prima.

Embora sinta uma sensação abrangente de alívio, não me deixo convencer tão rápido.

— Aham, e por que eu deveria acreditar em você?

— Por que... — ele se aproxima ainda mais, praticamente colando nossas bocas — ...só existe uma garota que eu amo. Que eu amei a minha vida inteira, muito antes de saber o que significava esse sentimento.

— Coisas estranhas. — E dou uma risadinha da minha própria piada. Eric olha para mim como se eu fosse insana.

— Você é uma piradinha, sabia disso?

Finalmente — finalmente! — passo meus braços eu seu redor.

— E você é um idiota. Mas é o idiota que eu amo. — Encosto minha cabeça em seu peito. — Não sei como consegui sobreviver a todo esse tempo sem você. — Ergo a cabeça para vê-lo enquanto faço a próxima pergunta, que vem queimando dentro de mim há dias. — Por que você foi embora e me deixou?

Seu silêncio é uma tortura.

— Você precisa entender, Chris. Eu só queria o teu bem. Não suportava a ideia de que poderia te causar mais sofrimento. Você parecia estar se lembrando das coisas que esqueceu enquanto estava perto de mim. E por mais que eu quisesse que você se lembrasse do quanto eu te amava, e que estávamos juntos, não queria que se lembrasse também do que aquele monstro te fez. — Seus dedos acariciam o meu rosto. — Tudo o que eu fiz foi por que eu te amo demais.

Esperar mais não é uma opção.

Grudo nossas bocas no que poderia ser descrito como o melhor beijo dos melhores beijos de todos os tempos. Suas mãos agarram a minha cintura enquanto as minhas estão em seus cabelos, aprofundando ainda mais o beijo.

Não saberia dizer quando tempo ficamos ali, nos agarrando para quem quisesse ver. Éramos como duas pessoas sedentas que só poderiam se saciar uma na outra.

Quando por fim nos separamos, mais por falta de ar do que qualquer outra coisa, ele encosta o topo da sua cabeça na minha.

— Você é como um anjo na minha vida, sabia? — Sorrio internamente.

— E você é o meu, seu babaca. — Ele ri enquanto me abraça.

— É bom saber que certas coisas nunca mudam, sua chata. — De repente, sua expressão fica confusa. — Espera, o que você está fazendo aqui?

— Como assim o que eu estou fazendo aqui? Não é óbvio?

— O que eu quero dizer é, como você veio até aqui?

Olho para os meus pés. Não queria contar para ele sobre a barganha.

— Chris, o que você fez? — Sua voz soa desconfiada.

— Um trato com os meus pais. Eric, eu simplesmente não podia mais ficar longe de você!

— Por que você não ligou?

Isso me ofende.

— Eu vim até aqui para me declarar, e você diz que eu deveria ter te ligado?!

— Ei, não vamos brigar agora, ok?

Mordo o lábio irritada.

— Eu disse para os meus pais que faria a faculdade que eles quisessem se me deixassem vir até aqui, satisfeito agora?

— Chris... — ergue o meu queixo, para que nossos olhos se encontrem — você não deveria ter feito isso...

Essa definitivamente não era a resposta que eu queria escutar. Me desvencilho dele.

— Seu cretino, será que você ainda não entendeu?! EU TE AMO! E é só por isso que fiz o que eu fiz, por que viver sem você não é uma opção. Eu posso facilmente aprender a gostar de alguma coisa, mas nunca vou poder aprender a não te amar. O resto é detalhe, apenas um cenário. Você é a atração principal. Eu posso abrir de tudo, até da minha vida, mas nunca de você.

Bem que dizem. As palavras possuem poder. De salvar ou condenar. E de expressar aquele sentimento tão oblíquo. O amor. O ato de coexistir.

Seu sorriso seria capaz de ofuscar todas as estrelas que já existiram, e até mesmo a lua que parece crescer a cada palavra trocada entre nós.

— E eu sou egoísta o suficiente para ficar feliz em ouvir isso. Por você me amar tanto o quanto eu te amo. Por todo esse amor de mais de dez anos estar sendo correspondido. Chris, se você soubesse o quanto te amo... — Ele balança a cabeça, quase como se não acreditasse no que está acontecendo. Mas é tudo real, muito além do real. — Você sabe a vontade que eu sinto nesse momento de te cobrir por inteira de beijos? De te apresentar a minha cama? E se eu pudesse, eu até te daria meu coração. Mas eu não posso, por que ele já é teu, há muito tempo.

Mergulho a fundo em sua voz rouca, enquanto meus olhos fecham-se, com um doce sorriso se formando em meus lábios.

— Sabe, eu adoraria ser apresentada a tua cama. E ser coberta de beijos, enquanto repito mil vezes que eu te amo. Eric, você é o meu céu, sabi...

Ele interrompe com um beijo.

Consegue imaginar isso? Um amor que me mantém inteira e ao mesmo tempo ameaça me despedaçar caso o perca. Um amor onde não sei onde a minha contribuição começa e onde a dele acaba. Porque isso é amar, contribuir com tudo o que tem a oferecer. O coração. A alma. A vida. Seu futuro. Sacrifícios. Todo o teu ser.

Consegue imaginar?

Eu sei que não. Nem eu sou capaz disso. Só posso sentir. E divagar sobre o verdadeiro significado.

Amar é mais do que você imagina, muito mais. É se perder em incertezas e se arriscar. Como um tiro no escuro. Às vezes ele pode errar o alvo e acabar machucando alguém, ou então, como no meu caso, você tem a sorte de o destino estar ao seu favor. Você acerta o alvo invisível e ganha a felicidade inimaginável.

Apenas imagine. Estando errado ou não, o importante é acreditar.

Que um dia a sua vez também irá chegar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mais Do Que Você Imagina" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.