Mais Do Que Você Imagina escrita por RoBerTA


Capítulo 26
Tentando desesperadamente fazer o certo


Notas iniciais do capítulo

Bom, depois de um loooongo tempo, olá minhas leitoras maravilhosas. A culpada da minha ausência foi a escola - como sempre - só que valeu a pena. Passei de ano õ/ E agora que estou de férias pretendo atualizar regularmente, por isso o capítulo de hoje ficou pequeno. Se quiserem me xingar, à vontade.
Respondi os reviews atrasados, e caso tenha esquecido de algum, por favor me avisem.
E dedido esse capítulo a todas que tiveram a paciência para esperar durante tanto tempo. Dedico também à Laly, por seu aniversário - na verdade, essa dedicação está super atrasada, mas é de coração. Parabéns sua linda, merece apenas o melhor



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POV Eric

Espero que dê certo essa ideia sem pé nem cabeça. Pode ser minha única esperança de recuperar Christina. Não sou bobo para acreditar que aquele marginal a devolveria conforme o combinado. Ele não é conhecido por ser um homem de palavra, muito pelo contrário.

Tem uma cara, que ninguém sabe o nome, mas sua reputação não é comumente desconhecida. Ele às vezes recebe o apelido de Radar Humano, por estar sempre informado da localização de qualquer pessoa que já se ouviu falar naquela cidade. Se eu conseguir o encontrar, há uma grande chance de que esse cara saiba onde o Duende se encontra. E depois, eu iria até o local. Só precisa rezar no caminho para que não houvesse muitos capangas lá, e se minha oração não surtisse efeito, eles poderiam ao menos estarem desarmados, por tudo que há de mais sagrado. Como eu disse, uma ideia sem pé nem cabeça.

Continuei a andar pela cidade, fitando todos os becos escuros, a procura do homem que poderia – ou não – solucionar meus problemas.

A sinaleira emitiu um brilho verde acentuado, indicando que eu poderia atravessar a rua, mas nesse momento, meu telefone começou a tocar no bolso traseiro da calça jeans.

POV Guilherme

Monstro. Eu era um monstro. Uma abominação.

Minha própria mãe me olhava como se eu fosse isso.

Apoiei a testa na porta do guarda-roupa antigo, podendo observar os minúsculos buraquinhos feitos por cupins. Fechei os olhos com força. Era meu dever consertar aquela situação. Coloquei todos que amava em risco, e até quem nada tinha a ver com aquilo. Pobre Christina... Mas saber que ela já poderia estar livre nesse momento, se não fosse por mim, era o que mais me assombrava.

Sempre soube onde ficava localizado o paradeiro do Duende. Só não o revelei por dois motivos. Primeiro, se Eric fosse até lá sozinho, poderia não sair vivo. E segundo, o mais importante até aquele momento: Duende havia me ligado, dizendo que ficaria com o dinheiro e a garota. Ele havia “simpatizado” com Chris, alegando que ela seria um “ótimo produto”. Em troca, todas as minhas dívidas seriam quitadas, e ele se esqueceria da minha existência.

Eu aceitei, sem pestanejar.

Mas não seguiria com aquela situação. Preferiria encarar Duende, à ter minha mãe e meu irmão olhando para mim com tamanho ódio nos olhos.

Com uma decisão muda, apanhei o celular e procurei o nome de Eric.

Estava chamando.

POV John

Calli tremia a minha frente. Aquele que eu deveria chamar de pai nos encarava com nojo. Queria abraça-la, sussurrar contra seu pescoço macio que ficaria tudo bem.

Mas eu estaria mentindo.

Nada ficaria bem novamente.

A única garota por quem senti algo durante toda a minha era minha meia irmã.

Às vezes me perguntava se eu tinha coração, por não ser capaz de chorar. Mas naquele momento, senti algo molhado escorrer por minha bochecha. Não havia uma única gota de chuva caindo do céu.

Eu estava chorando. Lágrimas silenciosas de dor e pesar. Estava de mãos atadas, não poderia fazer nada.

Observei aquela garota que habitava meus sonhos desabar rumo ao chão, caindo sentada, chorando copiosamente.

Quando minha vida sem graça e inútil se transformou em um drama?

– Calli, não chore minha pequena... – Ajoelhei-me ao seu lado, tentando abraça-la, mas ela se desviou de mim. Foi como um tapa na cara.

– Vocês dois vão para o inferno.

Já havia até me esquecido do homem de pé a nos encarar. Virei o rosto lentamente, enquanto levantava-me. Fitei-o com ódio.

– Nós vamos para o inferno?! Quem você pensa que é?! VOCÊ VAI PRO INFERNO, SEU DESGRAÇADO!

Estava gritando com ele agora, enquanto que uma pequena multidão se aglomerava ao nosso redor.

– Não fale assim comigo! Ainda sou seu pai!

– Meu pai!? – Dei uma risada sem vida. – Você não é pai de ninguém. É um monstro.

O som que seguiu foi do meu punho acertando em cheio o rosto daquele bastardo.

POV Eric

Assim que desliguei o celular dei meia volta e comecei a correr. Meus pulmões pareciam que iam explodir. Guilherme ligara, e disse onde estava Chris. Não conseguiu pergunta-lhe onde adquirira aquela informação, pois ela desligou o celular assim que terminou sua frase.

Mais tarde eu teria uma conversinha com ele.

Continuei correndo, e meus conhecimentos básicos de geografia me diziam que eu estava quase no local indicado.

Após alguns minutos eu estava na frente de um imóvel singelo, porém um grito vindo de seu interior me fez despertar de meu pequeno momento de observador.

Era a Christina, eu tinha certeza.

POV Christina

Não, Eric não era nenhum viciado. Aquele maldito só podia estar mentindo. Mas então, por qual motivo teriam me sequestrado?

Quieta, Christina! Você não vai acreditar naquele bandido, certo?

Ouvi a porta se abrindo, com aquele ranger digno de filmes de terror. Comecei a suar frio. Algo muito ruim estava prestes a acontecer.

Com passos trêmulos o homem se aproximou de mim. Estava com uma garrafa vazia na mão. Cheirava a cachaça.

Tentei recuar, um ato completamente inútil.

Ele passou os dedos pelo meus cabelo. Estava cheio de nós, e completamente sujo.

– Anjinho, que tal nos divertirmos um pouco?

Sua voz estava grogue.

– Vou te desamarrar, mas se tentar alguma gracinha, te faço nanar, bebê, e me divirto sozinho, entendeu?

Meus olhos se arregalaram. Meu Deus, socorro...

Ele jogou a garrafa em algum canto escuro, e começou a me desamarrar. Estava em choque. O que eu deveria fazer?

Quando tirou todas as cordas, ele me pegou e colocou-me no chão duro e frio. Não, eu não ficaria quieta. Jamais me conformaria sem lutar.

Meu braço se ergueu, o punho fechado, e acertei seu maxilar.

– Sua vaca!

Ele repetiu o movimento, e acertou-me no lado do rosto.

Gritei de dor.

Fiquei tonta, e mal escutava alguma coisa, mesmo assim, tentei chutá-lo.

Com certeza acertei-o em algum lugar doloroso, porque ele se encolheu. Tentei rastejar para longe, mas ele foi mais ágil. Dei outro grito quando ele me puxou pela perna. Ficou por cima de mim, e pegou minha cabeça entre suas mãos, a erguendo. Nesse momento, vi um vulto se aproximar muito rapidamente de nós. Mas antes que pudesse me socorrer, o monstro largou minha cabeça.

O mundo se transformou em um grande céu negro.


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