Mais Do Que Você Imagina escrita por RoBerTA


Capítulo 11
Pós-Festa Parte II


Notas iniciais do capítulo

Oooie habitantes do meu ♥
Amei os reviews :3



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Chegamos à casa de Eric.

É suposto que meus pais não nos vejam, aliás, ninguém deveria nos ver ali. Por isso, nos esgueiramos, e paramos na porta dos fundos.

Mas pra isso foi preciso deixar Bibi um pouquinho longe, afinal se aquele fusquinha tinha uma especialidade, era chamar atenção indesejada.

— Eric, abre! — Bati na porta. Ele já havia chegado antes de nós. Não sei porque estava demorando tanto.

Quando fui bater outra vez, a porta abriu-se.

Meus olhos fixaram-se nele, e aquele calor veio à tona novamente.

.

Prensando-me contra a parede, cobrindo meu corpo com o seu. Afogando minhas incertezas com beijos. Afogando minhas dúvidas com toques.

Ah, Deus.

Eu queria, queria sucumbir àquele sentimento. Como ardia.

Minhas unhas cravando em sua carne. Ele gemendo contra minha boca. Minhas pernas ao seu redor. Apertando.

Sua mão agarrando minha perna. Subindo. Em minha cocha. Subindo. Minha cintura. Degustando com os dedos. Subindo. Cobrindo meu sutiã rendado.

Era demais. A respiração parecia escassa. O tempo, insuficiente.

E como eu queria mais.

.

Fechei os olhos, com força, assustada com a intensidade dos meus sentimentos. Era demais.

— Não vão entrar?

Sua voz trouxe-me de volta das minhas tentações e incertezas. Mas só para fazer com que eu me perdesse em seus olhos, que pareciam despir-me.

Calli limpou a garganta.

— Então, vamos?

Concordei, aturdida. Entrei antes, seguida por Calli. Eric ficou atrás, para fechar a porta.

— Então, os banheiros com chuveiro ficam lá em cima. Calli, você pode usar o dos meus pais, enquanto a Chris usa o meu.

Corei, por mais que usar o chuveiro dele e me banhar no mesmo local onde ele já esteve nu, inúmeras vezes, não fosse nada se comparado às nossas experiências sórdidas da noite passada.

— Droga, eu não trouxe nenhuma roupa! — Calli reclama.

— Você sabe que meus pais nem vão notar. Você já usou roupas mais malucas que essa. Um pijama não é nada comparado com aquela vez...

— Ok, ok, não precisa jogar na cara. Mas e você?

Olhei para mim mesma. Estava com a camisa de Eric e o short curtinho de pijama.

— Droga! — Exclamei. — Eu deixei minhas roupas normais no carro. Será que eu volto para buscá-las?

Começo a pensar nos prós e contras, mas Eric interrompe meu fluxo de hipóteses.

— Pegue uma roupa minha, e se perguntarem, diga que era da Calli, e você manchou com alguma coisa sua outra roupa.

— Mas uma roupa masculina? — Pergunto incerta.

— Por que não? Não foi você mesma que disse que Calli usa roupas malucas? E por que não de garoto também?

Considero sua explicação, e acabo aceitando, principalmente por não querer nada mais do que um banho no momento. Exceto, talvez...

Christina!

— Ok, você está certo. Mas qual roupa?

— Vamos lá, você escolhe. Enquanto isso a Calli vai tomando banho.

E com isso, todos subiram. Primeiro espero do lado de fora do banheiro, enquanto Eric deixa uma toalha com Calli, e diz mais umas coisas lá.

Depois ele sai, fechando a porta atrás de si. Sem uma palavra, passa por mim, em direção ao seu quarto. O sigo. Posso ver meu quarto de sua janela. É como se sua janela fosse um espelho da minha, com inúmeras semelhanças, e pouquíssimas diferenças. Suspiro, enquanto paro ao seu lado, em frente ao seu guarda-roupa.

— Você sabe se o seu guarda-roupa é mágico?

O garoto me atira um olhar preocupado.

— Você ainda está bêbada?

Ergo a mão, em um movimento de descaso, desconsiderando sua pergunta deficiente.

— Eu só queria poder fugir para Nárnia agora. Mas seria bom demais para ser verdade, né?

Ele se apoia contra a parede, e me olha de cima a baixo, mas não um olhar pervertido, é mais como se estivesse considerando a melhor resposta para mim.

— Fugir nem sempre é a melhor coisa. E não digo isso só porque é o que todo mundo diz, ou o que aparenta ser o “certo”. Eu digo por experiência própria. Você pode fugir, mas a fuga é como um beco sem saída. No fim, você vai acabar encurralada.

— Então o que você sugere?

Seu dar de ombros é tenso, e Eric parece querer dizer muitas coisas, pelo seu maxilar travado, mas acaba cedendo, e suspira enquanto fita o teto.

— Que você lide com seus demônios, e não se acovarde. E pare de negar. Você pode não ter uma passagem mágica para Nárnia, mas tem pessoas que te gostam muito. Tem bons confidentes para os seus problemas.

— Não entendi o que você quis dizer. — Cruzo os braços, e faço uma carranca.

— Sabe Chris, às vezes um sorriso alivia mais do que uma expressão emburrada. Você fica bonita quando sorri. — Completa suavemente, voz de veludo. Fico estática quando se aproxima de mim. Para a poucos centímetros, e envolve um cacho dourado entre seus dedos, delicadamente.

Fico sem fôlego.

.

Agarrei seus cabelos. Sua boca encontrou a curva do meu pescoço. Respirar. Como se fazia isso mesmo?

Ele desceu. Puxou a alça do meu sutiã com os dentes.

Eu morria. Aos poucos.

Apertei minhas pernas ao seu redor, e ele me empurrou ainda mais contra a parede.

Música. Pulsando. Inebriante. Hipnótica.

Calor.

Como estava calor.

Como suas mãos pareciam em brasas.

Como tudo começou a girar.

Luzes ofuscantes.

Murmúrios abafados.

— Christina...

Não Chris. Não Piradinha.

Christina.

Era por inteiro. Era como eu me sentia.

Inteira.

.

E então me senti em brasas novamente. Não formigando para tocá-lo, mas morrendo por não tocá-lo.

Se eu não desse um basta agora, não iria conseguir parar depois.

— Eric, hnm, e aquela roupa?

Ele se afasta rapidamente, e uma sombra de decepção cruza seu rosto.

— Claro. Aqui.

Abre uma gaveta, com várias camisas dobradas dentro. Coça a cabeça, enquanto se distancia.

— E então, qual?

— Qual delas é menor?

Eric olha para elas por um segundo, pensando. E então puxa uma branca, com uma estampa na frente. Era um menininho meio emo encarando uma menininha muito fofinha, com rosto de boneca. Ele parecia tímido, mas a fitava como se não existisse mais nada de interessante no mundo.

— Camisa bonita. — Digo.

— Sim, eu também gostei quando comprei. Foi há uns dois anos, e nunca cheguei a usar. Sequer a provei.

— Então por que a comprou? — Indago curiosa.

— Semelhanças. — E dá de ombros, descartando o assunto.

— Certo. — Digo. — E tem uma bermuda?

Ele olha para minhas pernas, e seu olhar parece esquentar. Mas não é mais quente de como me sinto.

— Acho que vou ficar com esse mesmo, por baixo. — Falo rapidamente. — Pode me mostrar onde fica o banheiro? — Pergunto, apesar de já saber.

— Claro. — Responde. Ele me guia, e entra no banheiro verde água. Pega uma toalha branca de um balcão, e a estende para mim.

— Bom, qualquer coisa, é só me chamar.

Assinto, e o observo sair e fechar a porta, deixando-me sozinha.

Meus músculos relaxam, sem eu ter ideia de que estava tão tensa assim. Suspirei enquanto me despia. Entrei no chuveiro, e relaxei sob a água morna.

Preferi não estender o banho, e logo desliguei o chuveiro, temendo levar um choque. Mas aparentemente havia sido arrumado aquele pequeno defeito.

Enrolei-me na toalha fofa e saí do box. Caminhei com cuidado, para não levar nenhum tombo. Mas então, vi uma pequena sombra escura se mexer em um canto, e congelei.

Era uma aranha.

Eu podia implicar com o Eric por causa dos morcegos, mas ele teria isso contra mim. Meu medo por aranhas.

Saí correndo do banheiro, sem ligar para mais nada, a não ser a distância entre mim e aquele ser peludo e nojento. Então bati contra algo duro, e por um instante, constatei que fui esperta o bastante para dar de cara em uma parede.

Mas paredes não têm braços que te impedem de desabar rumo ao chão, certo?

Mãos firmes, que me impediram de cair, e se mantinham em meus braços, pele contra pele.

Ergui meus olhos em direção ao seu rosto, e algo se corrompeu dentro de mim naquele instante. Simplesmente se perdeu no desconhecido.

Esqueci de que o odiava. Esqueci de que havia uma aranha assassina a poucos metros de mim. Esqueci de que estava só de toalha. Esqueci de que minha melhor amiga podia nos flagrar a qualquer momento. Me esqueci dos meus dilemas internos.

Esqueci.

Mas me lembrei também.

Lembrei-me de seus beijos. Sua pele junto a minha. Seu toque febril, deixando um rastro de chamas por onde viajava. Seu desejo por mim, e o meu por ele. Nossos corpos, juntos, em perfeita simetria. De nós dois. Porque agora existia um nós.

Ou sempre existiu?

Mas isso era insignificante no momento. Assim como a toalha que deslizou, lentamente. O ar frio que me atingiu, era um nada comparado com o fogo que ardia em meu interior.

E o calor que seu corpo emanava para o meu.

E a luxúria que suas mãos traziam consigo, enquanto viajavam por meu corpo nu. Era quase obsceno. E bom demais.

Quem iria querer fugir para Nárnia, se podia ter isso?

Não eu. Preferia ficar. E degustar de cada segundo.

Deixei meus olhos viajarem por seu corpo, seu rosto, todo seu ser, e então perderem-se em suas incógnitas, ardendo de luxúria.

Era errado? Era certo? Como eu podia saber, se mal me lembrava do meu nome, quem dirá do resto.

Dane-se a razão.

Puxei-o para um beijo, que ele acolheu surpreso, porém satisfeito. Línguas mesclando-se, o ar denso, carregado dos nossos desejos fundidos. Suas mãos habilidosas despertaram mais lembranças adormecidas.

.

Aquela palavra carregava o seu desejo por mim. Tudo não dito, dito só nela.

Sim. Sim. Sim. Sim. Sim.

Eu te quero. Como quero. É errado. É estúpido. Vai contra todos os meus princípios.

Mas quero.

— Sim. — Afastei minha boca da sua, para expressar meus pensamentos desordenados. Meus olhos, agarrando-se aos seus. Amando o mistério neles. Continuando o beijo interrompido. Dizendo mil coisas não ditas em palavras.

.

— Sim. — Repeti contra sua boca, sentindo sua respiração ofegante em meu rosto. Seus lábios entreabertos, olhos semicerrados, nariz contra nariz, e o seu corpo se encaixando perfeitamente contra o meu. Parecia bom demais para ser verdade.

Como era aquele ditado sábio mesmo?

Ah, sim. Alegria de pobre dura pouco.

Em meio a toda aquela irracionalidade, ouço um pigarrear, vindo de trás de Eric.

Imediatamente somos despertados do encanto, e Eric se posta em minha frente, cobrindo-me completamente.

Olho por cima de seu ombro, ardendo de vergonha.

— Estou interrompendo algo?


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Notas finais do capítulo

Então, quem vocês acham que é??
P.s Não é a Calli.
.
P.s2 Os diferentes POV's foram aprovados ;-)
.
P.s3 BjxxxxxxX :*