My Sister's Crush escrita por VanillaNiki


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Capítulo bem longo! Pra compensar essas duas semanas ou quase que não escrevi. Prometi pra Ana Gomes que postaria ontem, mas acabou que minha internet não ajudou e tive que postar hoje.. As coisas começam agora, heh -q



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O vento frio entrava pela janela. Rei deixou o livro que estava lendo em cima do sofá e foi fecha-la, pouco tempo depois voltando a acomodar-se nele. Suspirou por um instante, deixando o livro no colo. Estava sozinho, como quase sempre. Rui estava trancada no quarto a um bom tempo. Ele se perguntava o que ela estaria fazendo, mas, de qualquer forma, não queria incomodar.

Deitou-se no sofá, voltando a ler, tentando se concentrar. Ultimamente, não conseguia plenamente... Len por algum motivo aparecia constantemente em seus pensamentos, ainda que não fosse intencional. Coisas simples, como: “Sobre o que será que ele escreveu o texto que a professa de Literatura mandou entregar?” ou reflexões sobre o que tinham conversado na escola.

Novamente, sem notar, já estava pensando nele de novo. Quando se deu conta, tentou espantar os pensamentos, focando-se em qualquer outra coisa. Começara a dar certo, até que ouviu seu celular vibrar na mesa ao lado do sofá. Uma mensagem. De ninguém menos que o próprio Len. Rei ficou um pouco surpreso, depois se lembrou que havia dado seu número no dia anterior, mas... Ainda assim, não imaginava mesmo que fosse receber alguma mensagem.

“De: Len Kagamine
Rei-kun! O que tem pra fazer hoje? Final de semana... Hmm... Se não estiver muito ocupado, quer sair pra algum lugar?”

Rei sentiu um frio na barriga e corou de leve. Sair pra algum lugar? Sozinho com ele? Por que Len iria querer chama-lo? Quem mais iria? Ainda que se perguntasse diversas coisas, não conseguia negar que queria estar com ele... Pegou seu celular, e começou a digitar devagar.

“De: Rei Kagene
Não estou ocupado... Então acho sim. Pra onde iríamos?”

“De: Len Kagamine
Etto, tem uma cafeteria que eu adoro. Servem lanches também! É bem quentinho~ Compensa esse frio. Ah, mas se quiser outro lugar, estou às ordens.”

“De: Rei Kagene
Tudo bem, sem problemas. Vai mais alguém?”

“De: Len Kagamine
Não...”

Rei não conseguiu evitar corar mais um pouco. Mudou a posição em que estava no sofá e voltou a digitar:

“De: Rei Kagene
Mas onde é isso?”

“De: Len Kagamine
Não precisa se preocupar. Posso ir te buscar? Preciso do Seu endereço.”

“De: Rei Kagene
Anexo de Imagem: Endereço.jpg
Sim... Que horas?”

“De: Len Kagamine
Daqui a meia hora, ok?”

“De: Rei Kagene
Ok. Então nos vemos daqui a pouco”

“De: Len Kagamine
Hai~ Bye”

O garoto de cabelo preto estava nervoso. Não sabia muito bem o que fazer, nem o que pensar. Estava feliz, ainda que não admitisse para si mesmo. Ficou atônito encarando o celular, para saber se tinha mesmo recebido aquilo. Pouco tempo depois, foi se arrumar, afinal, não queria se atrasar.

...

– Rui?
Rei bateu de leve na porta do quarto da irmã, que veio atende-lo, tirando os fones de ouvido.
– Eh? O que foi? – Sorriu ela.
– É que eu vou sair. Não tem problema ficar sozinha um pouco?

A garota pareceu chocada.

– Sair? Mas pra onde?
– Comer alguma coisa em uma cafeteria – Ele se encolheu um pouco.
– Vai sozinho? – Estava achando aquilo estranho.
– Com um amigo meu...
– Rei.
– Hai?
– Que amigo? Você não é de sair.
– B-Bem, é que me chamaram e eu não queria negar. Vou com o... Len...

Pareceu demorar um tempo para analisar a informação, depois olhou para o lado.

– O-O L-Len?
– É...
– Então tá... Divirtam-se – Sorriu, mas provavelmente estava se perguntando várias coisas no momento, que não sugeriam apenas um sorriso.

...

Já estava esperando na porta de casa, sentindo-se um tanto constrangido.
“Pareço uma garotinha esperando o namorado para um encontro...”, pensava Rei. Condenou-se por pensar assim. Só ia lanchar com seu amigo, não era tão anormal assim (ainda que, para ele, de fato fosse raro). Estava ficando mais nervoso a cada instante que passava, até que, não muito tempo depois, o vulto de Len foi se destacando do resto, se aproximando aos poucos.

– Yoo, Rei-kun! – Disse ele dando um grande sorriso e fazendo um gesto com as mãos.
– Len... – Rei sorriu de leve também.
– Desculpa a demora – Posicionou-se ao lado dele, para que começassem a andar.
– Não tem problema mesmo.

Estava tão nervoso que abaixou a cabeça, para não precisar o encarar. Seu coração estava acelerando.
“Que estranho... O que foi isso? Ah, Rei, tente atuar normalmente, você nunca teve problemas com isso”, pensou ele.

Foram conversando sobre coisas simples, rindo um pouco, e Rei foi ficando menos nervoso. Estavam ambos, de fato, felizes. Rei estava feliz por se sentir tão a vontade do lado de alguém e Len estava feliz por sentir ter “cumprido sua missão” de conseguir ser amigo de Rei e... Simplesmente por poder ver um sorriso no rosto dele. Era incrível, finalmente conseguira dissipar a expressão fria que Rei carregava desde sempre (antes de começarem a se falar).

Era uma lanchonete pequena, porém confortável. Len assegurava que tinha o melhor café da tarde que conhecia. Rei se sentou ao lado de Len e segurou um pequeno panfleto que parecia uma espécie de cardápio.

– Hmm...
– Já decidiu? – Disse Len, se inclinando sobre Rei, tentando olhar o panfleto, fazendo o garoto de cabelo preto ficar vermelho.
– N-Não. Tem alguma sugestão?
– Eu gosto deste – Len apontou para a opção número quatro da lista.
– Então vamos ver se é bom – Afastou-se um pouco, para poder conseguir agir mais normalmente. Por alguma razão, não conseguia ficar normal ou evitar corar quando ele se aproximava... Não que não gostasse... Gostava... O que era um belo problema.

Depois de alguns minutos, a comida chegou, e Len não tocou na sua. Estava muito ansioso encarando a Rei.

– Eh... Len?
– Estou esperando ver a sua reação – Estava com os olhos fixos no outro garoto, que segurava um pequeno pão recheado nas mãos.

Rei balançou a cabeça e deu um mordida de leve.

– Sugooooi! – Acabou soando um pouco mais animado do que o de costume.
– Eu disse que iria gostar! Eu disse que aqui era o melhor lugar! – Len se vangloriava.

Uma das cozinheiras os olhou com uma cara estranha por entre uma fresta entre o local onde os lanches eram preparados e onde as pessoas ficavam.

– Valeu moça, cozinha muito bem! – Len acenou para ela, feliz. Ela apenas desviou o olhar.
– Ficou no vácuo, isso que dá falar com qualquer estranho – Rei falou enquanto comia mais um pedaço.
– Você também era um “estranho” e agora está aqui. Não é tão ruim assim, é? – O abraçou.
– N-Não é... – Rei engoliu o que estava comendo e sorriu, abraçando de volta.

Continuaram assim por alguns segundos, até que notaram que não era exatamente normal para dois garotos e se separaram, voltando a comer o que tinham comprado.

...

Após Len o deixar em casa e se despedirem, Rei se jogou em sua cama e fitou o teto. Sentou-se e segurou um travesseiro contra o corpo.

Se questionava sobre o que seria “normal” ou não quanto a ele e Len. Era normal que dois amigos saíssem ou que se abraçassem de vez de quando. Mas por algum motivo, o modo como seu coração acelerava ao pensar nele, o modo como corava ou ficava nervoso quando estava perto dele e uma espécie de frio da barriga definitivamente não pareciam normais para dois amigos. O que ele sentia quando o abraçava era diferente do que sentia quando abraçava Rui. Fazia-o quase querer... Mais que um abraço...

Rei virou para o outro lado na cama, segurando o travesseiro mais forte.

Parecia que justamente a pessoa que um dia mais lhe despertara desgosto (por conta de sua irmã), estava lhe despertando algo diferente, que nunca tinha sentido antes e não tinha certeza do que era.

“N-Não pode ser... Aquele... Maldito...” Rei pensou, enquanto vários outros pensamentos giravam sem parar em sua cabeça.

– L-Len... – Sussurrou, antes de desligar a luz para tentar dormir.


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Notas finais do capítulo

Mais quando eu puder D:

Espero não demorar. Obrigada pelos comentários e, caso queiram, comentem mais! Por favor~