Guardiã - O Projeto Evans escrita por Alex Baggins


Capítulo 4
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/324054/chapter/4

Slughorn estava sentado em uma poltrona de couro virada para a lareira de sua sala, bebericando chá fumegante. A sua frente, Dumbledore e McGonagall também bebiam chá enquanto comiam bolachinhas que estavam em cima da mesa de café.

-Alvo, não preciso nem dizer que acho todo o Projeto uma péssima ideia. - disse a mulher. A fumaça vinda da xícara embaçava seus óculos toda vez que ela levava o copo até seus lábios.

-Desnecessário. - concordou o diretor enquanto coçava pensativamente sua longa barba - Mas infelizmente, não há nada que possamos fazer. O Ministério deu a palavra final. - ele mordiscou a ponta de uma bolacha - Mas apesar disso, não acho que seja uma ideia assim tão ruim, Minerva.

McGonagall encarou o velho, escandalizada.

-Como não? - exclamou - Crianças aprendendo técnicas de batalha! Ainda por cima com Guardiões. Alvo, você sabe como esses Guardiões são...

-São pessoas extremamente disciplinadas, inteligentes e preparadas. - interrompeu o outro - Minerva, nossos alunos não são mais crianças. Eles cresceram e agora têm de enfrentar a dura realidade. Voldemort está à solta, mais poderoso que nunca. Eles precisam aprender a se defender. Ninguém melhor para ensina-los do que Guardiões.

Calmamente, Dumbledore apanhou outro biscoito enquanto McGonagall bufava de raiva. Ela olhou para Slughorn a procura de uma ajuda, mas esse se limitou a dar de ombros. Depois de alguns instantes procurando um bom argumento, ela disse:

-Bem, concordo com o senhor sobre nossos alunos precisarem de um treinamento de defesa. Mas ainda assim, confiar essa tarefa a duas alunas...

Slughorn pigarreou.

-Posso interromper? - pediu ele educadamente enquanto baixava sua xícara de chá. Dumbledore assentiu – Bem, no início eu também achava essa ideia um tanto quanto amalucada. Mas venho observando os resultados das Srtas. Evans e McKinnon e devo dizer que não há alunas mais qualificadas para o trabalho que elas. Srta. Evans é uma ótima aluna e provavelmente uma ótima professora e é muito respeitada pelos alunos. Acho que ela preenche a vaga perfeitamente. O mesmo pode se dizer sobre a Srta. McKinnon.

Todos ali caíram num silêncio pensativo. Minerva olhava de um para o outro, a testa franzida. Dumbledore sorria discretamente por de trás da xícara, enquanto Slughorn parecia despreocupado, até um tanto quanto desligado.

-Bem, acho que chegamos a uma decisão! – disse o diretor animado, levantando-se e ajeitando as vestes – Agora, se me dão licença, meus queridos alunos estão chegando e eu gostaria de me preparar para dar boas vindas a eles. Vejo vocês no jantar, espero.  – e saiu em passadas rápidas, fechando a porta atrás de si.

A mulher soltou um suspiro, carrancuda.

-Eu ainda não consigo decidir – disse ela – se Dumbledore é um gênio ou simplesmente louco.

-Ambos. – respondeu Horácio entre um gole e outro – E surpreendentemente funciona muito bem.


 


 

James remexia seu jantar com o garfo, mas não comia nada. Seu rosto estava pensativo, a testa franzida. Levantou os olhos do prato e esquadrilhou rapidamente a mesa da Grifinória, mas não viu Lily. Baixou os olhos novamente e voltou a brincar com a comida. Sirius, que estava sentado na sua frente, esticava o pescoço para tentar enxergar acima da cabeça dos outros alunos.

-Elas não estão aqui. – disse ele.

James assentiu.

-Eu sei.

Sirius parou de tentar ver algo e encarou o amigo cabisbaixo.

-Eu ainda não sei bem o que aconteceu. – comentou – Quero dizer, tudo isso aconteceu tão rápido...

Mas ele foi interrompido no meio da frase graças ao estrondo que se seguiu quando as enormes portas do salão foram abertas e Dumbledore entrou caminhando em passadas largas. Atrás dele estavam Marlene e Lily, ambas com uma expressão séria no rosto.

O salão inteiro caiu num silêncio profundo. Ali e aqui ouviam-se sussurros, mas que cessavam rapidamente com um olhar ameaçador de uma das meninas. Finalmente, depois de atravessar as longas fileiras de mesas até a mesa dos professores, Dumbledore e as garotas se viraram para os alunos.

-Bem vindos, bem vindos para mais um ano em Hogwarts! - falou o diretor, sua voz ecoando nas paredes de pedra - Antes de qualquer discurso entediante que eu possa fazer as Srta. McKinnon e Evans gostariam de falar com vocês por alguns instantes.

As duas moças deram alguns passos para frente. Um a um, os alunos viravam-se para os colegas do lado e cochichavam algo, até que a baderna já havia começado. Dumbledore ia levantar o braço para silenciar o salão, mas não foi necessário. Lily deu mais um passo e disse em alto e bom som:

-Calem a droga da boca.

Instantaneamente o silêncio voltou a se instalar ali. Marlene riu baixinho do lado da amiga, mas logo voltou à expressão séria de antes. 

-Obrigada. - respondeu a ruiva enquanto gesticulava para que amiga começasse a falar.

Marlene pigarreou e começou a falar, sem enrolar:

-Vocês não são burros. Não moram em cavernas. É óbvio que todos sabem a atual situação da comunidade bruxa. Tudo que somos, toda nossa paz entrou em colapso devido ao novo império de terror criado por (e notem que digo esse nome sem medo) Lord Voldemort. - houve um suspiro coletivo de medo ao som desse nome - Minha opinião sobre o assunto? Devemos lutar. Eu não nomeei Lord Voldemort meu líder e não vou viver sob seu reinado de trevas. 

 “O Ministério está fazendo seu melhor para tentar deter ataques e parar a matança contra trouxas e nascidos-trouxas, mas a cada dia que passa, o número de aurores cai. Infelizmente, seus esforços estão sendo em vão.”

Nesse momento ela faz uma pausa, deixando suas palavras pairarem no ar, deixando a mensagem ser absorvida.

-Muitos de vocês – continua ela depois de alguns segundos – estão revoltados. Muitos perderam família, amigos e conhecidos. E eu sei que muitos de vocês querem lutar. – um pequeno murmúrio de concordância percorre o salão – É por isso que esse ano, os alunos maiores de dezessete anos terão a opção de receber treinamento. Treinamento de combate.

Um burburinho entusiasmado começa. Os alunos mais velhos parecem excitados, acenando com a cabeça. Os mais novos reclamam, frustrados, batendo os punhos contra na mesa e bufando indignados.

-Será possível – começou Lily enquanto encarava as unhas de forma entediada – que vocês não consigam calar a boca?

Todos se calaram novamente e Marlene voltou a falar:

-Não pensem que será fácil. Não vai ser como nas aulas. Vai ser muito pior. – ela fez outra pausa dramática, depois retornou ao seu tom de voz normal – Por enquanto é isso. O treinamento começa amanhã às sete horas. Não se atrasem. Se perderem a hora, não entram na aula. – ela cumprimentou Dumbledore com um aceno de cabeça e, seguida por Lily, foi procurar um lugar na mesa da Grifinória.

O resto da noite seguiu seu curso normalmente. Dumbledore fez seu discurso, mas ninguém estava realmente prestando atenção. James havia entrado numa espécie de transe em seu lugar, encarando o prato de comida intocada, sem dizer uma palavra. Sirius e Remus tentavam iniciar uma conversa, mas suas tentativas eram inúteis, uma vez que James simplesmente os ignorava.

Enquanto divagava sobre os acontecimentos, ele sentiu uma mão no seu ombro. Virando-se, deu de cara com Lily que estava de pé ao seu lado com Marlene logo atrás.

-Potter, Black? – chamo Lily – Venham com a gente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu nem vou tentar me desculpar pela demora, é imperdoável. Mas acho que agora vou me esforçar para que minhas fics não morram e vou tentar postar com mais frequência.
Obrigada pelos reviews maravilhosos!