The Princess And The Thief escrita por Pacheca


Capítulo 8
The Hanging Tree


Notas iniciais do capítulo

Leiam escutando :
http://www.youtube.com/watch?v=uKrCE1aYz7o
Boa leitura :D
Aliás, eu tenho algumas leitoras fantasminhas, por favor, deem o ar de sua graça :)



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Me permiti um suspiro de alívio assim que passei pela muralha do castelo. Por sorte a princesa tinha ido ao quarto, não a rainha. Pousei a mão sobre o documento escondido sob minhas vestes.

Voltei a correr, o sol não demoraria a nascer. O cheiro enjoativo do roseiral branco me deixou tonta um minuto. Apertei o passo, dessa vez sentindo um choque na base do crânio a cada vez que pisava.

O vilarejo estava quieto, adormecido. Reconheci um ou outro companheiro do meu grupo, mas continuei meu caminho. Cheguei no beco seguindo pelas ruelas.

Desci as escadas, os olhos já acostumados com a escuridão. Baixei o capuz e, sem perceber, pousei os dedos sobre o pingente de coração. Olhei surpresa e soltei o pingente assim que um dos poucos lampiões cobertos apareceu.

Fiz o controle de sempre, conversei com uma ou outra pessoa e me acomodei no meu lugar na elevação no canto. Consegui uma corda com alguém e comecei a fazer nós.

Olhei os nós por um momento e olhei pro pingente. Eu tinha de visitar um lugar no dia seguinte, mas tentei não pensar nisso, me concentrei na entrega do documento. Dormi, escutando os ruídos ao meu redor.

As ruas começavam a se encher. Como sempre, Coin deu um sorriso torto ao longe. Retribui com um tom sarcástico. Dei um esbarrão em uma homem magrelo, entreguei o recado discretamente.

Ele apenas colocou o papel no bolso e continuou, como se nada tivesse acontecido. Fui caminhando até a floresta mais a frente e de novo, para o lago.

Mas não parei no lago como de costume. Continuei entre as árvores, baixando o capuz e respirando o cheiro de folhas pisadas. Eu tinha tempo até que Snow viesse pegar o documento.

A árvore se erguia sozinha em meio o cercado de árvores. Era maior e mais robusta, com galhos baixos e raízes que se espalhavam por todos os lados, como se buscasse cada uma das árvores. A árvore-forca, como ficou conhecida.

Me sentei e olhei o pingente novamente. O ritmo da música me invadiu, trazendo minhas memórias de volta.

Eu me escondia atrás de um arbusto, nem respirava. Eu ouvia os gritos dos dois e tentava pensar que não os conhecia, mas afinal, se não os conhecesse por que estaria ali?

Eu não conseguia ver quem os arrastava, mas imaginava homens feios e brutos. Mas eu conseguia ver as cordas já presas no galho. Eu ouvi alguém chegando mais atrás de mim, mas ignorei.

Apertei o colar que ela me deu. Minha mãe me viu ali, e por um momento parou de gritar e me deu um sorriso reconfortante. Então olhei meeu pai novamente, e ele já pendia bambo na corda.

Logo que minha mãe parou de se debater eles partiram. Senti uma lágrima correr sobre minha bochecha. O que eu faria agora? Olhei pra trás e o garoto ainda estava lá.

Perguntei seu nome e ele respondeu Thresh. Me falou sobre a Irmandade e me pediu para entrar. Segui-o ainda chorando.

Pisquei clareando minha mente. Eu teria que ir logo, mas eu não queria partir. Meus pais de alguma maneira estavam ali. As vítimas da árvore-forca.

Não sei porque me peguei imaginando a reação da princesa ao saber da música daquela situação. Dei um riso seco. Me levantei e fui para o lago, sem uma lágrima sequer caindo dos meus olhos.


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Notas finais do capítulo

Pequeno, mas ta ai,né?
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