The Princess And The Thief escrita por Pacheca


Capítulo 24
Guardian


Notas iniciais do capítulo

EEhhhh, voltei mais rápido dessa vez :D
Bom, recebi mais reviews dessa vez, boa notícia!
A má notícia é que eu já estou acabando a fic, faltam uns 25% a fic só :C
Boa leitura!!



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      Durante o dia, os jardins, estábulos e outras áreas do castelo ficavam movimentadas, então sai de lá antes do sol raiar.

      Voltei para o vilarejo, e fui até a casa de Haymitch. Quitei minha dívida com ele, que simplesmente deu um sorriso. Fui para o esconderijo correndo, procurando Thresh.

      Ele estava saindo do esconderijo quando o fiz voltar de costas  pelo túnel, falando de uma vez.

      – O duque está ajudando Snow, a maioria das nossas informações estava errada.

      – Snow sabia? – Assenti, parando no início do corredor, no salão. Ele ficou calado por alguns instantes. – Você está planejando algo, não?

      – Preciso que leve Haymitch até o castelo hoje, durante o banquete do Festival.

      – NightHunter, o que está planejando?

      – Nem eu sei ao certo, Thresh. Mas faça o que te peço, por favor. – Ele assentiu. Sorri como agradecimento e fui para a elevação no canto do salão, para descansar.

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      Passei toda a tarde dormindo. Acordei agitada, contando os segundos se passando. Comi alguma coisa no outro salão e sai do esconderijo. As fogueiras já queimavam nas ruas.

      Cruzei o vilarejo, com a mão apoiada na caveira da espada. Cada passo parecia mais lento, mais pesado. Fiquei tamborilando os dedos na espada, aumentando o passo a medida que me afastava do vilarejo.

      Aquela seria a noite em que Snow cairia. Eu não só protegeria Katniss, como também enfrentaria Snow. Por tudo que ele me fez. Por me fazer roubar aquele documento, por querer destruir a Irmandade e por levar meus pais como culpados para os guardas.

      Respirei fundo antes de sair do vilarejo e correr em direção ao castelo. Corri com o capuz abaixado, atravessando o campo de rosas brancas, sentindo os espinhos contra meus braços.

      Cheguei em menos tempo do que achei que gastaria, mas ainda me parecia que não seria tempo suficiente. Entrei pelo portão, mas dessa vez eu não estava só.

      O garoto loiro ficou me encarando, sem reagir. Aparentemente, Katniss tinha falado sobre mim para todos. Não o ataquei, só falei com a voz suave.

      – Você me conhece. – Ele concordou, com uma expressão apavorada. – Eu não tenho tempo pra explicar, mas Katniss e a irmã estão em perigo. Você precisa me ajudar a entrar, despercebida.

      – Perigo?

      – Apenas faça o que te peço, se você se importa com alguma delas.

      – Claro, mas... – Ergui a mão, fazendo-o se calar no mesmo instante.

       – Por onde entro?

       Ele me guiou até uma porta, me escondendo da melhor forma possível.  Não entrou comigo, apenas indicou a porta que me levaria até o  salão.

       – Qual seu nome, garoto?

       – Peeta Mellark.

       – Você deve amá-la, não? – Não esperei a resposta, só me virei e caminhei num passo rápido até a porta que ele tinha indicado.

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       O salão era imenso, mas sombrio de certa forma. As sombras pareciam brincar com minha mente, em todo aquele espaço vazio. O único ponto que parecia brilhar naquele lugar era o trono.

       Puxei o capuz antes de caminhar para o centro do salão. Estava vazio, fazendo meus passos soarem extremamente altos. Fui até uma porta de mogno e a empurrei, evitando fazer barulho.

       Aquela seria a parte que se tornaria um problema se eu agisse errado. Peguei o punhal, olhando o corredor, procurando guardas. Ninguém.

       Sai e fechei a porta atrás de mim, ainda procurando guardas. Eu tinha que encontrar o caminho até o salão onde aconteceria o banquete. Um guarda quase me viu.

       Peguei-o por trás, torcendo um braço e prendendo-o às costas e colocando o punhal no pescoço dele. Antes que ele gritasse eu falei, com uma voz fria, no ouvido dele.

       – Se você gritar, antes que alguém chegue aqui eu já terei te matado e fugido. Agora, se você gosta da vida, me diga aonde é o salão do banquete.

       – Por que eu te ajudaria? – Ele tentou se soltar, mas eu pressionei o punhal, fazendo um fio de sangue escorrer.

       – Porque eu posso te matar aqui, agora. Se me ajudar, eu te deixo ir, se não...

       – Tudo bem. Dois corredores, vire à direita e desça a escadaria.

       – Obrigada. – O soltei e corri na direção que ele indicou. Ouvi um grupo se aproximando, mas não parei.

       Parei de frente para a porta. Eu não podia entrar como se fosse a própria Katniss. Ao menos, não se quisesse continuar viva.

       Subi as escadas, ouvindo o grupo que o guarda tinha chamado se aproximando, e fiquei encarando a janela no fim do corredor. Pulei no parapeito, procurando uma janela para o salão.

       A mais próxima de mim estava bem mais alta do que eu poderia alcançar num pulo, e muito afastada para a esquerda. Me equilibrei no parapeito e procurei algum lugar para me apoiar e me erguer até a janela.

       Voltei a sentir os sentidos passando ao meu redor, ouvindo meu coração bater veloz. O grupo de guardas se aproximava. Encontrei uma pedra um pouco irregular na parede, um pouco para a  frente.

       Não gastei meu tempo calculando e pulei nele, apoiando meus pés contra a parede. Meus dedos escorregaram, ficando ralados. Olhei para o chão, relutante. Não podia cair.

       Respirei fundo e olhei para a janela de novo. Eu não podia errar, e se o parapeito fosse polido eu poderia cair, sem rodeios. Me impulsionei da melhor forma que pude na diagonal e me agarrei ao parapeito.

       Por um segundo achei que ia cair, mas consegui me segurar firme. Me ergui mais um pouco e olhei pela janela. O banquete estava quase acabando, todos sorriam e conversavam, provavelmente por educação.

       O aroma da comida era delicioso, parecia carneiro. Ignorei aquele cheiro e voltei a vigiar, acabando de me erguer no parapeito, agachada.             

       Katniss conversava com Finnick e uma garota loira. O garoto forte que a princesa tinha levado até o vilarejo conversava com Primrose, claramente irmã de Katniss, e a mesma loira que falava com Katniss.

       Observei Odair, me segurando para não arremessar o punhal nele. Snow  tinha uma expressão tranquila, conversando com a rainha.

       Olhei o terreno lá embaixo, tentando encontrar Thresh. Eu dependeria dele se algo desse errado. Não o encontrei. Voltei a observar o salão, o banquete já tinha terminado agora.

       Alguns criados tiravam os pratos e travessas, enquanto a rainha e seus convidados caminhavam até um canto do salão. Um piano estava posicionado ali.

       Agora eu teria que me aproximar. Pedi para qualquer um que me ouvisse, deus ou não, para que ninguém ali me visse e saltei para o salão, o canto oposto aos que eles estavam.

       Fui contornando devagar o salão, sem fazer barulho. Por mais que procurasse, não conseguia perceber nada que indicasse perigo. A garota loira se sentou e começou a tocar o piano.

       Katniss se posicionou ao lado dela e passou a cantar, com uma voz maravilhosa. Parei por um instante, prestando atenção à canção. The Hanging Tree.

       Foi como se um raio tivesse me atingido, ou o esconderijo tivesse desmoronado sobre mim. Ela provavelmente ainda não sabia, mas a música me abalou por uns segundos.

       Tempo suficiente para tudo acontecer. Quando me recuperei, só pude reagir. Corri na direção de Katniss, parando na frente dela e desviando o punhal com a espada, num movimento rápido e difícil.

       Ouvi as exclamações ao meu redor, mas não me movi. Finnick me encarava, com uma expressão surpresa no rosto, porém feliz. Fiquei ofegando, procurando mais algum ataque.

       Snow se fingiu de chocado, como todos os outros. Continuei com a cabeça baixa, mas fiquei ereta, embainhando a espada.

       – Guardas! – A rainha chamou, mas não houve resposta. Katniss também ofegava atrás de mim.

       Ignorei a surpresa e o silêncio do salão e caminhei até Odair e Snow, um do lado do outro. Antes que um deles pudesse reagir eu desembainhei a espada novamente e ataquei Odair.

       O homem não teve tempo para reagir, apenas alternou um olhar entre a espada cravada até a metade em seu peito e meu rosto. A mulher dele começou a chorar e a gritar. Finnick ficou parado, me encarando.

       Acho que Snow ficou pálido por um momento, mas não durou muito. Me virei para ele, já respirando normalmente.

       – Sua vez agora, não? – Empurrei o corpo de Odair com o pé, puxando minha espada, fazendo a mulher chorar ainda mais.

       – Por que quer me matar, como uma covarde que sequer dá a oportunidade de defesa a um homem digno?

       – Digno? Ninguém que ajuda um rato imundo como o senhor deve ser chamado de digno. – Ele deu uma risada. – E você pode falar de covardia como ninguém, certo? Afinal, foi você quem matou aqueles três e acusou meus pais.

       – Oh, sim. Veja o lado bom, com o enforcamento deles você e seu amiguinho, Crane puderam fazer essa maravilhosa canção. – Olhei Katniss de soslaio, percebendo a palidez dela ao entender o que ele tinha dito.

       – Pegue algo então se quer se defender, mas eu ainda vou cortar sua garganta.

       – Não. – Ele parou um pouco, como se escutasse algo. – Mas nesse momento, tenho que reunir meus “parceiros”. E você tem que se explicar com a rainha, limpar o chão do salão dela e enterrar corpos. Se puder, claro.

       Ele se virou e correu, mais do que um velho poderia. Antes que eu o seguisse ou entendesse o que ele tinha dito senti uma fincada nas costas.

       A loira estava caída por cima do piano, com uma flecha nas costas, no coração. Caí, ouvindo Finnick gritar pela garota, Madge, e Katniss correndo até mim.

       As vozes foram sumindo devagar, mas ainda pude ouvir as portas da frente do salão se escancarando. E tudo ficou escuro.                           


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Notas finais do capítulo

Continuem me deixando reviews maravilhosos :D