The Princess And The Thief escrita por Pacheca


Capítulo 23
The Unknown Partner


Notas iniciais do capítulo

Com a Narrow eu escrevo capítulos maiores...estranho, mas enfim...
Boa leitura :D



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      Parei no alto de um telhado, respirando fundo. Quem aquela garota achava que era para levantar a mão contra mim? Não que eu me sentisse ameaçada, mas ainda assim, me ofendeu.

      Respirei fundo, tentando entender como ela estava pensando. Eu estava com raiva de mim mesma por ter feito o que fiz, por que não podia permitir que ela também ficasse?

      Sentei na ponta de um dos telhados, sem me importar se seria vista. Se fosse, não teria problemas para fugir mesmo. Pela primeira vez em muito tempo deixei meus cabelos ao vento, soltando a trança que os prendia.

      Uma brisa agradável soprava. A noite estava alegre, com uma música animada tocando por toda a praça, mas como sempre, eu parecia isolada de tudo aquilo.

      – Conseguiram algo hoje? – Perguntei para os dois atrás de mim. Me virei para ver quais eram. Marvel e Thresh.

      – Algumas moedas e um pouco de preocupação por você, NightHunter.

      – Preocupação vinda de você, Marvel? Isso me preocupa ainda mais. – Ele deu um sorriso, me fazendo dar um leve sorriso também.

      – O que tem te incomodado, Dark Queen? – Thresh tinha um tom mais sério, realmente preocupado.

      – Nada que eu possa resolver no momento, Thresh.

      – Então não fique se preocupando. Não vamos conseguir muito mais essa noite, então podemos ir, não, Marvel? – Ele concordou comThresh.

      – Vão caminhando na frente, vou ficar aqui mais um tempo. – Thresh concordou, sabendo que não me tiraria dali mais cedo. Os dois saíram correndo, na direção do beco do esconderijo.

      Continuei sentada com os cabelos caindo sobre meus olhos. Eu realmente não tinha como resolver o que me incomodava, mas não diminuía em nada minha preocupação.

      Respirei fundo e segurei meu pingente, lembrando do dia em que Katniss me perguntou sobre minha mãe. Dei outro sorriso leve depois de pensar na princesa, na reação dela quando eu sugeri usar um arco.

      Ela tinha se interessado pela sugestão, eu tinha percebido pela forma como os olhos dela tinham brilhado. Eu mesma fiquei com aquilo em mente depois de vê-la segurando um graveto entre os dedos, quando a deixei na floresta.

      Respirei fundo mais uma vez, sentindo o vento no meu cabelo. Podia ver os outros, voltando para o esconderijo. Mas uma figura lá embaixo chamou minha atenção.

      Me levantei, estreitando os olhos. A figura entrou no beco ao lado do telhado onde eu estava e pulou num barril. Era pequena, quase imperceptível.

      No instante seguinte Rue estava no telhado, com o mesmo rostinho de anjo de antes, não fosse pelo arranhão na testa. Olhei-a, intrigada.

      – Olá, Crawler. – Ela sorriu de leve para mim, mas parecia alarmada, olhando ao redor o tempo todo.

      – Rue, o que faz aqui? E quem te trouxe?

      – Effie me acompanhou, está lá embaixo. – Ela indicou a praça, mas não procurei Effie. – Cato e Clove me disseram que eu tinha que trazer uma mensagem, logo.

      Ela tirou um pergaminho dobrado da parte de trás da blusa que usava e me entregou, dizendo que não sabia o que era. Agradeci e abri o pergaminho. Era a letra de Cato.

      Olá, Dark Queen,

      A situação está pior. Não conseguimos descobrir o que Snow tem em mente, mas ele vai agir logo. Eu e Clove achamos que, talvez, amanhã mesmo ele comece a agir. Fique atenta.

      Acho que nem Clove sabe dessa parte ainda, e espero que ela não se concretize. Suspeito que Snow pretenda iniciar uma guerra entre as terras do reino, para alcançar seus objetivos.

      Se houver guerra, teremos de lutar. Se certifique de protegê-las e de se proteger também.Uma guerra agora é terrível, Dark Queen, e você sabe. Fique atenta e que as estrelas a guiem em seu caminho.

                                                                                              C.

      Dobrei o pergaminho novamente e coloquei-o na parte de trás do corpete. Rue já tinha voltado para a praça, provavelmente voltando para Cato e Clove.

      Olhei para o castelo, grandioso, ao longe. Cato tinha me dito que Snow poderia agir a qualquer instante e que poderia acabar com anos de paz entre as terras do reino. Aquilo realmente era horrível.

      Desci do telhado e prendi meus cabelos de novo. Joguei o pergaminho em uma fogueira do Festival, observando-o queimar devagar. Fui direto para o esconderijo, segurando o pingente.

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      Thresh me encarava, com uma expressão indecifrável. Peguei mais um pedaço de pão e o molhei no ensopado de carne. Ele apenas segurava a tigela, olhando o ensopado.

      – O que pretende fazer? – Ele se recompôs e me perguntou sério, como Thresh sempre é.

      – Vou protegê-las. Antes mesmo do raiar do dia eu vou para o castelo, observar Snow e as princesas.

      – A situação está pior do que eu imaginava. Snow quer mais do governar, ele quer dominar.

      – E há uma grande diferença entre os dois. – Suspirei e tomei o resto do ensopado.

      – Mas ao menos Rue está bem. Effie, Clove e Cato também.

      Concordei com a cabeça. Thresh se levantou e pegou as tigelas, levando-as para o outro salão. Me deitei, esperando adormecer logo, para poder agir no dia seguinte.

      Não consegui dormir. O silêncio do esconderijo parecia um martelo de guerra sobre meu peito. Pela primeira vez, em anos, o escuro me incomodava.

      Me sentei, sentindo uma leve falta de ar. Eu não suportaria esperar mais algumas horas, então me levantei e trilhei um caminho entre todos os ladrões adormecidos.

      Algumas fogueiras do Festival ainda queimavam, esquentando o ar da noite. As ruas estavam desertas, a não ser por um ou outro gato ou cachorro.

      Caminhei devagar, me dirigindo para o castelo. Na saída do vilarejo, entrei no estábulo de Mulls, o dono do lugar, e peguei um cavalo emprestado.

      Cavalguei até o portão por onde sempre entrava e desmontei. Tudo estava muito quieto. As árvores pareciam maiores e mais escuras, tornando a noite ainda mais assombrosa.

      Puxei o cavalo até o estábulo real, silenciosamente, e o deixei lá, numa baia desocupada. Me sentei num tronco caído ali perto, observando tudo que eu podia.

      Nada aconteceu, mas a sensação de perigo não me abandonava. Quando estava quase dormindo, ouvi um galho se partir ali perto, como se alguém tivesse parado sobre ele.

      Me levantei, alarmada. Não me movia, mal respirava, apenas esperando o que tinha partido o galho aparecer. Quando achei que poderia ter sido apenas um esquilo ou algo parecido, ouvi alguns murmúrios.

      Entrei no estábulo, observando o espaço em que eu estava. Um homem apareceu, olhando para os lados, procurando alguma coisa. Por um instante tive a impressão de que ele me olhava, mas logo percebi que ele esperava alguém.

       – Odair, como vai? – Snow. Observei o homem. Ele se parecia muito com Finnick, mas era mais baixo, um pouco. Me encolhi ainda mais, prestando atenção ao que eles conversavam.

       – Por que me fez vir até aqui, Conselheiro? – Odair parecia nervoso, ainda observando tudo ao seu redor.

       – Não precisa fingir para mim, Odair. Nós dois sabemos muito bem o que estamos fazendo. – Odair não respondeu, apenas chutou uma pedrinha próxima. – Ótimo, agora, vamos ao que interessa. Já está tudo pronto?

       – Sim, senhor. Amanhã, durante o banquete privado do Festival da Colheita. – Meus músculos estavam tensos, doloridos, mas eu não me movia. Sequer respirava.

       – Muito bom. E quem vai ser culpado?

       – Vão acusar um dos guardas, por permitir sua entrada. – Snow deu um sorriso cruel ao ouvir isso.

       Quem entraria? Snow tinha dito que, seja lá quem fosse o responsável, já estaria dentro do castelo, então por que essa mudança, agora?

       Ele virou um pouco o rosto na direção do estábulo, o lado oposto de onde eu estava. Uma resposta surgiu como um lampejo em minha mente. Ele sabia. Que estávamos o vigiando, ele sabia.

       E várias vezes, tinha dado falsas informações. Reprimi minha vontade de correr até ele e cravar a espada nele, pois talvez não conseguisse me livrar de Odair a tempo.

       Voltei a ouvir, mas tudo que consegui foi uma despedida nervosa de Odair e uma risada abafada de Snow. Por que o pai de Finnick estaria ajudando Snow? E como, exatamente?                                                                                     


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Notas finais do capítulo

E meus reviews? 15 leitores e só 3 me deixam review?? Pode isso, produção? Se pronunciem...