The Princess And The Thief escrita por Pacheca


Capítulo 16
The End Of The Search


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, o que aconteceu?? ;(
Cadê minhas leitoras lindas que me deixam review sempre??
A cada capítulo parece que vocês estão me abandonando mais!!
Pode ser uma palavra só, mas comente, por favor!!!



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    Olhava cada um deles do alto da torre da igreja. Cada pessoa que passava pelas ruelas do vilarejo. Não encontrei Foxface ainda assim. Desci pela lateral da parede, caindo de pé na ruela escura, mesmo durante um dia.

    Eu tinha certeza que ela era a tal informante. Eu até poderia considerar sua falta mais cedo no esconderijo como um roubo mais cedo, mas ela não estava no vilarejo. E como não tinha mais para onde ir, ela tinha fugido, certamente.

    Rodei o bracelete no meu braço, pensando no que faria. Primeiro eu tinha que encontrá-la, claro. Mas eu faria o que depois? Eu estava com raiva suficiente para matá-la de uma forma dolorosa e lenta, mas se eu fizesse aquilo, talvez os outros passariam a me temer, não a respeitar.

     Respirei fundo e voltei a caminhar. Por mais que eu detestasse aquela ideia, tinha uma pessoa que podia me ajudar. Coin.

     Não demorei muito para encontrá-la. Era um dia quente, ensolarado, e ela estava falando com algum camponês ingênuo o suficiente para lhe dar dinheiro.

      – Acabou com o furto? – Ela me olhou naquele jeito assustador dela, como se avaliasse minha alma.

      – Veio até mim para me insultar com xingamentos baratos? Tão cedo?

      – Eu preciso de um favor.

      – Oh! Sabe, insultar os outros não facilita sua vida. Porém, como sou gentil, vou ignorar o que foi dito anteriormente e lhe ajudar.

      – Pode entrar em transe e localizar alguém para mim?

      – Achei que não acreditasse nos meus dons.

      – Para você ver quão desesperada estou.

      – E quem seria?

      – Foxface.

      – A ruiva de cara de raposa. Posso tentar, mas não estou segura. – Ela esticou a mão com uma certa leveza, estendida para mim.

      – Eu não vou te pagar, Coin.

      – Só me dê a mão. – Segurei sua mão, hesitante. Ela a apertou e começou a murmurar alguma coisa. Ninguém parecia surpreso com aquilo, mesmo que estivéssemos no meio de uma rua.

      Os minutos se passavam, Coin ainda em sua ladainha com os olhos fechados. E então ela os abriu de repente, alarmada.

      – Eu vi um casebre, escuro e abandonado. Tenho certeza que era no vilarejo vizinho.

      – É isso?

      – Ela estava com medo, Crawler. Apavorada.

      Tentei entender aquilo como um sinal. Se ela estava apavorada alguém estava por trás disso, não? Talvez, quem sabe? Só não podia significar algo de bom.

      Agradeci Coin e segui pela estrada, num passo rápido. Eu tinha que chegar o mais rápido possível até o outro vilarejo. Sai do vilarejo e corri, o vento me atingindo por baixo do capuz.

      Era um vilarejo muito mais rico do que o da sede, o meu vilarejo, por assim dizer, e com muitas casas bem construídas e cuidadas. Não me parecia possível encontrar um casebre abandonado e escuro ali.

       Me misturei às pessoas, procurando Foxface e o casebre, ou talvez Cato, Clove,Rue e Thresh. Mas não encontrava nada. Nem casebre e nem ninguém.

       Sai da estrada principal do vilarejo, subindo uma colina ali no limite. Me sentei e olhei ao redor, o sol já se pondo. Suspirei, frustrada. A maldita tinha contratado alguém para me matar e agora eu nem conseguia encontrá-la.

       O céu estava tingido de vermelho quando me levantei, desistindo. Limpei algumas folhas de grama da minha capa e me virei, andando sem destino. Não queria voltar para o esconderijo, não agora.

       Desci a colina até uma campina. Era um lugar bonito, tranquilo e calmo. Respirei fundo, ainda andando, me afastando bem do vilarejo. E  então eu encontrei, o casebre.

       Era um casebre abandonado como já sabia, era feito de madeira, totalmente fechado, selado por mais tábuas. Não tinha janelas e eu só conseguia ver uma entrada, uma larga porta um pouco mais escura.

       Me aproximei hesitante, sempre olhando ao meu redor. Cheguei até o casebre e prestei atenção aos sons. De início, não ouvi nada além do vento nas folhas de grama. Mas então escutei um gotejar dentro do casebre.

       Eu não tinha como subir no telhado do casebre. As paredes não tinham nenhum apoio e o telhado poderia ruir com meu peso. Fui até a porta, evitando qualquer ruído.

       Abri a porta, ainda hesitante. Ouvi um gemido abafado lá dentro. Coloquei minha cabeça, esperando meus olhos se acostumarem com o escuro do casebre.

       Consegui ver Foxface, aparentemente sozinha. Entrei no casebre, não sei se com pena ou raiva. Talvez os dois.

       – Foxface! Quem fez isso com você? – Ela me olhou apavorada. Ela estava amarrada em uma cadeira altiva e imponente, valiosa, com a boca tampada por um grosso pedaço de pano.

       Puxei o pano, com força. Ela me olhou, tentando murmurar um “obrigada” ou algo do gênero. Ergui a mão antes que ela continuasse.

       – Me agradeça novamente e eu faço algo muito pior com você, sua maldita!

       – Não teria como. Ninguém é pior do que ele. – A voz dela era estranha. Soava estranho, como se outra pessoa, maior e mais velha, falasse por ela.

       – Quem é ele? Quem?

       – Por que see importa?

       – Você não tentou me matar por ordens?

       – Você sabe quem é. – Snow,claro.

       – Por que começou a trabalhar pra ele?

       – Porque ele disse que se não o fizesse ele me mataria.

       – Sabe qual a ironia, Foxface? – Ela olhou pra mim com uma expressão um tanto arrogante no rosto, me lembrando um pouco Coin. – Você vai morrer de todo  jeito.

       – E você vai me matar? Ele vai conseguir outro informante, Creeper.

       – Foi mesmo só por isso, Foxface?

       – Eu tenho o direito de levar alguma coisa só minha comigo para onde eu for, não?

        – Pode ser. O que você contou a ele?

        – Sobre você, alguns ladrões, o esconderijo.

        – O esconderijo também?

        – Só como ele é por dentro, não falei a localização. Eu levei aquele homem lá, só ele sabia, mas você já o matou.

        Perguntei sobre quem ela tinha falado, quanto, o quê. Por fim ela já não sabia mais nada, e eu já não tinha perguntas. Desembainhei a espada, me preparando para matá-la, mas uma pergunta surgiu em minha mente.

        – O que ele pretende fazer com o reino?

        – Ele não queria me contar nem sobre a Irmandade, acha que me contaria sobre o reino?

        – Vamos, Foxface. Todos sabemos que você poderia muito bem descobrir por conta própria.

        – Tinha algo a ver com um pergaminho, e uma guerra, talvez. É só o que eu sei.

        – Que as estrelas a guiem em seu novo caminho, Foxface, filha de ninguém.

        Ela sorriu antes que minha espada afundasse em seu corpete, manchando-o de sangue. Respirei fundo antes de puxar a lâmina, controlando minha euforia raivosa. Eu só tinha feito aquilo pela segurança dos outros, não pela minha sede de vingança.

        Limpei o sangue da lâmina na capa dela antes de embainhá-la de novo. Por mais cruel e sem coração que me parecesse eu vasculhei seu corpo, encontrando apenas pederneiras e uma pintura, de uma garotinha.

        Coloquei a pintura sob uma das mãos dela e sai do casebre. Olhei ao redor, procurando alguma coisa diferente. A lua já estava alta, com seu brilho fraco no céu.

        Me abaixei e olhei o chão ao redor. Era basicamente terra, com um ou outro tufo de grama, afastados um do outro. Peguei a pederneira e acendi um desses tufos, que crescia ao lado da parede de madeira.

        Me levantei e corri, de volta para a colina, olhando na direção do casebre se incendiando. A fumaça subia como um pilar no céu, mas  o escuro o tornava quase invisível.

        Foxface não merecia um funeral como aquele, digno dos maiores reis e rainhas de toda a história de Panem. Mas eu precisava me livrar do corpo de alguma forma.

        Tirei meu olhar do fogo e corri de volta para o vilarejo. Aquela seria uma boa hora para encontrar meus parceiros, amigos, e irmãos de certo modo.             


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Notas finais do capítulo

Não esqueça de comentar :3
E desculpe a demora, essas semanas está muito apertada!