The Princess And The Thief escrita por Pacheca


Capítulo 10
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O pergaminho quase caiu da minha mão. Soltei a respiração, tentando me controlar. Não sei bem se eu estava surpresa ou eufórica. Ouvi Madge se aproximando e escondi o pergaminho no corpete do vestido, nas costas.

– Vossa alteza está bem? – Assenti com a cabeça – Oh, achei que estivesse se sentindo mal.

– Estou mesmo bem Madge, mas gostaria de ir para meus aposentos se não se importar.

– De forma alguma, Katniss. Vou ficar aqui por mais um tempo. – Concordei com um movimento dos ombros e ela voltou para a escrivaninha do canto do aposento. Sai meio trôpega da biblioteca, direto pro meu aposento.

Fechei a porta atrás de mim suavemente, para não chamar atenção. Fui até minha escrivaninha e peguei o pergaminho. Olhei o retrato mais uma vez antes de ler o registro.

Seu nome era Isabella, nascida há mais ou menos 50 anos. Não havia nenhum registro do estado dela, se estava viva ou não, mas não pensei nisso. De acordo o registro ela tinha se casado e tido uma criança, mas não dizia se era uma menina ou um menino.

Então realmente existia uma chance daquela mulher ser a mãe de Narrow. Suspirei e olhei o retrato novamente. Eu não poderia falar nenhuma semelhança entre aquele rosto e Narrow, já que ela era só uma sombra pra mim.

Me levantei bruscamente caminhando até meu criado mudo e pegando a sineta que fica sobre ele. Toquei duas vezes e não demorei a ouvir os passos de Annie no corredor.

– Pois não, alteza?

– Quero que me empreste suas roupas novamente, e que encontre Peeta. – Ela estava prestes a começar os protestos. Ergui uma mão e respondo simplesmente – Apenas o faça, Annie.

Ela saiu a passos rápidos do cômodo, me deixando sozinha. Não demorou muito e ela retornou com as roupas e seguida de perto por Peeta.

– Algo mais, Katniss? – Ela se lembrou que não gosto que me chamem de alteza.

– Não. Obrigada, Annie. – Sorri e ela retribuiu, mesmo estando preocupada.

– Posso ajudar, alteza? Perdão, Katniss. – Ele se corrigiu antes que eu pudesse demonstrar qualquer decepção.

– Quero que me leve até o vilarejo novamente, agora.

– Pode ser muito arriscado.

– Então eu me arriscarei, mas preciso ir. Por favor, é importante para mim.

Ele pensou por um momento antes de concordar em me levar. Eu poderia ir sozinha, mas admito que me sentia mais segura ao lado de Peeta, e apreciava sua companhia.

Fui até o banheiro e me troquei. Em poucos minutos, estava montada em um cavalo que Peeta acabara de selar e passava pelo portão desprotegido.

Peeta me perguntou por que eu queria tanto ir até o vilarejo. Simplesmente respondi que me sentia sufocada no castelo. Ele aceitou a resposta e deixou o assunto de lado.

Conversávamos sobre coisas sem importância pelo caminho, descontraídos.

Logo chegamos. Pedi-o para esperar com os cavalos. Ele não pareceu muito satisfeito, mas me deixou ir sozinha. Eu não tinha certeza, mas achava que ela viria ao meu encontro.

Eu não podia demorar muito, mas eu estava disposta a esperá-la por ao menos uma hora.

O movimento do vilarejo era tranquilo, alegre. Meus pés já estavam começando a latejar de tanto andar. Por fim, parei em frente a uma casa, desapontada.

Escutei um barulho leve perto de mim. Olhei para cima, mas não vi nada. Me virei tentando achá-la. Senti sua respiração na minha nuca.

– Se eu quisesse, seu sangue já estaria empoçando no chão. Mas eu até gosto desse nosso joguinho, alteza.

– Gostaria de falar com você, em um lugar mais privado. – Ela se afastou, andando devagar, como os outros cidadãos. Segui-a, um pouco trêmula pelo susto.

Nos afastamos um pouco, adentrando uma floresta um pouco escura. Depois de passarmos algumas árvores ela parou e se virou pra mim, sem o capuz.

Eu poderia dizer que ela era bonita, mas não imaginava que seria tanto. Ela tinha a pele mais clara do que aparentava, os olhos escuros com um nariz e uma boca perfeitos. Os cabelos escuros terminavam o trabalho.

Controlei minha surpresa e fui ao assunto que eu tinha ido tratar.

– Essa senhora – peguei o registro escondido no vestido – era sua mãe, não?

Ela estendeu a mão e pegou o retrato. Depois de observar a pintura com uma certa frieza ela o estendeu de novo e respondeu.

– Era, mas não importa mais.

– Ela morreu?

– Não. Ela teve a vida roubada pela adorável guarda real.

– Ela foi condenada à forca?

– Ela foi enforcada – Olhei pra ela por um momento, tentando em vão esconder minha pena – Mas ela nunca foi condenada.

– Então por que eles a pegaram?

– Um amigo do meu pai, matou três homens que trabalhavam com eles contruindo casebres no vilarejo. O suposto amigo entregou meu pai. Pegaram minha mãe enquanto ela tentava fugir comigo.

– Qual é a história do colar?

– Minha mãe nunca me contou, só disse que eu deveria tê-lo. E assim o faço.

Um som de galho se partindo me alertou. Antes que eu pudesse reagir de uma forma decente, Narrow já tinha sacado a espada com punho de caveira.

Uma garota com cara de raposa surgiu entre as árvores, parecendo querer falar com Narrow.

As duas se olharam por um momento, e então elas simplesmente se foram. Eu não fazia ideia de como sair daquela floresta, e estava começando a entrar em pânico. O desespero me dominou.


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Notas finais do capítulo

Reviews :D