O menino segurou o ovo que media o tamanho de uma bola de futebol americano. Era algo que ele nunca viu, mas que decidiu levar para casa assim mesmo.

Os moradores se trancaram em seus casebres durante o ataque dos Spearows. Robert saiu da casa com uma arma que lembrava uma escopeta. Deu um tiro para o céu. A bala era feita de um material que criou descargas elétricas, espantando os pássaros dali. Mas um Spearow estava pronto para bicar o homem. Um dardo elétrico atingiu o pássaro.

— Quem foi? — indagou Robert.

O professor Gary Oak apareceu pilotando uma moto. Ele guardou a sua arma e desceu do veículo. Segurou a ave sedada nos braços.

— Essa foi por pouco. — falou o professor.

— Senhores, eu tenho que ir. — Disse o sacerdote Li.

— E o Jason?

— Ele não está com você, Robert? Pensei que sim. Ele simplesmente sumiu de minha vista.

A preocupação de Robert foi momentânea. O menino apareceu com o ovo. Gary arregalou os olhos quando viu o objeto em seus braços.

Li foi embora. Mas Oak pediu para conversar muito seriamente com eles. Os três entraram.

— Obrigado.

— E então, professor. Que honra tê-lo por aqui? — perguntou Robert.

O homem viu a criança desanimada, brincando com o seu Rattata. Era nítido que a notícia de que já não havia mais pokémons disponíveis foi um golpe muito duro ao menino. Mas a aparição daquele ovo contribuiu para a sua visita.

— Vocês não sabem o que é isso aqui, sabem? Não. Como eu imaginei. Enfim, isso é um ovo de pokémon. É algo raro de se ver.

Jason, que até então não sabia que os pokémons nasciam em ovos, foi até os adultos para saber mais da conversa.

— Algo de estranho aconteceu. Este ovo é grande o suficiente para eu dizer que o pokémon deve ser de uma espécie relativamente grande. Onde encontrou isso, garoto.

— Na praia...

— E você me desobedeceu, saindo durante um ataque de Spearows?

— Desculpe, papai.

Gary retirou do bolso da jaqueta um aparelho que lembrava uma agenda eletrônica de cor avermelhada. Abriu e revelou duas telas. Mostrou os dados de Rattata para os dois.

Nome: Rattata

Designação: Pokémon camundongo

Número: 019

Tipo: Normal

Sexo: Macho

Grupo de ovos: Campo

Peso: 3,4 kg

Altura: 0,29 metro

Razão de Gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Velocidade

Observação:  Rattata é um pequeno Pokémon roedor quadrúpede. Possui pêlo roxo com rosto, patas e barriga cor de creme. Possui olhos estreitos contendo esclera branca e pupila com íris vermelhas, orelhas arredondadas com interior de cor creme e um único bigode em cada bochecha. Sua longa cauda é fortemente enrolada na extremidade. Sua característica mais notável são os dentes grandes. Como a maioria dos roedores, seus dentes crescem continuamente ao longo de sua vida e devem ser desgastados pela roedura. Uma Rattata fêmea terá bigodes mais curtos e pêlo mais claro.

O Rattata pode viver onde quer que encontre comida, que procura durante a maior parte do dia. Graças às suas presas afiadas, é capaz de mastigar quase tudo. Quando é ameaçado, Rattata pode dar uma mordida poderosa. Seus dentes grandes também são úteis ao usar seus movimentos anteriores, Hyper Fang e Super Fang. Os Rattata mantêm constantemente os ouvidos levantados e fogem imediatamente ao menor som. Furret é o predador natural de Rattata. A sua robustez permite-lhe viver em vários ambientes, embora viva principalmente em planícies e savanas. Por se reproduzir tão rapidamente, um par de Rattata pode colonizar rapidamente uma área.

Os olhos do garoto brilharam ao ver a pokédex emitir som. Já não era novidade ter esse tipo mais atualizado de aparelho.

— Mas o que o senhor veio fazer aqui, professor? Acabamos de voltar da cidade — disse Robert.

— Tenho boas novidades para os dois. Escutem. Eu recebi um email do meu avô de Kanto. Ele prepara mais alguns iniciais para os jovens destas ilhas. Parece que são alguns pokémons que foram esquecidos. Daí eu resolvi guardar um especialmente para você, Jason.

— Oba!!

— Calma, filho. Deixe o professor terminar o raciocínio.

— Desculpa.

— Infelizmente a Liga só liberará os pokémons daqui a algumas semanas. Você terá que aguardar até lá. Mas aí você me apareceu com esse ovo... Jason, se depender do pokémon que receberá, a espera poderá demorar. Mas eu posso ver a espécie de pokémon desse ovo. Se for uma boa espécie, talvez eu o faça ser o seu inicial e te dar uma pokédex mais cedo. Permite-me levá-lo ao laboratório?

— Claro que sim, professor. Quero iniciar logo a minha jornada.

Gary segurou o ovo. Era pesado o suficiente para ter alguma espécie robusta. Agradeceu a confiança do garoto e levou o ovo embora.

...

Os capangas conseguiram fugir tanto do Psyduck louco quando dos policiais. Ficaram escondidos no telhado de uma padaria.

— Como vamos voltar para o barco? Nem recapturamos aqueles pokémons. E também estou com fome.

— Você só pensa em comer, idiota — falou o de boné. — Nossas vidas estão por um fio. Chefe Dark Ling vai arrancar o nosso couro. Maldito velho comandante que abriu aquela porta.

Eles esperaram mais alguns minutos e desceram do telhado. Voltaram para a praia e subiram de volta ao barco.

— Que merda está acontecendo?

— É um fantasma. Um fantasma!

— Cala a boca, seu trouxa medroso. Tem um ladrão na parte da cozinha.

Eles desceram e se depararam com Licklicky roubando a comida da geladeira. Os três se olharam.

— Maldito ladrão! Pokémon vagabundo. Sabia que você só prestava para ser usado naquele circo fuleiro. Só sabe comer!

— Ei... me-melhor não irritar ele. — Falou o sem o boné puxando o colega pelo braço.

Licklicky ficou com ódio e seu rosto ficou vermelho. Correu atrás dos dois. Mas o barco balançou com ondas que fizeram a embarcação sair da praia. Os dois capangas e Licklicky caíram no convés e viram uma sombra grandiosa.

Um monstro serpente marinha apareceu diante deles. Era uma serpente azul, grande e com a boca sempre aberta.

— GYARADOS!!!!!!

Tanto o pokémon rosa quanto os dois capangas se tremeram de medo.

Havia uma pessoa com roupa de mergulho no topo da cabeça desse Gyarados.

— Encontrei eles. Finalmente.