Robert não quis entrar na casa, esperando o seu filho do lado de fora.

Enquanto isso, ambos os líderes de ginásio, sentados no chão de um quarto, bebiam chá durante a espera pela conclusão da batalha.

— Você se refere a um grupo de criminosos invadindo a tua cidade? Tem certeza disso?

Stone colocou a xícara na mesinha de centro.

— Eu vi com os meus próprios olhos. As minas estavam sendo vendidas a preço de banana. Fui verificar o comprador, mas era um nome de um sujeito que não tinha cara de empresário.

— E como você sabe que ele era suspeito?

— Investiguei. Afinal os mineiros antigos ajudavam na promoção do meu museu. Mas daí muitos foram desempregados e contaram sobre a entrada de vários trabalhadores e máquinas na região. Foi aí que descobri sobre uma tal Equipe Black. Kobayashi, tem certeza que aqui não houve nada estranho?

Windsor não podia dizer que não. O evento na sua fazenda deu um sinal de alerta. Seu pai havia dito sobre um bando de criminosos.

— Obrigado pela preocupação, Stone, mas enquanto eu estiver aqui, lutarei para proteger a ilha.

Os dois continuaram bebendo o chá.

...

Com a partida de Gary ao continente, o navio da Equipe Black se aproximava da região costeira de Celestial. Eles tampouco demonstraram hesitação no ataque.

Os capangas vestiam seus uniformes pretos parecendo ninjas. A única que vestia uma roupa mais chamativa era Maytsa. Usava a roupa de mergulho azul, e o capacete segurava em seu braço.

— Eu poderia deixar aquela dupla de idiotas ali, mas Dark Ling exigiu que eu os pegasse. Não tem jeito. Rastrearam o sinal de rádio?

— Sim, senhora.

— Então mande alguns para ir lá buscá-los.

E o navio se aproximava.

Gamb e Chucky não aguentavam mais serem feitos de empregados na doceria. Eles eram constantemente vigiados pelo filho da proprietária, e o Sawsbuck ficava na entrada servindo de pokémon propaganda. Da última vez que tentaram fugir, levaram uma surra do homenzarrão.

Chucky batia em Gamb enquanto lavavam a louça. O Gamb era o mais atrapalhado e derrubava alguns pratos.

— Da próxima vez que derrubar algo, eu mesmo me encarregarei de dar-lhe uns tabefes!

— Como você é cruel.

O rádio que havia sido pego pelo filho da proprietária fora colocado numa gaveta atrás do balcão. Uma minúscula luz vermelha acendeu. Era os capangas achando a localização.

...

No último andar da torre de madeira, a batalha entre Jason e Lola mal começou e estava prestes a ter um final. O Joltik havia sido engolido pelo Cramorant.

O rapaz correu na tentativa de fazer o pokémon expelir o seu parceiro, mas Cramorant voou.

— Não adianta se espernear. Eu sou a única que a minha Cramorant ouve. Se você declarar a derrota, eu mando ela cuspi-lo.

Ele não sabia o que fazer. Parecia que o pássaro estava prestes a realmente engolir Volty.

— Não é justo. Ele vai comer o meu pokémon?

— Então declare a derrota.

Era o previsto. Jason quis desistir para assim salvar a vida do seu parceiro, contudo Charmander pulou sobre ele e ficou em cima dele. Jason não acreditou quando viu Pyro usar suas mãozinhas para fechar a sua boca. Foi aí que percebeu que Charmander não era apenas um pokémon normal. O lagarto se comunicou com Joltik. Ele deu um grito como se estivesse falando algo que só o outro pokémon entendia.

Uma faísca elétrica surgiu. Logo Cramorant foi pego por um golpe de eletricidade que partiu do corpo da aranha. O poder percorreu todo o corpo da ave. Esta caiu na piscina, aumentando a potência.

— Cramorant!

O pássaro cuspiu Joltik. Estava quase queimado de tanto choque que levou.

Jason correu para ver o seu pokémon. Ele estava um pouco fraco, mas consciente.

— Que bom que está vivo.

Lola botou Cramorant de volta à pokébola e deu os parabéns ao menino.

— Vamos descer.

Quando Robert viu o filho fora da torre, abraçou-o. Ele revelou acreditar na vitória de Jason e não duvidou em momento algum.

Lola e Trent pediram aos dois que fossem à arena nos fundos. Era bem mais espaçosa do que dentro da torre.

Um aluno entrou no quarto e avisou sobre a vitória de Jason. Windsor convidou Stone para assistir ao seu duelo. Ambos foram para a arena.

...

A arena do ginásio especializado em pokémons voadores era do tamanho de uma quadra de vôlei. A grama verde, espaço aberto, com o desenho branco de uma pokébola no meio. Havia uma pequena arquibancada ao lado em que os alunos e convidados assistiam.

Uma pausa de meia-hora foi dada pelo anfitrião para que o menino pudesse recuperar os seus pokémons. Após esse período, Jason e Pyro foram para a arena.

— As regras são simples. Primeiro, utilizarão três pokémons ao mesmo tempo. O último que sobrar na luta faz do treinador o campeão. Segundo, a arena não tem limite. O dojo inteiro poderá servir de palco das lutas. Terceiro e não menos importante, sem utilizar itens de recuperação durante a batalha, exceto se o pokémon estiver segurando uma berry ou ter algum golpe ou habilidade que faça a recuperação. — Um aluno fez as declarações das regras.

Windsor e Jason confirmaram e estavam de acordo.

— Vamos lá, Pyro.

Charmander se empolgou.

— Vão, Eevee e Volty.

O líder liberou Noctowl, seu pokémon principal. Além disso um outro surgiu. Algo saiu debaixo do solo. Uma cabeça? Uma minhoca? Era uma criatura com a cabeça marrom, nariz rosa e olhos pretos. Seu corpo para baixo era desconhecido.

Nome: Diglett

Designação: Pokémon toupeira

Número: 050

Tipo: Terra

Sexo: Macho

Grupo de ovos: campo

Peso: 0,8 kg

Altura: 0,20 metro (a cabeça)

Razão de gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Velocidade

— Oye! Não vale. Está usando um do tipo que não é da especialidade do ginásio.

— Senhor Robert, não há regra que me impeça a utilizar outro tipo. Diglett será o meu suporte, mas o principal continuará sendo do tipo voador.

Jason pediu a seu pai que parasse de se preocupar demasiado. Ele acharia um jeito de vencer o seu primeiro ginásio e levar a primeira insígnia.