Yamashida era um rico e poderoso empresário. Um senhor de cinquenta anos sempre trajado com seu finíssimo terno roxo com listras brancas.

No final da reunião ele se despediu de seus parceiros de negócios e saiu. A PokéBlack Company localizava-se num prédio luxuoso de trinta andares em White, maior cidade da região montanhosa de Hokkaishin. Sua fachada era mais imponente que a da Liga Pokémon no centro. O aspecto interno do edifício era bastante moderno. Possuía três elevadores amplos e mais um exclusivo da presidência.

O presidente saiu da empresa e pegou sua limusine preta. Dentro estava, Gerson, seu braço direito. Este era alto, magro e careca.

— Senhor Yamashida, telefone deles — disse entregando um celular criptografado ao seu chefe.— São eles.

— Alô?... Hum... Sei, sei... capturaram aqueles pokémons raros que eu mandei?... Ah bom. E quando o comboio vai chegar?... O que?!!! Seus incompetentes, quer dizer que a mercadoria ainda está numa estrada ainda na Orange Island?... Está perto uma ova. Sabe quantos dias são de Orange para a cidade costeira de Hokkaishin?... Eu não quero saber do que você diz ou deixa de dizer, Dark Ling. Quero os pokémons o quanto antes. É para ontem, viu? Eu não aceito atrasos. — e desligou.

— E então? Eles levarão a tempo os pokémons?

— Sei não viu, Gerson, sei não. O comprador vai chegar amanhã nas docas de Rock'atown. Preciso vender esses pokémons a tempo. É duro trabalhar no ramo de tráfico de pokémons, mas é gostoso.

— Todos o veem como um líder, senhor. Nunca imaginam que é um mafioso de grande escala.

— E esse é o meu medo. Será que um dia serei descoberto? Besteira, né? Eu sou tão imperceptível aos olhos da polícia do que um padre ou um monge. Agora estou preocupadíssimo com o carregamento. Orange... meu Deus! Que distante.

...

A região administrativa de Hokkaishin fazia parte da Grande Kanto, composta por Johto, Kanto e Hokkaishin. Era vizinha a Kanto, divididas apenas pelo oceano. Diferente de sua contraparte, Hokkaishin era tomada por regiões montanhosas.

Quais eram os pontos turísticos de Hokkaishin?

Primeiro era a cordilheira Nagawa. Três montanhas onde a neve sempre caía o ano todo. O monte Koju, com 7,2 quilômetros de altitude era o maior pico de toda a região. Dele era bem possível ver a região de Kanto e, em épocas de verão, o monte Silver em Johto!

Segundo era a Floresta Aonikahara. Árvores enormes, fechadas e um aspecto tenebroso. Essa floresta era campeã de relatos de terror.

Terceiro era o deserto Sahaarian e a cidade do mesmo nome. Muitos pokémons do tipo terra eram vistos com frequência e, diferente da montanha Koju, o tempo em Sahaarian era quente demais. Oásis eram avistados.

A própria White City. A maior cidade das 3 regiões irmãs. Uma metrópole bastante industrializada, com grandes arranha-céus que mais pareciam Manhattan. Era o palco da Torre Yggdrasil, palco da liga daquela região. Também a empresa Yamashida, cinemas, ginásios esportivos, entre outras coisas.

— Estou completamente decepcionado como as coisas vão indo. Meu relacionamento familiar não é um dos melhores, atrasos na entrega do tráfico de pokémons e o projeto Genesy parado. — Falou o empresário enquanto estava no carro.

— É por isso que precisamos ser cautelosos, senhor. Deixe que os seus subordinados tomem conta a respeito do trabalho sujo. — Retrucou Gerson.

...

Cocconut Town - Ilha Coco

Em Hokkaishin havia dois arquipélagos, sendo que um deles possui apenas duas ilhas pequenas, mas bem povoadas. Era o caso de Coco Islands. Dois pedaços de terras. Um menor e outro maior — lembrando Trinidad e Tobago. A segunda e maior era a Celestial Town. Mas a nossa história começava no povoado simples da pobre e esquecida Cocconut Town.

Poucos pokémons e treinadores viviam na ilha. A maioria era em Celestial. A população era rural, sem muitas ambições, vivendo em casas de madeiras feitas de tábuas e palafitas, e erguidas um metro acima do solo pois na região havia inundações.

E nessa precariedade vivia o esperançoso Jason. Desde cedo sonhava em ser um mestre treinador. Criado apenas pelo pai. Ambos moravam numa residência cheia de goteiras.

Enfim, chovia forte na madrugada. O menino dormia em rede e no mesmo quarto que o seu pai.

Rattata, seu pokémon de criação, estava na sala de casa quando ouviu um trovão. O rato ficou amedrontado, principalmente quando viu pela fresta da madeira a figura de um grande pássaro amarelo. Ele correu, pulando sobre o corpo do jovem.

— Humph... para com isso, Mickye. Sai de cima...

Mas o monstrinho não quis saber. Jason se deu por vencido e voltou a dormir, sonhando com o seu futuro pokémon no dia seguinte.

...
Enquanto isso, o barco com os pokémons traficados enfrentou a tempestado no meio do trajeto. O comandante viu a costa da ilha Cocconut e decidiu aportar nela. Dentro do barco havia cerca de quinze pokémons, incluindo alguns raros da região administrativa de Galar. O barco estava sendo guiado não só pelo comandante mas também por dois homens trajados com roupas roxas, jaqueta e calça.

— O senhor Dark Ling pediu pra nós nos apressarmos o mais rápido possível. — disse o que estava de boné preto.

— Aumentarei a velocidade, mas será muito arriscado. Por ora vamos aportar naquela praia e aguardarmos a chuva parar — respondeu o comandante.

— Sim, mas se tiver cuidado nada acontecerá conosco. — Falou o segundo capanga, esse sem um boné.

Assim aumentaram a velocidade do barco. Tanto a chuva quanto o balançar das ondas fizeram com que alguns monstrinhos se soltassem. Nesse meio, apenas um baú permanecia parado, no canto do recinto, longe das outras criaturas. Dentro desse baú havia um ovo pokémon. Algum tipo raro que os criminosos guardavam à sete chaves.

O comandante conseguiu ancorar perto de algumas pedras. Deixou que a tempestade passasse para fazer qualquer outra coisa. Escutou um trovão e em seguida um relâmpago. Viu uma serpente gigante verde cruzar o céu. Era um dragão ou algo lendário? Aquilo foi bastante impressionante e talvez jamais aconteceria novamente.

— Chegamos, rapazes. Tá na hora de por a mão na massa.