Fairytale escrita por Julice Smolder


Capítulo 26
Segundo Adeus


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, então, aqui está mais um capitulo, espero que gostem e que ele não tenha ficado tão confuso.
Boa leitura.



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–O que você e Rebekah conversaram?

–Sobre a viagem dela para Nova Iorque –sequei as pontas dos meus cabelos com a toalha. –Falei sobre você também... –murmurei amarrando meu roupão com força em volta da minha cintura.

–Sobre mim? –ele deu espaço para que eu cruzasse o caminho entre o banheiro e o quarto.

–Sim –abri a porta do closet e peguei o vestido floral e as sapatilhas que eu tinha separado para o jantar.

–Sobre o que? –perguntou curioso enquanto abria a boca ao fitar meu corpo já devidamente vestido. –Wow.

–Eu sei, estou maravilhosa –ri e caminhei até o espelho. –Enfim, por que a curiosidade?

Peguei a escova e comecei a pentear meus cabelos.

–Tenho que ficar esperto, vai que minha irmã e minha...namorada decidem criar um complô contra mim –revirei os olhos, idiota.

–Bom, nesse caso você provavelmente já estaria com suas fotos de bebe rondando pela internet –gargalhei de sua cara. Ele estava fingindo estar ofendido e não poderia ficar mais engraçado.

Passei perfume e sem nenhuma maquiagem fui em sua direção.

–Não foi nada, ela só queria saber o porquê nos separamos –dei de ombros enquanto arrumava a gola de sua camisa.

Damon ficou tenso por alguns segundos, mas logo que passou suas mãos pela minha cintura tendo certeza que eu não me afastaria, suspirou aliviado.

–Eu fui o maior idiota –ele murmurou contra meu cabelo. –Nunca vou conseguir me desculpar o suficiente.

Rolei os olhos. Eu realmente queria que ele sentisse a dor que eu senti, mas se ouvisse mais um pedido de desculpas seria obrigada a dar um tapa na sua cara.

–Comece por não me pedir mais desculpas –resmunguei puxando seu rosto para um beijo que ele quis aprofundar, mas eu não deixei que fosse além de um selinho demorado.

–Você realmente não vai facilitar as coisas para mim, não é?

–O que você acha? –encarei seus olhos azuis e me afastei de seu corpo.

Eu pretendia ser difícil e esperava conseguir, mas Damon é como o fruto proibido, não poderia encarar por muito tempo ou me entregaria ao pecado carnal.

Chegamos à sala de jantar ao mesmo tempo. O local estava praticamente vazio com exceção de Stefan e Caroline que tagarelavam alegremente em um canto da mesa.

–Pensei que jantaríamos sozinhos hoje –Stefan disse assim que passamos pela porta.

–Não esta noite –respondi indo em direção a eles e beijando suas bochechas.

Não os vi o dia inteiro e estava ansiosa para fofocar com meus amigos sobre tudo o que vi e ouvi nessas ultimas horas.

–Kate e Rebekah disseram que já estão chegando, mas que William vai chegar um pouco mais tarde –Caroline explicou enquanto nos sentávamos ao redor da mesa.

–Não tem problema, assim podemos colocar o papo em dia –sorri enquanto os dois trocavam um olhar cúmplice.

–Soubemos sobre sua conversa com Rebekah –revirei os olhos. Obvio.

–Parece que todos do castelo só falam disso agora.

–As pessoas acham que o motivo da separação de vocês foi a Rebekah, então elas especulam –Stefan explicou cruzando os braços e me lançando o olhar de “conte tudo”.

Ri e quando fui abrir minha boca para começar a fofocar Rebekah e Kate entram pela porta.

As duas estão usando vestidos magníficos, seus cabelos estão perfeitamente arrumados e posso apostar que passaram o resto da tarde ao redor de manicures, pédicure e todos os tipos de cure existentes.

Rebekah passou por nós e sentou-se ao lado de Stefan, mas Kate parou no meio da sala e ficou me encarando por longos e aparentemente intermináveis segundos.

Sei que desde que voltei para o castelo ela tenta ao máximo me evitar e sei também que por ela não sou bem-vinda nessa parte do reino. Não tiro sua razão, mas também não concordo com tudo o que ela julga que eu mereço por ter feito seu filinho sofrer afinal ela não sabe da missa metade da nossa historia.

Kate sabe apenas que brigávamos muito ultimamente e como todos ela acha que foi por causa de Rebekah. Seus olhos maternos bloquearam a falta de respeito que seu filho tinha comigo, então ela não viu os flertes dele com as entrevistadoras ou as tentativas falhas de telefonar para prostitutas. Ela não ouvia nossas conversas e nem entendia meus motivos por isso mesmo me julgava em silencio e me fulminava com seus olhos claros que diziam claramente que ela estava nutrindo um ódio tremendo de mim.

–Vejo que ainda não foi embora –sua voz cortou todo o silencio que tinha se estabelecido no local inclusive meus pensamentos.

Engoli em seco e respirei fundo procurando um jeito educado de responder.

–E ela nem vai –Damon se meteu antes que eu pudesse formular uma frase digna de ser ouvida pela rainha.

–Ela não é bem-vinda aqui, você sabe –Kate encarou o filho que estava inquieto em meu lado. –Ela fez muito mal a essa família e sua volta só trará mais desgraça –suas palavras eram mais dolorosas do que se fossem cortes profundos feitos por algum tipo de facão alemão. Elas eram feitas justamente para me destruir, para me humilhar e ela estava conseguindo isso por que por segundos vi meu orgulho correndo para longe de mim e meus ombros se encolherem diante a todos os seus julgamentos.

–Então quem deveria ir embora daqui deveria ser eu –Damon rosnou em sua direção.

–Oh, pare de tolices meu filho, ela te fez sofrer...

–Não mais do que eu fiz ela sofrer, mãe –sua voz se alterou e ficou mais alta. –Ela foi a vitima da historia e não eu... Se você soubesse o filho da puta que eu fui.

–Não tente defende-la, eu vi tudo o que aconteceu.

–Viu? Então a senhora viu quando eu machuquei ela? Quando a tratei como uma prostituta ou até mesmo quando flertei com uma entrevistadora na frente dela e na frente do mundo? –gritou ficando vermelho. Eu sabia que não a raiva que dominava Damon agora não era de sua mãe e sim por estar recordando todas as coisas erradas que fez comigo e no que isso acabou resultando.

A boca de Kate se abriu uma, duas, cinco vezes e eu jurei que ela pararia por ai, mas como uma boa rainha, ela voltou a jogar suas cartas.

–Pare de bobagens, você está cego por essa princesinha falida e por isso não enxerga o quanto ela é a errada –ela estourou em uma gargalhada irônica. –Você é um fraco como seu pai.

Respirei fundo e tomei coragem para falar.

–Você tem razão à vadia daqui sou eu, se me derem licença –empurrei minha cadeira sem fazer muito barulho e me levantei. Damon fez o mesmo, mas antes que eu pudesse começar a caminhar ele agarrou meu braço.

–Mãe, droga, eu fui um canalha, por que a senhora não entende isso? A Elena só foi embora por que não agüentava mais ser maltratada e tratada daquele jeito.

–E por que voltou?

–Por que eu sou incrivelmente, inegavelmente e loucamente apaixonada pelo seu filho se ainda não está claro o suficiente para a senhora. Eu amo tanto esse príncipe de meia tigela que dei uma segunda chance para ele depois que o mesmo foi até meu palácio dentro de um carro cheio de rosas implorando pelo meu perdão e prometendo que faria diferente...Olha eu não sou uma santa também –bufei. –Nem um pouco, afinal teve dias que eu desejei que a Rebekah não fosse encontrada e hoje, Deus, hoje eu me culpo tanto por isso –olhei para Rebekah que tinha um olhar terno sobre mim, entendendo tudo. –Eu desejei que aquela entrevistadora explodisse e que esse castelo caísse aos pedaços, eu desejei de tudo, mas nem de longe fui à culpada pelo que aconteceu com vocês, alias a que você tanto me culpa afinal? –ergui os braços. –Damon sofreu e chorou? Caralho, você não faz nem idéia do inferno que foi passar dias longe desse idiota, longe desse castelo que eu tratei como lar pelos últimos meses. Eu estou ridiculamente humilhada e machucada, mas eu estou diariamente lutando com isso e tentando me erguer, para ser melhor, melhor para o meu reino, para Damon e para todos os que amo, mas se a senhora só enxerga as coisas ruins que eu fiz, então eu peço desculpas, por que eu não quis causar toda essa desgraça para a sua família, não quis destruir tudo, então SINTO MUITO –gritei e sai andando pela sala deixando todos em minhas costas paralisados.

Eu sentia as lágrimas inundando meus olhos, mas eu não queria ser fraca agora, não depois de tudo que disse e ouvi. Eu tinha que vestir minha armadura e só deixar ela de lado quando estivesse sozinha.

Entrei em meu quarto e peguei algumas roupas minhas que estavam sobre a cama. Joguei tudo dentro de uma bolsa e fechei a porta pronta para voltar para o meu castelo por que longe de mim ficar em um lugar que não sou bem-vinda.

Desci as escadas e consegui ouvir alguns gritos vindos da sala de jantar. Logo depois de um barulho de madeira sendo espatifada contra o chão eu ouvi a porta se fechar com força. Ergui meus olhos na direção do som e encontrei Damon. Desarmado, despedaçado e precisando de mim.

Caminhei em sua direção e o envolvi em meus braços. Ele respirava fundo e tentava controlar a respiração enquanto se agarrava a mim como se eu fosse tudo o que ele precisava no mundo. Fechei meus olhos e inalei seu perfume. Eu não queria que ele precisasse passar por tudo isso.

–Sinto muito –murmurei em seu ouvido sentindo a ironia do momento me atingir.

Minutos antes eu estava implorando para não ouvir mais essa palavra e agora sou eu que estou a usando tanto.

Damon se afastou dos meus braços e com as mãos segurou meu rosto. Dois olhos azuis. Dois olhos castanhos. A nossa essência.

–Por que ta falando isso?

–Você não merece passar por tudo isso por minha causa –balancei a cabeça em negação. –Já está na hora de pararmos de sofrer, não acha?

–O que você quer dizer com isso? –senti o pavor atingir suas cordas vocais e meu peito se contraiu com isso.

–Estou querendo dizer que vou para meu castelo, ficar com minha família, resolver minhas coisas e como uma boa namorada esperar sua ligação me convidando para um piquenique a luz da lua –forcei um sorriso. Eu não queria ir embora, mas nós dois sabíamos que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, afinal não éramos mais casados e se eu permanecesse dias demais nesse palácio o povo começaria a falar.

Eu estava pretendendo ficar apenas mais cinco dias no palácio, mas as palavras da rainha aceleraram minha partida e agora tudo isso tem que ser feito as pressas.

–Vai ser a segunda vez que você vai embora –ele murmurou colando a testa na minha.

–Mas dessa vez eu prometo voltar –respondi sentindo meu peito doer com o tom de sua voz e com o modo como seus olhos estavam perdidos em meu rosto.

–Não quero que você vá.

–Eu não queria ir, mas sua mãe é a autoridade aqui –ri tentando fazê-lo ver que nada era tão ruim agora.

Poderia estar indo embora, mas ainda estávamos juntos.

–Ela não entende –ele balançou a cabeça. –Sinto muito por tudo o que ela te disse.

Dei de ombros, em um sinal de que não me importava.

–Eu sei que o que fiz também não foi certo –respirei fundo. –Estamos em uma segunda chance agora e não vai ser fácil, mas iremos sobreviver –olhei em seus olhos transmitindo para ele toda a confiança que eu era capaz de juntar. –E enquanto ficarmos longe um do outro, tenha a certeza de que cada palavra que eu disse naquela sala foi a mais pura e clara verdade –colei meus lábios nos dele percebendo que o mesmo suspirava.

Me afastei dele e peguei minha bolsa que até então estava jogada no chão. Forcei um sorriso tentando convencer Damon que ficaríamos bem, eu não queria vê-lo preocupado ou bravo com Kate.

–Nós vamos sobreviver –falei beijando sua bochecha antes de começar a caminhar em direção a porta.

–Posso te levar? –perguntou baixinho, quase como um sussurro.

–Não –respondi. –Vai ser ainda mais difícil ficar naquele castelo se você for até ele.

Ele balançou a cabeça parecendo compreender, mas eu percebia cada vez mais a tristeza trilhando um caminho pelos seus lindos olhos azuis.

Saímos da casa e o carro já estava estacionado ali com Alfredo ao volante. Kate com certeza deveria ter mandado ele me levar embora.

Antes de entrar no carro me virei para Damon e sorri, mas foi um sorriso verdadeiro. Sorri por ter ele ao meu lado, por ainda ser dele e por ter visto o mesmo desafiar a mãe só para me defender, isso foi um ato muito bonito e eu apreciava isso. E então eu sorri por gratidão.

–Espero mesmo que você me ligue amanhã –juntei as sobrancelhas e o repreendi.

Ele riu, dessa vez também de verdade.

–Um piquenique a luz da lua –ele abriu um sorrio, aquele sorriso –Ta anotado.

–Que bom –beijei seus lábios pela ultima vez naquela noite.

Virei meu corpo e abri a porta do carro, mas antes que eu entrasse meus lábios já estavam nos de Damon novamente.

–Eu te amo –ele sussurrou em meu ouvido depois de beijar minha bochecha.

–Eu também te amo –respondi sorrindo enquanto entrava no carro.

Aquela frase clichê que tanto ouvimos talvez não esteja tão errada assim, afinal, depois da tempestade pode realmente nascer um arco-íris que te faça sorrir e suspirar depois de tanto chorar.

Damon

Elena tinha acabado de sair pelos portões do castelo...de novo, e mesmo sentindo um aperto no coração e uma saudade tremenda da minha namorada, eu ainda assim consigo deixar espaço para a felicidade e paixão pulsante em minhas veias que gritam para mim que desta vez minha mulher voltará para casa, não importa o quanto demore.

No momento em que rodei em meus calcanhares para subir as escadas vi minha mãe encostada contra a porta da sala de jantar. Sua cabeça estava baixa e o cabelo antes perfeitos estavam desarrumados. Sua postura denunciava sua tristeza interior e as lágrimas em seu rosto fizeram com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo.

Me aproximei dela lentamente com medo da sua reação. Quando minha mãe estava triste era como pisar em ovos, um passo em falso e tudo estaria perdido.

–Mãe? –chamei baixinho para não perturbar demais.

–O que? –ela passou suas mãos pelo rosto repetidas vezes antes de erguer seu rosto para mim.

Bochechas rosadas e molhadas. Maquiagem borrada. Sorriso forçado. Eu me odiava...em partes.

Eu odiava ter feito ela chorar. Mas eu mesmo assim não me arrepedia de ter defendido a Elena.

Minha mãe não sabia que o canalha tinha sido eu, então em partes ela nem era tão errada assim, afinal ela só estava tentando me proteger. Porém o fato de ter apontado o dedo para Elena sem ela nem saber da historia inteira era errado. Eu tinha sido o filho da puta e o vilão da historia, então eu deveria ser punido, eu deveria estar chorando ou indo embora e não elas.

Cara, como se acolhe duas mulheres que discutiram e estão certas cada uma em seu ponto de vista?

–Não chora –me aproximei mais dois passos e ela congelou. Seus olhos esverdeados se arregalaram e ela respirou fundo.

–Ahn, a Elena está aonde? –virou seu rosto em diferentes direções, mas evitou olhar em meus olhos. Eu tinha realmente machucado ela, como faço com todas as mulheres da minha vida.

Eu estava muito fodido.

Acho que alguém lá em cima realmente não gosta muito de me ver feliz.

–Ela voltou para o castelo dela. Achamos melhor assim –expliquei e ela assentiu entendendo.

–Olha filho, sinto muito, mas tente me entender –suas mãos estavam tremulas enquanto ela tentava arrumar um detalhe de seu vestido. Ela estava a ponto de chorar novamente.

–Eu entendi que você queria me proteger –ela ergueu seus olhos e os focou em mim. –Mas acusar Elena por algo que você achava, esta errado –falei calmamente, analisando silaba por silaba com medo que ela entendesse qualquer coisa errada.

–Rebekah acabou de me dar um sermão sobre isso, agora eu sei as duas partes da historia e não sei se quero dar um tapa ou te abraçar por não me odiar –ela respirou fundo e abraçou o próprio corpo.

Ri balançando a cabeça e me aproximei dela.

Ela fitou meus olhos e mordendo o lábio deu um tapa estalado em meu rosto.

Ok, eu já esperava por isso.

Depois de vingada, ela me abraçou.

Ficamos assim por alguns minutos até que ela finalmente retomou o fôlego e a compostura.

–Digo que sinto muito e posso até me desculpar com Elena, mas você sabe que não será assim fácil com William né?

–Sei.

–Então só espero que ela não apareça aqui até a poeira abaixar ou prevejo William uma briga entre reinos e isso acabará de vez com suas chances com Elena novamente.

Ela tinha razão. Meu pai não era tão calmo quanto minha mãe e com toda certeza ele não perdoava um erro com tanta facilidade, mesmo que esse erro tenha sido em parte por culpa de seu filho.

Quando Elena deixou o castelo, quebrou com ela uma aliança que estava ajudando tanto o nosso reino quanto o dela. Com meu casamento o nosso reino virou o maior foco da mídia e rendeu muito mais dinheiro, turismo e trabalho para meu pai que amava o que fazia com seu povo. Mas com a deixa da noiva, ele perdeu a estabilidade e perdeu o apoio da mídia que antes beijava seus pés e agora estava criticando e julgando qualquer decisão que ele decidia tomar. Seu ódio por Elena já tinha passado de normal para mortal, creio eu que se ele pudesse teria colocado Elena no lugar de Rebekah com aquele bando de seqüestradores e não pagaria a divida deixando que eles matassem minha namorada.

Engoli em seco só de cogitar a idéia.

–Vou manter ela longe até fazê-lo entender.

–Não acho que ele algum dia vá entender querido, tento até hoje me explicar sobre Rebekah e ele continua considerando aquilo uma traição.

Respirei fundo. Ok, eu tinha uma pergunta.

–Mãe? –ela me encarou. –Você...ahn....ainda é apaixonada pelo meu tio?

Eu sei, mudei completamente o foco da conversa, talvez eu ainda não quisesse pensar no que meu pai faria se Elena reaparecesse aqui, quer dizer, ele tolerou por alguns dias apenas para ajudar na imagem da família real, mas duvido que permita que ela volte a conviver embaixo de seu teto tão facilmente.

Ela se contorceu e entrelaçou suas mãos, notavelmente constrangida com a pergunta, mas ué eu estava curioso.

–Eu...Eu e seu tio tivemos um caso de amor no passado, eu admito que ele foi o primeiro homem da minha vida e eu sonhava que fosse o ultimo, mas então apareceu seu pai e tudo mais –fez um sinal com a mão como se quisesse encurtar a historia. –Enfim eu tive Rebekah e quis seu tio de volta para dar a ela a vida que a mesma merecia, mas não aconteceu como planejei –revirou os olhos para sua idéia inútil. –Então voltei para seu pai, ele me mostrou que poderia ser um parceiro de vida, mas nunca o amaria, só como melhor amigo mesmo –deu de ombros se explicando. –Tivemos você e eu não poderia ter ficado mais feliz por ter essa segunda chance para ser mãe. Eu te tratava como o príncipe que você merecia ser, você era tudo para mim e a dor de ver Rebekah com outra família já não era tão grande, a dor de conviver com um homem que eu não amava por aparências, já não importava mais. Você meu filho, preencheu todos os espaços vazios do meu coração, então eu sou grata ao seu pai por isso, mas não, eu não amo e nem nunca amei ele, sinto muito. –ela abaixou seus olhos e cruzou os braços. Ela estava vulnerável.

Nunca tive uma conversa tão boa com minha mãe. Ela abriu seu coração e foi totalmente sincera, eu não poderia amar mais ela por isso.

Eu fui o que a salvou de tudo segundo suas palavras, fiz tudo se tornar tolerável no inferno e olha que eu estou orgulhoso de mim por isso.

Mas se ela não queria mais tudo isso –o reino –eu tinha que arrumar um jeito de tirar ela daqui para deixar que a mesma fosse feliz do seu próprio jeito, com quem bem entendesse.

–Você sabe se meu tio ama a esposa?

Ela riu e balançou a cabeça negando. Não entendi.

–A ultima vez que Nic e eu tocamos no assunto ele disse que estava infeliz com nosso final, que gostaria de ter a chance de voltar no tempo e impedir os surtos de William e casar comigo de vez, mas não poderia, não com Jewel em jogo, ele amava ela, não como me amava, mas amava e agora parece que manter Jewel bem é a sua maior prioridade –ela tomou fôlego. –Os anos passaram Damon, coisas mudaram, duvido que hoje ele sinta algo além de gratidão por mim, mas tudo bem.

A envolvi com meus braços. Eu queria curar esses machucados. Ela merecia ser feliz.

–Eu vou dar um jeito de confirmar essa noticia –murmurei em seu ouvido.

–Não faça isso, não é necessário –ela abriu um sorriso e fitou meu rosto. –Hoje minha prioridade é você e te ver feliz, então não se preocupe com essa velha aqui –rolei os olhos. Eu não daria ouvido para seu pedido, não desta vez.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Critiquem, elogiem, qualquer coisa, mas comentem e indiquem a fic a amigos ;D
O que acharam da Kate?
E o que vocês acham que Damon vai tramar para tirar a Kate do castelo?
E sobre Delena?
até o próximo