Fairytale escrita por Julice Smolder


Capítulo 23
I can't live without you


Notas iniciais do capítulo

AMÉM, ALELUIAAAAAA.
VOLTEMOS!!!!!
Enfim, eu gostaria primeiramente a agradecer todas as leitoras que por incrível que pareça não desistiram da gente e ficaram mandando mensagens sem parar pedindo pelo dia em que finalmente voltaríamos a postar. Pronto o dia chegou. Eu sei faz um ano ou quase, sei lá, que paramos de postar e pedimos muitas muitas desculpas, não era mesmo a intenção.
Com o passar do tempo pensamos até em desistir, mas vocês continuaram aqui, então para compensar todo o tempo esperado um BIG capitulo para vocês.
Espero que gostem.
Boa leitura.xx



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Elena.

A porta do meu quarto ainda estava fechada desde à hora em que contei para Caroline que fugiria, ou melhor viajaria para outro pais a fim de fugir de todos esses problemas. Para evitar sua persistência eu me tranquei no quarto até que a mesma cansasse e pegasse no sono assim deixando o caminho livre para que eu fugisse.

Bom, de principio este não era meu plano, eu planejava conseguir me despedir de minha família e de Caroline e Stefan sem todo esse drama sobre minha vida ou sobre o termino do meu casamento, mas infelizmente a loira que eu escolhi como melhor amiga deixou tudo isso ainda mais difícil decidindo gritar e resmungar discursos intermináveis sobre como eu estava sendo burra em largar tudo e simplesmente fugir dos meus problemas por ser medrosa demais. Ta, talvez em algum ponto do seu discurso ela estava certa, talvez eu estivesse mesmo sendo medrosa e fraca, mas quem pode realmente me julgar? Eu to sofrendo, mais que isso, eu to quebrada muito machucada e simplesmente não consigo mais agüentar o mundo inteiro me julgando por ter acabado com um casamento real e também não agüento mais ouvir “Damon Salvatore” a cada passo que dou, eu preciso de um tempo para me recuperar de tudo isso, preciso mais que tudo me afastar dessa vida e talvez daqui uns anos ou dias eu consiga voltar recuperada e pronta para recomeçar uma vida onde Damon Salvatore ou Realeza não existam nela.

Eu desistiria do trono se fosse necessário, mas eu de agora em diante seria feliz não importa o que.

–Elena abre essa porta, por favor –minha mãe e toda a paciência e classe que herdou da minha avó gritou do outro lado da porta.

–Eu disse que estou ocupada e não quero falar com ninguém –resmunguei próxima a porta para que fosse possível ela me ouvir. –Faça o favor e me deixe em paz –tudo o que eu menos queria era guardas rondando o castelo com o intuito de impedir minha fuga.

–Querida, abra a porta eu preciso conversar com você –continuou insistindo.

–Não, eu não quero ouvir sobre o quão errada eu fui em terminar meu casamento ou como o reino será prejudicado por minha culpa –revirei os olhos e me sentei ao lado da porta, sabendo que não adiantaria nada reclamar, ela falaria do mesmo jeito comigo.

–Escuta –ela ficou em silencio e talvez como eu, ela decidiu se sentar ao lado da porta. –Eu entendo o que está passando, até aceito sua idéia de fuga por alguns meses, mas não é só sobre isso que quero falar com você –ela confessa e suspira profundamente.

Sou rendida pela curiosidade e por suas palavras de aceitação e abro a porta. Ela abre um sorriso ao se levantar do chão e entra em meu quarto. Seus olhos se arregalam e seguem em direção a mala pronta ao lado da minha cama.

–Você não estava pensando mesmo em fugir sem ninguém te ver né?

Balancei a cabeça em resposta e ela sorriu.

–Não iria adiantar nada, sair escondida ou não, todos saberiam –ela sentou na cama e bateu ao seu lado querendo que eu sentasse ali. –Você é uma princesa, parece bobo, mas é algo realmente importante, todos olham e se espelham em você. O mundo conta os passos que você da, se esconder ou fugir não podem existir em seu vocabulário –ela continua com um olhar terno para mim. Como se entendesse todos os meus pensamentos e tivesse respostas para eles.

Admito que sempre gostei da presença da minha mãe. Ela é tão dona de si e sempre sabe o que falar ou como agir. Uma rainha por natureza. Porém nunca fomos tão próximas. Ela sempre viajou a trabalho ou estava ocupada demais com seus afazeres que eu praticamente fui criada por empregados. Não reclamo disso, talvez por causa deles eu sou quem sou hoje. Mas sempre senti falta da sua presença. Nunca ouvi alguma coisa que eu realmente precisava ouvir de seus lábios, tudo o que ela falava quando me enxergava era que eu precisava aprender como controlar um reino e que estávamos quase falidos. Eu sabia que não era por mal que ela agia assim, o fato era que ela foi criada assim e achava que deveria me tratar como tal. Porém, mesmo não sendo tão próxima quanto gostaria de sua majestade, eu amava ouvir o que ela tinha para dizer quando reservava um pouco de seu tempo para mim.

–A idéia era fugir, o resto seria apenas efeito colateral da fuga –ela riu das minhas palavras e passou um de seus braços sobre meu ombro.

–Oh filha, eu acho que te devo desculpas.

Não respondi. Ela sabia a resposta.

–Eu sinto muito por ter colocado o reino na frente do meu amor por você. Desculpe-me também por fechar os olhos para tudo o que você está passando, mas seu pai exigiu isso de mim, o mundo estava exigindo isso e eu precisava cumprir, ao meu ver os seus chiliques e rebeldias eram coisas passageiras e que só causariam o desgaste do reino, nunca pensei que você estava mesmo sofrendo e machucada como dizia –ela murmurava isso tão baixo que me esforçava para ouvir. Eu sabia que tudo o que dizia era verdade pelo modo como seus olhos castanhos encaravam os meus. Ela me amava e estava disposta a deixar todas as leis de lado e me deixar viajar pelos meses que eu precisasse. –Eu espero que você me perdoe Elena, eu te amo tanto. –ela beijou minha testa e sussurrou. –Pode partir quando se sentir a vontade, eu não peço que volte logo, mas por favor volte, vou sentir sua falta.

Abracei ela o mais forte que consegui e o mais forte que era permitido pela física. Senti meus olhos serem inundados pelas lágrimas e logo elas escorriam pelas minhas bochechas.

Eu sentiria tanta falta dela.

–Eu te amo mãe, nunca se esqueça disso –murmurei sobre seu ombro. –E é obvio que irei voltar algum dia, ainda preciso governar tudo isso aqui não é?

Ela me soltou e abriu um sorriso tão grande que poderia jurar que rasgaria seu rosto. Ela limpou suas lágrimas e depois as minhas antes de finalmente dizer.

–Pensei que iria desistir disso aqui também.

–Eu nasci para isso, posso não ser tão boa quanto você, mas creio que eles irão aceitar ter Elena Gilbert como rainha –sorri para ela.

Era bom tê-la ao meu lado. Admito que não pensei que a teria como única aliada minha mãe, mas já que é ela, fico ainda mais feliz por contar com seu apoio.

Pelo resto do dia apenas aproveitei meu tempo com ela, sonhando em um dia ser tão boa quanto ela para meus filhos e para o reino.

...

Damon.

Eu estava desesperado, nervoso, ansioso, surpreso... Estava com tantos sentimentos presos em meu peito que não saberia como descrever este estado de espírito, mas com certeza “calmo” não seria a palavra.

Depois da ligação de Stefan não consigo parar quieto em canto algum.

Elena esta tentando fugir do país, ta que isso não seja uma coisa fácil por ela ser uma princesa, mas eu conheço essa mulher melhor que qualquer pessoa e sei que ela não tem limites quando deseja algo.

Ela vai conseguir fugir de mim se eu não fizer nada para impedi-la.

Droga. E ainda temos Rebekah que acabou de ser encontrada. Eu gostaria tanto de ser o primeiro a vê-la, mas como farei isso sem deixar que o amor da minha vida vá embora?

Eu estou entre a cruz à espada e acho que frase nenhuma me descreveria melhor do que esta.

–Damon? –Stefan balançava uma mão em frente ao meu rosto. –Droga cara, você é o príncipe, decidiu o que?

Acordei do meu transe e dei de cara com Stefan inquieto em minha frente. Ele parecia mais afobado do que eu e olha que ele era apenas amigo das duas.

–Eu não sei, como eu posso estar em dois lugares ao mesmo tempo? –perguntei esperando sinceramente que ele tivesse uma resposta para isso.

–Não pode, agora se apronta e vai atrás da Elena –ele me empurrou em direção as escadas, mas eu cravei meus pés no chão antes que conseguisse subir o primeiro degrau.

–Mas e se ela não aceitar?

–Ela não vai te aceitar de jeito nenhum se você continuar igual a um perdedor e preferir a Rebekah ao invés do amor da tua vida.

–Você deveria pensar em virar filosofo –respondi subindo as escadas até meu quarto.

Eu já tinha tomado minha decisão.

...

Elena.

Juntei minhas malas do chão e as entreguei na mão de Caroline que estava de cara fechada ao lado da porta.

Era obvio que ela não aprovava essa idéia maluca. Mas se ela queria do fundo do coração o meu bem, ela sabia o que era melhor apara mim.

–O melhor para você é o Damon, você sabe que ta fazendo uma burrada –ela parecia ter ouvido meus pensamentos e eu quase dei risada disso.

–Pode me ajudar a carregar as malas? –ignorei completamente seu chilique por que sabia que se desse atenção a isso ela faria o possível e impossível para me convencer a ficar.

– Eu sinceramente não sei como a rainha concordou com essa idéia ridícula. –ela bufou e começou a arrastar uma das malas pelo corredor. –Droga, você ta levando o castelo dentro da mala?

–Uma viagem com data de volta indefinida exige muita coisa –dei de ombros e comecei a arrastar a segunda mala, parando apenas para fechar a porta do meu quarto.

Descemos as escadas em silencio. Um dos empregados veio nos ajudar com a bagagem e não recusamos a ajuda. Quando chegamos em frente a porta, minha mãe estava me esperando com os braços abertos e um sorriso triste no rosto.

–Cadê Stefan? –perguntei antes de me aproximar e abraçá-la.

–Não sei, ele disse que chegaria a tempo –Caroline deu de ombros.

–Eu gostaria de esperar ele, mas não quero me atrasar –disse abraçando a loira que tinha uma expressão triste no rosto, semelhante a da minha mãe. –Diga a ele que ligo assim que possível. –a loira assentiu e percebi que seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

–Avisarei a seu pai também -minha mãe se pronuncia.

Sorrio para as duas, mas não de verdade. Eu não queria deixá-las. Quero fugir dos problemas e não delas. Vou sentir tanta falta dessas duas que meu coração dói só de imaginar o tempo que ficarei longe das risadas e conselhos delas.

–Oh, por favor, não chorem, são só alguns meses –respondi abrindo os braços por uma ultima vez e sentindo os braços das duas prenderem minha cintura.

Meus olhos marejaram novamente e eu sabia que se não fosse embora agora mesmo, eu não conseguiria mais.

–Vou sentir falta de vocês –murmurei e me afastei.

–Se não telefonar toda a semana eu saio com uma chinela atrás de você –Caroline disse arrancando um sorriso da minha mãe.

–Te vejo em alguns meses, querida –e com isso eu mando um beijo para elas e saio pela porta.

De cabeça baixa eu caminho em direção ao carro parado no portão da frente. Eu estava triste, mas ao mesmo tempo sentia que agora minha vida iria mudar, nada mais seria como antes. Não choraria mais pelos cantos, não sentiria dores internas por babaquices que me quebraram. Eu iria esquecer tudo isso e quando estivesse devidamente curada, voltaria para elas e para os meus súditos com uma bebe linda nos braços.

Quando meus pés chegaram em frente ao carro levantei a cabeça e me deparei com rosas. Muitas rosas. Elas estavam por toda parte. Ocupavam cada mínimo cantinho do carro.

Minha boca se abriu em um enorme “O” e dei dois passos para trás.

–Meu Deus –murmurei colocando uma mão sobre a boca. Quem fez isso? Quem encheu esse carro com tantas rosas vermelhas?

Meu coração bateu duas vezes mais rapido quando pensei na possibilidade de ter sido...Damon.

Ele saiu de trás do carro carregando com ele uma rosa vermelha. Sua cara não era das melhores. Devem ter contato a ele sobre minha fuga. Oh Deus, o que ele estava fazendo aqui?

Fechei os olhos com força e virei de costas. Eu não conseguiria. Não com ele aqui.

Como eu iria embora, como deixaria todas as lembranças e coisas que me prendiam aqui irem embora se elas não se afastavam de mim e continuavam a me prender aonde quer que eu fosse?

–Elena –ele me chamou e eu não mexi um músculo. Não poderia, eu estava chocada, assustada e surpresa demais para me mover. E eu também sabia, que se olhasse para ele mais uma vez, todas as chances de fuga que eu tinha escorreriam pelo ralo. –Elena, por favor olha para mim –ele implorou.

–Não, vai embora Damon –murmurei devagar sentindo minha voz falhar ao longo da frase.

–Não, eu não vou embora, eu não vou abandonar você de novo e você pode tentar fugir, se esconder ou me afastar, mas eu vou te encontrar e vou te abraçar tão forte que vou conseguir te impedir de fugir –ele passou seus braços pelo meu corpo e senti que desabaria no chão, mas por sorte seus braços me seguraram. –Eu fui um babaca, o pior dos filhos da puta do mundo. Eu não estou aqui para implorar o seu perdão ou coisa parecida, eu sei que não é fácil assim, eu só estou pedindo que não vá embora, que não vire as costas para tudo isso que passamos, pelos momentos bons que tivemos, por que não adianta fugir dessas lembranças, elas sempre estarão aqui quando você voltar, você sabe disso né? –assenti, sem ter coragem de me afastar de seus braços. –Eu quero te conquistar de novo, eu quero ter com você o que não tivemos antes de sermos obrigados a nos casar. Eu to pedindo uma segunda chance sim, eu to na verdade implorando por ela, por que eu tenho certeza que o que temos ainda não acabou. Eu vou fazer diferente dessa vez, eu vou te tratar do jeito certo, fazer isso funcionar, te tratar como você merece, cuidar e amar você do jeito que você precisa e aos poucos eu vou curar cada machucado que eu causei em você, até que você esteja curada e pronta para me amar novamente.

Meus olhos não continham mais as lágrimas. Eu só conseguia soluçar e ouvir tudo o que ele dizia.

–Eu enchi esse carro com rosas, uma rosa para cada dia que eu te amei, uma rosa para cada promessa que eu estou te fazendo. –ele sorriu, eu sabia que ele estava sorrindo mesmo nem olhando para seu rosto. –Eu sei que é um tremendo clichê, mas um dia você me pediu flores como oferta de paz, hoje eu estou trazendo dúzias e mais dúzias de rosas para implorar que me dê uma chance para fazer você se apaixonar por mim, para implorar que não corra para longe de mim em outro país, por que seria muito difícil levar assuntos do reino para outro continente –ele solta em meu ouvido e eu abro um sorrisinho. Eu quero tanto me virar e abraça-lo.

–Eu tomei a minha decisão Damon –dei uma pausa, mais para torturá-lo do que para ser dramática. – Eu sei que no futuro eu posso me arrepender disso se você não cumprir tudo o que disse, mas mesmo assim eu vou te dar essa segunda chance, eu vou acreditar de novo em todas as suas promessas, por favor, por favor Damon não faça com que eu me arrepen...

Antes que minha frase acabasse eu já estava presa entre os braços de Damon, beijando seus lábios e Deus como eu sentia falta desses lábios.

–Deixa eu terminar –respondi e me afastei, agora encarando os olhos dele e percebendo que agora definitivamente eu não conseguiria mais fugir dele e nem queria.

–Claro minha princesa –ele abriu um sorriso tão largo que encheu meu peito de algo que eu estava a tempos sem sentir...conforto.

–Eu darei essas chances, mas ainda estamos divorciados, eu decidirei o que acontecerá com nós daqui para frente –apontei um dedo em seu peito e respondi. –Alias, você não precisa fazer com que eu me apaixone por você novamente, eu te disse que meu amor por você nunca acabaria e eu estava falando a verdade, mas eu realmente estou interessada na idéia de você tentar me conquistar –pisquei e abri um sorriso enquanto ele ria.

Eu sentia tanta falta desses sorrisos, desses olhares, dele.

Claro que o fato de eu ter aceitado que não vivo longe dele queira dizer que continuo aqui no castelo, mas não quer dizer que eu estou totalmente entregue a ele novamente. Minha confiança foi abalada e ele sabe que precisa reconquistá-la. Eu preciso agora mais que nunca cuidar mais de mim, e por isso irei dar essa chance a Damon. Eu o amo mais que tudo na minha vida, mas quero saber se o amor dele é realmente tudo isso e ter certeza que ele não me machucará novamente.

–Eu prometo cumprir cada coisinha que eu prometer para você.


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Notas finais do capítulo

Esta ai mais um capitulo. Enfim, espero que tenham gostado e prometo que tentarei postar o próximo ainda esse mês hahaha. xx
Gostaram? Odiaram? Foi chato? comentem e me deixem feliz.