Fairytale escrita por Julice Smolder


Capítulo 22
I hate this part


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com delay, mas o importante é que viemos com um capitulo grandinho para vocês. Peço perdões pelo atraso realmente era para ter postado bem antes, mas tive certos imprevistos familiares e não deu certo de postar no tempo previsto, perdão. Mas ai está mais um capitulo que era o que vocês tanto pediram "Pov Damon" Boa noticias, a volta do nosso casalzinho está próximo.


Musica do capitulo: http://www.youtube.com/watch?v=S97MaG3kOMY&hd=1



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A luz do sol chocou-se contra minhas pálpebras ainda fechadas, eu me recusava a abrir os olhos e encarar a dura e triste realidade, não suportava pensar nem por um segundo que eu a tinha perdido, a mulher da minha vida havia escapado pelos meus dedos e sumido de minha vida, não achei que seria possível respirar com ela longe, ou caminhar sem ela para me manter em pé, eu sei que parece tudo muito difícil de acreditar, afinal há alguns dias eu a tratei tão mal, a humilhei, a fiz sofrer e se ferir, nunca me perdoarei por isso, mas a dor da perda era ainda maior, eu me sentia sozinho, perdido no mundo, como se todas as pessoas ao meu redor fossem completos estranhos, como se as vozes que ecoavam pelos meus ouvidos fossem desconhecidas, como se o castelo a qual eu morei por tanto tempo já não fosse mais o mesmo, eu não me sentia bem, não me sentia feliz, saudável, confortável ou nada do tipo, eu me sentia abandonado, era isso, esse sentimento que dominava minhas veias desde o momento em que perdi Elena, sem contar que a dor forte em meu peito estava sempre ali presente para me lembrar que eu tinha perdido uma parte de meu coração, uma parte que não sei se irei algum dia recuperar.

As batidas na porta soavam distantes, longes demais para serem ouvidas, mas mesmo assim o pequeno barulho de dedos contra a madeira dura da porta causava uma leve irritação em meus ouvidos que era impossível de ignorar.

–Vai embora –Resmunguei enquanto escondia minha cabeça debaixo de um dos travesseiros que ainda estavam impregnados com o cheiro de Elena.

A pessoa ignorou completamente meu pedido e invadiu o quarto, senti seu peso sobre o colchão, mas a pessoa nada disse, apenas ficou ali, durante uns longos minutos em silencio me analisando talvez, não sei não conseguia e nem queria ver quem ali estava.

–Eu pedi para ir embora –Rosnei mais uma vez. Será que as pessoas não perceberam que minha vida já estava ruim demais? Que eu não queria ver ou ouvir ninguém?

–Não –A voz grossa de Stefan ecoou pelo quarto, causando um choque em meu corpo, não sabia que ele ainda estava no castelo, pensei que tivesse ido embora logo que soube que Elena não estava mais aqui. –Você precisa levantar, saber das ultimas noticias sobre Rebekah, conversar com alguém sobre Elena e parar de ser fraco e ridículo assim. –Stefan alterou seu tom de voz e arrancou o travesseiro de meu rosto.

–Para caralho, eu não quero ver ou falar com ninguém, me deixa em paz e vai viver sua vidinha cor-de-rosa –Falei um pouco alto demais enquanto mergulhava minha cabeça embaixo dos edredons extremamente grossos.

Stefan bufou, mas de jeito nenhum desistiu, ele caminhou pelo quarto e abriu as malditas cortinas, deixou o ar entrar pelas janelas e eu apenas me agarrei mais as cobertas, estava com medo que aquele vento levasse embora o cheiro delicioso de Elena impregnado naquele quarto.

–Se não levantar por bem, vai ter que levantar por mal, por que me recuso a sair daqui até que você esteja bem e correndo atrás da mulher que você ama –Stefan falou já irritado. –Porra Damon você faz tudo errado, você fez aquela garota sofrer tanto e ela continua te amando e agora você está se lamentando ao invés de correr atrás dela?

–Ela não quer mais ver minha cara, ela me odeia –Gritei.

The world slows down, but my heart beats fast right now

(O mundo desacelera, mas meu coração bate depressa agora)

–Ódio? Se aquilo é ódio me explique o que é amor, por favor –Stefan colocou uma de suas mãos na cintura enquanto revirava os olhos.

I know this is the part where the end starts

(Eu sei que essa é a parte onde o fim começa)

–Você não entende, você não viu os olhos dela lotados de magoas, de machucados, de lágrimas segundos antes de ela deixar esse castelo, ela me abandonou, como todos os outros, eu sou uma pessoa que afasto as pessoas mesmo sem querer, elas fogem de mim, e talvez minha falecida avó tenha razão, eu morrerei sozinho –Gritei ainda mais alto, tropeçando nas palavras que saltavam de minha boca, queria desejar que nada daquilo fosse verdade, queria acordar desse pesadelo e sentir os braços de Elena em torno de mim dizendo que era apenas um sonho ruim e que ela me amava, mas infelizmente a realidade é dolorosa, ela machuca e me faz sofrer todos os segundos que não estou próximo de minha mulher.

–Você é um idiota mesmo Damon, não pense que passarei a mão na sua cabeça como todos nessa casa estão fazendo, não pense que lhe darei conselhos e direi “calma tudo vai dar certo, é só esperar” por que parado nessa cama, embaixo dessas malditas cobertas nada vai se resolver, pelo contrario o mundo só vai desabar ainda mais sobre você, então levante essa bunda da cama, se arrume e vá atrás do amor de sua vida. –Stefan puxou as cobertas e as jogou no chão, resmunguei e me obriguei a sair da cama. –Ai meu Deus, que animal morreu aqui? Vá tomar um banho –Stefan fez cara de nojo e eu revirei entrando no banheiro.

Depois de descentemente lavado e vestido eu saio do banheiro me deparando com Stefan sentado sobre o sofá, com suas penas cruzadas enquanto folhava uma revista da teen vogue que Elena deveria ter esquecido sobre a cabeceira da cama.

–Pronto, posso me deitar agora? –Perguntei arrastando-me até a cama onde sentei e tapei meu rosto com as mãos.

–Claro que não, agora nós iremos descer, tomar um bom café, descobrir quais são as novas noticias sobre a princesa seqüestrada e depois sobre a princesa fugitiva –Stefan soltou a risada pelo nariz. –Que irônico, uma fugiu e a outra deve estar tentando de qualquer jeito voltar –Gargalhou e eu revirei os olhos para sua piadinha totalmente sem graça.

[...]

Mais tarde naquele mesmo dia eu estava sentado no sofá tentando encontrar na televisão alguma coisa que não falasse sobre mim que da noite para o dia virei assunto mundial, não que eu já não era só que dessa vez era bem pior, por que os dois casos a qual eu me encaixava eram dolorosos para mim, as feridas estavam abertas e meu coração estava com medo que elas jamais fechassem.

Seems we're bound by the loss of the same routine

(Parece que estamos presos pelo fracasso da mesma rotina)

–Essas coisas só te machucam mais meu filho, acho melhor descansar –Minha mãe fala enquanto passa suas pequenas mãos pelas minhas costas começando uma massagem agradável.

–Não, já passei tempo demais deitado, preciso de noticias, resultados para depois correr atrás da minha Elena –Falei ainda fitando a televisão onde estavam falando sobre o fim do casamento real, a foto de uma Elena sorridente estampava a tela, seus olhos castanhos tinham um brilho diferente, estavam repletos de paixão, eu conhecia aquele olhar, ela destinava ele a mim. Sua boca era rosada, o batom vermelho levemente borrado, os cabelos bagunçados e o sorriso de criança cobrindo seu rosto, a como eu sentia falta de tudo aquilo, da minha princesa, do meu anjo, da minha salvadora, como eu queria ter aquela mulher nos meus braços e nunca mais deixá-la escapar, eu queria ouvir sua voz, sentir seu cheiro, escutar sua risada, eu estava viciado nela, em cada pedacinho, em cada cantinho, tudo nela tinha me viciado como se ela fosse uma droga, uma droga maravilhosa feita perfeitamente para mim.

To find a way that I can tell you: I hate this part right here

(E achar um jeito de te dizer: Odeio essa parte aqui)

Meu peito subia e descia, minha respiração estava acelerada, o medo tomando conta de minhas células, o pavor impregnando meu corpo, a escuridão cegando meus olhos, tudo aquilo era medo, medo de perdê-la, de nunca mais senti-la, nunca mais ouvir seu sussurro, sentir seu cheiro ou acariciar sua pele, eu estava com medo de nunca mais tê-la em meus braços novamente, e toda vez que isso vinha a minha mente meu coração se apertava, se quebrava novamente me avisando que eu estava a deixando ir, sem correr atrás e isso era errado eu precisava dela, precisava lutar por ela, por nós mesmo que ela não quisesse que eu o fizesse.

I know you'll ask me to hold on and carry on like nothing's wrong, but there is no more time for lies

(Sei que você me pedirá para aguentar e continuar como se nada estivesse errado, mas não há mais tempo para mentiras)

Não, eu não a perderia, não a deixaria partir sem lutar, não queria ver o fim disso, não conseguia acreditar que poderia existir um fim, que todas as juras de amor, todas as caricias, todas as promessas um dia fossem esquecidas, eu não deixaria isso acontecer, eu não desistiria sem lutar, eu sei que posso ter acordado um pouco tarde demais, mas ainda há tempo para lutar e lutarei.

I gotta do it

(Eu tenho que fazer isso)

Respirando fundo, levantei-me do sofá e caminhei rapidamente até Stefan que estava parado conversando com um segurança que gargalhava junto a ele, não sei de onde esse povo tira tanto animo quando tudo parece desabar.

–Stefan –Chamei e o garoto virou-se rapidamente em minha direção. –Me ajuda? –Perguntei.

–Claro, só primeiro ouça isso –Stefan chamou-me e eu caminhei em sua direção. –Vai Bill, conte a ele a novidade –Stefan sorriu para o homem que assentiu.

–Não é certo ainda, mas parece que acharam o cativeiro onde Rebekah está –Ele sorriu alegremente.

–O que? Como? E onde ela está? Por que não estão indo para lá nesse exato momento? –Perguntei afobado.

–Não temos certeza ainda, não sabemos quantos homens estão envolvidos no seqüestro, por isso precisamos aguardar ordens para invadir a casa –Bill deu de ombros. –Mas acho que essa noite já teremos os comandos.

–Essa noite? Tudo bem, me avise se conseguir alguma coisa –Dei dois leves tapas no ombro do policial e puxei Stefan pelo braço.


Subindo as escadas entramos na sala onde era o lugar onde meu pai costumava usar para fazer suas diversas reuniões


– Stef, preciso da sua ajuda, eu... – o toque ensurdecedor do celular de Stefan me interrompe deixando a frase no ar. Stefan levanta o celular até o seu campo de visão e volta o celular para o bolso sem o desligar. – Não vai atender? – pergunto já irritado com o barulho irritante daquele aparelho.

– Não, não é nada importante – respondeu rápido – Precisa de mim para que mesmo? – falou passando as mãos em seu cabelo em sinal de nervosismo.

– Stefan atende logo esse celular antes que eu o quebre em mil pedaços – disse firmemente, sem demorar muito ele retira o celular do bolso e atende.

– Fala Caroline – Stefan respondeu rápido – Ela o que? – Stefan praticamente gritou o que fez meu coração palpitar já imaginando ter acontecido algo com Elena, afinal, para Caroline ligar essa hora da noite o motivo só pode ser a minha Elena. – Caroline estou indo já para ai, enrole o quanto conseguir. – desligou o telefone rapidamente e deu as costas pra mim indo em direção a porta do escritório.

– Onde pensa que vai? – o segurei pelo braço – Aconteceu alguma coisa com a Elena? – perguntei já exasperado.

– Caroline precisa de mim, brigou com o Klaus ai já sabe né? – Stefan disse se soltando de mim.

– Stefan te conheço desde que me entendo por gente, sei quando está mentindo, agora me fala logo o real motivo – aumentei o tom de voz.

– Ta ta...É a Elena – respirou fundo o que só fez meu coração se apertar mais – Ela decidiu que vai sair do país, por tempo indefinido.

– Mas ela não pode fazer isso, ela não – comecei a andar de um lado para o outro procurando por uma resposta rápida.

– Príncipe Damon? – Um dos seguranças chamou minha atenção interrompendo os meus pensamentos – Achamos a Rebekah, vamos fazer o resgate agora. – disse sorridente. Minha cabeça agora era só um misto de bagunças, correr atrás da mulher que amo ou ir atrás do resgate da minha Rebekah? Congelei sem saber o que fazer ou para onde ir, perder qualquer uma das duas fará eu me sentir a pior pessoa possível, por deus como eu queria poder me dividir em dois.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem e façam duas escritoras felizes.xx