Fairytale escrita por Julice Smolder


Capítulo 21
You don't care how it hurts


Notas iniciais do capítulo

Mas que saudade de vocês, sério mesmo quase morro por não conseguir postar a tempo, obrigada por todas as reviews do capitulo passado, é ótimo saber que estamos agradando vocês.
Tenho um agradecimento especial para fazer, para a Anne que deixou uma recomendação linda eu amei e valeu MUITO para nós, você sempre esteve conosco, desde o inicio da fanfic, nos apoiando, obrigada anjo!

Bom vamos ao capitulo, boa leitura :)



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Os dias não estavam se passando e sim se arrastando, cada segundo parecia carregar horas dentro de si. Estaria mentindo se dissesse que estava feliz com a minha decisão de voltar para o meu antigo castelo, mas estaria mentindo também se dissesse que não estava me sentindo aliviada por não ter que aguentar as inúmeras ofensas de Damon. Damon, como esse homem faz falta, como é difícil acordar em uma cama sem o seu cheiro impregnado nela, ainda não tive coragem o suficiente para arrancar a aliança de meu dedo, mesmo porque ainda tenho a esperança inútil de que um dia possamos voltar a ser o mesmo casal feliz que um dia chegamos a ser. Um estrondo na porta fez com que eu me desviasse de meus pensamentos, Caroline surgiu toda sorridente, correndo até mim e me abraçando. Tem sido assim ultimamente, ela me abraça de minuto em minuto, provavelmente está tendo uma luta interna sem saber como me confortar, mal sabe ela que a única coisa que pode me confortar agora são os braços grandes e bem definidos de um moreno em especial.

– Tá melhor? Quer dar uma volta, tomar um ar, paquerar uns seguranças gatinhos pelos jardins do castelo? – Caroline soltou as palavras como uma metralhadora, sem parar nem para respirar.

– E eu tenho a opção de ficar pelo resto do dia deitada em posição de feto, debaixo do meu edredom chorando por um casamento que foi por agua a baixo?

– Nem pensar – fez cara de nojo – Vai levanta logo dai, vai se trocar – Caroline disse me empurrando em direção ao meu closet, se eu conheço a loira ela não iria desistir, então fiz o que ela havia me pedido.

Em poucos minutos sai de lá me sentindo apresentável, com um vestido branco um pouco volumoso e sapatilhas já que de uns tempos para cá qualquer saltinho que seja já consegue deixar meu pé extremamente inchado e dolorido. Caroline sorriu em aprovação e saiu me arrastando pelos corredores do castelo, poucos metros longe da sala eu já conseguia ouvir a alta discussão vinda de lá, me desvencilhei das mãos de Caroline e andei em passos lentos até o canto da porta para ouvir melhor do que se tratava, e como se já não fosse esperado, estavam vendo o noticiário na tv que anunciava sobre o termino do príncipe com a princesa, meus pais gritavam um com o outro tentando arrumar uma solução para aquele “empecilho” em seu reino.


– Será que dá para vocês pararem de falar sobre isso? – Gritei o mais alto que consegui atraindo um silencio constrangedor e olhares me reprimindo. Está sendo assim desde que voltei para casa, ao pensar que minha mãe me daria colo e carinho eu estava errada, a única coisa que agora importa para eles é esse maldito reino.


– A besteira da separação de vocês está afetando o reino – meu pai esbravejou do outro canto da sala.

– Querida – minha mãe andou até a minha frente e delicadamente juntou suas mãos em meu rosto – Nós mulheres nascemos para servir ao marido, sem contradizê-los, volte para o seu castelo, faça as pazes com o príncipe Damon, tenho certeza de que essa briguinha boba irá acabar. – Mamãe dizia aquelas palavras em uma delicadeza ensurdecedora, uma raiva descontrolável começou a borbulhar dentro de mim e só não soltei palavras chulas para ela porque fui interrompida por um alto barulho vindo da televisão gritando por “Alerta urgente” logo voltei minha atenção para a televisão, já que o assunto parecia ser sobre o meu termino. “Príncipe Damon, que até então não tinha se anunciado, está agora em frente ao castelo da princesa Elena, ele parece estar tendo uma discussão com os seguranças que estão o impedindo de entrar” antes mesmo que eu pudesse terminar de ouvir, corri o mais rápido que pude até chegar o portão principal, e lá estava ele, o meu Damon. Estava com as mesmas roupas negras de sempre, seus cabelos negros esvoaçados se movimentando de acordo com o vento forte que batia em seu rosto, poderia jurar que já estava sentindo o seu perfume mesmo estando tão longe. Damon parecia gritar com um dos meus seguranças, mas assim que seus olhos azuis se encontraram com os meus, toda a ira que ali residia se dissipou tornando-se ternura. Damon se desvencilhou de meus seguranças e correu até mim, com um sorriso puro do qual eu tanto sentia falta, me puxou para seus braços me abraçando com toda a sua força, assim que nos afastou sua postura havia mudado. Um sorriso macabro abriu em seus lábios, suas mãos correram até o meu peito e bizarramente Damon começou a imitar os batimentos do meu coração com “tum tum” sua aparência já estava me amedrontando e ele pareceu perceber isso.

– Medo de mim querida? – Damon gargalhou arrancando um calafrio por entre minhas espinhas, eu temia por seus atos, Damon não parecia estar em si. Suas mãos se cravaram em meu peito, uma dor alucinante tomou conta de mim, logo uma de suas mãos estendeu um coração como um troféu, o apertando com toda a força. Rolei meus olhos até meu vestido branco que agora já estava todo manchado de vermelho e só então entendi o que havia acontecido. – Seu coração sempre será meu, sempre – Damon depositou um beijo na minha testa enquanto a escuridão ia tomando conta do meu corpo, não conseguia sentir nem ouvir mais nada, estava imersa em um vácuo.

Gritei tão alto que pude sentir a voz arranhando minha garganta, arregalei meus olhos, tremia tanto que mal conseguia apalpar meu peito para me certificar de que meu coração continuava ali e que tudo não havia se passado de um pesadelo. Os olhos de Damon e suas palavras continuavam passando como um filme em minha cabeça. Caroline entrou desesperada em meu quarto com uma chinela na mão, que com certeza na sua cabeça a ajudaria matar qualquer coisa que teria me feito gritar.

– O que aconteceu? Tem alguém aqui? Lena tá tudo bem com você? – Caroline andava de um lado pro outro olhando por todos os cantos do quarto procurando pelo o meu “agressor”

– Porque tá carregando uma chinela? – o meu susto já até havia passado e eu mal continha a minha vontade de rir por ver Caroline naquele estado.

– PARA TE DEFENDER – Caroline bufou e continuou a andar – Fala Elena onde o bandido se escondeu? – Levantei da cama e a puxei pelo braço.

– Eu só tive um pesadelo – Suspirei e vi a expressão da loira se tornando mais calma. – Damon arrancou meu coração, “Seu coração sempre será meu, sempre” – fiz uma má imitação da voz de Damon que fez Caroline rir.

– Isso é culpa dos milhares de filmes de terror que você anda assistindo ultimamente, eu disse para assistirmos algum de drama, comédia, romance, mas você... – Caroline deixou a frase no ar para que eu completasse.

– Mas eu não consigo assistir porque meu coração está partido e qualquer filme me faz chorar – suspirei derrotada.

– Boa garota – Caroline piscou – Dá próxima vez ouça o concelho da sua melhor amiga.

– E dá próxima vez que vier me salvar, venha com algo mais “perigoso” do que uma chinela, combinado? – Caroline gargalhava alto me fazendo rir junto com ela.

– Nunca subestime o poder da minha chinela – Caroline levantou ainda rindo e depositou um beijo na minha testa – Agora volte a dormir, são quatro horas da manha, vê se não da mais nenhum chilique e me deixe dormir porque eu mereço.

– Boa noite – mandei um beijo no ar pra ela que sorriu e fechou a porta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem e deixem duas escritoras felizes. xx