Fairytale escrita por Julice Smolder


Capítulo 20
Don't Give Up


Notas iniciais do capítulo

Eai galerinha, sentiram saudades? Mais um capitulo e eu já posso dizer que coisas boas não vem por ai, MAS tudo futuramente voltará a entrar nos eixos. Pelos reviews do capitulo passado pude ver muitas pessoas odiando o Damon, mas tentem prestar bastante atenção na explicação da Caroline, o que ela diz condiz com a realidade kkk. Bom espero que gostem do capitulo, Boa leitura :]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/323438/chapter/20

Acordei com os olhos pesados devido ao choro continuo antes de dormir, minha cabeça esta parecendo uma roda gigante descontrolada, girando com toda a rapidez possível. Forcei meus olhos e tateei o criado mudo tentando alcançar meu celular para me certificar das horas. “Droga!” gritei mentalmente ao perceber que já se passava de uma hora da tarde, posso considerar que eu praticamente hibernei de um dia para o outro. Levantei lentamente alcançando minhas pantufas até meus pés, andei em passos curtos até o banheiro onde tomei um longo e demorado banho tentando me livrar do mal estar que tinha se instalado sobre meu corpo. Sai de lá assim que ouvi o estrondo da porta do quarto sendo fechada, me vesti com meu roupão e andei até o quarto me preparando psicologicamente para ver o homem da minha vida sendo um completo estupido.

– Precisa fazer esse escândalo todo? – gritei, eu já estava esgotada, viver no mesmo ambiente que Damon já estava sendo insuportável.

– Precisamos conversar querida – Damon levantou cambaleando da cama, com um olhar de arrepiar ele se aproximou de mim e logo o seu hálito forte de álcool comprovou o que eu temia.

– Você está bêbado? – disse o empurrando para longe de mim o que o fez dar uma leve cambaleada para trás.

– Cala a boca Elena – gritou – Quero foder você, vem pra cama neném – sorriu malicioso caindo de costas na cama.

– Damon pare de agir como uma criança – disse o vendo arregalar os olhos como se fosse um absurdo eu me atrever a lhe dirigir a palavra – Pare de fugir das suas responsabilidades, você é um príncipe, você tem uma imagem a zelar, todo esse povo lá fora depende de você para sobreviver. Por mais difíceis que seus dias de “Caça a loira indefesa” esteja sendo, nada justifica seus atos Damon, NADA!

– Crianças não fodem Elena – disse se levantando cambaleante da cama, me puxou pelo braço com toda sua força e me jogou em um canto do quarto – Não vou insistir nisso, se a vadia ai não quer, tenho certeza de que qualquer outra garota vai pagar para dormir com o príncipe aqui – Damon disse e deu as costas saindo do quarto. Foi à gota d’agua para mim, me vesti com toda a pressa possível, peguei a primeira mala que vi pela frente e comecei a jogar minhas roupas dentro, a única coisa que eu precisava no momento era o colo da minha mãe, precisava dela para afagar os meus cabelos e dizer que tudo iria se ajeitar.

[...]

Antes de sair do meu quarto para chamar Maria eu decidi falar primeiramente com Caroline, afinal eu era o motivo de mante-la presa nesse castelo, ela só estava aqui para me dar apoio e ser a pessoa que eu mais preciso. Peguei meu celular e disquei seu numero, depois de duas chamadas a voz da loira ecoou pelo meu ouvido.

–Oi Leninha, tudo bem? –Perguntou em um tom de voz exageradamente carinhoso.Respirei fundo tentando reunir forças para lhe responder mas as palavras travaram em minha garganta e a vontade de chorar foi mais forte e eu acabei desabando em lágrimas e soluçando alto.

–Meu Deus Elena onde você está? O que aconteceu? –Perguntou a loira desesperada do outro lado do telefone.

–To no meu quarto Car, vem correndo, eu preciso de você –Consegui falar e logo em seguida desliguei o telefone me jogando contra a cama macia.

Meus olhos corriam pelo quarto e milhões de lembranças dançavam pela minha mente. Todos os momentos bons e felizes que eu e Damon tivemos entre aquelas quatro paredes, todas as juras de amor e segredos ocultos, todos os carinhos e beijos trocados, como tudo aquilo poderia ter sido apenas uma farsa? Por que ele me falaria todas aquelas coisas? O que ele realmente sentia por mim afinal?

A porta se abriu arrancando-me de meus pensamentos e arrastando meus olhos em direção a loira que em minutos já me tinha em seus braços. Respirei fundo inalando o perfume doce que eu conhecia tão bem.

–Lena, me conta o que aconteceu –Exigiu ela enquanto secava minhas lágrimas.

–O Damon...-Eu pronunciei e em seguida um soluço me cortou, mas decidi continuar. –Ele está estranho, ele me falou coisas horríveis, me agrediu, disse que éramos apenas uma farsa, Car você não sabe o quanto isso está doendo –Abracei a loira com mais força deixando que minhas lágrimas molharem o tecido fino de sua blusa azul marinho.

–Shh não chore princesa –Ela beijou o topo da minha cabeça. –O Damon é um completo idiota, ele age por impulso, ele não pensa nas consequencias, Dam se quer deve saber o quanto está te machucando –Caroline alisou meus cabelos. –A cabeça dele deve estar uma confusão, os sentimentos embaralhados...

–Mas desse jeito ele apenas ta perdendo a pessoa que mais se importa com ele –Eu solucei.

–Elena, não importa o que ele fale, o que ele pense ou faça, esse homem é apaixonado por você, pensa que nesse momento ele pode estar apenas querendo desabafar, mas todos nesse castelo estão confusos e assustados, ninguém está realmente com tempo para ouvir o que ele tem a pensar ou falar –A loira falou calmamente, talvez isso fosse uma tentativa para que eu pensasse melhor, mas nada explicava o fato dele ter me agredido. –Você ta pensando em ir embora? –Caroline olhou para as malas acumuladas ao lado da cama. Apenas assenti.

–Você não pode desistir assim amiga –Ela segurou minhas mãos.

–Ele disse que não precisava de mim, que qualquer uma iria querer ser dele –Senti as lágrimas me engasgarem novamente. –Ele não me ama mais –Dizer aquilo em voz alto doía mais do que levar um tiro na cabeça, por que a dor cortava lentamente cada nervo do meu corpo deixando o rastro de um vazio em seu lugar.

–Não diga bobagens, Damon nunca se apaixonou antes de conhecer você, se esse homem não te ama, desculpa minha amiga, mas eu não acredito mais em amor verdadeiro. –Car passou as mãos pelas suas mechas loiras e abriu um sorriso carinhoso. –Mas se quiser ir, eu não te impedirei, por que eu sei que quando as pessoas são almas gêmeas, sempre acabarão juntas no final.

– Você sabe que não acredito nessas coisas, certo? – disse e Caroline assentiu pesarosamente – Arrume suas coisas, quero ir embora ainda hoje – dei um ultimo abraço apertado na minha loira.

– Você tem que conversar com ele antes de irmos – fiz uma careta como se não gostasse da idéia – Promete que vai falar com ele Elena? – assenti lentamente enquanto via Caroline sair fechando a porta em sua frente.

[ouçam essa musica]

Minha mente não parava um segundo de trabalhar formulando frases para dizer ao Damon que eu estava de partida, pensar na sua reação era o que mais me fazia temer. Será que ele perderia o controle outra vez? Talvez ele possa até gostar da ideia de me ver longe dele, talvez eu indo embora ele consiga reerguer o seu castelo assim que achar a sua Rapunzel (Rebekah). Tremi por dentro assim que vi a maçaneta da porta ser girada, logo o homem dos olhos azuis mais admiráveis de todo o mundo adentrou ao quarto, seus olhos correram por mim e depois para as malas ao meu lado. Damon abriu e fechou a boca várias vezes provavelmente tentando entender o que eu estava preste a fazer.

– Precisamos conversar – usei as duas palavras mais usadas para dar inicio a uma conversa séria.

– O que tá acontecendo aqui Elena? – Damon passava sua mão repentinas vezes em seus cabelos. Merda! Esse é um dos sinais de que ele está preste a explodir.

– Damon, eu vou... – antes que eu pudesse terminar de falar, Damon voou até mim, batendo minhas costas contra a parede, suas mãos alcançaram meus pulsos os fixando sobre minha cabeça, me impossibilitando de mexer.

– Você não vai a lugar algum Elena – seus olhos azuis vidrados estavam conectados aos meus, uma onda de eletricidade se apossou de mim – Você é minha, você não pode me deixar, e não vai. – Damon gritava e eu me arrependia por não ter fugido enquanto podia.

– Eu não posso mais viver assim, eu não quero mais isso para mim Damon – gritei no mesmo tom de voz que ele, meus olhos já estavam transbordando e meu coração se apertando a cada palavra trocada entre nós.

– Elena você é a única coisa que me sobrou, você não pode me deixar, não pode, você tá me entendendo? – Damon gritava e me chacoalhava seus olhos já estavam marejados, ele estava lutando para não chorar, por alguns segundos eu conseguir enxergar o homem pelo o qual eu me apaixonei ali, perdido, sozinho.

– Damon não complica as coisas – sussurrei abaixando minha cabeça me entregando as lagrimas – Você não me ama mais e já deixou bem claro isso, eu estou fazendo um esforço enorme para tentar te entender, vou deixar você ser feliz, mas não me impeça de pelo menos tentar ser tão feliz quanto fui um dia ao seu lado, não me obrigue ficar aqui e manter essa relação cada dia mais insuportável. – Damon afrouxou a mão dos meus pulsos e logo se afastou.

– Você não me ama mais não é? – Damon disse andando de uma lado pro outro com a mão na cabeça – É por isso que quer ir embora não é vadia? Arranjou outro milionário para salvar o seu castelinho? – Damon gritava enquanto eu me recusava a acreditar naquelas palavras, eu não poderia estar ouvindo isso do homem em que meses atrás me jurou amor eterno em Paris. Soltei uma risada dolorida e juntei as forças para continuar a falar.

– Você é o homem que eu mais amei, o homem que fiz planos para cada segundo do meu futuro ao seu lado, o que eu sinto por você está além da compreensão humana, talvez Caroline esteja certa, talvez você seja mesmo minha “alma gêmea”. Eu nunca, nem por um segundo irei esquecer de você, meu amor por você continuara intacto dentro de mim. Você sempre será o meu príncipe de meia tigela, mas HOJE eu não te reconheço mais, não vejo mais o homem pelo qual eu me apaixonei, e o melhor para nós dois é eu ir embora, evitar que alguém se machuque ainda mais. – Damon me olhava parado em minha frente.

– Então vai, vai mais não volta nunca mais, não quero ouvir falar de você, não quero saber noticiais suas, pode seguir a sua vidinha de merda, mas se sair por aquela porta Elena, eu juro que apago você de vez de dentro de mim. – Sorri fraco.

– Adeus Damon – Peguei minha bolsa sobre a cama, dei uma ultima olhada no quarto e em Damon que seguia todos os meus passos com o olhar, coloquei o meu pé para fora do quarto enquanto Damon me encarava surpreso.

Fechei a porta atrás de mim e me entreguei à dor estrondosa dentro do meu peito, eu estava abrindo mão do meu amor, se eu estava sendo errada? Não tenho ideia, mas algo dentro de mim diz que foi o certo a fazer, por hora. Desci as escadas escutando coisas sendo quebradas vindas do quarto, senti meu coração se apertar, acelerei o passo para não me arrepender mais ainda. Avistei Maria e pedi para que ela mandasse alguns dos seguranças ir até o quarto buscar minhas malas e de quebra dar uma olhada em Damon para ver se ele não cometia nenhuma besteira.

Esperei Maria e as outras serventes correrem em direção ao quarto de Damon para que eu pudesse seguir a diante. Eu estava bem ciente que assim que colocasse meus pés dentro daquele carro eu não poderia mais olhar para trás, eu não poderia querer voltar, ele não me queria mais lá, ninguém daquela família me queria lá. Será que algum dia eles realmente gostaram de me ter aqui? Gostaram da minha presença? Ou foi tudo uma simples farsa? Eu não queria e muito menos conseguia acreditar que tudo isso era apenas uma mentira que foi criada para manter meu reino a salvo. Eu fiz parte daquela família, das historias, dos segredos, tem um pouco de mim dentro de cada parede daquele castelo, tem sentimentos meus presos em cada cantinho escondido daquela casa, minha alma parece querer continuar presa naquele lar, mas meu corpo precisa deixar tudo isso para trás, precisa se forçar a esquecer todas as lembranças, todas as alegrias e sorrisos, eu preciso seguir em frente por que se eu me permitir ficar com as lembranças eu apenas me afundarei cada dia mais nesse posso escuro que eu estou lutando para sair.

–Elena –A voz de Damon arrastou-me de meus devaneios. O aperto no coração foi mais forte agora, parecia que uma mão o triturava lentamente, o ar estava fugindo dos meus pulmões, essa dor estava consumindo cada célula do meu corpo e eu não tinha para onde escapar. –Elena, por favor, não me deixa, Elena –Ele gritava, sua voz estava mais rouca e a cada palavra vinha junto um soluço, sinais óbvios de que estava chorando.

Reuni todas as forças que ainda me restavam e ignorei suas suplicas, continuei caminhando em direção ao carro preto estacionado próximo ao jardim cheio de rosas, minhas favoritas. Os gritos de Damon ainda ecoavam pelos meus ouvidos, agora ele parecia estar a poucos passos de mim, respirei fundo e apertei o passo parando em frente ao carro preto quando o ouvi:

–Se você entrar ai, você vai me perder para sempre –Avisou e eu solucei sentindo as lágrimas quentes deixando rastros pelas minhas bochechas.

–Eu espero que você seja feliz, como um dia eu fui com você –Murmurei baixinho mas ele parecia ter ouvido, por que seus olhos se arregalaram e as lágrimas umedeceram ainda mais sua face. Quando toquei a mão na maçaneta do carro ele se ajoelhou no chão. Nos seus olhos o medo era eminente, o desespero estava estampado em seu rosto, ali eu enxergava o homem que eu amo, era esse Damon, o que se importa, que sente, que me ama a ponto de cair de joelhos na minha frente e chorar implorando para que eu fique.

–Não me abandona Elena, você é tudo o que eu tenho, você me fez mudar, você foi capaz de me mostrar o amor, só você me conheceu de verdade, eu te amo Elena, por favor, não desista de mim, não desista de nós –Seus olhos já estavam atingindo uma tonalidade exagerada de vermelho, suas mãos tremiam, a pele de seu rosto já estava lavada pelas lágrimas quentes que jorravam de seus olhos.

Abri um sorriso duro e me ajoelhei na sua frente, toquei seu rosto com minhas mãos tremulas, memorizei cada detalhe dele e como uma fotografia eu guardei em algum canto da minha memória. Com lágrimas nos olhos me aproximei ainda mais dele e toquei meus lábios nos seus, sentindo pela ultima vez o toque de sua pele e o efeito que a mesma causava em mim. Com meus olhos ainda fechados, me afastei e sussurrei:

–Eu sempre vou te amar, mas eu não consigo mais... –Com isso me levantei e abri a porta do carro mandando Alfredo acelerar antes mesmo que Damon conseguisse nos alcançar.

Encostei minha cabeça na janela e olhando a belíssima Londres eu chorei, mas eu chorei relembrando dos momentos bons que eu e Damon tivemos juntos, do nosso primeiro beijo na cerimônia de casamento, nossa primeira noite juntos, das brincadeirinhas, os apelidos, os carinhos, segredos, dos passeios, tudo isso tinha um peso significativo na minha vida, mas que assim que eu chegasse ao meu reino eu pretendo guardá-los em um lugar do meu coração distante de mais para me fazer sofrer, mas elas sempre estarão lá me lembrando o como foi bom amar um príncipe de meia tigela.

You're everything I thought you never were;

And nothing like I thought you could've been;

But still, you live inside of me.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom espero que tenham gostado, não deixem de comentar e recomendar se possivel, e façam duas escritoras ultra felizes haha. Beijos, até o próximo capitulo xx