Fairytale escrita por Julice Smolder


Capítulo 18
Out The Runway


Notas iniciais do capítulo

Ei peço perdão pela demora do capitulo, mas tá tudo tão corrido que não estávamos tendo tempo para sentar e escrever, prometo que não vai se repetir. Esse capitulo é SUPER necessário para o entendimento futuro da fanfic, sei que vocês não gostam de povs fora de "Elena e Damon" mas confiem em mim, é necessário. Bom sintam-se a vontade para deixar várias reviews e se puderem recomendarem, to sentindo falta de chorar com as recomendações de vocês haha. Boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/323438/chapter/18

POV Rebekah

Cada nervo do meu corpo doía, minha cabeça latejava e minhas mãos estavam amarradas juntamente com minhas pernas, meus olhos estavam vendados por algum pano fedido. Meu corpo balançava de um lado para o outro, e pelo barulho notava que estava dentro de um carro em alta velocidade. Minha boca estava cortada e minhas lágrimas doloridas eram enxugadas pelo pano sobre meus olhos. Queria gritar e chorar, mas era impossível. Queria estar no conforto do castelo rindo e conversando com Caroline e Tetef enquanto esperávamos noticias de Damon. Mas por minha teimosia e burrice eu me encontro nesse lugar que eu se quer sei aonde é.

O carro parou, meu corpo foi jogado para frente batendo contra um coisa dura que julguei ser uma caixa. Gemi baixinho e senti uma mão pesada encostar-se em meus ombros.

-Chegamos docinho –Uma voz familiar e repugnante fez todos os pelos do meu corpo arrepiarem.

Ele desamarrou minhas pernas e tirou o pano de minha boca. Quando ele tirou o pedaço de tecido dos meus olhos eu evitei abrir os mesmos. Estava com medo do que eu pudesse ver. Então permaneci estática, quieta e encolhida no canto daquele carro.

-Levanta vadia –A mesma voz ecoou pelos meus ouvidos fazendo que imediatamente meus olhos se abrissem para encarar a imagem do homem que antes eu julgava tão bonito e agora era tão asqueroso aos meus olhos.

Robert o homem que eu conhecerá na praça há dias atrás com Elena, que me conquistou com seu jeito cavalheiro e malabares que fazia com fogo -puxou meu braço me obrigando a levantar. Senti minhas pernas fracassarem, mas tentei me manter firme. O homem me arrastou para dentro de uma casa velha e me atirou contra alguém, eu quase caio no chão se não fosse uma morena segurar meu braço e me manter em pé. A encarei por alguns segundo e não a reconhecendo voltei meu olhar para os dois caras que agora estavam segurando uma algema e caminhavam em minha direção.

-O-O que eu estou fazendo aqui? –Gaguejei tentando conter as lágrimas que me engasgavam.

-Arrastem ela até aquele pilar –A morena ordenou e os dois homens seguraram meus braços e me arrastaram até um pilar que estava fixado do lado direito daquela sala. –Robert vai tentar se comunicar com o pessoal de Londres, mas por enquanto voltem aos seus postos –Ela ordenou e depois que os homens algemaram minhas mãos naquele poste os mesmos saíram da sala me deixando sozinha e perdida naquele ambiente totalmente desconhecido.

Voltei a chorar encostando minha cabeça no poste atrás de mim.Meu corpo tremia e se movia por vontade própria enquanto as lágrimas jorravam de meus olhos. A vergonha estava totalmente estampada em minha cara. A duvida se voltaria para casa viva estava me atormentando. Quando me dei conta o barulho dos meus soluços foi substituído por o barulho de um tiro em um dos cantos da parede, tentei me encolher, mas as algemas não permitiram.

Meus olhos correram por toda a sala, e só nesse momento prestei atenção no local em que me encontrava. Era uma sala fechada, sem nenhuma janela –o que me assustou bastante –e apenas uma luz iluminava o local, ao meu lado mais três pilares parecidos com o meu estavam fixados. Respirei fundo tentando conter o medo que me dominava enquanto ouvia solas de bota baterem contra o chão de madeira.

-Docinho, já está bem adaptada? –Robert soltou uma risada estrondosa, que fez com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem.

-O que você quer comigo? –Minha voz saiu falha denunciando que estava chorando.

-Calma amor, tenho todo o tempo do mundo para responder suas perguntas –Eu ainda não o enxergava mas sabia que ele estava muito perto, eu o sentia.

-Por que vocês estão fazendo isso? –Tentei controlar as lágrimas e para minha sorte minha voz saiu alta e dura.

-Seu querido tio William me deve muita grana e só estou recuperando-a de volta –O moreno apareceu em minha frente e sentou-se em minha frente, mantendo uma distancia bem razoável.

-Eu não tenho nada haver com os negócios de meu tio –Respirei fundo evitando olhar para ele.

-Ai que você se engana querida –Ouvi sua risada ecoar pela sala. –Seu tio pode não ter nada com você, mas sua tia tem, e posso usar isso contra ela para conseguir o que tanto quero –Ergui minha cabeça e encarei seu sorriso orgulhoso.

-O que quer dizer com isso? –Ergui uma sobrancelha.

-Você é filha de Kate –Ele parou para prestar atenção em minha reação que no momento nem eu sabia identificar. –Olha, a filhinha não sabia –Ele se aproximou e acariciou meu rosto me dando ânsia de vomito. Virei o rosto e controlei as lágrimas, não poderia chorar agora, eu precisava tirar dele o máximo de informações que conseguisse.

-O que mais você sabe sobre mim? –Gritei e ele recuou voltando a sentar-se sobre o chão gelado.

-Sei que você é filha de Kate, que seu melhor amigo é seu irmão –Ele gargalhou. –Vocês tem uma historia bem interessante, mas não pretendo tocar nesse assunto agora –Fez uma pausa e eu senti minhas mãos se fecharem e meu rosto atingir uma tonalidade forte de vermelho. –Eu sei que você é uma patricinha mimada, que sempre esta a procura do carinho e amor que todos se negam a lhe dar. Seus “pais” vivem viajando, seu melhor amigo está casado, sua mãe não te aceitou, e você nem se quer consegue ficar com um garoto por mais de dois dias –Aquelas palavras doíam como uma facada em meu peito, me contorci no chão esperando por mais verdades, e assim ele fez. –Por isso foi fácil conquistar você docinho. Eu fiz você acreditar que eu estava me apaixonando, que eu queria ter algo com você –Ele sorriu. –E como toda garotinha inocente você caiu feito um patinho –Dessa vez a gargalhada dele me assustou e eu fechei meus olhos com força sentindo as lágrimas quentes escorrerem pelas minhas bochechas.

-Hey docinho, não chore –Ele usou meu apelido enjoativo o que serviu para que as lágrimas rolassem novamente pelos meus olhos. –Tem mais alguma pergunta?

Neguei com a cabeça. Não sei se tinha perguntas, talvez tinha, mas no momento nada vinha a minha cabeça alem de suas ultimas palavras sobre mim. Eram todas verdades? Acho que sim. Todos devem notar o quão fácil é me iludir e me magoar, e todos têm prazer de fazer isso. Eu sou uma fraca.

Sempre pensei que agindo como tal as pessoas me veriam como tal. Por isso comecei a me mascarar, usando maquiagens e roupas de grife. Aprendi todas as regras da realeza, cuidava do povo como se fossem meus súditos. Eu tinha tudo para ser uma princesa, mas nunca pensei que realmente era uma, até hoje. Eu tinha sangue real em minhas veias. Tinha o mesmo sangue de Kate e o pior, de Damon. Deus, quantas coisas já fizemos juntos e que não seriam permitidas entre irmãos. Me encolhi sentindo vergonha de todas as vezes que rolamos entre lençóis e nos beijamos na sacada de seu quarto. Como pode Kate deixar isso acontecer? Por que ela não me avisou sobre o erro que eu estava cometendo?

Meu coração se contorceu ao lembrar da imagem de Kate, aquela mulher que sempre me cuidou como filha, que sempre quis meu bem, me enchia de mimos e presentes. Tudo isso por que? Para tapar sua ausência em minha vida? Ela deveria se envergonhar das escolhas erradas que tomou. Como ela pode me abandonar? E afinal eu era filha de William? Por que ela decidiu me abandonar? Tem um motivo para ninguém nunca ter me contado?

Minha cabeça metralhava perguntas inexplicáveis e que com certeza nem Robert saberia responder, então apenas fechei meus olhos com força e traguei uma boa quantidade de ar tentando me recompor antes de encarar aqueles olhos castanhos.

-Querida, você precisa comer –Ele disse com olhos piedosos que fizeram meu estomago revirar.

-Estou sem fome –Murmurei. –Pode me deixar sozinha? –Pedi.

-Acho que você precisa pensar –Ele assentiu. –Mais tarde eu volto pequena –Ele depositou um beijo sobre minha cabeça, mas eu logo abaixei a mesma, tentando fugir do toque de seus lábios.

Robert deixou a sala e novamente fui deixada mofando naquela sala úmida e asquerosa. Suspirei tristemente sentido que minha vida tinha acabado, não teria como escapar daquela sela, não sem ajuda. Joguei minha cabeça para trás me encostando no ferro e controlando minha respiração acelerada. A luz pendurada por alguns fios no teto balançava de um lado para o outro me irritando. Abri minha boca e gritei irritada. Minutos depois mais dois tiros foram disparados, mas dessa vez não me assustei.

-O que aconteceu? –Robert entrou afobado na sala.

-Nada –Respondi.

-Por que gritou?

-Fiquei com vontade –Dei de ombros.

-Está com fome? –Perguntou novamente me fazendo revirar os olhos.

-Pare de se importar com minha alimentação, como você disse ninguém se importa comigo e você com certeza não seria o primeiro –O encarei com ódio, sentindo cada nervo do meu corpo adormecer devido a raiva. –Agora vá embora.

-Garota, cala essa boca, não pense que aqui é o seu castelo. Aqui ninguém vai fazer nada por você, se lá ninguém se importava, aqui é ainda pior –Ele disse grosso. –E não erga esse nariz e diga que me preocupo com você, por que está completamente errada docinho...

-PARE DE ME CHAMAR DISSO –Berrei nervosa, mas minha raiva dobrou de tamanho assim que senti sua mão chocar contra a pele macia de minha bochecha. Com certeza aquilo deixaria marca.

-Abaixa o tom para falar comigo cadela, eu não sou nenhuma das suas empregadinhas ridículas –E mais uma vez a palma de sua mão bateu em minha bochecha, e isso foi seguido por dois chutes em minhas coxas. Gemi de dor abaixando minha cabeça e encarando o tecido fino das minhas calças jeans.

-Para –Implorei sentindo novamente sua bota bater contra minha coxa que já deveria estar roxa.

Um silencio doloroso se instalou pela sala. Minhas pálpebras estavam pesadas, meu corpo inteiramente dolorido, e minha cabeça latejando. Ergui minha cabeça e encontrei dois olhos castanhos perdidos em meu rosto.

-Onde eu dormirei? –Perguntei com uma voz doce, torcendo para que isso não resultasse em mais tapas e chutes.

-Nesse mesmo local que está sentada. Você nunca assistiu a filmes policiais? –Perguntou e eu assenti. –Então, isso é um pouquinho pior –Um sorriso amarelo brotou em seus lábios e eu rapidamente fechei os olhos esperando por um tapa que não chegou. –Calma docinho, eu só vou te espancar quando merecer –Respirei fundo controlando as lágrimas e pensando em suas palavras.

-Eu não fiz nada para merecer –Chorei. –Por que você esta fazendo isso comigo? Eu pensei que gostasse de mim –Solucei sentindo as lágrimas aquecerem meu rosto.

-O QUE? –Sua voz saiu aguda. –Eu nunca senti nada por você criança, nem amor, compaixão ou carinho, eu não sinto nada disso –Seu tom era controlado, sério.

-Não parecia isso –Sussurrei. –Você disse que queria ter um futuro comigo, que eu seria a pessoa mais importante da sua vida –Gritei e senti uma mão contra meu rosto. –Para de me bater porra –Berrei novamente esperando por um chute, mas ele se manteve imóvel.

-Que boquinha suja princesinha –Sua mão apertou minhas bochechas. –Cadê a educação que mamãe te ensinou? –Riu da minha cara e eu respirei fundo me controlando.

-Me deixa em paz –Implorei.

-Você que me chamou aqui –Ele sentou-se no chão.

-Não chamei.

-Você gritou –Ele deu de ombros.

-Me deixa ir embora –Chorei. –Eu não tenho nada haver com essa família, eu nem se quer sabia de nada, eu nem sou importante, com certeza ninguém está atrás de mim –Atropelei as palavras.

-Você está completamente enganada. Seu priminho parou Londres para conseguir te achar, ele contratou o FBI e todos os tiras estão ao redor da cidade, ninguém sai ou entra lá sem passar pela família real. –Meu coração bateu mais forte. Então eu era importante? Damon estava mesmo fazendo tudo aquilo por mim?

Deixei escapar um sorriso de gratidão, mas logo foi substituído por um barulho de tiros.

-O que é isso? –Me encolhi.

-Jarred entrando na sala –Robert anunciou e em poucos segundos um homem alto, ruivo e elegante apareceu em minha frente.

-Boa noite –Ele se curvou em minha direção e eu virei o rosto na direção oposta. –Ela é meia arisca* né? –Gargalhou arrancando risos forçados de Robert.

Revirei os olhos bufando enquanto tentava concentrar toda minha atenção na parede do outro lado da sala.

-Querida, qual seu nome? –A voz do ruivo chamou-me e eu virei-me em sua direção encarando seus olhos caramelos levemente escurecidos por causa da luz fraca da sala.

-Rebekah –Sussurrei muito baixo que quase eu mesma fui incapaz de ouvir.

-Lindo nome, para uma linda mulher –O tom malicioso em sua voz fez com que minha garganta se fechasse e minha barriga revirasse.

-O que você veio fazer aqui Jarred? –Robert perguntou fazendo uma careta de poucos amigos.

-Conhecer nossa garota de ouro –Sua mão tocou os fios loiros de meu cabelo.

-O que vai fazer com ela? –Robert trincou os dentes. Estranhei sua reação, mas mantive calma e ignorei seu estado exagerado.

-Não é da sua conta querido Rob –Ele riu passando a mão por sobre seu palito preto. –Pode nos dar privacidade? –Perguntou.

Robert me fitou, seus olhos escuros penetrando nos meus. Logo em seguida o mesmo rodou nos calcanhares e caminhou lentamente até a porta abrindo-a e logo em seguida fechando a mesma.

-Pronta para se divertir docinho? –A palavra “docinho” ficava ainda mais repugnante saindo de seus lábios.

-O que você vai fazer comigo? –Perguntei estufando o peito.

-Me divertir –Deu de ombros e caminhou em minha direção, passando a mão pelos meus cabelos loiros e em seguida seguindo a mesma até meus seios apertando os mesmos e em seguida sorrindo. Respirei fundo tentando manter a calma, mas assim que senti suas mãos descendo até minha intimidade abri a boca para gritar, mas ele a tapou. Chorei, esperando que ele soltasse minha boca e assim que o mesmo se afastou para tirar as calças eu abri minha boca e gritei:

-Robert, Robert, por favor me ajuda –Me engasguei em meio aos soluços, mas nenhum sinal do homem.

-Robert não se atreveria a entrar aqui, ele sabe que ando com uma arma em minha cintura e que na primeira oportunidade atirarei em sua cabeça sem hesitar. –Soltou um riso pelo nariz o que só me fez chorar ainda mais alto.

Eu estava com medo. Meu corpo inteiro implorava por ajuda, minha cabeça doía de tanto chorar e meu rosto estava coberto pelas lágrimas quentes que escorriam dos meus olhos. Tentava manter meus olhos fechados ou distantes do rosto de Jarred mas era uma missão impossível uma vez que o mesmo estava com suas mãos percorrendo cada canto do meu corpo.

Por que isso estava acontecendo comigo? Eu estava sofrendo por uma coisa que eu se quer tenho culpa. Queria ficar em paz, sozinha e perdida no silencio do meu quarto pensando em tudo o que eu tinha ouvido, mas tudo o que eu conseguia fazer era me debater contra o pilar em que eu estava amarrada.

-Por favor, não faça isso eu te imploro –Chorei baixinho com medo do que ele pudesse fazer. –Eu te pago... –Falei e imediatamente o homem parou com os beijos que dava em meu pescoço.

-O que? –Ele segurou o riso.

-É, eu te pago, me fale seu preço, eu pago qualquer coisa, mas não faz isso comigo –Meu coração palpitava rapidamente torcendo para que o homem em minha frente aceitasse o acordo.

-Dinheiro eu já irei ganhar, fazendo isso ou não, então não fofinha apenas aproveite o momento –Ele beijou o canto da minha boca e eu balancei minha cabeça rapidamente tentando me afastar de seu toque mas isso só refletiu em um tapa em minha bochecha direita. –Se tentar resistir vai ser pior. –Avisou e eu fiquei petrificada enquanto sentia sua boca asquerosa tocando meu pescoço.

Eu precisava fazer isso parar, eu tinha que dar um jeito, mas eu não me renderia fácil, eu não deixaria esse homem nojento e grotesco tocar mais um dedo em meu corpo.

-ROBERT POR FAVOR ME SALVA –Chamei pela única pessoa que eu conhecia nesse lugar, mas nem sinal do homem.

Por que ele fez isso comigo? Eu pensei que ele estava realmente se envolvendo e querendo alguma coisa comigo. A eu fui tão burra, Robert nunca se apaixonaria, seu coração é mais gelado que um iceberg e totalmente impenetrável. Eu sou mesmo uma garotinha burra e iludida que acredita em qualquer palavra de amor que saia da boca de um homem. As palavras de Robert metralhavam em minha mente, ele falou tudo o que ninguém tinha coragem e isso só me deixava ainda mais triste em saber que a única pessoa que falou isso, que me fez despertar foi o meu seqüestrador.

-Jarred...Jarred? –Uma voz falha ecoou de alguma peça de roupa de Jarred que estava jogada no chão.

-O que caralho? –Ele juntou o casaco e colocou o aparelho perto da boca.

-Você precisa vir aqui, estamos tentando contato com a família real, precisamos de você –Uma voz estranhamente fina comentou.

-Já estou indo. –Jarred juntou suas roupas do chão e correu até a porta sem nem notar minha presença.

Traguei uma boa quantidade de ar e suspirei aliviada. Eu fui salva pelo gongo essa vez, mas e se tiver outras? Como me defenderei se estou completamente indefesa? Ele iria abusar de mim e eu nem se quer poderia me defender? Não, eu lutaria até não me restar mais forças, mas eu não cederia facilmente, não a esses homens asquerosos e rudes.

-Oi princesinha, tudo bem? –Robert entrou na sala trazendo com ele uma bandeja com alguma coisa pastosa sobre um prato de plástico, ao lado tinha um copo vermelho contendo água.

-Sai daqui seu filho da puta –Gritei contendo as lágrimas que insistiam em me sufocar.

– É melhor você comer, é a primeira e única refeição que você terá hoje – disse colocando o prato ao meu lado e sentando novamente em minha frente. – Você grita alto pra porra em garota – sorriu divertido.

– Porque não veio? – sussurrei de cabeça baixa – Ele ia abusar de mim. – uma lagrima ousou a correr pelos meus olhos e todo o sentimento de repulsa que eu senti voltou em dobro, estava me sentindo imunda.

– Eu tenho amor na vida docinho, se eu passasse por aquela porta dentro de cincos segundos você só iria me ver no chão com dois buracos na testa. – respondeu nervoso – Pode me pedir qualquer coisa, mas não me meta no meio dos seus problemas com o Jarred – senti seu olhar pesando sobre mim esperando por uma resposta.

– Mas foi você que me trouxe para cá, você que tá me fazendo sofrer, o que eu fiz para você? – meus olhos já estavam marejados e minha visão turva – Você é o cão mandado dele, certo? – assim que falei seus olhos se encheram de raiva e sua reação facial não foi uma das melhores, percebi que toquei na sua ferida, ele não aceitava que Jarred fosse o “Macho alfa”.

– Não sou pau mandado de ninguém, somos dois cachorros grandes que não se dão bem – respondeu se levantando rápido – Perdi a paciência com você, se não quer comer não come, mas depois não reclame do nosso hotel cinco estrelas – chutou a bandeja com a comida ao meu lado me fazendo pular de susto.

Encolhi-me no canto mais escuro do quarto, me entreguei à solidão que sempre batia em minha porta, mas dessa vez ela estava mais presente do que nunca. Meu subconsciente gritava em alto e bom som “BASTARDA” saber que a mulher que me criou a vida toda, que me educou, me ensinou como fazer o meu laço no tênis, me ajudou com a minha primeira decepção amorosa, a mulher que passei a vida inteira chamando de mãe não passa de uma “qualquer” deixei as lagrimas e os pensamentos confusos me levarem até meus olhos ficaram pesados ao ponto de me fazer adormecer. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem e deixem duas escritoras felizes.xx
Próximo capitulo será postado quando chegar a 10 reviews no minimo.