Deixamos o cabaré e voltamos ao carro preto estacionado ao meio fio da rua. O frio já tomava conta de Paris fazendo com que todos os pelos do meu corpo enrijecer. Mas não me importei afinal dentro de alguns minutos o calor acolhedor do carro faria efeito e o frio se dissiparia do meu corpo.

-Para onde nós iremos agora? –Perguntei deitando minha cabeça no ombro de Damon enquanto deixava que o mesmo entrelaçasse nossas mãos.

-O lugar mais lindo de Paris –Beijou meu cabelo enquanto eu abri um sorriso bobo.

O carro correu algumas ruas e parou em algumas sinaleiras, mas finalmente chegamos em frente a maravilhosa Torre Eiffel. Quando desci do carro e ergui minha cabeça para contemplar a gigantesca Torre, nesse mesmo instante me senti menor que uma formiga.Aquela coisa era enorme, chegou a me deixar tonta por alguns minutos, mas logo fiquei encantada com as luzes que a cercavam e todo o aspecto de romance que ela exalava.

Os braços de Damon abraçaram minha cintura enquanto o mesmo depositava beijos em meu ombro. Isso era o que eu sempre sonhei, exatamente do jeito que eu imaginava. Deixei a felicidade preencher meu corpo enquanto eu guardava aquele momento em minha mente, para nunca mais esquecê-lo.

-Vamos subir? –Damon sussurrou em meu ouvindo e imediatamente meus olhos se arregalaram.

-E-Eu tenho medo de altura –Sussurrei quase imediatamente sendo tomada novamente pelo frio da noite e sentindo meus pelos enrijecerem.

-Bobagem, você foi à London Eye –Ele sorriu. –Eu vou estar com você, segurando sua mão. Eu prometo. –Ele retirou seus braços da minha cintura e começou a retirar seu casaco. Só entendi o porquê quando o pedaço de pano escuro foi parar em meus ombros me protegendo do frio. Abri um sorriso todo apaixonado e beijei seus lábios gelados.

-Obrigado amor. –Falei com o tom de voz mais doce que consegui, enquanto sentia a mão de Damon se entrelaçar com a minha.

Respirei fundo diversas vezes antes de começar a subir a Torre. Quando eu notei que varias pessoas estavam acumuladas a poucos degraus a cima entrando em um espaço amplo eu fiquei feliz por sermos proibidos de subir mais que isso. Suspirei aliviada e Damon soltou uma risada frouxa.

-Nós não pararemos aqui, princesa. –Apertei sua mão com mais força agora sentindo meu coração acelerar e minha respiração ficar desregular. Olhei para baixo e notando toda aquelas pessoas parecerem formigas e o chão estar tão distante eu fiquei tonta e me segurei em uma das grades que nos cercavam. Damon segurou meus braços, e me abanou. Eu deveria estar mais branca que uma folha de papel.

-Damon... –Murmurei notando a fumaça branca sair por entre meus lábios por conta do frio.

-Calma, respire e olha pra mim –Ele virou meu rosto em sua direção. –Só para mim. –Ele completou entrelaçando nossos dedos novamente. –Nós subiremos mais um pouco, se você não se sentir bem, nós iremos descer. –Ele concluiu e eu assenti.

Grudei meus olhos no rosto de Damon, notando como seus olhos azuis atingiam um tom desconhecido pelo fato das luzes refletirem neles. Como sua boca estava mais vermelha por causa do frio, e um sorriso brincava entre seus lábios. Com certeza essa era a vista mais linda que eu já tinha contemplado. Depois de um tempo eu não tinha mais medo, eu sabia que ele estava ali, cuidando de mim, protegendo-me, e que se eu estava com ele eu não tinha o que temer.

-Chegamos. –Ele disse entrando em um lugar amplo que ficava praticamente no topo da Torre Eiffel. Naquele local o vento batia muito forte que eu tive que me segurar em Damon para não ir ao chão. O ar ali em cima parecia tão limpo e fresco que permiti encher meus pulmões dele.

-Por que não tem ninguém aqui em cima? –Perguntei.

-É uma das vantagens de ser príncipe e princesa de Londres –Ele deu de ombros. –Podemos desfrutar de coisas que mais ninguém pode. –Sorriu me puxando para mais perto da grade.

Foi quando notei vários seguranças nos rodeando, provavelmente nos protegendo. Minhas mãos agarraram a grade gelada e meus olhos foram tomados pela visão de Paris à noite. Todas aquelas casas, ruas e bairros rodeados por luzes, fazendo o ambiente ficar mais acolhedor e confortável.

-Nossa –Eu soltei e Damon abraçou meu corpo. –Eu sempre sonhei com isso. –Admiti.

-Fico honrado em ser uma das pessoas que realizou um de seus sonhos. –Ele beijou minha bochecha gelada.

-Você realizou quase todos os meus sonhos. – Virei-me de frente para ele e beijei seus lábios avermelhados. A essa altura o frio que eu sentia antes já era insignificante. Só o que me rodeava eram coisas boas e lindas, que me deixavam boba de tão feliz. O abracei deitando minha cabeça em seu peito me permitido usufruir da vista maravilhosa que estava em minha frente, ficamos ali por alguns minutos de puro silencio, aproveitando a vista de cada canto perfeito daquela cidade. Um dos guardas raspou a garganta tentando chamar nossa atenção.

– Perdão, mas a vossa majestade não quer um casaco? Poderão pegar um resfriado com toda essa ventania. – Perguntou preocupado, certamente a rainha deveria ter o recomendado para ficar de olho em nós.

– Já estamos de saída – Damon falou para o guarda que assentiu voltando para a sua posição – Vamos? – disse com um sorriso no rosto.

– Mas já? – fiz bico – Não deu tempo de me cansar disso tudo ainda – falei manhosa

– Pra quem estava com tanto medo de subir, até que você está bem – sorriu de canto para mim – Tem certeza que prefere esta vista? Se formos embora posso te mostrar uma melhor – sussurrou me fazendo gargalhar.

– Me poupe das suas safadeza Salvatore – sorri me apertando contra o seu palitó que ainda se encontrava sobre mim, peguei em suas mãos e começamos a descer, juro que é muito mais angustiante do que subir, meu estomago estava dando nós, não consegui manter meus olhos na altura que me cercava, então apenas me contentei em fitar as escadas até chegar ao térrio. Adentramos no carro preto novamente em direção ao nosso hotel, me via perdida entre as imagens que passavam entre as janelas do carro, ao entrar em nosso quarto joguei minhas sandálias para o alto, e me sentei na cama computando tudo o que eu havia vivido em apenas um dia.

– Nem acredito em tudo isso que aconteceu – soltei um suspiro largo – Parece até um conto de fadas – sorri para Damon que me retribuiu com seu fiel sorriso de lado.

– Nós vivemos um conto de fadas Elena – Damon disse aproximando de mim – Príncipe e Princesa, esqueceu? – colou nossas testas em uma aproximação milimétrica, me deitou delicadamente sobre a cama ficando sobre mim, suas mãos passeavam todo o meu corpo, como se estivesse explorando algo nunca visto. Diferente das ultimas vezes que fizemos amor, essa foi calma, o luar de paris iluminava o quarto deixando o clima mais romântico. Em questões de segundos todas as nossas roupas estavam jogadas ao chão do quarto do hotel, estávamos alucinados demais para qualquer preliminar, todo o meu corpo parecia pedir por Damon, seus olhos azuis cheios de desejo estavam conectados aos meus, sem pensar duas vezes Damon se introduziu dentro de mim, me fazendo urrar de prazer, no quarto apenas se ouvia nossos gemidos e o barulho dos nossos corpos suados se batendo um no outro. A noite se passou daquela forma, entre carinhos e amassos.

Pov Damon

Antes mesmo de abrir os olhos eu consegui sentir um corpinho pequeno sendo envolvo por mim, a aproximei mais de mim a aconchegando dentro dos meus braços, inalei todo o perfume que ela exalava, abri os olhos encarando aquele rosto angelical, seus cabelos negros caiam perfeitamente sobre seu rosto, sua boca carnuda apresentava um leve sorriso, provavelmente deve estar tendo um sonho bom. Depositei um demorado beijo em seus lábios a fazendo despertar sem querer.

– Mas que maneira mais gostosa de se acordar – disse sorrindo coçando seus pequenos olhos.

– Pronta pra mais um dia em Paris, Mademoiselle? – sorri para ela que se sentou na cama.

 – O que temos para hoje? – sorriu boba para mim, fico encantado em como uma mulher consegue ser tão bela ao despertar.

– Surpresa – sorri de lado

– Tenho medo das suas surpresas – se ergueu até encontrar meu lábios distribuindo ali um selinho, levantou-se da cama até o banheiro, Elena parecia uma criança em um parque de diversões, estava perdida sem saber onde ir, tantas opções.

– Não se preocupe, os cabarés são fechados de manha – gritei e a ouvi gargalhar de dentro do banheiro. Me arrumei juntamente a ela, e saímos do quarto, eu já havia dado as ordens de onde iríamos ao motorista no dia anterior, Elena não se continha em si e de cinco em cinco segundos ousava em perguntar “já chegamos?” “e agora?” “vai demorar?” quando eu disse que adotei uma criança ao invés de casar, eu não estava brincando.

– Pronto chegamos – ela escapuliu do carro antes que eu pudesse terminar de falar, estávamos no rio Sena, as grades são cheias de cadeados onde os apaixonados deixam seus nomes, assim ficaram unidos para o resto da vida, bom isso é o que eles dizem.

– Eu n-ã-o acredito – disse colocando suas mãos sobre sua boca, veio até mim e me abraçou forte – Já disse o quanto você me faz feliz? – sorri feito um bobo apaixonado, meus olhos ardiam segurando as lagrimas, ver que eu conseguia fazer a minha Elena tão feliz era algo gratificante.

– Acho que você irá querer isso – disse arrancando de meus bolsos um cadeado personalizado com os nomes “Elena & Damon” seus olhos se arregalaram, ela pegou minha mão e me arrastou até a grade onde colocamos juntos o símbolo da nossa eternidade juntos.

– Agora você está destinado a morrer ao meu lado – gargalhou me abraçando novamente.

– Ai meu Deus, ainda dá tempo de comprar um alicate e arrancar isso, certo? – disse a fazendo gargalhar mais alto ainda – Eu não preciso de um cadeado pra querer passar o resto da minha vida ao lado de uma mulher maravilhosa como você Elena – disse sem esperar a sua resposta a beijando ternamente.

– Eu te amo principezinho de meia tigela – sorri entre nosso beijo.

– Nunca perde o costume né princesinha safada? – Elena negou com a cabeça e começou a fitar algo atrás de mim, percebi que se tratava de um senhor que estava desenhando as pessoas que por ali passavam. Peguei na mão de Elena e fui até aonde se localizava o senhor. Ficamos ali por um tempo indeterminado até a nossa “foto” ficar pronta, os traços eram perfeitos, o senhor conseguia captar até os mínimos detalhes. Arranquei minha carteira, pegando o valor que ele deu ao quadro, o sorriso de Elena não saia do rosto, estava ficando cada vez maior e minha vontade era de só aumenta-lo conforme o dia passava. Um barulho alto e irritante veio do meu bolso de trás, logo o apanhei vendo que o visor apontava ser minha mãe, provavelmente querendo saber novidades.

– Já estava sentindo saudades – falei divertido

– Filho, precisamos que você volte ainda hoje – minha mãe soluçou tentando segurar a voz de choro, o que fez meu coração se apertar

– Alguma coisa com o reino? Meu pai? Me diga o que há de errado – disse já alterado

– Apenas volte o mais rápido possível – antes que eu pudesse rebater ela desligou o telefone me fazendo queimar de raiva e preocupação, avisei para Elena que infelizmente teríamos que acabar com nossa "lua de mel" mais cedo, dentro de uma hora já estávamos na pista de pouso dentro do nosso jatinho nos preparando para decolar até Londres, minhas mãos tremiam e eu não sabia o que estava a me esperar por lá.