Um barulho irritante me retira do mundo dos sonhos, ainda de olhos fechados apalpo o lado direto da cama e o corpo que me proporcionou prazeres ilimitados não se encontrava mais lá, desvio meu olhar até objeto que emitia o som sem parar, percebo que se trata de meu celular e em um pulo eu o atendo.

–Alô?

–Ainda dormindo gata? –A voz de Stefan invade meus ouvidos e eu abro um sorriso.

–Acordei agora Stef. –Bocejei sem querer e ouvi a risada de Stefan.

–Lena, eu te liguei para perguntar se posso te sequestrar hoje de tarde.

–Um sequestrador pedindo permissão a vitima? Essa é nova. – Ri. – Aonde pretende me levar?

–Eu, Bekah e Carol pensamos em ir para o London Eye, o que você acha? – Perguntou.

–Acho maravilhoso, em meia hora estou pronta.

–Ótimo gata, esperamos você aqui na sala. – Sem dizer mais nada desliguei o celular e levantei da cama enrolada em um dos lençóis da nossa cama.

Chegando ao banheiro, liguei a torneira da pia e lavei meu rosto com a água gelada esperando que todo o sono fosse rapidamente embora dali, não tendo muito sucesso com isso, fui tomar um banho. Enquanto esperava a água escorrer pelo meu corpo e relaxar meus músculos me perguntei onde estaria Damon essa manhã.

Fiquei uns cinco minutos embaixo da água quente que jorrava do chuveiro, e depois que o sono foi embora decide ir me arrumar. Sai do chuveiro e enrolei em meu corpo uma toalha branca, caminhei até meu armário e retirei de lá um vestido leve. Depois de devidamente vestida e arrumada eu desci as escadas em direção a sala aonde estavam três loiros gargalhando.

–Oi. – Falei me aproximando e ganhando olhares de aprovação de todos.

–Aleluia senhora Salvatore. –Stefan disse correndo em minha direção e me abraçando.

–Desculpe a demora, o sono não queria sair de mim. –Ri.

–Também, me admiro o Damon ter deixado você dormir a noite. –Caroline falou e enquanto ouvia suas gargalhadas senti minhas bochechas corarem.

–Coitada Car. – Rebekah me defendeu. –Vamos? – Perguntou se levantando do sofá, todos concordaram e nos direcionamos até o carro de Stefan que estava estacionado em uma das garagens do castelo.

– Todas para dentro – disse Stefan desativando o alarme do carro sentando-se no banco do motorista, sentei ao seu lado enquanto Caroline e Rebekah se acomodaram no banco de trás. Abri o porta luvas procurando por CDs para ouvirmos durante o caminho.

– Britney, Madonna, Christina Aguilera e... É... Justin bieber? – gaguejei ainda não acreditando que Stefan ouvia aquele tipo de musica.

– Ei não fale mal da família real do pop, e quanto ao Justin, eu gosto de algumas musicas dele – deu de ombros e nós quatro gargalhamos.

– Justin, épico – Caroline colocou as mãos sobre a barriga ainda gargalhando

– E ai, o que vai ser? – Perguntei segurando os bilhões de pensamentos que se passaram na minha cabeça sobre o gosto musical de Stefan.

– Christina – Carol e Rebekah responderam em um coro, as obedeci e assim que começou a segunda musica todos cantamos juntos.

– All I wanna do is fuck your body – Stefan e eu cantamos juntos

– ooooh oooooh – Car e Rebekah continuaram – Tonight's your lucky night, I know you want it – E assim ficamos, cantamos a maioria das musicas e quando nos demos por conta já podíamos enxergar o london eye.

A vista era linda, aquela incrível roda gigante era diferente de qualquer coisa que eu já vi. Mesmo morando em Londres eu nunca vim aqui, sempre me disseram ser muito bonita, mas nunca cheguei a ver, até hoje. A vista da London Eye do chão era assustadora, um calafrio percorria meu corpo ao saber que seria arrastada para o topo daquilo, mas mesmo assim eu tinha vontade de saber como seria a vista de lá. Caroline e Stefan entrelaçaram seus braços com os meus e assim fomos em direção a uma das cabines grandes e revestidas de vidro que a roda-gigante possuía. Respirei fundo, e grudei meus olhos no vidro esperando a maquina começar a se mexer, longos quinze minutos torturantes foram necessários para que todas as outras pessoas adentrassem em seus lugares, uma moça simpática veio até a nossa cabine forçar os métodos de segurança, assim que tudo estava nos conformes senti um pontada no estomago, a roda gigante começou a girar e meu estomago girava junto com ela, por questões de segundos tentei fechar meus olhos mas logo os gritos histéricos de Caroline e Stefan pedindo para que eu abrisse, me fizeram “criar” uma coragem inexistente e tentar encarar o mundo de olhos abertos. Evitei olhar em volta e me concentrei no que acontecia dentro da cabine, Rebekah estava ao meu lado e assim como eu estava com os olhos fechados procurando algo para se estabilizar, peguei em sua mão o que a fez arregalar os olhos e sorrir alegremente, passei os olhos entre Caroline que estava gritando loucamente, seus gritos só não eram mais finos e agudos do que os de Stefan, assim que chegamos ao topo arrisquei-me a olhar para baixo, e lá estava uma das visões mais lindas que eu já tive em toda minha vida, só perdia para o farol de Damon. E quando eu pensei que tudo iria melhorar, o infeliz que estava comandando a velocidade da roda a deixou duas vezes mais rápida, me segurei com toda a minha força nas barras de segurança, e fechei os meus olhos até sentir sua velocidade ir diminuindo até parar, em um pulo sai correndo de lá esperando nunca mais ter que voltar.

– Foi incrível – Caroline falou arrumando suas madeixas loiras que se encontravam desalinhadas.

– Incrível é pouco Loira – Stefan disse empolgado – Vamos de novo? – antes que Caroline pudesse assentir, eu a cortei.

– Não entro nisso de novo, nem amarrada – falei cruzando os braços

– Nem eu, já tive emoção o suficiente por uma vida inteira – Rebekah disse e eu sorri

– Então as duas caretonas ficam andando por ai, enquanto isso Stefan e eu damos mais um volta, pode ser? – Caroline falou já retirando o dinheiro da sua carteira para comprar mais ingressos.

– Combinado – Rebekah e eu falamos em coro e saímos em direção a uma multidão que cercava o que parecia ser um show de rua, três caras que mais pareciam gibis ambulantes davam o show, dois deles dançavam breakdance com a musica saindo do seu pequeno radinho, e o outro com seus longos cabelos negros estava em pé no centro fazendo malabarismo com o que parecia bolas de golfe em chamas. De vez em quando ele parava de fazer o malabarismo e apenas segurava a bola, a girando em seus dedos ou a rolando de um braço para o outro. Duas vezes ele fechou sua mão em volta da bola de fogo, sem apagá-las, apenas para mover suas mãos, permitindo as chamas escaparem pelos vãos entre seus dedos.

– Ele está usando algum tipo de luva protetora? – Rebekah virou pra mim ainda sem entender como aquilo não o machucava.

– Não vejo nada em suas mãos, não tenho idéia de como aquilo não o fere – falei quase de boca aberta por sua habilidade.

– Se você segurar direito não machuca, incrível não? – um dos dois rapazes que estavam dançando respondeu minha pergunta e se aproximou – Rapazes, olha quem nós temos por aqui – disse soltando um sorriso um tanto quanto intimador, e eu o repudiei por ter conseguido alertar a todos que eu estava por ali, estava demorando demais pra isso acontecer.

– Com licença – falei me virando e pegando na mão de Rebekah para irmos ao encontro de Stef e Caroline para voltamos para casa antes que os paparazzi aparecessem

– Vai aonde princesinha? Volte aqui, o show ainda não acabou – soltou outra risada estranha. Sem dar ouvidos para ele continuei andando, e por algum milagre Caroline e Stefan já estavam nos esperando.

– Código vermelho – falei puxando Caroline e Stef até o carro, “código vermelho” era uma forma de nos avisar sobre paparazzi.

– Paparazzi? Mas já? – fez beiço – O que vocês duas aprontaram para eles nos descobrirem? – Caroline perguntou e eu não estava nem um pouco a fim de contar a história pra ela.

– Não é difícil reconhecer a princesa, ainda mais no dia em que todos os canais estão falando sobre ela só por ser o seu aniversário – Rebekah disse antes que eu pudesse inventar qualquer história, sussurrei um “obrigada” para ela que me respondeu com um sorriso.

– Sei, vocês duas não me enganam – disse entrando dentro do carro, dentro de alguns minutos já estávamos na porta do castelo, entro no sala e me deparo com um marido emburrado jogado ao sofá assistindo a algum programa chato.Me aproximei dele e sentei do seu lado passando meus braços pelo seu pescoço e lhe dando um beijo estalado na bochecha.

–Senti saudades. –Murmurei.

–Por que não me disse que ia sair? –Evitou olhar para mim.

–Pensei que você soubesse. –Dei de ombros.

–Não, eu tinha saído com meu pai e quando voltei não encontrei minha esposa no quarto. –Cruzou os braços e um beiço fofo se formou em seus lábios.

–Desculpa, mas eu pensei que alguém fosse contar para você. –Meus dedos se entrelaçaram em seus cabelos e aos poucos o vi relaxar no sofá. –Não fica bravo comigo. –Deixei que um bico se formasse em meus lábios e logo os olhos de Damon se conectaram com os meus.

–Eu só queria passar o dia com minha esposa, encher ela de beijos e mimos, mas você me abandonou e ainda para sair com o Stefan. –Sua expressão era séria e não conseguia distinguir o que seus olhos queriam me dizer.

–Damon, não precisa disso, sai com o Stefan, mas com as garotas também ok?

Damon suspirou e passou uma de suas mãos pelos cabelos negros em sinal de nervosismo, não entendo o porquê ele é tão inseguro mesmo sabendo que eu sou dele e que ninguém conseguira me tirar dele.

–Hey, eu sou sua, ninguém mudará isso. –Entrelacei nossas mãos deixando a mostra às alianças em nossos dedos.

Damon levou nossas mãos até seus lábios e as beijou, logo em seguida seus lábios estavam colados nos meus, sua língua dançava apaixonadamente com a minha. Era um beijo diferente dos outros, esse era calmo, cheio de amor e carinho, eu queria que aquele beijo durasse para sempre. Damon quebrou o beijo e colou nossas testas, seus dedos faziam um carinho gostoso na minha bochecha.

–Eu ainda tenho o seu presente de aniversário se quiser ver. –Sorriu e eu sorri involuntariamente.

–Acho que eu quero. –Mordi meu lábio inferior tentando conter o sorriso que insistia em querer aparecer.

–Vem. –Damon se levantou do sofá e eu o segui.

Entramos em nosso quarto e Damon se sentou na beirada da cama, logo retirou do bolso um envelope branco e o segurou entre os dedos finos enquanto esperava que eu me sentasse ao seu lado, assim eu fiz.

–O que é isso Damon? –Perguntei.

–Abre. –Ele colocou o envelope sobre minhas coxas e entrelaçou suas mãos e as pousou em seu colo.

Peguei o pequeno envelope entre meus dedos, respirei fundo e abri. Dentro do envelope tinha duas passagens para Paris, elas estavam marcadas para esse final de semana.

–Meu Deus. –Minha boca se abriu em um “o” enquanto eu analisava as duas passagens. –Muito obrigada. – O abracei forte distribuindo beijos por toda a extensão de seu rosto.

–Já que não tivemos uma lua de mel, achei que seria legal ir para Paris agora. –Um sorriso tímido tomou conta de seu rosto o que só me fez sorrir ainda mais abertamente.

–É perfeito, sempre quis conhecer Paris.