Boyfriend On Demand escrita por Madame Baggio


Capítulo 5
A Família Evans


Notas iniciais do capítulo

Ola para todos!

Que vergonha! Eu gostaria de pedir mil desculpas pela demora ridícula para postar. Espero que voces me perdoem. T.T

Muito obrigada por todos os reviews maravilhosos!

Espero que curtam!



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Capítulo 5: A Família Evans

Lily passou a mão pelo tecido creme de seu vestido. O modelo era delicado e bonito e a cor fazia seus olhos e cabelos ainda mais vibrantes.

A ruiva tinha ido se arrumar no quarto dos pais, para dar a James mais espaço para ficar pronto. Na verdade isso também tinha sido meio que uma desculpa para ficar um pouco longe dele.

As coisas estavam ficando estranhas entre os dois. Eles tinham voltado para casa no mais completo silêncio depois da conversa no parque. Lily não sabia o que dizer a James, mas sentia-se cada vez pior pela farsa e por estar forçando o maroto a estar com ela "de mentirinha" quando sabia que na verdade ele queria estar com ela pra valer.

Ia acabar com tudo. Hoje mesmo. Assim que voltassem da casa da vó dela, porque de jeito maneira Lily ia enfrentar aquele pardieiro sozinha. James podia sofrer algumas horas mais antes de ser finalmente libertado dela.

Olhando-se uma última vez no espelho, só para garantir que estava bem, Lily saiu do quarto.

Antes de entrar no seu, porém, bateu na porta.

-Pode entrar. –a voz de James respondeu.

Lily entrou no quarto e sorriu involuntariamente. James estava sentado bem no meio da sua cama, pernas cruzadas e olhando um de seus livros. Era um daqueles de criança, que ela gostava muito quando tinha 5 anos. Chamava-se Hora de Dormir, e tinha muitas coisas para se abrir e mexer. Aliás, era exatamente o que James estava fazendo nesse momento, escovando o dente de um dos bichinhos.

-Sabe, esses livros trouxas podem não ter figuras que se mexem, mas eles são muito interessantes. –ele comentou distraidamente, sem tirar os olhos da página.

-Esse era meu preferido quando eu tinha cinco anos. –Lily falou.

-Eu gostava de um que chamava Theodore, o Unicórnio Teimoso. Minha mãe lia toda noite, antes de eu dormir. –ele comentou, levantando a cabeça e sorrindo para ela –Você está linda. –falou sincero.

Lily sentiu seu rosto corar.

-Você também está muito bem. –ela falou.

E ele estava mesmo, com uma camisa pólo azul marinha, jeans escuros e os cabelos bagunçados como sempre. James Potter era simplesmente uma dessas pessoas que ficava bem de qualquer jeito. O mundo era injusto assim.

-Como nós vamos chegar até sua vó? –James perguntou, fechando o livro e levantando da cama.

-Aparatando. Nós vamos aparatar numa sala. Vó Meg sempre deixa ela livre para isso quando eu estou aqui.

-Quer dizer que sua vó também sabe sobre você ser uma bruxa.

-Sim. Ela, vô John também sabe. E a vó Penny. Mas nenhuma das tias ou tios sabem, nem os primos, por isso, zip! –ela brincou, fingindo fechar um zíper sobre os lábios.

-Sim, senhora. –ele falou, batendo continência para ela.

Lily revirou os olhos e ofereceu a mão ao maroto.

-Pronto?

-Eu nasci pronto, ruiva. –ele falou com um enorme sorriso maroto, segurando a mão dela.

Llily riu antes de aparatar levando o maroto consigo.

Como sempre, a primeira coisa que atingiu a ruiva (quando a vertigem de aparatar passou, é claro) foi o cheiro de lavanda que parecia cobrir a casa inteira da vó Meg. Ela lembrava-se desse cheiro desde que se conhecia por gente e era uma delícia saber que ainda estava ali. Era um sinal de que estava, mais uma vez, em casa.

James estava olhando em volta, analisando o quarto pequeno, porém aconchegante onde tinham aparatado.

-Agora eu sei porque ela separa esse lugar para você aparatar. –ele falou com um sorriso no rosto.

Lily sentiu seu coração encher de ternura pelos avós quando olhou em volta do quarto. Sim, vó Meg deixava aquela sala para ela aparatar porque sabia que Lily adorava a pequena biblioteca, com sua lareira e sofá confortável, com a mesa de carvalho onde vô John abria mapas para mostrar a ruiva como o mundo era grande, mas cabia tão bem no pedaço de papel.

-É, as vezes eu tenho que me controlar para não passar o dia aqui. –ela admitiu.

James deu uma daquelas risadas roucas que estavam começando a fazer coisas estranhas pela ruiva.

-Eu consigo imaginar a cena. –ele falou, mas, apesar do sorriso, não parecia que ele a estava provocando.

-Vamos logo. –Lily falou puxando o maroto pela mão, que ainda não tinha soltado –Se eu conheço minha mãe ela ja está falando para todos sobre você e todos querem te conhecer.

-Eu estou ficando preocupado. –James brincou, mas seu sorriso dizia o oposto, que ele estava perfeitamente confiante em sua posição ali.

-Como se eu fosse acreditar nisso, Potter. –ela falou.

James riu.

-Mais alguma coisa que eu precise saber antes de conhecer sua família?

Lily parou de andar na hora e virou-se para ele. A ruiva respirou fundo.

-Minha irmã não gosta nada do fato de eu ser uma bruxa. Ela não queria que eu estivesse aqui e o noivo dela queria ainda menos. –admitiu –Ela já não vai gostar de você só por saber que você veio da minha "escola de aberrações", como ela chama Hogwarts.

James arqueou a sobrancelha.

-Me diz que você está brincando. –ele pediu.

-Não estou. Não vai ser fácil lidar com a Petúnia, mas você vai ter que fazer isso ao mínimo, eu prometo. –Lily assegurou, temendo a reação de James.

James largou a mão de Lily, só para envolver o rosto dela com suas mãos, fazendo a ruiva olhar no fundo dos seus olhos, praticamente desnudando a alma dela.

-Lily, não é comigo que eu estou preocupado. É com você. –ele falou sincero –Eu não quero ver você sendo destratada.

-James, eu já estou acostumada com o jeito dela...

-Mas agora você é minha namorada, mesmo que de mentirinha. –ele informou –E eu nunca deixaria minha namorada passar por isso.

Lily sentiu um sorriso surgir em seus lábios.

-Você é terrível, James.

O maroto abriu um sorriso e os olhos dele caíram imediatamente para os lábios de Lily. A respiração da ruiva praticamente parou, esperando pelo próximo movimento do maroto. E para seu incrível desapontamento James balançou a cabeça e deu um passo para trás.

-Mais alguma coisa? –ele perguntou limpando a garganta.

Lily suspirou.

-Meus avós são loucos, prepare-se. Meu pai tem três irmãos: duas mulheres e um homem, mas tio Benny mora na África, então não estará aqui. As duas tias, no entanto, estarão e elas são insuportáveis, assim como as três irmãs do vô John que estarão por ai. –ela informou –Minha mãe era filha única e o pai dela morreu antes mesmo de eu nascer, então a única pessoa da família dela que estará aqui será minha vó Penny.

James fez que sim com a cabeça, para indicar que estava acompanhando tudo.

-Meu vô John gosta de rugbi mais do que gosta de respirar, prepare-se para ser obrigado a ouvir sobre isso. –ela continuou.

-Ei, rugbi é legal. –James falou, surpreendendo Lily –Eu e o Sirius decidimos assistir uma partida verão passado e foi muito bom. –ele explicou –Nós assistimos a seleção inglesa jogando.

Lily parecia impressionada.

-Ótimo. –ela falou por fim –Pelo menos você sabe o que é... Minha vó Meg decidiu que ela já está velha demais para se preocupar em ser educada demais com as pessoas, por isso ela pergunta ou comenta o que quiser e se você não gostar... Bom, problema seu.

James riu.

-Ela me parece interessante.

-Você nem imagina o quanto. –Lily comentou seca –Agora, sobre a vó Penny... Bom, ela é bem tranquila e doce. Você vai ver isso rapidamente.

James fez que sim com c abeça.

-Acho que é isso. –Lily começou a virar-se para sair, antes de parar e olhar de novo para James –Ah, e aconteça o que acontecer... Nunca aceite nada que minha vó Penny oferecer pra você comer. Nem fumar.

James pareceu confuso.

-Fumar?

-Longa história. –Lily pegou a mão dele de novo -Vamos?

-Quem está enrolando é você, ruiva. –James provocou.

Era incrível como antes ela surtaria se ele a chamasse de qualquer coisa que não fosse Evans. Agora adorava ouvir a voz dele quando a chamava de ruiva, ou Lily.

-Vamos logo, Potter. Antes que eu mude de ideia...

Lily abriu a porta e pisou no corredor como se esperasse ser atacada por cães selvagens. Olhou para os dois lado antes de puxar James para sair logo atrás de si.

Os dois desceram as escadas e foram em direção a cozinha.

-Vó Meg adora festas, então ela deve ter até uma equipe de buffet aqui. A única vantagem é que todos ja devem estar no quintal então...

-LILY EVANS!

Lily soltou um gemido sofrido, antes de se virar e sorrir.

-Oi vó Meg.

Megan Evans, a avó paterna de Lily era um mulher que tinha envelhecido bela, o que provavelmente queria dizer que tinha sido incrivelmente bonita quando jovem. Ela usava um terninho impecável e pérolas ao redor do pescoço.

E tinhas as mãos na cintura e uma expressão de poucos amigos no rosto.

-Você não me venha com "oi, vó Meg", sua pequena traidora! –a mulher bradou –Como você me traz um namorado para casa sem me avisar? Você não sabia que há tradições para essas coisas? Seu vô mal teve tempo de preparar a espingarda para caso ele precise atirar no dito cujo!

James arqueou a sobrancelha, enquanto Lily corava.

-VÓ! O James não merece ouvir isso!

Os olhos furiosos de Meg se viraram para James.

-Ah então você é o conquistador que ludibriou minha inocente neta! –ela falou séria.

James abriu um sorriso maroto.

-Eu mesmo. James Potter, a seu dispor. –ele fez uma curvatura educada.

Lily deu uma cotovelada no maroto, mas Meg parecia estar analisando-o com cuidado.

-Diga-me, rapazinho... Você é rico?

-VÓ! –Lily gritou de novo.

-Absurdamente. –ele falou sem vergonha alguma.

-É o minímo que minha Lily merece. –a mulher informou –E acho bom você trata-la como uma rainha, porque do contrário você vai ficar sem varinha, se é que você me entende. –ela avisou séria.

Lily queria que o chão se abrisse e a engolisse logo, só pra ver se assim a vergonha passava. James, por outro lado, parecia estar se segurando para não rir.

-Eu entendo perfeitamente, senhora Evans.

Meg pareceu satisfeita, então deu um tapinha no ombro do maroto.

-Ele serve. –declarou, antes de virar para Lily e dar um abraço nela –Vovó morreu de saudades de você, meu anjo. Tem aquela torta de limão que você ama para sobremesa. Agora vamos la para fora logo, porque vovô John quer ter uma conversinha com o rapaz.

A mulher saiu andando como se fosse uma rainha que estivesse esperando seus súditos segui-la. No caso, os súditos seriam James e Lily.

A ruiva virou-se para o maroto, totalmente constrangida.

-Me desculpa por isso.

-Ta brincando? Eu to quase largando de você pra correr atrás dela. –ele falou com um enorme sorriso divertido.

Lily deu um tapa no ombro do moreno.

-Muito engraçado.

-Vamos logo que eu estou louco pra conhecer seu avô. –James falou rindo.

-Que bom que você está se divertindo, porque isso foi só o começo. –ela suspirou –Tem muito mais de onde ela saiu...

-Qual é, Lily. –James provocou -Não pode ser tão terrível assim.

-Não diga que eu não te avisei. –a ruiva concluiu num suspiro.

Eles chegaram a cozinha onde uma equipe de buffet trabalhava a todo vapor e um homem gordo de cara azeda bradava ordens.

-Ah não. Ela chamou o Paollo de novo. Rápido, vamos sair antes que ele comece o discurso de que eu estou magra demais para ter filhos.

-Que? –James perguntou confuso.

Lily apenas puxou-o para o quintal.

-Aqui é o... AH! –a ruiva pulou quando James colocou a mão em sua cintura –O que foi isso?

-Só pra medir. –ele falou com um sorriso inocente –Você não é magra demais. E como assim "ter filhos" ?

-Minhas duas avós são da teoria de que eu devia ter filhos logo, antes que eu passe da minha idade fértil. –ela falou revirando os olhos.

-Lily... –James falou com cuidado –Você só tem 17 anos.

Ela suspirou.

-Eu sei.

-Lily!

-Boa sorte. –a ruiva murmurou para James, antes de abrir um enorme sorriso –Vô!

A ruiva abraçou o homem que só podia ser pai de Anthony. Ele devia ter sido muito alto e forte quando mais novo, porque apesar da idade o homem ainda tinha uma figura imponente.

Ele abraçou Lily e então encostou a testa na dela.

-Como vai você, sua tranqueira? –ele quis saber.

-Bem. E você, vô?

-Bem, eu acho. Só sua saudade que é forte demais... Só umas dores aqui e ali também. E meu joelho decidiu travar de vez. E as costas estão me matando. E sua vó não pára de reclamar de tudo. Os olhos vêem cada vez menos, também. Eu estou bem. –ele sorriu.

Lily deu risada.

-Bom saber, vô.

O olhar do famoso John Evans caiu em James.

-Ah, o conquistador.

-Vô...

-Vá brincar um pouquinho, magrela, enquanto eu falo com o mocinho. –John falou fazendo um gesto para Lily ir seguindo.

-Não seja chato com ele. –a ruiva pediu.

-Não sei do que você está falando. –ele falou.

Lily suspirou e virou-se para James.

-Desculpa. E boa sorte. –ela pediu, envergonhada.

James deu um enorme sorriso tranquilo e, antes que Lily conseguisse sonhar que ele faria algo assim, inclinou-se e deu um rápido beijo em seus lábios.

-Agora vá brincar. –ele provocou sorrindo –Enquanto eu falo com seu avô.

Lily ainda ficou olhando para James de forma chocada, até que o maroto riu.

-Quer outro beijo antes de ir? –ele perguntou.

Isso fez Lily se movimentar. Ela saiu dali, mas na verdade apenas se afastou alguns passos e se escondeu atrás de uma árvore. Nunca que ia deixar James totalmente sozinho com seu avô.

-Então... –John começou, se aproximando de James –Qual o seu nome, rapazinho?

James estendeu a mão para John.

-James Potter, senhor Evans.

John pareceu analisar James por um minuto antes de aceitar o cumprimento.

-Pode me chamar de John. –o homem falou.

Como assim? Vovô demorou meses para deixar Vernon chama-lo de John.

-Quais são suas intenções com a minha neta? –ele quis saber, sério.

Lily bateu a cabeça contra o tronco da árvore. De verdade? Vô John tinha mesmo perguntado aquilo? Ela só esperava que James desse uma resposta decente.

-Eu tenho as melhores intenções possíveis. –James falou, então pareceu pensar –E de vez em quando as piores também, eu admito.

Lily ia matar James! Mas para sua surpresa seu avô riu.

-Eu entendo perfeitamente, meu jovem. –um olhar severo –Mas guarde essas más intenções para você.

-A Lily tem todo o meu respeito, senhor Evans. Eu nunca faria nada que pudesse faze-la duvidar disso.

-É John, rapaz. –vovô falou distraidamente –Acho que você será bom para Lily. Ela puxou a mãe e precisa de um homem que entenda que ela é temperamental.

James riu.

-Eu adoro quando ela fica brava. –ele falou.

-Só cuidado. Essas ruivas são fogo.

Lily viu em choque James concordar com seu avô. Os dois estavam perdidos nas mãos dela!

-Vai la, James. –John falou dando um tapinha no ombro do moreno –Não deixe a Lily esperando.

-Eu nem sonharia com isso.

-Depois podemos conversar mais. Você acompanha rugbi?

-Só quando a Inglaterra ou o All Blacks jogam. –ele respondeu com um sorriso maroto.

John saiu dando risada. James não deu dois passos antes de dar de cara com uma ruiva muito brava.

-Eu não quis dizer brava assim. –James provocou com um sorriso enorme.

Lily deu um tapa no ombro do maroto.

-Que história é essa de más intenções? E como você fala uma coisa dessas pro meu avô?

-Eu só estava sendo sincero. –ele falou com uma cara falsamente inocente.

-Sincero meu nariz. –ela resmungou.

James tocou a ponta do nariz de Lily com o indicador.

-O seu nariz é muito fofo. –ele falou.

Lily revirou os olhos.

-Vamos indo.

-Espera. –James segurou a mão de Lily.

A ruiva virou-se para ele confusa.

-O que foi?

-Você confia em mim? –ele perguntou, de repente muito sério.

Lily engoliu em seco.

-Bom, eu... Eu acho que sim. –ela respondeu hesitante.

-Serve. –ele concluiu –Você pode me bater mais tarde.

E antes que Lily pudesse perguntar "Bater por que?" o maroto pôs uma mão em sua cintura, a outra afundou-se em seu cabelo e ele a puxou para perto.

E pela primeira vez James Potter beijou Lily Evans, de verdade verdadeira.

Ah Merlin! Ah Merlin! Ah Merlin! Ah Merlin! Ah Merlin!

Lily simplesmente travou. Ela queria poder dizer que não tinha sido afetada e que reagira com classe, mas no fim não seria verdade. Suas mãos até tinham ido parar nos ombros de James quando ele a puxara para si, mas não o afastavam e muito menos o puxavam para mais perto.

Era informação demais de uma vez só, sensação demais. Seu coração parecia que ia explodir e seu estômago parecia cheio de vespas, não eram nem borboletas! E o pior de tudo era que... Ah droga, era bom. Ser beijada por James Potter era bom. E isso considerando que ele nem a estava beijando direito.

Lily sabia que estava ferrada.

Mas ela também sabia que tinha que confiar em James e esperar que ele estivesse fazendo aquilo por algum outro motivo que não fosse tirar uma casquinha dela. Então relaxou contra o moreno e tentou se convencer de que não estava aproveitando também.

James pareceu ler a rendição dela, porque apesar de suavizar o jeito como a segurava redobrou sua atenção nos beijos. O que antes era apenas um toque de lábios tornou-se uma carícia um pouco mais intíma. A língua dele traçou o lábio superior dela e, num suspiro, Lily abriu-os para ele.

Foi um beijo profundo, mas também lento, não havia desespero nele. James a beijava como se tivesse todo o tempo do mundo.

Quando ela deslizou os braços em volta do pescoço do maroto ele apertou-a mais contra si. Beija-lo era como estar voando.

E obviamente, por isso mesmo, não durou muito.

-Ah! Eles estão se beijando!

-Sh, Monica! Ou eles vão achar que tem que parar.

Isso foi como um balde de água fria e Lily e James se separaram.

-Eu não disse?

-Oi, vó Penny. –Lily virou-se para a vó materna.

Vó Penny tinha exatamente a imagem de uma vó perfeita. Pequenina, toda adoravelmente enrugada e com o cabelo branquinho e curto. A única coisa que causava um pouco de surpresa era o cachimbo que ela trazia.

-Ola, lindinha da vovó. –a mulher falou, um sorriso doce em seus lábios –Como você está?

-Bem, vó. Deixa eu te apresentar. Esse é o James Potter, o...

-Menino que estava com a língua na sua boca, eu sei. –Penny cortou, fazendo Lily querer morrer de vergonha –Na minha época isso era o bastante para você ter que casar com ela.

-Eu adoraria casar com a ruiva, mas ela só me despreza. –James falou num suspiro fingido.

-Venha aqui, mocinho, e dê um abraço na vó. –Penny falou abrindo os braços.

James riu e abraçou a mulher, o que fazia uma imagem interessante, ja que o maroto media mais de 1,80 e a vó mal chegava nos 1,55. Ele tinha que se curvar todo para abraça-la, mas não parecia se incomodar.

-Bonito e cheiroso. –Penny comentou –Se ele for educado e rico nós temos que marcar o casamento.

James riu mais uma vez.

-Então pode começar a preparar a festa. –James falou com um sorriso maroto.

-Alguem esqueceu de falar modesto. –Lily comentou de forma seca.

-Agora eu sei porque você gosta tanto dele, Monica. –a mulher mais velha comentou –Quer dar um trago? –ela ofereceu o cachimbo.

Não foram os sinais negativos de Monica para que James soubesse que resposta dar.

-Obrigado, mas eu não fumo.

-Nem eu. –ela assegurou –Só pito em memória ao meu querido Parker.

Monica revirou os olhos.

-Mãe, o papai não pitava. –ela falou com paciência.

-Ah verdade! –ela virou-se para James –Na verdade eu pito por ordens médicas.

James arqueou a sobrancelha.

-Hum.

-Essa ordem médica ja foi tirada faz tempo, vovó. –Lily falou –Seria bom para a senhora parar de pitar.

-Pitar faz bem. –a mulher insistiu –Me ajuda a pensar com clareza.

Monica e Lily dessa vez reviraram os olhos em perfeita sincronia.

-Tenho certeza que sim, mãe. Agora vamos indo e vamos deixar o casal em paz. –Monica flaou guiando a mãe em direção a casa.

-Eu tenho até medo de perguntar, mas... O que a sua vó fuma? –James perguntou tão logo as duas saíram de vista –Porque aquele cheiro é familiar.

-É maconha, James. –Lily falou séria.

As sobrancelhas de James se arquearam.

-Sabia que o cheiro era familiar. –ele falou por fim –Tinha uma galera fumando isso no show do Slipknot.

Lily olhou em choque para James.

-Você foi num show do Slipknot?

-É, nessas férias com os meninos.

-Merlin, o que é programa trouxa que você ainda não fez?

-Pular de paraquedas. –ele falou na hora –Mas Sirius e eu vamos fazer isso nas próximas férias.

Lily bufou.

-Se você não se incomoda com a pergunta... –James começou com cuidado –Por que sua vó fuma aquilo?

Um olhar triste passou pelo rosto de Lily.

-Ano passado ela acordou de madrugada e foi para a cozinha. Ela acabou escorregando num tapete e caiu no chão feio, quebrou o osso do quadril. Na idade dela esse tipo de coisa é muito sério.

-Eu sei. –ele falou pegando a mão dela para dar suporte.

-A cirurgia e o processo de fisioterapia e todo o resto foram muito dolorosos. –Lily continuou, apertando a mão dele incoscientemente –Então o médico receitou maconha para ela, como acontece em vários casos de dor crônica, porque ajuda a aliviar.

-Mas a sua vó...

-É um milagre da ciência. –ela sorriu de leve –O médico não tinha muitas esperanças de que ela voltasse a andar e hoje em dia nem de bengala ela precisa –ela retorceu os lábios –Nós só não conseguimos faze-la parar de fumar.

Lily olhou para James e viu o rapaz comprimir os lábios.

-James! –ela pôs as mãos na cintura e jogou um olhar severo para ele.

Os ombros do maroto começaram a tremer.

-Vai em frente, pode rir. –ela falou por fim.

Permissão concedida, James explodiu em gargalhadas. Lily deixou ele tirar aquilo de si.

-Desculpa. –ele pediu quando finalmente conseguiu conter as risadas –Mas você tem que admitir que é engraçado.

Ela não falou nada.

-Mas ainda bem que sua vó ficou bem. –ele falou, um pouco mais sério –É por isso que sua mãe não liga dela fumar?

-É. Ela não liga contanto que a vovó esteja saudável.

James tocou o rosto dela.

-É só o que importa. –ele concordou.

-James?

-Hum?

-Quem disse que você podia por a sua língua na minha boca?

James fez uma cara escandalizada.

-Como você é vulgar, Lily Evans! –ele exclamou em falso horror.

Lily arqueou a sobrancelha e James deu uma risada sem graça.

-Ok, ok... –ele passou a mão pelos cabelos –Acho que você não vai acreditar se eu disser que foi tudo um ato generoso do meu coração, né? Então para ser bem sincero... Eu quis tirar uma casquinha mesmo.

O queixo de Lily caiu literalmente. Apesar de ter suspeitado que esse tinha sido o motivo principal nunca achara que ele seria tão cara de pau a ponto de admitir.

-Você sabe que eu tinha uma coisa por você. –ele falou dando de ombros –Eu sempre quis saber como seria te beijar.

Lily não conseguia acreditar na falta de vergonha na cara que James tinha. Era arrogância demais para uma pessoa só.

-E eu vou falar, foi legalzinho. –ele continuou –Mas você fica muito travada. Mas não se preocupe, eu tenho certeza que você melhora se praticar.

Lily estava tão incrédula com a conversa toda que, apesar de saber devia matar James por essa última pérola, não conseguia nem se mover.

O maroto se aproveitou do silêncio de Lily e deu-lhe um tapinha amigável no ombro.

-Não se preocupe, Lily. –ele falou solícito –Bonita, inteligente e educada? Claro que você tinha que ter um defeito, afinal ninguem é perfeito. Bom... –ele pareceu pensativo –Na verdade eu sou, mas isso não vem ao caso.

Essa última frase tirou Lily de seu choque e a ruiva deu um murro no ombro de James.

-Seu imbecil.

O moreno disparou a rir.

-Fala sério, essa foi muito boa! E você precisava ter visto a sua cara! –ele falou em meio as risadas.

-Você tem sorte que eu preciso de você vivo, ou eu te matava agora mesmo. –ela falou por entre os dentes –E para sua informação, seu beijo também não é la essas coisas.

Um brilho de divertimento passou pelos olhos de James.

-Eu vou considerar isso um desafio. –ele informou.

Lily corou inteira.

-Não foi isso que eu quis...

-Ai estão vocês!

Lily quase desmaiou de alívio com a chegada do pai.

-Vocês ja ficaram sozinhos tempo o bastante. –Anthony declarou, se colocando entre os dois –Vocês têm que cumprimentar Petunia e a família quer conhecer James.

-Deus nos acuda. –Lily murmurou olhando para o céu.

-Não tema, ruiva. –James falou tranquilo –Tudo vai dar certo. E eu nunca deixo um desafio passar.

O sorriso dele era positivamente maquiavélico.

Ah Merlin...


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Notas finais do capítulo

Comentem, please!

B-jão