Damas Grifinórias escrita por Madame Baggio


Capítulo 9
Anjos Maus


Notas iniciais do capítulo

Hellos amores! Depois do que me parecem séculos sem maldades aqui estamos de volta para mais um amável post das nossas carissimas Damas. E se preparem, porque tem veneno escorrendo desse post... ;)



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-Aconteceu de novo! –Nora falou, parecendo furiosa.

As quatro amigas olharam para ela, com questionamentos claros na face. As Damas, com exceção de Nora, estavam estudando na biblioteca, quando a morena chegou, enfurecida e deu um tapa na mesa.

-O que aconteceu? –Olivia perguntou tranqüila.

-Outro "acidente inexplicável". –Nora falou enfurecida –E sabem quem foi a vítima? William Nox.

A menção do nome do menino trouxe a atenção de todas as garotas para Nora.

-O que houve? –Lily quis saber.

-Ele sofreu um acidente na aula de Poções. –Nora informou –Ele misturou dois ingredientes que juntos formaram uma reação explosiva. Ele ficou tão mau que tiveram que levá-lo para o St. Mungus. –ela completou.

-Não foi só um descuido dele? –Marizza insistiu.

-Não. –Nora afirmou –Os ingredientes haviam sido trocados de potes. O professor balofo nem imagina como isso pode ter acontecido.

Olivia tinha uma cara contida, mas Marizza e Paloma demonstravam clara preocupação.

-Dois já foram. Quem seria o próximo na sua lista? –Lily perguntou.

-Com certeza os Lufa-Lufos... –Olivia respondeu pensativa –Quem quer que esteja fazendo isso esta eliminando por ordem de importância.

-A Black? –Nora sugeriu –Vingança?

-Sim, pode ser ela, mas ela não estaria sozinha. –Lily lembrou –Ela poderia ter juntado uma turma Sonserina.

-Vocês acham que podem ser os Marotos? –Paloma perguntou insegura.

-Não podemos descartar a possibilidade. –Olivia cedeu –Eles podem ter decidido refinarem os métodos. Com o Remus pensando não seria difícil para eles serem menos escandalosos...

-Por hora vamos manter os olhos bem abertos. –Lily sugeriu –Mas é bom eles saberem que eles estão mexendo com as pessoas erradas.

Um sorriso cruel se formou nos lábios de Nora.

-Que tal irritar eles um pouquinho? –ela sugeriu, no que recebeu atenção total de todas as amigas.

XxX

Os Marotos sabiam bem como era a relação das Damas com o resto de Hogwarts: quem não as amava as odiava. Não havia meio termo. Eles se concentrariam nas pessoas que odiavam as Damas. A professora Portman seria a primeira. Ela odiava descaradamente as cinco. Os Marotos desconfiavam que isso era uma pontada de inveja, mas quem ligava? O importante era se o ódio dela ajudasse a eles.

Outro para quem eles pediriam ajuda seria um garoto da Lufa-Lufa. Ele odiava as Damas porque Nora destruíra o namoro de sua irmã mais velha, o que deixara a menina numa depressão terrível. Eles sabiam que ele faria qualquer coisa para dar um troco nelas.

-Como nós vamos começar? –Peter quis saber.

-Nós temos que nos concentrar nos elos fracos da corrente. –Remus lembrou –A Parker e a Carter são as que estão a maior perigo por aqui. A Parker tem o problema de não ser discreta nos casos dela e a Carter não faz questão de ser discreta nos desafetos dela.

-Vamos começar pelas duas. –James decidiu –Mesmo porque a Carter é outra mente do mal, junto com a Morgan. Se uma sair já vai haver uma queda na força de ataque delas.

-E das outras? Como a gente cuida? –Peter quis saber.

-Uma coisa de cada vez. –Sirius falou tranqüilo –Primeiro o mais fácil. Depois a gente se livra do mais difícil...

Os Marotos estavam confiantes em si mesmos, o que não era novidade nenhuma. Eles caminhavam pelos corredores da escola, a caminho da aula de DCAT, como se a escola pertencesse a eles. E de fato pertencia. Ou pelo menos uma parte dela pertencia.

Eles estavam se dirigindo mais cedo para a sala de Dimitri, a fim de poderem conversar um pouco com ele. Dimitri havia sido um maroto a sua própria maneira na época em que estivera em Hogwarts. Eles sabiam que Dimitri nunca os ajudaria a fazer nada contra as Damas, agora que ele era professor ele ficara politicamente correto. Mas quando ele empolgava na conversa ele dava ótimas idéias...

Quando os Marotos passaram pela porta, no entanto, eles pararam em choque. La estava Dimitri cercado pelas cinco beldades mais perigosas da escola. Ele estava com o quadril encostado na mesa da sala, com Marizza sentada sobre a mesma do seu lado esquerdo e Paloma do seu lado direito. Olivia, Nora e Lily estavam de frente para ele e davam risada de algo que ele tinha dito.

Eles ficaram furiosos para dizer o mínimo. Eles sabiam que Dimitri gostava delas, como alunas claro, mas isso já era absurdo. Ele sabia exatamente o que elas tinham feito para ele e mesmo assim la estava ele todo de sorrisos com elas.

-Só você mesmo, professor. –Lily falou rindo. James viu, furioso, Lily tocar levemente o braço de Dimitri com uma intimidade não comum entre alunos e professores.

-Quando eu falo que ele é o pior professor dessa escola ninguém acredita em mim. –Nora falou rindo também.

-Não é para tanto, senhoritas. –Dimitri falou, falsamente sério.

-Ah acho que é sim... –Paloma cantarolou, divertida.

Eles riram mais uma vez, antes do olhar de Dimitri cair finalmente nos quatro Marotos que o encaravam, furiosos. Dimitri limpou a garganta e levantou-se, arrumando sua postura.

-Que tal irem para seus lugares, senhoritas? –ele sugeriu, mais sério.

Percebendo a mudança no tom de voz dele as meninas olharam para a porta e viram os Marotos ali parados. Ao mesmo tempo cinco sorrisos de deboche se formaram em seus rostos.

-Na verdade a gente vai um pouquinho la fora, professor. –Olivia falou.

-É, ainda falta um tempo pra aula começar... –Nora adicionou.

Elas se afastaram, se despedindo de maneira demasiada provocativa do professor e ao passarem pelos Marotos nem olharam para algum deles.

Quando as Damas saíram da sala ela ainda fecharam a porta. Elas queriam que ali dentro acontecesse uma tempestade e que ninguém estivesse la para parar.

-Dimitri... –James começou, a raiva mal contida em sua voz.

-Professor Potter, pra você nesse momento, senhor Potter. –Dimitri falou sério –Nós estamos na escola, meu local de trabalho e eu não vou permitir que você me trate como um colega de classe com quem você pode brigar se quiser.

James estava espumando de raiva, sua mão coçando para sacar sua varinha e azarar o primo.

-Dimitri, você... –James começou de novo.

-Professor, eu já avisei você hoje, Potter, não me faça repetir. Eu não quero te dar uma detenção. Agora se vocês não têm mais nada de útil a dizer, sentem-se. A aula vai começar logo. –e com isso dito ele deu as costas aos rapazes e foi em direção a sua mesa.

XxX

Assim que a aula de DCAT terminou a maioria dos alunos deixou a sala imediatamente, já quer era o horário de almoço, mas os Marotos ficaram para trás. A pedido do professor.

-Diga o que quer de nós, amado Professor Potter. –Sirius falou sarcástico.

-Pode guardar o seu sarcasmo, Sirius. –Dimitri falou tranqüilo, então seu olhar caiu em James –Já se acalmou?

James bufou, mas fez que sim com a cabeça.

-Ótimo. Agora o que vocês queriam comigo antes? –ele perguntou, completamente relaxado.

Os quatro Marotos olharam em choque para ele.

-Você estava só enchendo o nosso saco... –Remus concluiu com um sorriso de canto de lábio.

-Na verdade eu estava dando um tempo para James se acalmar um pouco. –Dimitri falou, com um sorriso maroto –Nós todos sabemos como ele age de forma ridícula no calor do momento. Eu não ia ter uma conversa com ele enquanto ele não se acalmasse.

-Muito engraçado, professor Potter. –James falou irônico –Nós já estávamos achando que você tinha passado para o lado maquiado da força.

-Eu já falei que eu não vou me envolver nessa briga ridícula de vocês. –Dimitri lembrou –E caso vocês tenham sido idiotas demais para terem percebido elas só estavam aqui falando comigo para provocarem vocês.

-Como você sabe disso? –Sirius perguntou desconfiado.

-Porque elas me contaram, seus idiotas. –Dimitri falou revirando os olhos –A Carter veio toda se fazendo de docinha e daí começou a rir e falou que elas iam ficar aqui um pouco em volta de mim, só para deixarem vocês furiosos. E vocês caíram que nem patinhos. –ele completou rindo.

-Elas são mesmo umas vagabundas... –Sirius reclamou baixinho.

-Vocês precisam ter mais espírito esportivo meninos. –Dimitri falou com um aceno displicente de mão –Elas saem na vantagem simplesmente porque elas são mais refinadas.

-Se você vai ficar puxando o saco delas Dimitri, pode calar a boca agora mesmo. –James falou mal-humorado.

-Não ta mais aqui quem falou. –Dimitri falou com um sorriso divertido. –Vão almoçar logo e me deixem em paz. Ao contrario de vocês eu tenho coisas a fazer.

Os Marotos riram e saíram da sala, mas agora mais do que nunca eles já sabiam como começariam a destruir as Damas.

XxX

No dia seguinte as Damas estavam as beiras do lago. Como Novembro já estava avançando os dias ficavam mais e mais frios, mas isso não importava as Damas. Elas apenas tinham que se agasalhar mais, e segundo Marizza roupas de frio eram muito mais chiques.

-Com licença.

As cinco meninas levantaram os olhos para o garoto que se aproximara delas. Ele era um belo menino, para quem gostava do tipo. Cabelo loiro caído nos olhos azuis, alargador em uma das orelhas, um estilo meio roqueirinho... Como era o nome dele mesmo?

-Joseph Ricce, certo? –Paloma perguntou analisando-o.

-Eu mesmo. –ele falou com um sorriso –Eu queria saber se a Madame Carter me daria um minuto da atenção dela. –ele perguntou fazendo uma curvatura exagerada.

Marizza deu uma risadinha divertida, e Nora e Olivia trocaram olhares de interesse.

-Pois não. –Nora falou interessada.

-A senhorita me daria o prazer da sua companhia em uma volta pelos jardins?

-Com esse frio? –Nora falou com um sorriso maldoso.

-Eu prometo pensar em alguma maneira eficaz de te manter aquecida. –ele falou com um sorriso também maldoso.

-Bom, se vocês me dão licença minhas caras... –Nora falou se levantando e saindo na companhia do garoto.

-Esse menino é familiar. –Olivia observou ao ver os dois se afastando.

-A Nora tirou o namorado da irmã dele ano passado. –Paloma lembrou –Se eu não me engano ele odeia a Nora por isso.

-Hum... –Lily parecia pensativa –Meninas, alguém esta querendo brincar com fogo, vocês não acham?

-Sim. –Olivia concordou levemente –Quem vocês acham que pode ser?

-Isso não importa muito. –Lily falou tranqüila –Só vai levar um minuto para fazer a pessoa retroceder.

-O que você tem em mente? –Marizza perguntou animada.

-Bom, eu acho que nada melhor para abalar a moral da escola do que... Tirar uma professora daqui. –a ruiva respondeu com um sorriso de puro prazer.

-Você vai nos contar seu plano agora? –Paloma perguntou, com um sorriso travesso.

-Ah eu vou com certeza...

XxX

-Vocês vão se encontrar de novo? –Paloma perguntou, jogada na própria cama.

Já era noite e as meninas estavam se preparando para se deitarem.

-Sim. –Nora confirmou –Ele beija bem, sabe? Apesar de ele ter que se esforçar demais para não demonstrar que ele tem outros motivos para estar ali... –ela comentou irônica.

-Então nós tínhamos mesmo razão? –Olivia perguntou interessada.

-Sim, ele tem alguma coisa em mente. Mas não é idéia dele. Ele esta juntando força com alguém. –a morena confirmou.

-Que tal os Marotos? –Marizza perguntou.

As amigas se aproximaram e viram que a loira olhava para o Mapa do Maroto, que estava aberto sobre seu travesseiro. Nele o nome dos quatro marotos aparecia junto ao nome de Joseph Ricce.

-Então são eles que decidiram nos enfrentar. –Lily comentou, pensativa.

-Eles vão unir forças com quem tem problemas com a gente. Isso é óbvio. –Olivia observou.

-Por isso mesmo temos que nos livrar da professora Portman. –Lily falou –Ela será uma jogada de mestre. Vai mostrar para eles que nada fica no nosso caminho se nós decidimos nos livrar dele...

-E o Ricce? –Paloma quis saber.

-Vamos ver que jogo ele esta jogando. –Olivia falou tranqüila -Sei que se tem alguém aqui que pode lidar com isso esse alguém é você, Nora...

-O que eu posso dizer? –Nora falou com um sorriso cruel –Não há nada mais divertido do que brincar com as pessoas desse castelo.

XxX

Os corredores do castelo estavam no mais completo silêncio, afinal a madrugada já ia alta e ninguém devia estar andando por ali. Mas uma pessoa andava por ali.

Victoria Portman era professora de Adivinhação em Hogwarts havia quase cinco anos. Em seu tempo de aluna ela pertencera a casa da Sonserina e era aclamada uma das mais belas alunas da escola. Mas ela logo descobrira que beleza não servia de nada no mundo de fora da escola. Sempre haveria alguém mais bela e melhor do que ela.

E era isso que a deixava furiosa em relação aquelas meninas. Elas não eram só lindas, elas eram espertas e frias. O tipo de pessoa que teria tudo o que quisessem quando saíssem da escola sem terem que se esforçar nada por isso.

-Perdida pela escola, professora?

Victoria virou-se assustada para deparar-se com Sirius olhando para ela com interesse.

-Eu poderia perguntar a mesma coisa, Black. –ela falou sem se abalar –O que o senhor esta fazendo pelos corredores? Já passou em muito a hora dos alunos estarem em seus dormitórios.

-Eu estava procurando pela senhorita, Professora Portman. –Sirius falou, se aproximando lentamente da professora.

-Posso saber por que, senhor Black? –ela perguntou vendo-o chegar cada vez mais perto.

Sirius não parou de avançar na direção da Professora até que menos de meio metro os separasse.

-Eu estou aqui para propor uma aliança, professora. –ele falou com um sorriso cafajeste.

-Que tipo de aliança, senhor Black? –Victoria perguntou interessada.

-Do tipo que pode tirar pessoas incomodas do caminho de todos nós...

XxX

O dia seguinte passou rapidamente, enquanto todos aguardavam pela chegada da noite e para a tão aguardada festa da Lua uma festa que acontecia nos terrenos do castelo, com a autorização da diretoria. Ela era feita em noites especificas, escolhidas por um astrônomo competente, que pudesse predizer quando seria a melhor noite de Lua Nova para se sair e celebrar a magia. Essa noite era uma delas.

Apesar de a primeira neve ainda não ter caído a noite estava especialmente fria. Muito agasalhos eram necessários para se manter aquecidos.

-Ah eu adoro essas noites! –Paloma falou rodopiando perto de uma das fogueiras –É uma magia tão ancestral, tão distante...

-Verdade... Sua família é de uma linhagem de feiticeiros antigos, certo? –Olivia perguntou –Você tem uma conexão maior com esse tipo de magia.

-Sim, eu sinto a energia fluir aqui.

-Então que tal nós levarmos essa energia toda para fluir em algum canto escuro, hein Madame Parker? –Thomas falou, aparecendo de repente por trás de Paloma e a abraçando pela cintura.

-Thomas! –Paloma gritou assustada –Você esta confundindo as noite, isso aqui não é Beltane, meu amor.

-Cada um celebra do jeito que quer, morena. –ele falou com um sorriso maroto.

-Você não presta, Thomas. –Paloma comentou rindo.

-Ei Klein!

As Damas e Thomas olharam na direção em que havia vindo o chamado e se depararam com os Marotos.

-Fala, Potter. –Thomas cumprimentou animado –Você não concorda comigo? Eu acho que devíamos transformar isso numa grande noite de Beltane.

-Talvez você devesse só escolher melhor suas companhias, Klein. –Sirius comentou –Vagabunda por vagabunda, tem garotas muito melhores nessa escola.

-Esse era o dia que eu estava esperando, Black. –Olivia falou irônica –O dia que você ia finalmente perder o pouco de classe que você tinha.

-Quieta, Morgan. –Sirius falou ameaçador.

-Ei calma ai, Black. –Thomas pediu, se colocando entre os dois.

-Não tem calma, Klein. Se você esta com ela, está contra nós. –Sirius avisou –Só tome cuidado com o lado que você vai escolher.

-Você esta louco, Black? –Thomas exigiu irritado.

-Tudo bem, Thomas. –Paloma falou tranqüila –Não precisa brigar com seus colegas de time por nossa causa. Com licença.

As Damas se retiraram deixando Thomas com os Marotos.

-Vocês enlouqueceram de vez. –Thomas falou irritado –Isso foi ridículo, elas não mereciam o que vocês falaram!

-Guarde as reclamações, Klein. Você com certeza está muito melhor longe delas. -James falou tranqüilo.

-Acho que quem decide isso sou eu. –Thomas falou irritado se afastando deles.

-Eu disse que vocês não deviam fazer aquilo. –Remus falou tranqüilo –Agora mais uma vez elas são vítimas e nós vilões.

-Que seja. –Sirius deu de ombros –Elas que sejam o que quiserem. Se vai ser por medo ou simpatia, o importante é que as pessoas estejam do nosso lado e contra elas.

XxX

O dia seguinte era um domingo. O dia já amanhecera nublado e permaneceu assim por todo o tempo. A paisagem era um tanto deprimente, as árvores com suas folhas todas vermelhas, ou então sem folha alguma. Mesmo o fato de ser um dia sem aula não animou os alunos a saírem. A maioria optou por ficar na proteção das paredes do colégio, já que o vento lá fora estava cortante.

Marizza era uma das alunas que escolhera ficar dentro do colégio. Ela não tinha realmente um lugar para ir, mas ela havia escolhido ficar um pouco sozinha. Ela estava com fome, mas ela não queria realmente comer, então ela estava caminhando para ver se isso a distraia. Se ela falasse as amigas que estava com fome Lily ou Paloma provavelmente iriam empurrar uma maçã goela a baixo nela, mas ela não estava com vontade de comer, mesmo estando com fome.

Tão distraída ela estava por seus pensamentos que ela acabou por cair no chão.

-Ai que mico! –ela reclamou olhando em volta, para se certificar que ninguém havia visto. Então ela olhou para o seu sapato e viu que a razão de sua queda era que o salto de seu sapato havia se quebrado –Eu não acredito! Esse sapato era novinho! –ela choramingou.

-Você está bem? –um menino perguntou se aproximando.

-Eu estou ótima. –Marizza respondeu de forma grosseira –Eu não posso falar o mesmo do meu sapato.

Ele riu suavemente.

-Eu tenho certeza que seu sapato é a coisa menos importante que você poderia ter estragado caindo assim. –ele afirmou se aproximando e abaixando-se ao lado dela.

Só então Marizza tirou o tempo para realmente olhar para ele. Ele era bonito, de um jeito meio infantil. Ele tinha olhos azuis que mais pareciam pedras preciosas de tão brilhantes. E o cabelo era castanho bem claro. Ele tinha um sorriso suave, com covinhas. Marizza não se lembrava de ter visto ele em lugar nenhum da escola, nunca.

-Quem é você? –ela perguntou.

-Phillipe Trinian. –ele respondeu de forma tranqüila –E quem seria você? –ele perguntou imitando o tom superior que ela usara há pouco.

Marizza lançou um olhar incrédulo a ele.

-Até parece que você não sabe quem eu sou. –ela falou, de forma superior.

-Você não me é estranha. –Phillipe admitiu –Acho que eu já vi algumas meninas falando coisas não muito simpáticas a seu respeito ou talvez uma de suas amigas... –ele falou pensativo –Mas isso não muda o fato de que eu não sei seu nome.

-Marizza Rogers. –ela falou empinando o queixo, o que fez o menino rir de leve mais uma vez.

-Ah sim. –ele pareceu lembrar-se de algo –Você é a vagabunda que se acha.

-O que? –ela perguntou em choque.

Phillipe corou.

-Foram as meninas que disseram! –ele se defendeu –Eu só me lembrei por causa do seu sobrenome.

E sem saber porque Marizza riu. Riu de verdade. Talvez tenha sido o jeito que ele se defendera, praticamente como uma criança que fora pega roubando biscoitos antes do jantar, talvez por ele ter corado como uma menininha. Marizza não sabia dizer o motivo, mas ela simplesmente sentira vontade de rir, rir da inocência dele.

-Por que você esta rindo? –Phillipe perguntou confuso.

-Eu estou acostumada a ser chamada de vagabunda metida. –Marizza admitiu –Mas certamente não estou acostumada a pessoas pedindo desculpa por falarem o óbvio.

-Então você é uma vagabunda metida? –Phillipe perguntou confuso.

Marizza pareceu pensar por um momento.

-Sim, eu imagino que sim. –ela respondeu por fim.

Foi a vez de Phillipe rir.

-A senhorita com certeza é uma pessoa diferente, senhorita Rogers... –ele falou sorrindo.

-Ah pelo amor de Deus, me chama de Marizza. Senhorita Rogers é minha tia solteirona.

Ele riu mais uma vez. Então ele tirou a varinha de dentro do bolso e com um simples movimento o salto do sapato de Marizza estava inteiro de novo.

-Ora, obrigada. –ela falou sorrindo –De que Casa você é?

-Lufa-Lufa, sexto ano. –ele falou com orgulho.

Ai estava a explicação. O menino era um Lufo...

-Vem. –ele ofereceu a mão para ela, ajudando-a a se levantar.

-Obrigada. –Marizza agradeceu ao se por de pé.

-Por nada, Madame Marizza. –ele respondeu com um sorriso divertido.

-Eu achei que você não soubesse quem eu era. –Marizza falou.

-Eu não sabia. –ele confirmou.

-Então porque você me chamou de Madame? –ela desafiou.

-Porque ta na cara que você esta acostumada a ser chamada assim. –ele falou como se fosse óbvio.

Marizza riu.

-Espero te encontrar mais por ai, senhor Phillipe.

-Só Phill. –ele falou com seu sorriso de covinhas.

-Eu me recuso a chamar alguém de Phill. Você pra mim vai ser Phillipe.

-Como você quiser, Madame. –ele falou fazendo uma curvatura exagerada.

-A gente se vê por ai... Phillipe. –Marizza chamou por cima do ombro.

Agora ela se sentia inexplicavelmente feliz. O sorriso dele a enchera de luz. Talvez fosse uma boa idéia ir comer alguma coisa. Afinal agora ela sentia também vontade de estar bem para a próxima vez que se encontrasse com ele...

XxX

Nora caminhou em silêncio pelos corredores. Era madrugada e ela tinha um encontro. Com Joseph Ricce. Hoje elas descobririam o que ele queria. Ela sabia que era vingança, mas como ela ainda não tinha certeza. Mas ela tinha seus meios de fazer alguém falar o que ela queria e Joseph não seria diferente.

Ela se lembrava da irmã dele. Joanna Ricce. A menina estava no sétimo ano e era da Lufa-Lufa, namorada de um Sonserino também do sétimo ano. Areia demais para o caminhãozinho de uma pessoa medíocre como ela. Nora sabia que aquilo não ia durar muito. Ela só deu uma ajudinha para que acabasse antes. Ela nem precisou fazer muita força. O garoto não agüentou uma olhada firme e já traiu a namorada com Nora. E depois terminou o namoro, como sempre pensando que Nora ficaria com ele. Nora nunca ficava com eles. Ela simplesmente gostava de destruir esses casaizinhos que se faziam de felizes e inabaláveis.

Não era difícil seduzir esses meninos, ela sabia como fazer. Ela aprendera com a vida. Era a única coisa divertida que ela tinha e ela devia ao cretino de seu pai. Era divertido vê-los cair na rede dela. E depois ela fazia com que as namoradas pegassem eles no flagra. Essa era metade da diversão. Fazer elas verem o quanto bons seus namorados realmente eram. Em alguns casos os garotos acabavam por terminar com as namoradas, achando que Nora ficaria com eles. Ela nunca ficava com eles. E quando eles percebiam isso eles voltavam para as namoradas, implorando perdão. E as idiotas, sempre aceitavam.

Com Joanna foi a mesma coisa. Ele pediu perdão, ela aceitou e um mês depois ele a traiu de novo com outra garota. Isso acabara com a menina. Mas disso Nora já não tinha culpa. Ela dava a primeira lição a essas meninas ingênuas. Se elas continuavam querendo ser burras e aceitavam os namorados de volta daí já não era problema dela. E toda essa história acontecera no sexto anos dele e agora aparentemente voltara para importuná-la.

Ela entrou na sala em que ela e Joseph haviam combinado de se encontrar. Uma sala vazia no quinto andar. Esse piso da escola era como um cemitério. Ninguém nunca ia la, não havia nada o que se fazer la. A não ser, é claro, transar. Os alunos ocasionalmente iam la para terem encontros, mas não era sempre, já que o lugar era abandonado demais para ter qualquer apelo.

Ela não se importava muito, ela com certeza não estava indo ali com a intenção de fazer nada que não fosse tirar a verdade de Joseph. Fosse como fosse. Ela não tinha muito medo em usar o que ela sabia para conseguir o que ela queria.

Ela tinha o Mapa do Maroto nas mãos e estava conferindo os movimentos de Joseph por ele. Ela chegara dez minutos antes da hora que eles haviam marcado, para pensar melhor em como conseguir o que ela queria por bem. Apesar de ela saber que Joseph não ia querer papo com ela. Ele a odiava e ela estava cansada de saber disso. Ele provavelmente imaginara que por não ser um ódio declarado ela não saberia, mas porque mesmo elas teriam informantes em todas as Casas, se não fosse para saber esse tipo de detalhe?

Foi quando algo no Mapa chamou a atenção de Nora. Algo que ela não tinha visto, porque ela estivera ocupada vendo Joseph andando de um lado para o outro na frente da Sala Comunal de sua Casa. A professora Portman estava parada exatamente na porta da sala que ela estava. E logo ela viu o nome de James e Sirius juntando-se ao de Joseph e então o nome de Remus vindo na direção daquela sala também. Ela estava cercada!

Havia sido uma armadilha! Claro que sim, como ela fora tola. Tanto ela quanto Paloma já tinham se metido em muita encrenca por saídas fora do horário permitido para encontros escusos. Se ela fosse pega fora da sala comunal a essa hora ela podia certamente ser expulsa da escola. E claro, quem melhor do que a detestável professora Portman para pegá-la no flagra? E ela sabia que não tinha como fugir da sala. A Professora estava diante da única porta de entrada e Remus vinha pelo corredor. A janela era fora de cogitação, já que ela estava no quinto andar. Ela não tinha tempo de pensar. Ela fez a única coisa que lhe parecia razoável. Poucos segundos antes de a porta se abrir.

Remus entrou primeiro pela porta, a varinha em vão, com uma luz iluminando o cômodo. Ele olhou em volta. A sala estava parcialmente escura, uma bagunça de cadeiras e mesas e um armário meio aberto cheio de bugigangas. A professora Portman entrou logo em seguida.

-Alguém aqui Lupin? –ela perguntou curiosa.

-Ninguém. –Remus respondeu desconfiado.

-Essa não devia ser a sala?

-Essa é a sala. –ele confirmou, antes de levantar sua varinha –Accio capa! –ele disse. Nada aconteceu.

-Pra que isso? -Victoria perguntou.

-Por nada. –ele respondeu, ainda olhando em volta, desconfiado –Vamos embora, procurar em outra sala.

Os dois saíram da sala. A sala ainda permaneceu "vazia" por alguns motivos. Até Nora se sentir segura. Ela se levantou tirando o pó de suas roupas. Os Marotos que esperassem. Agora eles estavam mais do que mortos.

XxX

-Como ela podia não estar la, Remus? –Sirius perguntou inconformado.

-Eu já disse, Sirius. –Remus respondeu entediado –Não estando.

-Tem certeza que elas não tem nada similar a uma capa de invisibilidade? –James perguntou.

-Eu também pensei nisso, mas não. Eu fiz um feitiço de invocação e não deu em nada. –Remus falou –E também nós tínhamos bloqueado a sala a tarde, para que só nós conseguíssemos fazer magia la dentro. Então não foi um feitiço ilusório.

-Que droga! –Sirius exclamou frustrado.

-Ela não se escondeu no armário? –Peter perguntou.

-Impossivel. –Remus informou –O armário estava com as duas portas meio abertas e la dentro dava pra ver as prateleiras, então a não ser que a Nora seja um tipo de fantasma que consegue atravessar matéria ela não se escondeu no armário.

-Então o que? –Sirius perguntou frustrado.

-Eu nem imagino, mas pode ter certeza que eu descubro... –Remus prometeu.

XxX

-Eles pediram por isso. –Olivia falou, sua voz entre a fúria e a calma assustadora.

As garotas estavam sentadas em seu dormitório, cercadas por seus gatos.

-Eles com certeza pediram. –Nora concordou –Mas primeiro... Ricce e a vagabunda da Portman.

-Eu cuido do Ricce. –Paloma falou tranqüila.

-E podem deixar a Portman comigo. –Lily falou cruel –Se Hogwarts quer um escândalo eles terão uma imensa surpresa amanhã...

XxX

Não era preciso ser um gênio para prever que os Marotos estariam de mau-humor no dia seguinte. Os outros alunos sequer se aproximavam deles, tamanho era o ar de frieza que os cercava naquela manhã. O negócio era tão sério que quando eles se sentaram na mesa para tomar o café da manhã ninguém quis sentar perto demais deles.

-Lupin.

Os quatro Marotos olharam para a dona da voz ao mesmo tempo. Lily estava ali parada ao lado deles, absolutamente calma, apesar de cansada.

O olhar que os quatro lançaram a ela era de congelar qualquer um, mas ela não era qualquer uma. Ela era uma Dama e se alguém ali devia ficar com medo esse alguém eram eles.

-Perdeu alguma coisa, Evans? –Sirius perguntou de forma fria.

Lily ignorou-o totalmente.

-Lupin, eu preciso falar com você sobre as rondas de hoje. –ela falou olhando para Remus.

Remus não respondeu nada, apenas esperou ela continuar.

-Eu queria saber se você pode patrulhar hoje a Ala Leste do quarto andar. –ela perguntou.

-Ala Leste? –Remus repetiu confuso –Eu não sabia que nós tínhamos que patrulhar essa área.

-Nós não tínhamos. –Lily falou, também parecendo nada feliz com a idéia –Mas aparentemente os professores se reuniram ontem e decidiram que agora nós precisamos. Professora McGonagall acabou de me informar e pediu para vir falar com você. E depois nós temos que nos reunir pra reorganizar todos os horários de ronda...

Remus soltou um suspiro cansado.

-Entendi. Com quem eu vou patrulhar hoje?

-Samantha Freeman. Setimanista Corvinal. –Lily informou.

-Ah sim. Aquela moreninha toda puritana. –Remus concordou.

-Que maldade, Lupin. –Lily provocou –Alguma coisa contra boas meninas?

-Nem um pouco. –ele falou tranqüilo –Eu na verdade tenho tudo contra quem se faz de boazinha. –ele falou, olhando firmemente para ela.

-Que bom então que eu sou uma menina boa. Boa de verdade. –Lily falou com um sorriso cínico, antes de se afastar.

-Sou só eu ou mais alguém quer matar essa ruiva? –Sirius perguntou irritado.

-Ninguém vai matar ninguém, Almofadinhas. –James falou tranqüilo –Deixe estar por hora. Nós ainda vamos domá-las. É só uma questão de tempo.

XxX

Lily se aproximou do lugar a mesa onde as amigas estavam sentadas.

-Lily, meu amor, você merecia um Oscar por essa atuação. –Paloma comentou com um sorriso maroto.

-Obrigada, queridinha. –Lily falou com um sorriso vitorioso.

-Eu quase acreditei que você estava cansada e que você não tinha a mínima idéia de que vocês teriam uma nova patrulha para fazer. –Marizza comentou divertida.

-Aliás, eu teria acreditado se eu não estivesse la quando você fez sugestão para o Slughorn. –Olivia comentou divertida.

-Pois é, ser a queridinha do professor tem suas vantagens. –a ruiva respondeu satisfeita.

-E agora? –Nora perguntou animada.

-Agora é esperar eles caírem na armadilha. –Lily falou -Claro que para isso nós vamos ter uma pequena ajuda felina...

-Não se preocupem. –Marizza sorriu –Tinkerbell é uma menina muito esperta. Ela com certeza fará a parte dela. Basta usar o feitiço certo.

-Então hoje será o adeus a Portman... –Olivia falou parecendo saborear a idéia.

-Sim, será e será em grande estilo. –Lily falou também satisfeita.

-Com licença, será que eu poderia falar um minuto com a Madame Marizza?

As cinco meninas olharam ao mesmo tempo para o "intruso". Marizza abriu um enorme sorriso ao ver de quem se tratava.

-Phillipe! –ela falou animada.

-Ora, não é que a Madame lembra mesmo de mim... –ele falou com seu sorriso de covinhas –Eu tive medo de que minha existência fosse simples demais para ser lembrada pela senhorita.

-Você salvou meu sapato. –Marizza falou séria –Você será meu eterno herói.

Phillipe revirou os olhos.

-Isso é tudo o que eu queria ouvir. –ele falou, com falsa emoção –Que eu sou o herói do seu sapatinho...

-Ei aquele sapato não é qualquer sapato. –Marizza se defendeu –É um Manolo. Custa uma fortuna.

-Tenho certeza que sim. –Phillipe falou tranqüilo.

-Com todo o respeito... –Nora perguntou olhando-o com cuidado –Você quer alguma coisa aqui?

-Na verdade, eu só vim desejar um bom dia a Madame Marizza. –ele falou pegando sua varinha. Com um gesto simples ele transformou o guardanapo dela em uma gérbera rosa vibrante –Para deixar seu dia mais bonito. Ou mais pink se você preferir o termo. –ele brincou.

Ela pegou a flor que ele lhe oferecia.

-Muito obrigada. –ela sorriu feliz.

-Senhoritas. –ele fez uma curvatura para as Damas –Madame. –ele deu uma piscadela para Marizza antes de sair dali.

-Ah que fofo! –Marizza falou alegre.

-Nossa, vai pegar pra criar, Marizza? –Nora provocou.

-Ah vocês viram que coisa mais linda? –a loira perguntou animada.

-Para quem gosta de criança... É lindo mesmo. –Lily provocou.

-Ah não enche. –Marizza falou sem parar de sorrir,

-Mas sério agora, flor. –Olivia falou –Você ta de rolo com esse menino?

-Não. –Marizza falou tranqüila –Mas é sempre bom ter alguém pra te lembrar de quanto linda você é. –ela falou marota.

-Como se você já não tivesse um espelho e um ego que fizessem isso por você... –Nora falou revirando os olhos.

-Mas é bom ouvir dos outros. –Marizza continuou.

-Que seja. Vamos circulando meninas? –Paloma falou se levantando –Eu tenho que cuidar de um roqueirinho ainda hoje.

-Vai pedir ajuda para os seus meninos? –Olivia perguntou interessada.

-Claro. Pra que você acha que eu agüento aqueles sonserinos chatos? –Paloma perguntou ajeitando sua saia –Pra alguma coisa eles têm que servir.

-Olha lá hein morena. Não me vá matar ninguém. –Olivia falou rindo.

-Eu? Não sei porque você me pede isso. Você sabe que eu sou incapaz de uma coisa dessas... –Paloma falou maldosa –Já os meus meninos... Bom, não posso prometer nada.

As meninas riram, antes de deixarem o salão. O resto dos alunos logo fez a mesma coisa, todos felizes pelo novo dia que começava, nenhum sequer desconfiando do que estava prestes a acontecer por ali.

XxX

Paloma fez o caminho até o campo de quadribol sem pressa nenhuma. Ela sabia que a Sonserina havia reservado o campo para os treinos da tarde e seria o momento perfeito para falar com os "seus meninos", como elas os chamava.

Ela chegou a área dos vestiários após o fim do treino, o local estava silencioso. Ela tinha certeza que os dois que ela procuravam estariam ali ainda. Maxuel e Theodore eram sempre os últimos a deixarem o campo.

Ela podia dizer que ambos eram um verdadeiro achado. Quando no mundo ela poderia imaginar que ela encontraria dois sonserinos sangue-puro dispostos a fazer ocasionais "favores" para uma grifinória amiga de nascidas trouxas? Mas Theodore e Maxuel faziam tudo o que ela pedia. E faziam pela diversão. Ela nunca recorria a eles se o caso não fosse extremo. Poucas vezes desde que ela se tornara Dama ela tinha pedido algo a eles.

Ela chegou a porta do vestiário ao mesmo tempo que esta se abria e por ela saía Rabastan Lestrange.

-Ora, ora... –ele comentou, deixando seus olhos vagarem pelo corpo dela de forma preguiçosa –Madama Parker, a que devemos a honra de sua presença aqui?

-Eu vim falar com Maxuel e Theodore. –ela falou tranqüila, mantendo distância. Ela não confiava nada em Rabastan –Eles estão ai?

-Sim, estão. –Rabastan falou com um sorriso maldoso –Eu creio que Theodore ainda estava no banho, mas certamente não há nada la que você nunca tenha visto não é? –ele provocou.

Paloma ignorou-o completamente.

-Obrigada, Lestrange. Tenha uma ótima tarde. –ela falou antes de passar por ele.

Mas antes que ela se afastasse o bastante Rabastan puxou-a pelo braço e a trouxe para perto.

-Avise a sua amiga Carter que meu irmão esta procurando por ela. –ele falou tranqüilo, como se desse uma ordem para ela –Aparentemente eles têm negócios pendentes.

-Nora e seu irmão? –ela zombou –Eu duvido muito.

-Não duvide muito, você pode se surpreender. –ele avisou.

-Certo, Lestrange, se você já terminou de bancar o idiota pode me soltar. Eu tenho coisas mais importantes a fazer.

-Você se esquece de quem eu sou, Parker. –ele avisou.

-Me desculpe, mas você obviamente me confundiu com alguém que se importa com quem você é. –ela falou irônica.

-Continue a brincar, Parker e uma hora você vai se por em problemas.

-E você pode continuar a falar. Algum dia você vai falar algo inteligente. –ela adicionou divertida.

Rabastan soltou-a.

-É melhor você sair daqui Parker, você está a um passo de se por em problemas.

-Eu vim falar com os meninos. Acho melhor você sair, ou você estará em problemas, Lestrange. –ela falou divertida.

Rabastan pareceu medir a idéia por um minuto.

-Você não vai ter sempre os cães de guarda, Parker. E não se esqueça de que quando você não os tiver mais, que você será só mais uma traidora do sangue que tem que ser punida. –ele falou antes de dar as costas para ela e sair dali.

Paloma sabia que ela estava ferrada. Ninguém precisava lembrá-la de que um dia eles iriam vir acertar contas com ela. Afinal ela era noiva de um dos filhos da família Rosier. Uma das tradições mais ridículas e que a sociedade bruxa de sangue-puro ainda mantinha. A família de Paloma era uma das mais antigas e conceituada família no mundo bruxo. Nada mais natural do que manter as linhagens escolhendo os casamentos a dedo. Seu irmão e sua irmã mais velhos haviam casado com as pessoas escolhidas pelos seus pais. E ela estava destinada a fazer o mesmo e por anos ela aceitou que ela acabaria por se casar com um dos Rosier.

Isso havia sido o destino dela. Até ela se tornar uma Dama. E também teve a parte em que ela descobriu que os Rosier eram mais um bando de sádicos preconceituosos que se uniriam ao tal Lorde das Trevas. Fora a primeira vez na vida dela que ela enfrentara seus pais. Ela se recusara a aceitar o casamento. A relação já delicada que ela tinha com os pais ficou ainda mais delicada. Mas nisso ela não voltaria atrás. Não havia decreto que a faria se casar com alguém que ela não escolhesse. Se é que ela iria se casar um dia.

E logicamente ainda havia o pequeno detalhe de que quando a haviam convidado para se tornar uma Comensal ela tinha pedido, muito gentilmente para que eles pegassem aquela proposta e... Bem, colocassem num lugar do Lorde das Trevas onde o sol não batia. Ela tinha certeza que isso ainda teria uma resposta a altura do "insulto", mas ela não ia viver seus dias pensando em quando eles resolveriam ter a bondade de terminar logo com aquilo.

Ela entrou no vestiário e ouviu o barulho de água caindo. Theodore ainda estava no banho, aparentemente. Já Maxuel não estava...

Ele estava de costas para a porta, sentado num dos bancos que havia ali e não tinha visto ela entrar, então ela aproveitou para olhá-lo. Os cabelos loiros e cacheados estavam molhados, indicando que ele devia ter saído do banho a pouco. Ele vestia apenas a calça do uniforme da escola, os ombros e costas largos e fortes e a pele levemente bronzeada de sol expostos de um jeito atraente.

-Como foi o treino, meu amor? –ela perguntou com sua voz macia.

Maxuel virou-se na hora para ver quem estava ali, e ao ver Paloma sorriu de forma divertida.

-Um tédio como sempre. –ele falou dando de ombros –Não tem graça treinar se não se pode atacar a sério.

Paloma riu e caminhou até onde ele estava, sentando-se ao lado dele.

-Até onde eu sei o objetivo de um treino não é arrebentar seus colegas de equipe. –ela provocou.

-Eles que tenham capacidade de se defenderem então. –ele falou dando de ombros.

Paloma riu. Ele tinha belos olhos azuis.

-O que é isso crescendo no seu queixo? –ela brincou puxando levemente a barba que nascia no queixo dele.

-Nada que seja da sua conta. –ele falou segurando a mão dela, enquanto ria.

-Eu acho que estou alucinando. Madame Parker aqui? –uma voz veio de outra direção.

Paloma olhou para o rapaz sorrindo.

-Ah você estava morrendo de saudade de mim, Theodore, admita.

O rapaz sorriu.

Theodore era tão forte e alto quanto Maxuel. Sua força aliás podia ser bem percebida no momento já que a única coisa que ele usava era uma toalha em volta da cintura, mas como Rabastan gentilmente lembrara não havia nada ali que Paloma já não tivesse visto. Theodore tinha os cabelos um pouco longos, castanhos e olhos também castanhos.

Paloma conhecera Maxuel Fimmel e Theodore Skars quando ainda estava no quarto ano, mas antes de se tornar uma Dama. Naquela época ela era apenas uma menina que saía com qualquer garoto na escola. Ninguém dava muita importância para ela na escola. Ela conheceu os dois Sonserinos por acaso. Eles estavam se escondendo para fugirem de uma detenção por causa de um ataque nada agradável a algum aluno e ela estava indo se encontrar com um garoto. No fim das contas ela encontrou eles por acaso e como (também por acaso) o garoto que eles tinham azarado era o garoto com quem ela ia se encontrar ela acabou saindo com eles.

Não se podia dizer que os três eram amigos, ou mesmo um casal de três. Eles tinham negócios juntos. Paloma os encobria e eles faziam coisas por Paloma. E ocasionalmente ela ficava com um ou com o outro. Ambos batedores Sonserinos, ambos muito perigosos.

-Precisando de alguma coisa, princesa? –Theodore pediu sentando-se do outro lado de Paloma.

-Na verdade sim. –ela falou se espreguiçando –Mas olha! Sem aterrorizar demais! –ela lembrou-se de repente.

-Isso nós que decidimos. –Maxuel falou com um sorriso divertido.

-Fala o que você quer e a gente decide como vai ser. –Theodore sugeriu.

-Um garoto tentou armar uma cilada pra uma de nós. –Paloma contou –Mas não deu certo. –ela reforçou, ao ver a expressão de zombaria deles.

-E contra quem foi? –Maxuel quis saber.

-Contra a Nora.

-Ah o cara merece uma lição de acordo, Paloma. –Maxuel falou como se fosse óbvio.

-A gente só não vai acabar com ele porque não foi você, porque se tivesse sido... –Theodore falou sério.

-Ta , não é pra tanto. –Paloma lembrou –E por favor, não deixem saber que foram vocês, ok? Eu não quero vocês dois em problema, certo.

-Deixa com a gente Madame. –Theodore falou com um sorriso maroto.

-Sem mortes, sem publicidade... –Maxuel falou irônico –Você tira a diversão de tudo, Paloma.

Paloma riu.

-Prazer feminino meu caro. –ela falou piscando para ele –Agora mudando de assunto... Algum de vocês está a fim de dar uma volta hoje a noite?

XxX

Paloma voltou para o dormitório dela com as meninas duas horas mais tarde. Ela sabia que seus dois meninos já deviam ter ido atrás de Joseph Ricce. Dessa vez ela não tinha pena nenhuma. Geralmente ela achava que as amigas exageravam, mas não hoje. Joseph merecera. E cada vez mais ela começava a achar que os Marotos também mereciam.

Ela praticamente crescera com James. Seus pais eram próximos, talvez mais por cortesia de sangue-puros do que por uma amizade, mas desde que ela se conhecia por gente ela freqüentava a casa dos Potter em diversas épocas do ano. Em seus 17 anos de vida ela só não passara o Natal la duas vezes. E ela adorava os pais de James. Giulia e Andrew eram maravilhosos, tanto que ela chamava ambos de tia e tio. Ela e James chegaram a ser namoradinhos de infância. Eles foram o primeiro beijo um do outro. Nada que tenha durado até eles entrarem em Hogwarts e descobrirem que havia um mundo de pessoas interessantes a serem descobertos.

Ela entrou no quarto e encontrou as quatro amigas ali. Marizza sentada na própria cama, retocando as unhas, Lily lendo um livro em sua própria cama e Nora e Olivia sentadas na cama da primeira conversando.

-E ai? Como foi? –Olivia perguntou.

-Tranqüilo. –ela falou dando de ombros –Eles devem estar indo atrás do Ricce agora.

-E por que você demorou tanto? –Marizza perguntou com um sorriso malicioso.

Paloma sorriu também.

-Eu estava com o Theodore. –ela falou.

-E com certeza, como você é uma pessoa justa e sem predileções você vai sair amanhã com o Maxuel. –Nora falou irônica.

-Precisamente. –a outra morena confirmou.

As amigas riram.

-Aliás, eu encontrei com a sua cobra de estimação, Olivia. –Paloma falou, jogando-se na própria cama.

-O Rabastan?

-Você tem outra? –Paloma perguntou maldosa.

Olivia revirou os olhos.

-O que ele disse?

-Ele disse que o Rodolpho tem assuntos pendentes com a Nora.

Nora bufou.

-Sonserino cretino. Ele acha mesmo que eu vou cair no papo dele. –Nora falou debochada.

-Cuidado, Nora. –Lily avisou –Nós sabemos como o Lestrange maior pode ser quando ele quer algo.

-Ele que venha quente então. –Nora falou com descaso –Se ele acha que pode passar por cima de mim ele vai descobrir o quanto enganado ele está.

-O Rabastan falou mais alguma coisa? –Olivia quis saber.

-Depende do que você considera falar. –Paloma falou dando de ombros –Ameaça é considerada conversa?

As quatro meninas viraram totalmente sua atenção para Paloma.

-Ele te ameaçou? –Lily perguntou.

-É, aquele papo de sempre. Traidora do sangue, que vai pagar cedo ou tarde... –Paloma falou tranqüila.

-Esse sonserino está ficando confiante demais. –Marizza falou incomodada.

-O pior é que ele ainda é um sextanista. –Nora completou -Só me faltava essa agora. Ele ta se achando demais.

-Mais a razão é óbvia, né? –Marizza falou revirando os olhos –A Olivia dá confiança demais pra ele.

Olivia lançou um olhar congelante na direção da loira.

-Isso não é da sua conta, Marizza. –ela avisou, séria.

-Não? –Marizza falou irônica –O cara ameaça uma das suas amigas na cara dura e se ele te chamar amanhã você vai correndo pra ele. E você quer que ele não se ache?

-Se ela disse que não é da sua conta, Marizza, então não é. –Nora defendeu Olivia.

-As regras são claras, Nora. –Marizza falou se levantando –Amigas acima de tudo! Ela está pondo esse cara acima de nós.

Nora levantou-se e se pôs de frente com Marizza.

-Regras foram feitas para serem quebradas. –Nora falou por entre os dentes.

-Essas regras nos mantiveram firmes e a salvo por todo esse tempo.

-Parem as duas. –Lily ordenou, de forma enérgica. Ela se levantou e colocou-se entre Marizza e Nora –Isso é problema da Olivia, não discutam por isso. Nós não precisamos disso agora. Quanto a você... –ela virou-se para Olivia –Você faça o que quiser Olivia, mas vale lembrar que se você escolher ele ao invés de nós, pode ser que um dia você precise de nós e nós não estejamos dispostas a ajudar. -ela falou calma, mas sua voz era levemente ameaçadora.

Olivia e Lily travaram olhares por um minuto.

-Eu vou lembrar. –a morena assegurou.

-Ótimo. –Lily falou mais calma –Agora se vocês me dão licença, eu tenho uma professora vagabunda pra expulsar da escola.

-Toma. –Marizza passou algo para ela -A Tinkerbell está la na sala.

-Até logo meninas. –Lily falou com um sorriso deixando o quarto.

A noite estava terminando para várias pessoas, mas para os inimigos delas estava apenas começando e dessa vez o refinamento que fosse para o inferno. Eles haviam irritado elas acima do nível aceitável. Que Hogwarts inteira arcasse com isso agora.

XxX

Joseph não entendera nada. Primeiro ele recebia um recado dos Marotos dizendo que queriam se encontrar com ele para discutir um novo plano contra as Damas e que queriam se encontrar com ele na Torre de Astronomia. Ele fora la e não encontrara os Marotos. Apenas uma sala vazia. E o recado dizia que eles já estavam la e que ele devia se apressar. Mas mais uma vez, não havia ninguém ali.

Ele decidiu que iria embora. Talvez algo tivesse acontecido e os Marotos tivessem saído de la. Ou pior: talvez fosse uma armadilha para ele, o que fazia ainda mais urgente a saída dele dali.

Tão logo ele se virou para sair ele deparou-se com duas figuras altas, encostadas contra a única porta de saída da sala.

-Creio que encontramos o senhor Ricce... –Theodore comentou, medindo o rapaz com o olhar.

-É, é ele mesmo. –Maxuel comentou, antes de soltar um suspiro desanimado –Ta na cara que não vai dar nem pro cheiro.

-Pois é, mas se nossa adorada Dama pediu nós atendemos. –Theodore falou se espreguiçando tranqüilamente –Afinal ele tem que aprender que com certas pessoas não se mexe.

-Pronto para uma lição, Ricce?

Joseph não teve tempo nem de sacar a varinha. Ele acabara de entender porque o ex-namorado de sua irmã aparecera muito machucado na noite seguinte a qual ele fora tirar satisfações com Nora...

XxX

Remus não estava nada feliz com aquela ronda. Samantha Freeman, sua "colega" era uma daquelas meninas que faziam questão que todos soubessem o quanto pura e imaculada ela era. Ele particularmente não tinha muita confiança em tamanha santidade. Afinal ele mesmo estava ali para provar que no fim das contas os santinhos eram os piores. Bom, Lily também servia como prova disso.

O namoro deles tinha sido algo interessante, para se dizer o mínimo. Eles começaram a namorar em outubro do quarto ano deles na escola. Não houve um pedido oficial ou coisa do tipo. Os dois eram simplesmente grandes amigos e eventualmente decidiram começar a namorar. Como se fosse simplesmente inevitável, uma questão do que era óbvio. E era óbvio que os grandes e geniais amigos namorassem.

O que nenhum deles esperava na verdade foi a paixão que explodiu entre eles. Essa era a parte "interessante" do namoro deles. Todo o desejo que nenhum dos dois poderia bem explicar de onde vinha, mas uma vez que se acabou (porque como todo fogo estava fadado a acabar) não sobrou muito do namoro deles. Não muito tempo depois Lily e Marizza, que eram uma dupla inseparável na época começaram a andar com Nora e Olivia, outra duplinha do quarto ano, e com Paloma. Poucos dias depois Lily terminou com ele e se afastou discretamente.

Eles continuaram numa relação de respeito, mas pouco a pouco Lily foi mudando. Mudando até se tornar uma Dama. Foi no final do quarto ano que elas começaram a se tornarem conhecidas, mas foi no quinto ano que aconteceu a explosão de poder delas. Ambas voltaram totalmente mudadas das férias e daí já não havia mais quem pudesse parar nenhuma delas. Mas Remus não estranhou afinal, ele também voltara diferente daquelas férias.

Os Marotos sabiam que Remus optara pela mudança que sofrera. Eles talvez só não soubessem exatamente porquê ele quisera aquilo, já que ele mesmo nunca explicara. Ele estava apenas adiando aquilo por causa de seu namoro com Lily, mas ele sabia que passar por essa mudança também era inevitável. Uma coisa ele aprendera com Sirius e James: não há lugar para pessoas boazinhas no mundo. Principalmente na condição dele, onde ele seria sempre discriminado e temido. Então já que o negócio era atacar ou ser devorado ele optou por uma mudança. Já não havia mais como ele ser o cara bonzinho ele simplesmente optou por se tornar um rapaz como seus melhores amigos: frio e objetivo.

O que o levava de volta a onde ele estava no presente: fazendo ronda com aquela Corvinal insuportável. O único consolo dele era saber que Lily provavelmente estava sofrendo tanto quanto ele, fazendo ronda com um Lufo do quinto ano, em outro andar.

-Ah que gracinha. –Samantha falou, chamando sua atenção.

Ele viu que a garota se abaixara para ver algo. Ele olhou mais de perto e viu que era um gato persa, totalmente branco e tão peludo que chegava a parecer um bichinho de pelúcia. Foi ao ver a coleira de couro rosa, com um fadinha de cristal pendurado que ele concluiu que aquela era a gata de Marizza.

-Essa gata é da Rogers, da minha casa. –ele informou a Samantha que coçava a barrida da gata.

-O que será que ela esta fazendo aqui tão longe da sua Torre? –Samantha perguntou de forma distraída.

-Não sei. –Remus deu de ombros.

-Talvez você devesse levá-la de volta. –Samantha sugeriu e deu uma leve risada quando Tinkerbell começou a tentar alcançar sua gravata.

Remus revirou os olhos. Ele tinha cara de babá de gato agora? Se bem que Marizza era muito cuidadosa com Tinkerbell, ela podia estar preocupada.

-Ei! –Samantha chamou despertando-o de seus devaneios.

Foi ai que Remus viu que o chamado era direcionado a gata e não a ele. Aparentemente algo capturara a atenção de Tinkerbell e a gata se levantara e saíra em perseguição do novo alvo. E Samantha estava indo atrás...

Remus bufou entediado e seguiu as duas pelo corredor.

Havia algo de estranho no objeto que Tinkerbell perseguia. Samantha certamente não via, porque era rápido e pequeno demais, mas seus olhos eram diferentes. Ele podia ver o que parecia ser um rato de brinquedo enfeitiçado, desses que são realmente dados a gatos. Aquilo não estava soando bem para ele. E Tinkerbell sendo gata de quem era talvez não estivesse ali por coincidência. Ele tinha que tirar Samantha dali rápido antes que eles chegassem onde quer que as Damas queriam que eles fossem.

-Freeman... –ele chamou.

Não rápido o bastante. Tinkerbell acabara de entrar por uma porta que estava entreaberta e Samantha entrara logo atrás dela. Logo Remus ouviu o grito de horror dela e correu para saber o que acontecera. Ele entrou na sala e congelou um segundo depois.

Ali diante dos dois estava a professora Portman e o Markus Aguilera, capitão do time da Corvinal, no que devia ter sido uma cena muito reveladora quando Samantha entrara na sala.

-Professora Portman? –Samantha falou sem esconder a repulsa –O que significa isso?

-Senhorita Freeman, creio que isso não seja da sua conta. –a professora respondeu, mostrando o máximo de confiança que pôde.

Remus sabia o que fazer, um feitiço de memória e tudo estaria resolvido. Ele já tinha sacado a varinha quando uma outra voz se juntou a conversa.

-O que esta acontecendo aqui?

Remus suspirou frustrado ao ver Filch entrar pela porta. Ótimo, um a mais para enfeitiçar.

-Eles estavam... –Samantha falou, parecendo enojada –Eles estavam... –ele apontou para a professora e Markus –Se esfregando como animais!

Filch lançou um olhar chocado a professora.

-Senhorita Portman isso é verdade?

-Posso perguntar o motivo da reunião?

Todos se viraram para a porta onde Lily estava parada, com o outro monitor logo atrás dela.

-Senhorita Evans! –Samantha correu para perto de Lily como se em busca de proteção –Eu não consigo nem acreditar no que eu vi!

Lily lançou um olhar amigável para a menina.

-Então eu sugiro levarmos essa conversa até a sala do diretor. –ela falou suavemente –Aparentemente o caso é sério. –ela comentou, vendo as roupas bagunçadas de Victoria e Markus.

-Eu concordo! –Samantha falou –O diretor tem que saber dessa pouca vergonha!

-Então se vocês me acompanharem iremos todos a diretoria. –Lily lançou um olhar desafiante a Portman –E espero que essa situação seja explicada.

-Senhorita Evans tem razão. –Filch falou, tomando a dianteira –Sigam-me.

Markus e Victoria trocaram um olhar, antes de seguirem o inspetor. A professora ainda lançou um olhar de ódio a Lily que ignorou-a totalmente. Logo atrás saiu o monitor da Lufa-Lufa seguido de Samantha.

Quando Remus e Lily ficaram sozinhos na sala o olhar deles se cruzou. Antes que Remus tivesse tempo para falar alguma coisa Tinkerbell passou por ele. Lily abaixou-se e pegou a gata no colo. O Maroto viu que a gata trazia na boca o que parecia ser um tipo de rato de borracha. Lily tirou o brinquedo dela e guardou no bolso e com um sorriso satisfeito na direção de Remus deixou a sala.


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Notas finais do capítulo

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