Damas Grifinórias escrita por Madame Baggio


Capítulo 13
Brincando Com Fogo


Notas iniciais do capítulo

Eba, cá estamos com mais um capítulo! Obrigada pelos comentários que vocês têm deixado! O apoio de vocês é sempre essencial!

Enjoy!



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O céu estava cinzento la fora. E elas ainda não tinham voltado. Isso tudo junto não podia ser um bom sinal. Elas estarem fora de vista nunca era um bom sinal...

-Terra para Pontas... Ta ouvindo, viadinho?

James revirou os olhos e bufou.

-O que você quer Sirius? –ele perguntou entediado.

-Faz uns quinze minutos que você esta ai olhando para essa janela. –Sirius falou se aproximando –Aconteceu alguma coisa?

-Não. –ele negou devagar.

Mas tinha sim acontecido alguma coisa. Tinha acontecido uma ruiva de olhos verdes. Tinha acontecido Lily Evans em sua vida. E infelizmente não havia nada que ele pudesse fazer quanto a isso. A não ser se recusar a aceitar.

Na primeira vez que ele havia visto Lily, todos aqueles anos atrás num primeiro de setembro, ele não lhe dera muita importância. E tinha continuado a não dar até ela começar a namorar Remus.

James e Sirius sempre quiseram fazer de Peter e Remus caras como eles: realistas e frios. Mas Lily estava segurando Remus do outro lado, o lado dos bons moços. Ele só realmente voltou a olhar para ela quando ela entrou naquele Salão Principal totalmente mudada. Como uma Dama.

Ele soube desde o principio que aquela união não seria boa para ninguém em Hogwarts, mas foi ótimo quando Remus e Lily terminaram. Um dia do nada, sem brigas ou lágrimas. Um rompimento limpo, sem sangue ou manchas. E então Remus veio definitivamente para o lado deles. Essa ele devia a Evans.

E foi pouco depois que ele passou a reparar no ar superior que Lily adquirira. E por Merlin, como ela ficava sexy daquele jeito. E foi ai que ela entrou em sua cabeça e não saiu mais. Mas não como a garota pela qual ele se apaixonara, mas sim como a garota que ele não pouparia esforços para destruir...

-Você ainda está bravo por causa do que aconteceu no Natal? –Sirius arriscou.

James bufou incomodado.

-Não é isso, Sirius. –ele falou impaciente –Ta bom que você podia ter ficado bem longe da minha prima, mas...

-A Leona já tem quinze anos, não achei que eu precisava da sua benção. –Sirius interrompeu.

James lançou um olhar assassino ao amigo.

-Se você tivesse ficado de olho na Carter como nós tínhamos combinado talvez ela não tivesse ficado com o idiota do namorado da Lisa, que por acaso largou dela e causou a maior zona na minha família. –James falou por entre os dentes.

-Ah Pontas, desencana. –Sirius falou se esticando de forma preguiçosa –Já tava na hora da Lisa se livrar daquele babaca. Além do mais, sua prima estava encantadora aquela noite. E eu ia ver a Nora quando voltássemos para a escola, então resolvi investir meu tempo em outra pessoa...

-Desde quando a Carter virou Nora pra você, Sirius? –Remus provocou.

-Ah cala boca, Aluado. –Sirius falou mal-humorado –Desde quando você passa a noite dançando com a Rogers?

-Desde que eu resolvo que eu quero. –Remus falou frio.

-Parem vocês dois. –James falou entediado –Brigar por elas não vale a pena.

-E alguma coisa nelas vale a pena? –Sirius perguntou irônico.

James achou melhor não responder. Mas havia mais uma coisa pelo menos em Lily que valia a pena...

XxX

-Bom senhoritas, creio que já podem voltar a seus dormitórios. –Dumbledore falou com um sorriso.

-Obrigada, diretor. –Lily sorriu gentilmente.

-Desculpa ai a invasão. –Paloma falou animada.

-Não foi nada, senhorita Parker. Posso assegurar.

As meninas haviam acabado de chegar a sala do professor vindas de suas férias em Ibiza, via Pó de Flú. A noite já estava a muito caída pelo céu.

-Agora vão, antes que dê a hora de se recolherem. E eu sei que as senhoritas sabem que passagens usarem para chegarem mais rápido a sua torre, então nada de desculpas.

Olivia arqueou a sobrancelha e olhou para o diretor.

-Como o senhor sabe que...

-Minha cara, Hogwarts tem mais segredos do que vocês podem imaginar, mas eu conheço todos eles. –ele falou em um tom de aviso.

-Bom pra você, professor. –Marizza falou com tom brincalhão antes de deixar a sala com as amigas.

Elas deixaram a sala do professor em silêncio.

-Esse tio as vezes me assusta. –Marizza falou.

-Ah ignore o Dumbledore, ele é só um velho senil. –Olivia falou dando de ombros.

As meninas riram.

-Sabe de uma coisa? –Nora falou de repente –Eu não estou com um pingo de vontade de passar pela nossa sala comunal e ver aquele monte de manés.

-Eu concordo. –Marizza falou.

-Vamos cortar caminho e ir direto para o nosso quarto. –Lily falou entrando em uma sala.

Elas pegaram uma passagem secreta que as levou a uma sala com um espelho grande de moldura dourada.

-Dormitório feminino, grifinório, sétimo ano. Quarto das Damas. –Nora falou e passou pelo espelho, seguida das amigas.

Quando elas cruzaram o espelho tudo pareceu girar por um minuto, mas logo elas estavam saindo do espelho que havia no próprio quarto.

-Vamos desfazer as malas? –Nora perguntou, mas com óbvio cansaço na voz.

-Deixa pra amanhã. –Lily falou tirando o colchão da cama –Deixa o mundo inteiro para amanhã.

As amigas ajudaram a arrumar tudo no chão, para elas poderem se deitar.

-Férias não eram pra descansar? O que aconteceu com o nosso descanso? –Paloma quis saber.

-Os Marotos tomaram de nós. –Olivia falou como se fosse simples –Mas eles que esperem. Nós vamos tomar muito mais deles.

-Amanhã. –Lily reforçou, deitando-se na cama.

-É, deixemos tudo para amanhã...

XxX

Lily abriu os olhos devagar. Se alguém perguntasse qual era a vontade dela de acordar agora ela diria claramente que era vontade nenhuma. Mas ela mais uma vez tinha acordado daquele jeito chato quando ela sabia que não adiantaria fechar os olhos de novo, porque ela não voltaria a dormir.

Ela se levantou cuidadosamente, soltando sua mão da de Marizza e tomando cuidado para não acordar nenhuma das amigas.

Ela foi se trocar no banheiro e depois deixou o quarto em silêncio. Ela não tinha porque acordar as amigas.

A segunda semana de férias delas tinha sido em Ibiza, incluindo a virada do ano. Elas mal dormiram estando na ilha. Parecia que tudo era uma festa única e contínua e elas não tinham tempo a perder dormindo.

Por um lado foi bom, porque assim ela não precisou pensar em nada enquanto estavam la: em escola, em Marotos, em James Potter...

Mas agora de volta a escola seria difícil. Ah Merlin, ela ainda não entendia nem aceitava o fato de ter beijado James no Natal. E ela não sabia como ele ia usar aquilo contra ela, porque ela tinha certeza de que cedo ou tarde ele iria.

Ela desceu as escadas em direção a sala comunal, que estava vazia. Claro, que pessoa em são consciência iria acordar num domingo as sete e meia da manhã, no primeiro dia depois de férias? Só ela mesmo, mas ai ela também já não era uma pessoa em sã consciência.

Lily sentou-se num dos sofás diante da lareira que brilhava acesa, espalhando luz e calor pela sala comunal. De repente algo subiu em seu colo. Era Lilith.

-Oi meu anjo. –Lily falou sorrindo para a gata –Como foi o seu Natal aqui? Os elfos cuidaram bem de você?

Ela alisou o pêlo da gata, que aceitou de bom grado o carinho.

-Você é manhosa demais... O que é isso? -Lily passou mais uma vez a mão pelo pescoço da gata, onde tinha pensando sentir alguma coisa e foi ai que ela achou.

Lily não tinha visto antes, por causa do pelo da gata, mas ali, em volta do pescoço de Lilith havia uma coleira. Lily estranhou, porque Lilith não usava coleiras.

-Onde você arrumou isso? –ela perguntou surpresa.

Lilith virou-se com a barriga para cima no colo da dona, dando a Lily uma melhor visão de sua coleira. Era uma tira de couro vermelho e tinha um medalhão prata pendurado, com detalhes feitos em alto relevo. Na parte da frente da medalha estava escrito o nome da gata e atrás Lily Evans.

-Lilith de onde veio isso? –Lily perguntou em choque.

Não tinha chance de serem seus pais, eles nunca gastariam numa coisa dessas para um gato e se tivesse sido uma das meninas elas já teriam contado para Lily.

Foi quando o som de passos veio das escadas do dormitório masculino. Lilith levantou-se do colo de Lily rapidamente e pulou no chão correndo na direção das escadas. Lily virou-se bem a tempo de ver James Potter atingindo a base das escadas.

-Ola, Lilith. –ele falou abaixando-se para acariciar o gato. James correu o dedo pela coleira –Ficou perfeita em você. Gostou do presente?

Como resposta Lilith deitou no chão e ofereceu a barriga para o moreno coçar. James riu suavemente.

-Você é uma oferecida. –ele falou coçando a barriga da gata.

-Bom, ela é uma mulher. Nós sabemos o que um homem quer quando nos dá jóias. –Lily falou, fazendo-se notar.

James levantou-se surpreso. Não tinha visto Lily ali.

-Então eu acho que você está me devendo alguma coisa, Evans. –ele provocou.

-Pode cobrar o quanto quiser. –ela deu de ombros –Você já teve mais de mim do que merecia.

-Eu discordo. –James comentou tranqüilamente se aproximando de Lily, com um andar felino –Eu acho que você ainda me deve. Por todo esse tempo, por todas as provocações...

Lily revirou os olhos.

-Continue sonhando, Potter, se você acha que vale a pena. –ela deu de ombros –Você não vai ter mais nada vindo de mim.

James parou a um palmo de distância de Lily.

-Você quer repetir isso olhando nos meus olhos? –ele provocou.

Lily respirou fundo, e levantou o queixo num claro desafio.

-Você não vai...

James a interrompeu beijando-a. Afinal ele não tinha intenção nenhuma de ouvir um absurdo daquele.

Lily colocou as duas mãos no peito de James e tentou empurrá-lo, mas ele não deixou. Ele tirou as mãos dela de si e prendeu-as pelo pulso atrás das costas da ruiva. Lily sabia que agora estava perdida.

O beijo do Natal havia sido suave, cuidadoso. Esse era agressivo e cheio de desejo, só uma pequena amostra do que eles poderiam ser juntos.

James forçou Lily a aceitar o beijo e a deixá-lo aprofundá-lo. Quando ele sentiu o contato da língua quente dela e a boca dela brigar por controle com ele, James soube que aquela era uma batalha vencida e soltou as mãos dela.

As mãos de Lily foram direto para o cabelo de James, agarrando-o com força, enquanto o beijo deles ia ficando cada vez mais descontrolado. A ruiva mal sentiu as mãos fortes dele descendo pelo seu corpo, cintura e quadris, até ele levantá-la do chão. Num reflexo Lily envolveu a cintura de James com as pernas, mas não deixou de beijá-lo nem por um minuto, nem quando sentiu a madeira de uma das mesas de estudo sob suas pernas.

Se James tivesse um pingo de bom senso ele teria parado isso há muito tempo. Mas parecia que seu bom senso sempre desaparecia quando Lily Evans estava por perto. E por Merlin, como ele adorava isso. O gosto dela, o perfume dela. O jeito como apesar de negar tudo ela estava ali agora, puxando-o mais e mais contra si.

E se tinha uma coisa que os dois sabiam era que era bom que alguém os parasse, porque eles sozinhos não iriam fazer isso. De jeito nenhum.

XxX

-Ah Merlin... –Marizza exclamou o mais baixo que pôde, mas não menos chocada.

Ela tinha acordado pouco depois que Lily deixara o quarto e ao ver que a ruiva não estava ali ela decidira descer também. Mas o que ela não esperava era ver a cena que ela estava vendo ali na sala comunal. Lily e James se beijando como se não houvesse amanhã. Ah Merlin, ela tinha que estar sonhando.

O problema era que agora ela não tinha certeza do que fazia. Ela não sabia se interrompia, se deixava rolar ou se ela ficava com inveja, porque os dois estavam trocando um beijo de dar água na boca.

-Ah Merlin... Isso com certeza não vai acabar bem...

-Falando sozinha, Rogers?

Marizza mordeu a própria língua para não gritar pelo susto. E ao virar-se, deu de cara com Remus olhando de forma curiosa.

Quando ela vira a cena entre Lily e James ela tinha se escondido no começo da escadaria dos dormitórios masculinos, de onde ela poderia ver a cena, mas eles não poderiam vê-la. Pensando com calma, agora ela se sentia uma voyuer muito enxerida.

-Lupin! –ela ralhou com ele baixinho –Você tem que parar com essa mania de lobo quietinho, porque eu não curto bancar a chapeuzinho!

Remus arqueou a sobrancelha.

-Por que você está falando baixo? –ele perguntou.

-Sh! –ela pediu –Por nada. É melhor você voltar ao seu dormitório.

-O que você está escondendo, Rogers? –ele perguntou desconfiado, tentando olhar na sala.

-Nada. –ela ficou na ponta dos pés e tentou bloquear a vista dele –Já falei pra você sair daqui. –ela levantou as mãos, já que no quesito altura não tinha como ela superar Remus.

-Você não manda em mim. –ele falou segurando as mãos dela e abaixando-as –O que você está aprontando?

Marizza respirou fundo. Lily ia dever a alma para ela depois disso.

Ela deu um passo na direção de Remus e lhe ofereceu um sorriso provocativo.

-Vou precisar desenhar, Lupin? –ela provocou, então passou a língua pelos lábios (dicas de Paloma, sempre funcionava) –Que eu estou querendo um minuto sozinha com você?

Remus olhou desconfiado para Marizza.

-Rogers, o que você pensa que está fazendo?

Marizza quis bufar de frustração. Remus era tão imune a ela quanto sempre havia sido. Ela ia ter que encarar isso uma hora. Mas por enquanto ela tinha que distrair Remus.

-Você realmente ainda não percebeu? –ela falou, olhando fundo nos olhos dele e dando mais um passo para frente.

Corajosamente ela colou seu corpo ao dele e envolveu seu pescoço num abraço. Ao respirar Remus sentiu-se inundando pelo cheiro de morango dela. Os braços dele foram automaticamente parar em volta da cintura dela.

Ok, tudo estava indo bem até ali. Marizza só tinha que se lembrar do que ela estava realmente fazendo ali ao invés de se derreter no abraço de Remus. Ela ficou na ponta dos pés e inclinou a cabeça na direção de Remus.

Num minuto Remus a girou e a tirou do caminho, saindo para a sala.

-Lupin, não! –ela chamou indo atrás dele, mas era tarde demais.

-James? Lily? –Remus falou em choque ao ver a cena ali.

James e Lily se separaram rapidamente.

-Ah droga... –Marizza murmurou.

-Você sabia disso? –Remus perguntou em choque para a loira.

-Claro! –ela falou frustrada –Por que outro motivo você acha que eu estaria me jogando nos seus braços daquele jeito? –ela falou furiosa.

-Bom, eu achei que alguém estava matando o James, não... –ele cortou-se.

Marizza não sabia se ele estava sendo irônico ou se ele realmente achava que elas eram capazes de matar James. Ela achou melhor não perguntar.

-O que está acontecendo aqui? –Nora perguntou descendo as escadas. Atrás dela Olivia e Paloma pareciam muito confusas também.

-Boa pergunta. –Sirius também vinha, com Peter logo atrás de si.

Lily foi a primeira a se recuperar.

-Meninas, comigo, pra longe daqui, agora! –ela falou e deixou a sala sem esperar confirmação das amigas.

As Damas se apressaram em seguir a amiga. Assim que elas saíram todos os Marotos se viraram para James.

-O que aconteceu? –Sirius perguntou de novo, agora meio irritado.

-Aconteceu, Almofadinhas, que eu estou a ponto de domar uma delas. –James respondeu com um enorme sorriso satisfeito.

XxX

-Alguém me explica o que está acontecendo aqui? –Olivia pediu irritada.

-Espera um minuto. –Lily pediu, tentando respirar fundo.

Ela encostou-se na mesa do professor da sala de aula onde elas tinham entrado para terem aquela conversa.

-Lily, pelo amor de deus! –Paloma pediu preocupada –O que aconteceu?

-Eu beijei o Potter. –ela falou simplesmente –Ali na sala comunal, onde qualquer um poderia ver! –ela completou irritada.

-Ok, isso sim é um problema. –Nora falou.

-O Potter vai ficar se achando agora... –Paloma concordou.

-Por que você foi fazer isso, Lily? –Olivia perguntou, tentando esconder a irritação.

-Eu não sei, foi no calor do momento, a gente tava discutindo... –ela explicou rapidamente –Eu sei la. Foi coisa de um minuto.

-Não se preocupe, queridinha acontece. –Paloma deu de ombros –Dizem que o melhor sexo é quando você está com raiva da pessoa que está com você.

-Bom, os dois não estavam muito longe disso... –Marizza falou irônica.

-E como você foi cair na cena? –Olivia quis saber.

-Eu acordei e vi que a Lily não estava no quarto. –Marizza explicou –Eu achei que ela poderia querer companhia. Só que quando eu desci as escadas eu encontrei ela e o Potter la no maior amasso. E ainda de quebra o Lupin apareceu la também.

-Ah droga, o Lupin também viu a cena? –Nora perguntou –Que maravilha...

-Eu até tentei distrair o Lupin, mas aparentemente eu não tenho efeito nenhum sobre ele... –Marizza comentou mal-humorada.

-Xi, Marizza, não está nem dando conta do Lupin? –Nora provocou.

-Nem me zoa, ok? –a loira falou emburrada –Já foi péssimo o mico da situação de eu literalmente me jogar nos braços dele e ele não estar nem ai...

-Ok, ok... Muita calma. –Olivia pediu –Uma coisa de cada vez. Depois nós lidamos com o orgulho ferido da Marizza. Primeiro nós temos que lidar com o Potter e o ego inchado que ele vai estar por causa disso.

-Eu tenho uma sugestão. –Paloma falou, atraindo todas as atenções –Quem disse que ele não fez exatamente o que a Lily queria que ele fizesse?

XxX

-Meu deus do céu... –Remus comentou balançando a cabeça.

-Eu disse que a ruiva era um incêndio. –Sirius falou dando de ombros.

-É, ela com certeza é um incêndio. –James comentou satisfeito –Mas a partir de agora ela vai ser um incêndio só meu.

-James... Cuidado. Você está se apressando demais. –Remus falou –Você sabe que com elas não se pode tirar conclusões tão rápidas. E se tiver sido só um truque da Lily?

-Não, não foi mesmo, Remus. –James assegurou –Por que ela ia querer me fazer pensar que ela cedeu?

-Não sei, mas eu ainda acho que é melhor ir com calma.

-Mas e você Aluado? –Sirius perguntou -Como você e a Rogers caíram na cena?

-Eu encontrei ela no corredor e ela me mandou voltar pro dormitório. –Remus deu de ombros –Ela parecia estar escondendo alguma coisa então eu insisti com ela.

-E o que foi aquilo que ela falou de ter se jogado nos seus braços? –James quis saber.

-Ah. É que quando eu insisti para ela sair do meu caminho ela se insinuou pra mim.

-E você não engoliu! –Sirius comemorou –Ah eu sabia, Lobinho.

-Na verdade não foi bem isso que aconteceu. –Remus cortou –Mas eu juro que mato qualquer um de vocês se alguém algum dia ficar sabendo disso. –os amigos reviraram os olhos, mas concordaram –Eu caí direitinho na dela. –Remus admitiu –Foi só sentir o perfume dela que eu soube que estava perdido.

-Então que aconteceu que você não pegou a Rogers? –Peter perguntou confuso.

-Eu ouvi um gemido vindo da sala. –ele contou –Então eu entendi a jogada. Eu só não esperava ver a cena que eu vi quando eu entrei la. –ele falou jogando um olhar de nojo para James.

-Ei não me olhe assim só porque você não pegou ninguém. –o moreno provocou –Sempre pode haver uma segunda chance...

-Eu não quero segunda chance, James. –Remus falou tranqüilo –Eu já tive mais do que o suficiente dessas garotas. Eu quero distância das cinco agora.

XxX

Nora caminhou pelos corredores a procura de algo para fazer e alguém em quem descontar sua irritação. As coisas definitivamente não estavam como deviam estar. E para completar agora aquela nojenta da Bellatrix Black estaria de volta a escola. Ah mas aquela garota que ficasse fora do seu caminho ou ela era bem capaz de fazer algo do qual ela não se arrependeria nem um pouco depois, mas que certamente a colocaria em sérios problemas.

Ao virar um corredor ela deu de cara com Sirius Black. Como se o dia não pudesse piorar.

-Justamente quem eu estava procurando... –Sirius comentou, um sorriso cafajeste enfeitando seu rosto.

-Justo quem eu estava desejando não ver nunca mais... –Nora falou irônica –Sai da frente, Black. Eu estou sem tempo. E sem paciência. –ela completou em tom de aviso.

Sirius bloqueou seu caminho quando ela tentou passar.

-Isso tudo é porque sua amiguinha tropeçou no orgulho e caiu nos braços do Pontas? –ele provocou.

Nora olhou chocada para Sirius.

-Black, você já falou coisas ridículas, mas essa supera de longe todas as outras. –ela falou impaciente –E eu já falei que não tenho tempo para idiotices.

-Então nós vamos direto ao assunto. –ele falou encurralando-a contra a parede –Sentiu minha falta desde o Natal?

-Tanto quanto eu sinto falta de ter cólica, Black. –ela falou irônica.

-Carter, pare de bancar a difícil... –ele falou revirando os olhos –Você também estava la quando a gente se beijou no Natal. –ele lembrou irônico –Você também sentiu como a gente funciona bem juntos.

-E...? –ela perguntou fingindo tédio.

-Imagina como poderia ser melhor. –ele sugeriu.

-Ha ha. –ela riu irônica –Black eu não vou dormir com você, se é isso que você está sugerindo.

-Carter, que coisa feia. –Sirius falou balançando a cabeça em sinal de desaprovação –Que tipo de homem você acha que eu sou?

-O pior possível. –ela falou, então um sorriso maldoso enfeitou seu rosto –Já entendi Black, você quer um repeteco do Natal? Eu te dou um, mas... –ela falou quando ele já estava se aproximando demais –Com uma condição.

Sirius se afastou minimamente dela e revirou os olhos.

-Espero que não seja um relacionamento estável e fidelidade. –ele falou.

-Não seja ridículo, Black. –Nora riu –Para que cargas d'água eu ia querer um absurdo desses? Não, o que eu quero é outra coisa.

-O que seria? –Sirius perguntou arqueando a sobrancelha.

-Bom, agora que já foi o feriado de Natal, sua amada prima vai voltar para a escola.

Sirius pareceu pensar por um momento, antes de olhar confuso para a Nora.

-A Bellatrix já vai voltar? –ele perguntou –Eu nem me lembrava mais...

-Ah que bom. –Nora falou irônica –Assim fica até mais fácil.

-Como assim?

-Se você quer ficar comigo, por mim de boa. Se você quer continuar pegando as outras idiotinhas dessa escola, por mim de boa também, já que você não vai mesmo ter comigo o que elas te dão tão facilmente, agora... Se você quer ficar comigo acho bom você ficar bem longe da sua prima querida. –ela avisou.

-Você não quer que eu saia mais com a Bellatrix? –Sirius perguntou em choque.

-Exatamente. –Nora falou tranqüila –Eu não vou beijar a mesma boca que beija aquela cobra nojenta.

Sirius olhou em choque para Nora.

-Você quer que eu dispense a Bellatrix por sua causa? –ele perguntou em choque.

Nora deu de ombros.

-Se você realmente tiver interesse em ficar comigo... –ela fingiu pensar –É, eu quero. –ela afirmou tranqüila.

Sirius olhou em choque para Nora.

-Até mais, Black. –ela falou passando tranqüilamente por ele.

Isso ia ser muito divertido...

XxX

Paloma estava indo para a biblioteca no fim da tarde. Não que ela pretendesse estudar. Ela odiava estudar. Mas ela queria um lugar para ficar sozinha e em silêncio e a biblioteca pareceu uma boa opção.

A biblioteca de Hogwarts não era um lugar a ser explorado. Você podia achar coisas não muito interessantes la. E isso nem era falado pelo fato de que la havia livros que podiam te morder. Alunos mais sombrios (e não apenas Sonserinos) pesquisavam artes das trevas livremente la, casais davam amassos nas prateleiras mais distantes... Antes dos feitiços detectores de fumaça tinha uma turma que até fumava alguma erva estranha ali. Agora, no entanto eles usavam só coisas que não necessitavam de fogo...

Paloma não tinha muito medo de ficar na biblioteca. A maioria desse pessoal mais "rebelde" era conhecida dela. Da época que ele não era uma Dama e fazia tudo por atenção, até fumar coisas suspeitas na biblioteca. Agora ela não fazia mais isso. Ela nunca gostou de fumar nada e ficava feliz por não precisar mais fazer isso.

Ela sempre fora muito carente e do tipo que pularia de um penhasco se isso a colocasse em um grupo. Bom, agora ela tinha amigas de verdade e não precisava fazer nada que ela não quisesse. Ser uma Dama ainda era um sonho para ela. Apesar de ela não gostar muito de algumas coisas que as amigas faziam ela ainda se divertia quase que o tempo todo com elas.

De repente ela se sentiu puxada e colocada contra uma prateleira.

-Olha só quem eu achei... –Maxuel falou com um sorriso divertido.

-Maxuel! –Paloma exclamou brava –Você quase me matou do coração, seu idiota!

Maxuel riu.

-Eu peço mil perdões, madame. –ele deu um selinho nela –Mas que sorte a minha ter achado você perdida por ai... –ele falou com um sorriso maldoso.

Paloma revirou os olhos, mas não conseguiu conter um sorriso.

-O que você está aprontando? –ela perguntou curiosa.

-Olha só o que eu trouxe de casa este Natal. –ele levantou uma garrafa para ela ver.

Paloma pegou a garrafa nas mãos e teve que segurar um grito de surpresa.

-Fada verde? –ela perguntou em choque –Maxuel, seu maluco, onde você arranjou isso?

-Meu pai coleciona bebidas. –ele contou –E ele me deu essa de presente. Já provou?

-Nunca. –Paloma admitiu –Mas não é forte demais?

-Só pra quem é fraco demais. –ele falou convencido.

-Eu ouvi falar que os trouxas também bebem...

-É. Só que eles chamam de Absinto e não sabem como beber. –Maxuel falou com desprezo –E ai, topa experimentar?

-Agora? –ela perguntou surpresa.

Maxuel revirou os olhos.

-Claro que agora. O que você acha que eu vim fazer na biblioteca? Estudar? –ele perguntou irônico.

Paloma riu suavemente.

-Você está ferrado se te pegam com isso, você sabia? –ela provocou.

-Olha minha cara de preocupado...

-É sério, Maxuel, eles falaram que iam te expulsar da próxima vez que você aprontasse alguma coisa. –ela falou um pouco mais séria.

-Preocupada comigo, madame? –ele arqueou a sobrancelha –Quanta honra... –ele sorriu pelo canto do lábio, antes de se inclinar na direção dela.

Paloma sorriu quando a boca de Maxuel tocou a sua, mas o momento não durou muito. Eles ouviram passos e se separaram rapidamente, mas por acidente derrubaram a garrafa no chão. Esta se partiu em pedaços, espalhando toda a bebida verde pelo chão.

Agora os passos decididamente estavam vindo para eles.

-Droga! –Maxuel murmurou.

-Sai daqui. –Paloma mandou –Eu dou um jeito nisso!

-Não, espera ai, Paloma...

-Vai logo, Maxuel. –ela empurrou ele para o lado oposto ao do som de passos.

Maxuel ainda hesitou brevemente antes de sair dali correndo. Paloma sacou a varinha. Ela estava a ponto de pronunciar um feitiço quando o professor Potter a encontrou.

-Paloma? O que você está fazendo? –ele perguntou.

Paloma engoliu em seco. Ótimo, a primeira vez que ela e Dimitri se viam depois do Natal e era assim...

Os olhos do professor correram pelos cacos de vidro no chão e pelo liquido espalhado. Ele então respirou fundo e seus olhos se arregalaram.

-Isso é Fada Verde? –ele perguntou em choque –De quem é isso?

-É meu. –Paloma respondeu sem hesitar.

Dimitri olhou em choque para ela.

-Você ficou louca?

-Professor? –eles ouviram a voz de Madame Pince se aproximando –O que houve?

-Droga. –Dimitri murmurou. Ele sacou a própria varinha e apontou para a bebida –Evanesco! –ele ordenou, deixando o chão seco. Depois ele transfigurou os cacos de vidro da garrafa em vários cacos disformes.

Um minuto antes de madame Pince aparecer ali.

-Não foi nada, madame Pince. –ele assegurou –A senhorita Parker derrubou um dos recipientes de poção no chão.

-Ah menina... –madame Pince respirou aliviada –Não me assuste mais assim. Essa biblioteca é muito quieta. Qualquer barulhinho já parece o maior estardalhaço...

-Ok... –Paloma falou, sem coragem de encarar Dimitri.

A mulher saiu dali.

-Detenção. Na minha sala, as oito horas. –Dimitri avisou, assustadoramente sério –E não se atreva a não comparecer, ou eu juro que eu vou falar com Dumbledore. –e sem esperar uma resposta ele saiu dali.

Paloma encostou-se na prateleira mais próxima e soltou um suspiro. Ela estava ferrada.

XxX

Quando James voltou para seu dormitório pouco antes do jantar ele encontrou uma cena das mais estranhas. Remus estava deitado em sua cama lendo um livro e ignorando todo o resto do mundo a sua volta (o que era extremamente normal), mas Sirius estava sentado em sua cama, brincando com o pomo de ouro que James tinha roubado há um tempo atrás. Ele deixava a pequena bola dourada voar um pouco, antes de pegá-la de forma agressiva e Peter assistia a cena, extremamente aterrorizado de sua cama.

James segurou a vontade de bufar. O que teria acontecido agora?

-O que foi, Sirius? –ele perguntou se aproximando da cama do amigo.

-A Carter. –Sirius praticamente rosnou.

-O que ela fez? –James quis saber.

-Ela aceitou sair comigo ocasionalmente, por diversão, sem cobranças, sem fidelidade. Na verdade... –Sirius falou irônico –Ela falou que não está nem ai se eu sair com outras, porque ela não vai mesmo pra cama comigo.

-Então qual o problema? –James perguntou sem entender.

-A única condição para toda essa brincadeira... –ele falou, a irritação começando a aparecer em sua voz –É que eu fique longe da Bellatrix. –ele falou furioso, apertando cruelmente o pomo de ouro em sua mão.

Isso capturou a total atenção dos outros três marotos.

-O que? –Remus perguntou em choque.

-E vocês sabem o mais irônico dessa palhaçada toda? –Sirius falou furioso se levantando –É que a Bellatrix já falou a mesma coisa! Falou que era ela ou a Carter!

-Bom, então o resultado é óbvio, Sirius. –Remus deu de ombros –Você não pode ter as duas. Vai ter mesmo que escolher entre elas.

-Eu sei! –Sirius esbravejou –É por isso que eu estou puto da vida!

-Você já sabe o que vai fazer? –James perguntou sentando-se em uma das camas.

-Não faço a mínima idéia. –Sirius admitiu –O que você faria?

-Eu? –James deu de ombros –Ignorava as duas.

-James, é óbvio que o Sirius não vai fazer isso. –Remus falou tranqüilo –Ele precisa de uma mulher louca na vida dele. Por isso ele tinha a Bellatrix, por isso ele se interessou na Nora. Ele tem que ficar com uma das duas, ou ele não vai sossegar.

-Na verdade eu preferia ficar com as duas... –Sirius resmungou –Já que a Carter não vai mesmo transar comigo eu poderia manter a Bellatrix pra isso...

-Sirius, me poupe dos detalhes, ok? –Remus pediu revirando os olhos –E escolha logo. Se você sabe o que é bom pra você. Afinal nós estamos falando da sua prima maluca e da maluca da Carter. É difícil saber ali quem é a mais perigosa e sádica...

Sirius fez apenas um sinal de concordância com a cabeça. Realmente dessa vez ele não sabia o que era pior, mas pelo menos ele tinha a certeza de que uma das duas ele teria de qualquer jeito. Ele nunca abriria mão das duas. Sem chance.

XxX

Dez minutos antes das oito da noite as cinco Damas estavam em seus dormitórios. Paloma estava se vestindo para sua detenção, com a ajuda de Marizza.

-Vai bem discreta e mantenha a calma e a modéstia. Você não quer o professor bonitão irritado. –a loira falou entregando uma calça de moletom preta para a amiga –Seja gentil, mostre todo o seu arrependimento... –ela continuou, passando uma camiseta baby-look vermelha para a amiga –E se tudo isso não der certo flerte com ele discretamente. Ah e use tênis.

Paloma revirou os olhos.

-Você não precisa me falar tudo isso. Eu já sei. –ela lembrou.

-Bom, você devia ter lembrado disso na hora em que ele te pegou no flagrante. –Marizza falou irônica –Ainda não acredito que você pegou uma detenção.

-Bom, em caso de emergência você dança flamenco pra ele, ele te garra de novo e quem sabe dessa vez vocês resolvem isso... –Nora falou maldosa, sem tirar os olhos da revistaue folheava.

-Isso nem merece uma resposta da minha parte. –Paloma falou escovando o cabelo.

-Ei, vocês ouviram a última? –Olivia perguntou –Que Alice Cooper e Frank Longbotton ficaram noivos durante o feriado de Natal?

-Eu não sabia. –Marizza falou surpresa.

-Credo, que horror, ficar noiva com essa idade... –Paloma falou.

-Falou a que já tinha um noivo com cinco anos... –Lily falou irônica.

-Falou bem, meu anjo, tinha. Passado muito mais do que perfeito. –a morena reforçou.

-Você já sabia disso, Nora? –Olivia perguntou.

-Sabia. –Nora confirmou.

-E você não tentou dar em cima do Longbotton ainda? –Marizza perguntou em choque –Ta esperando alguma coisa?

-Eu não vou dar em cima do Longbotton. –Nora afirmou tranqüilamente.

As outras meninas olharam para ela em choque.

-Não? –ela perguntaram em coro.

-Não. –Nora reafirmou tranqüila.

-Por que não? –Olivia quis saber.

-Por causa da Cooper. –Nora explicou com simplicidade –Ela é uma das poucas garotas nessa escola que eu realmente respeito.

-Como ela conseguiu esse milagre? –Olivia quis saber.

-Eu não sei se vocês lembram, mas no fim do quinto ano eu fiz o namorado dela chifrar ela.

-Rob Parkins. –Marizza lembrou –Foi um escândalo, eles eram o casalzinho top da escola na época.

-É, o próprio... Bom, o dia que ela pegou nós dois juntos, como eu sempre deixo acontecer depois de um tempo... Ela entrou na sala, viu a gente se beijando e... E não fez praticamente nada. Não chorou, não berrou, não deu escândalo... –Nora deu de ombros –Ela chamou ele de idiota e me olhou de um jeito... Foi a única vez depois que eu virei Dama que alguém conseguiu abalar minha auto-confiança, mesmo que por um segundo. Então ela levantou a cabeça e saiu de la, cheia de dignidade. Ela terminou com ele e não quis mais conversa. Não aceitou desculpas esfarrapadas... Ela seguiu em frente. E dois meses depois ela começou a sair com o Longbotton. –Nora suspirou –Eu acho que no fundo ela só me mostrou a única coisa que eu sempre quis ver na minha vida: alguém que tinha dignidade. Alguém que depois de ser traída da forma mais vulgar possível desse a volta por cima e não se abalasse. Eu queria ver uma mulher que não era fraca...

As outras garotas olhavam para ela quase em choque.

-Então quando ela se acertou com Longbotton, eu decidi não atrapalhar. –Nora deu de ombros –A Cooper é o tipo de garota... Não, não garota. Ela é uma mulher. Ela é o tipo de mulher que eu gostaria que a minha mãe fosse.

As meninas ficaram em silêncio por um minuto.

-Como nós nunca ficamos sabendo disso? –Lily perguntou por fim.

-Eu não quis divulgar. –Nora deu de ombros de novo –Não queria ninguém pensando que eu tinha amolecido.

Elas riram juntas.

-Ninguém ousaria pensar isso. –Lily afirmou sorrindo.

-Ah droga! –Paloma falou –Eu tenho que correr!

-Vai la morena! Mostra quem manda. –Olivia gritou enquanto a amiga saía do quarto.

-Cara, se eu fosse ela eu definitivamente iria para o plano B e agarraria o professor... –Lily falou pensativa.

-Não é só você que iria nessa opção, queridinha... –Olivia falou com um sorriso maldoso.

XxX

Dimitri olhou para o relógio. 8:06. Era isso. Ele não ia esperar. Ela tinha que aprender uma hora. Ele estava saindo dali direto para a sala de Dumbledore.

Ele levantou-se de sua cadeira e se dirigiu para a porta e assim que a abriu deu de cara com um par de olhos azuis.

-Desculpe a demora! –ela disse na hora –Nora estava tendo um dos raros momentos de sentimentalismo dela.

Dimitri suspirou. Nora sentimental? É, isso era definitivamente raro e valia um pequeno atraso.

-Sem problemas, senhorita Parker. É só você ficar extra seis minutos e estará tudo resolvido. –ele falou dando passagem para ela entrar.

Paloma suspirou.

-Sim, professor.

Ela entrou e caminhou até o meio da sala e parou ali, parecendo desconfortável. Ela olhou em volta, como se a sala não fosse totalmente familiar para ela. Então olhou para ele, como se esperando alguma coisa.

-Então... –ela falou, parecendo levemente confusa –A minha detenção...

-Ah sim... –Dimitri passou por ela e foi sentar-se na sua cadeira, em sua mesa –Você vai me ajudar a corrigir essas provas. –ele falou indicando duas grandes pilhas de pergaminhos.

-Corrigir provas? –Paloma perguntou confusa.

-São provas do primeiro e segundo ano. Você é uma das melhores alunas de DCAT, senhorita Parker, eu tenho certeza que você é capaz disso. –ele falou pegando o primeiro pergaminho e já começando a corrigi-lo.

-Mas... Te ajudar? –ela perguntou confusa –Que tipo de detenção é essa?

-Você prefere ir limpar as masmorras, senhorita Parker? –ele perguntou impaciente.

-Não. –Paloma falou.

Dimitri estava estranho, então era melhor não discutir. Ela puxou uma cadeira e sentou-se próxima a mesa e pegou o primeiro pergaminho e começou a ler.

Depois de meia hora a pilha já tinha praticamente desaparecido. Não havia quase mais nada a ser feito.

-Bom, eu terminei com os primeiranistas. –Paloma avisou colocando o último pergaminho em sua pilha de provas corrigidas.

-Ótimo. –Dimitri colocou também para o lado a prova que ele estava corrigindo –Então eu creio que agora nós podemos conversar.

-Sobre o que? –Paloma perguntou confusa.

-Sobre o que aconteceu na biblioteca hoje. –ele falou sério.

Paloma respirou fundo.

-Professor, a culpa é minha. Fui eu quem...

-Paloma, guarde essa conversa fiada para quem acredita nela. –ele falou revirando os olhos –Eu sei muito bem como você sabe fingir de inocente muito bem quando te é conveniente, mas eu não vou cair nessa porque eu te conheço melhor do que isso.

Paloma soltou um suspiro.

-Professor, eu estou dizendo que foi culpa minha e isso é o máximo que você vai tirar de mim. Se você realmente tem algum problema com isso eu sugiro então que você fale com Dumbledore.

Dimitri bufou frustrado.

-Paloma eu quero te ajudar, mas você se fazendo de difícil assim não ajuda em nada. –ele falou.

-Difícil eu? –ela riu suavemente –Não é o que eu escuto pela escola.

Ótimo, agora ela ia se esconder atrás de sarcasmo.

-Quem você está acobertando? –ele quis saber.

-Ninguém. –ela deu de ombros.

-Mas você não estava sozinha na biblioteca. –ele adivinhou.

-Isso é uma questão particular minha. –ela deu de ombros de novo.

-Era o Klein? –ele quis saber.

-O Thomas? –ela perguntou em choque –Claro que não! Por que ele?

-Sei la. –Dimitri admitiu –Vocês não são namorados ou algo do tipo?

-Eu não namoro ninguém. –ela revirou os olhos –Eu e o Thomas nos pegamos de vez em quando.

-Eu não acho que eu queira saber disso. –ele falou balançando a cabeça.

-Então não pergunte. –ela sugeriu.

Dimitri respirou fundo.

-Você não vai mesmo me falar nada, não é? –ele adivinhou.

-Eu não tenho nada para falar. –ela deu de ombros.

-Então é melhor você voltar para o seu dormitório. –Dimitri falou frustrado.

Paloma levantou-se e virou-se para sair, mas antes que ela desse dois passos em direção a porta ela virou-se de novo e se aproximou dele.

-Qual o problema? Por que você está tão frustrado? –ela quis saber.

-Senhorita Parker! –Dimitri bronqueou –Eu exijo respeito.

-Ah se toca Dimitri, você estava me chamando de Paloma até dois minutos atrás. Não venha bancar o professor todo poderoso pra cima de mim só porque agora eu estou pressionando você.

-Paloma, eu estou preocupado com você! –ele falou se levantando e olhando-a fundo nos olhos –Será que você não vê isso?

-Por que? –ela quis saber –Por que toda essa preocupação agora?

-Eu sempre me preocupei com você. –ele disse.

-Não desse jeito. Você nunca me colocaria numa detenção antes, como não colocaria o James e o Sirius. –ela afirmou –O que mudou?

Tudo! Dimitri queria gritar. Será que ela não via, não sentia? Merlin, nunca a vida dele seria a mesma depois daquela noite de Natal. A cena se repetia tantas vezes na cabeça dele: os dois dançando, ele a segurando. Mas na cabeça dele tudo tinha um final diferente. Ele a tinha beijado, ele a tinha só pra ele... Deus, ele ia ficar louco.

-Não mudou nada. –ele afirmou, mas mesmo para ele pareceu fraco e sem sentido o que ele disse.

-Se você vai ficar mentindo para mim, então eu vou embora. –ela falou dando as costas para ele e se preparando para sair.

Dimitri não pôde vê-la partir. Aquela conversa sem sentido, a meia hora que ela ficou tão perto e ele não pôde tocá-la... Ele ainda ia se arrepender disso, ele tinha certeza, mas por hora era algo que ele simplesmente tinha que fazer.

Dimitri pegou Paloma pelo braço e virou-a, puxando-a direto para si no processo. Os lábios dele pressionaram os dela com força. Por longos e torturantes segundos ela pareceu em choque e totalmente sem reação. Mas logo a surpresa inicial passou. Isso ele pôde dizer com certeza, pelo modo que ela lançou os braços ao redor do pescoço dele.

Dimitri também não perdeu tempo em abraçar a cintura dela e levantá-la do chão, colocando-a sentada em sua mesa. Quando Paloma envolveu a cintura dele com as pernas ele soube que aquele era um caminho sem volta. Mas era extremamente difícil de pensar em alguma coisa coerente com ela beijando-o daquela forma. Ela era voraz e sedutora, alguém que sabia o que estava fazendo.

Ele puxou-a mais para a beirada da mesa, colando o seu quadril ao dela, o que arrancou um delicioso som dela. Ele desviou os beijos da boca para o pescoço dela, fazendo-a se inclinar um pouco mais na mesa. As mãos dela foram parar no ombro dele, empurrando o casaco dele para baixo.

Isso sim era um caminho sem volta...

Ele puxou o elástico de Paloma, fazendo a cabelo dela cair solto por seus ombros. Ela tinha um perfume de canela que era maravilhoso. A boca dele estava de volta na dela em um minuto. Os lábios se tocando e as línguas dançando era mais do que perfeito para eles.

De repente o barulho de vidro quebrando chamou a atenção dos dois. Um dos tinteiros tinha caído no chão e se quebrado, sujando algumas das folhas espalhadas de preto. Por sorte tinham sido folhas em branco, mas e se tivesse sido uma das provas dos outros alunos?

Dimitri deu dois passos para trás se afastando de Paloma.

-É melhor você ir embora, senhorita Parker. –ele falou respirando fundo.

Paloma olhou em choque para ele.

-O que? –ela perguntou.

-É melhor você ir embora. –ele repetiu mais firmemente dessa vez.

Paloma desceu da mesa.

-Você não pode estar falando sério. –ela falou, claramente irritada.

-Eu estou falando muito sério, senhorita Parker. –ele falou lançando um olhar para ela que deixava claro que ele não tinha gostado do jeito dela de falar –Eu não devia ter feito isso. Eu não podia ter feito isso. –ele murmurou mais para si mesmo.

-Você talvez não pudesse, mas eu posso. –Paloma afirmou indo em direção a ele.

Dimitri parou-a antes que ela o alcançasse.

-Não. –ele balançou a cabeça –Você também não pode.

Ele jurou ter visto os olhos de Paloma incendiarem. E num movimento fluído ela virou-se e saiu da sala como um furacão, batendo com força a porta atrás de si.

Nunca Dimitri se sentiu tão perdido, tão arrependido... Nunca ele se sentiu tão sozinho.

XxX

Remus caminhou em silêncio pelos corredores. Ele sabia que ele não devia estar fora da cama a essas horas, sabia que devia descansar, mas era impossivel para ele. A lua-cheia havia terminado a poucas noites e ele ainda se sentia exausto por isso...

Quando era difícil dormir ele caminhava pelo castelo. Claro que quando havia o Mapa do Maroto era mais seguro fazer isso, mas qual o problema em procurar por um pouco de emoção? Ele sabia que nenhum monitor mais novo se atreveria a dar detenção para ele e se algum monitor Sonserino quisesse bancar o espertinho ele simplesmente lançaria um feitiço no idiota e ponto.

Ele estava sem paciência isso sim. O problema é que ele não entendia a razão por trás disso. Ele não sabia o que tinha colocado seus nervos tão a flor da pele. Mas ele achava... Ele odiava pensar nessa possibilidade, mas era a provavelmente mais certa, que era por causa de Marizza.

Ele ainda não acreditava como ele estivera tão perto de cair na conversa dela, naquela noite. Como o simples perfume de morango que ela tinha havia sido o bastante para distraí-lo totalmente do fato que ela era quem ela era: uma Dama. Alguém em quem não se devia confiar. Não importasse como ela havia sido no passado.

Remus lembrava-se de como Lily e Marizza eram antes, mas nenhuma mudança em Lily tinha chocado tanto quanto a mudança em Marizza. Ela ficara tão absurdamente confiante e esnobe. Ela ficara tão linda. Ele se lembrava dela a principio como uma menina insegura e um tanto inocente...

Com certeza ela não era mais inocente... Ele pensou amargo. Como ela se jogara facilmente e sem hesitar para cima dele, como se ela realmente tivesse algum interesse nele...

Ele bufou incomodado. No fim era tudo culpa dele por ter acreditado, mesmo que por apenas um minuto que isso era verdade.

Foi quando ele passou pela porta que levava a torre de astronomia e percebeu que ela estava levemente aberta. As portas não deviam estar fechadas a essa hora? Foi ai que ele sentiu um suave cheiro de morangos...

Remus não parou nem um minuto para pensar, porque se ele tivesse parado ele provavelmente não teria feito isso. Ele subiu as escadas quase de dois em dois degraus, até chegar a porta da sala. Por baixo da fresta de madeira ele podia ver a luz vacilante de uma vela. Ele abriu a porta.

Marizza virou-se alarmada para a porta, claramente não esperando ser encontrada ali. A torre de astronomia tinha uma janela grande e era onde Marizza estava sentada. Ela vestida um conjunto de moletom azul celeste. Fazia muito tempo que Remus não a via vestida de forma tão... Simples.

-Lupin. –ela falou surpresa –O que raios você está fazendo aqui? –ela perguntou.

-Eu poderia perguntar a mesma coisa. –ele falou.

-É, poderia, mas eu perguntei primeiro. –Marizza falou revirando os olhos.

-Eu vim ver quem podia estar aqui em cima a essa hora. –ele falou dando de ombros.

-Eu quis um minuto para ver as estrelas em paz. –ela deu de ombros e então voltou a atenção para o seu colo.

Foi ai que Remus viu o caderno no colo dela. Ela estava escrevendo.

-O que você está escrevendo ai? –ele quis saber.

-Lição de casa. –ela respondeu com simplicidade, sem olhar para ele. Por algum motivo a resposta não convenceu ele.

Eles ficaram em silêncio por algum tempo que não estava claro para nenhum dos dois. Então Marizza bufou e olhou para ele.

-Posso ajudar, Lupin? –ela perguntou incomodada.

-Você deve estar se achando muito esperta ultimamente não é, Rogers? –ele perguntou debochado.

Marizza piscou confusa.

-Não mais que o normal. –ela falou dando de ombros –Por que cargas d'água você está falando isso?

-Por causa do que aconteceu na sala comunal na noite que nós pegamos a Lily e o James juntos. –ele lembrou.

Marizza teve a decência de corar levemente.

-Não sei do que você está falando. –ela deu de ombros.

-"Eu estou querendo um minuto sozinha com você." –Remus debochou, afinando a voz –Isso te lembra alguma coisa?

Dessa vez quando Marizza corou não foi pouco.

-Eu estava querendo evitar toda aquela cena constrangedora que aconteceu quando você entrou na sala daquele jeito e pegou os dois com a mão literalmente na massa! –ela falou incomodada –Se você tivesse me ouvido e ido embora nada daquilo teria acontecido. –ela protestou se levantando.

-Ah sinto muito por ser uma pessoa cuidadosa o bastante para desconfiar de uma de vocês! –ele rebateu sarcástico.

-Ah me erra Lupin. Problema seu que você não confia na gente. –ela rebateu irritada, apesar de Remus não entender exatamente porque ela estava tão irritada –E eu tenho mais o que fazer além de ficar aqui ouvindo você!

Quando ela passou por Remus ela ainda o ouviu dizer.

-Desculpe ter feito você ter que se sujeitar a uma situação daquela. –o tom dele era extremamente sarcástico e agressivo.

-Do que você está falando agora? –ela virou-se, bufando frustrada.

Remus também virou para encará-la.

-Desculpe ter te obrigado a uma atitude tão drástica como se insinuar para o lobisomem. –ele acusou friamente.

Marizza olhou em choque para Remus.

-O que? –ela perguntou incrédula.

-Você me ouviu. –ele retrucou.

-Infelizmente, eu devo adicionar. –ela falou –Eu não consigo acreditar que isso é o que você sinceramente pensa de mim!

Marizza e Remus já vinham nessa "provocação" sobre a condição dele há algum tempo desde o começo do ano letivo, mas nunca a palavra lobisomem tinha sido realmente pronunciada entre eles. Era mais uma insinuação, uma brincadeira...

-Por mais que eu tenha virado uma vagabunda de sangue frio, por mais que eu tenha tido o prazer de destruir as pessoas por ai, por mais que eu seja uma metida cretina... –ela falou respirando fundo –Eu me recuso a acreditar que você pensa tão pouco de mim assim.

-Eu acho que você mesma já acabou de enumerar motivos mais do que suficientes para eu não pensar nada bem de você. –ele falou calmamente.

Os olhos de Marizza pareceram brilhar em fúria.

-Faz mais de dois anos que eu sei sobre... –ela respirou fundo, a voz saindo como gelo cortante –Sobre o seu problema. –ela concluiu –Mas nunca, nunca, até hoje eu tinha pensado em você como um animal cruel. Obrigada, você acabou de mudar minha opinião. –ela falou antes de dar as costas para ele e sair dali.

Remus não entendera bem o que acontecera, mas se ele não estava enganado... Ele acabara de magoar Marizza e ele não entendia como ele conseguira o feito. Ele olhou para a janela e viu que ela tinha deixado o caderno ali. Era o mesmo caderno, com as inicias dela, que ele tinha encontrado a tanto tempo atrás na sala comunal.

Ele abriu uma das páginas e viu as palavras na caligrafia caprichada de Marizza diante de si:

Você permanece na minha cabeça

Está em minhas fantasias

Eu penso em você todo tempo

Te vejo nos meus sonhos

Nem um dia passa

Sem essa agonia

Eu penso em você todo tempo

Te vejo nos meus sonhos

Ela não estava fazendo lição de casa. Por que não o surpreendia que ela estivesse mentindo? E por que o deixava tão incomodado o fato de tê-la deixado triste?

XxX

Dimitri revirou-se na sua cama mais uma vez. Ele ainda não acreditava no que tinha acontecido mais cedo em sua sala. E ele sempre se orgulhara de seu auto controle... Mas parecia que ele tinha um certo lapso disso quando se tratava de Paloma por perto. Ele ainda não sabia do que ele se arrependia mais: de tê-la beijado ou de tê-la mandado embora em seguida.

Ela ficara realmente magoada. Ele pôde ver isso nos olhos dela, o jeito com o qual ela bateu a porta quando saiu. E o deixava extremamente triste fazê-la triste.

Foi quando o som de alguém batendo na porta de seu quarto o alarmou. Quem seria a essa hora da noite? Teria acontecido alguma coisa?

Dimitri levantou-se rapidamente da cama e jogou sua camisa por sobre os ombros, mas sequer teve tempo de abotoá-la. Ele abriu a porta.

-Paloma? –ele perguntou em choque ao se deparar com a morena parada ali.

Sem uma palavra sequer ela avançou na direção dele e o beijou. Dimitri recuou alguns passos em choque, mas não separou os lábios dos de Paloma. Ele apenas ajustou a posição de seu rosto melhor, para que ele pudesse ter melhor acesso aos lábios dela. A camisa que mal estava ajustada sobre seus ombros foi a primeira coisa a desaparecer. Os dois foram andando para trás, sem rumo, até que Dimitri sentiu a beirada da cama bater em seus joelhos e caiu sobre o colchão, com Paloma seguindo-o logo em seguida.

Os beijos estavam parecendo fora de controle até que de repente, Paloma parou.

Dimitri olhou para ela em choque.

-Por que você fez isso? –ele perguntou meio sem fôlego.

-Eu fiz porque eu posso, eu posso porque eu quero e eu quero porque você disse que eu não podia. –ela declarou, antes de se levantar, arrumar a própria blusa e deixar o quarto tão rapidamente quanto tinha entrado.

Dimitri ainda olhou em choque para a porta por alguns segundos, antes de soltar um suspiro frustrado. Ele tinha certeza que esse era apenas o começo do castigo dele.

Aquela seria definitivamente uma longa noite...

XxX

Quando Olivia acordou na manhã seguinte ela se surpreendeu ao encontrar Lily e Nora dormindo. Ela raramente acordava antes das duas. Marizza e Paloma não estavam ali, mas obviamente a morena tinha arrastado a loira para uma corrida matinal. Olivia deu um sorriso de canto de lábio. Ela até conseguia ouvir as reclamações de Marizza...

Ela se levantou silenciosamente e vestiu-se. Quando ela saiu do quarto deu de cara com as duas amigas vindo das escadas.

-Ué, já acordada, Olivia... Que milagre. –Paloma comentou animada.

-E vocês, que energia toda é essa logo cedo? –Olivia perguntou.

-Eu estou com pique para uma maldade bem grande e direcionada. –Paloma informou.

-Oba! –Olivia falou com um sorriso maldoso –E quem seria a vítima?

-O nosso querido professor Potter. –Paloma falou com um sorriso satisfeito.

Olivia arqueou a sobrancelha.

-O professor? Posso saber por que?

-Você vai. –Paloma afirmou –Com riqueza de detalhes assim que as meninas acordarem.

-Bom, será que a gente pode ir então? –Marizza reclamou –Eu quero tomar um banho.

Paloma revirou os olhos.

-Já faz um século que a gente ta nessa e você ainda não desistiu de reclamar? –ela perguntou.

-Você não desistiu de me acordar cedo, desistiu? –ela provocou.

Paloma deu risada.

-A gente se vê daqui a pouco. –ela propôs acenando para Olivia.

Olivia acenou para as amigas e desceu as escadas. A sala comunal estava aparentemente deserta. Também quem mais (além das duas malucas obsessivas) iria acordar uma hora antes do que era realmente necessário?

Olivia estava se dirigindo para uma das poltronas quando o som de passos veio da escada dos dormitórios masculinos. Logo Peter Pettigrew estava diante dela. Mas aparentemente ele não tinha a visto ali. O que era facilmente percebido pelo jeito que ele quase pulara de susto ao deparar-se com ela.

Olivia revirou os olhos.

-Você não tem vergonha de ser tão covarde, Pettigrew? –ela perguntou entediada.

-Tenho...? –Peter arriscou, mas soou mais como uma pergunta. Isso só deixou Olivia ainda mais entediada.

Se bem que... Ela tinha algo que precisava fazer.

-Você precisa crescer, Pettigrew. –ela falou fazendo um gesto de descarte com a mão –E se você não consegue isso sozinho, você devia arrumar amigos que te ajudassem nisso.

-Eu tenho amigos. –Peter falou confuso.

-Aqueles três manés? –Olivia falou com desprezo –Pettigrew, eles não assustam ninguém. Veja por nós. Nós somos garotas e não temos medo dos seus amigos.

-Mas eu pensei que vocês não tivessem medo de ninguém. –ele falou confuso.

-Nós não temos. Mas temos respeito por inimigos razoavelmente fortes. O que não é o caso de vocês Marotos. –ela deu de ombros –É fácil ver como nós não estamos nem ai para vocês. Agora, existem pessoas com quem nem nós mexemos.

-Quem? –ele perguntou confuso.

-É claro que isso eu não posso dizer. –ela falou com um sorriso misterioso e deixando a sala comunal de volta para o seu quarto.

Ai estava. A semente da discórdia havia sido plantada. Agora, era só esperar pelos frutos...

XxX

Sirius bufou cansado quando ele finalmente saiu da sala de Transfiguração. Eles haviam acabado de ter um período duplo da matéria e embora ela fosse uma das preferidas de Sirius ninguém merecia esse tipo de martírio logo cedo...

Pelo canto dos olhos Sirius viu Nora passando por ele em direção a um garoto que ele não conhecia o nome, mas que pelas roupas era Corvinal. Ela cochichou algo no ouvido dele, que sorriu satisfeito e fez que sim com a cabeça. Nora também pareceu muito satisfeita com a resposta, e saiu dali tranqüilamente.

O que ela estaria tramando? Sirius ainda ia por as mãos naquele pescocinho dela e...

-Venha me encontrar no lugar de sempre no horário vago... –uma voz soprou em seu ouvido.

Sirius não precisava virar para saber quem era. Ele sabia muito bem de quem era aquela voz cheia de veneno.

Bom, enquanto ele não pudesse matar Nora... Ele ia se distrair um pouco com Bellatrix.

XxX

Dimitri suspirou cansado, antes de reunir suas coisas e deixar sua sala. Agora ele tinha um horário vago e seria ótimo ir para o seu quarto ver se ele conseguia pelo menos meia hora de sono, porque como ele previra, ele não dormira nada depois que Paloma saíra de seu dormitório ontem. Também, como ele podia? Dimitri ainda não sabia como não tinha queimado em chamas ali mesmo.

Merlin ele esperava que aquela não fosse a idéia de punição dela. Ele com certeza não iria agüentar mais disso.

Como se seu pensamento tomasse forma Paloma apareceu no fim do corredor. Ah sim, agora ele estava perdido com certeza.

Ela aparentemente não tinha visto o professor vindo em sua direção, já que estava ocupada trançando o próprio cabelo. Aquela menina era linda demais para o bem dele...

Ele já estava a três metros dela quando o som de passos no fim do corredor chamou a atenção dele. Na verdade, parecia o som de alguém que estava correndo. Ele ia se virar na direção dos passos quando duas figuras grandes passaram por ele e continuaram correndo. Em direção a Paloma.

Dimitri mal teve tempo de pensar, ele simplesmente sacou sua varinha. Mesmo que fossem dois alunos, se eles chegassem mais perto de Paloma daquela forma ele iria fazer algo a respeito. E de repente um deles gritou.

-Paloma!

A morena levantou os olhos, surpresa por ter sido chamada, então abriu um enorme sorriso. Bem a tempo de o rapaz que tinha cabelo mais comprido pegá-la e jogá-la por sobre o ombro, como um saco de batata.

-Theodore! –ela deu um gritinho de surpresa, seguido por uma risada.

-Olá, Madame Parker. –Theodore falou animado, dando um tapinha na coxa dela –Como vossa senhoria está?

-Ótima. –ela respondeu irônica –Pelo menos estava antes de ser atacada desse jeito...

-Atacada? –Maxuel falou, fingindo choque, ele rodeou Theodore de modo que pudesse encarar a morena –Nós viemos salvá-la de um dia entediante, minha cara Dama.

-A não ser que você estivesse planejando alguma maldade... –Theodore falou animado.

-Na verdade... –ela levantou os olhos e viu Dimitri parado, vendo a cena em total choque, então ela sorriu maldosa –Eu já fiz o que tinha que fazer. –ela puxou Maxuel pela gravata dando um selinho nele –Vamos?

-Demorou. –Theodore falou ajeitando a morena sobre o ombro e começando a ir para o lado oposto para o qual ela ai.

Antes de seguir os dois, Maxuel virou para o professor e deu um sorriso vitorioso para ele. Como se ele soubesse exatamente o que estava acontecendo. Mas ele não sabia, Dimitri pensou desolado. E provavelmente Paloma também nunca saberia...

XxX

Sirius entrou numa sala abandonada no terceiro andar do castelo. Houve uma época em que quiseram mudar a sala de Poções para aquele lugar, mas no fim das contas ninguém quis. Nem mesmo os alunos. Restou então uma sala mais ou menos equipada, cheia de pó, onde ele e Bellatrix se encontravam mais comumente, já que ninguém ia ali.

Ele entrou na sala e tirou a capa, deixando-a jogada em um canto qualquer. Ele não sabia porque, mas ele estava se sentindo mal-humorado. E sem um pingo de vontade de ver Bellatrix.

Sirius bufou entediado. A vida dele já tinha sido muito mais simples. Antes de todo o rolo com sua família, antes dessas malditas Damas, antes dessa louca da sua prima...

Remus tinha razão. Ele precisava de uma mulher louca na vida dele. Ele as adorava. Talvez porque elas fizessem frente com ele. Sirius odiava essas meninas fracas que faziam de tudo para agradá-lo, até se passarem por pessoas que elas não eram...

Bellatrix era uma sádica e Nora era uma vagabunda, mas pelo menos elas eram sinceras sobre isso...

-Sentiu minha falta, Black? –a voz venenosa dela falou em seu ouvido.

O perfume dela, que muitas vezes ele descrevera como viciante, hoje parecia enjoativo e a voz dela, que exibia todo o seu veneno agora, já não era mais um canto de sereia o atraindo para o perigo. Ele não a queria nesse momento.

-Na verdade não muito. –ele falou virando-se bruscamente para encará-la.

-Qual o seu problema? –Bellatrix perguntou desconfiada.

-O que te faz pensar que tem um problema? –ele perguntou se dando as costas a ela e se afastando um pouco.

-Você ainda não pulou em mim como você costuma fazer. –ela falou, a voz fria –O que está acontecendo? –ela exigiu de novo.

-Eu não estou interessado. –ele falou dando de ombros –Você passou muito tempo fora, Bellinha... -ele falou irônico –E nesse tempo que você ficou fora eu percebi que você não era nem a melhor nem a única. –ele deu de ombros, como se fosse um assunto simples –Eu não quero perder meu tempo com você. Bom, pelo menos não hoje. Quem sabe um outro dia, se eu estiver a fim.

Ele recolheu sua capa e estava pronto para sair da sala, quando Bellatrix fechou seu caminho.

-Quem você pensa que é, Sirius Black, seu traidor do sangue de uma figa? –ela falou, sua voz uma ameaça fria e clara –Você acha que você pode me colocar a sua disposição e que eu estarei la esperando por você? Me diga quem é a vagabunda com que você anda ficando! –ela exigiu, a voz já quase perdendo a ameaça fria para a fúria fervente.

Sirius suspirou entediado.

-Que diferença faz você saber? –ele perguntou dando de ombros –Você não vai fazer nada contra ela.

Bellatrix estreitou os olhos.

-É a Carter, não é? –ela perguntou –Você se meteu com aquela vagabunda! –não era uma pergunta, mas Sirius também não ligava se fosse.

-Bellatrix, não é da sua conta com quem eu fico. –Sirius lembrou, incomodado –E a Nora não tem nada com isso.

A cor pareceu desaparecer da face de Bellatrix e ela ficou ainda mais furiosa.

-Desde quando você a chama pelo primeiro nome? –ela exigiu enfurecida.

Sirius percebeu tarde demais o próprio engano, mas agora era tarde para recuar. Ele ia ter que bater de frente com Bellatrix, porque ele nunca deixaria ela achar que podia cobrar algo dele.

-Desde que passamos o Natal juntos na casa dos Potter. –ele falou dando de ombros casualmente –Nós nos tornamos um tanto... Íntimos durante as festas, se você me entende.

Isso não era de todo verdade, mas também não fazia diferença.

-Eu te avisei, Sirius... –Bellatrix falou, furiosa como nunca –Que se você encostasse um dedo naquela vagabunda, você nunca mais tocava em mim!

-Engraçado... –ele falou casualmente –Ela disse a mesma coisa.

Aquele pareceu ser o limite para Bellatrix, ela apontou um dedo acusador para Sirius.

-Me escute bem... –a voz dela, que no momento tinha um tom de carícia, de quarto, era na verdade coberta de uma ameaça fria -Se você escolhê-la no meu lugar, você vai descobrir o que é inferno.

Sirius deu uma risada debochada.

-Você dando um escândalo infantil desse já é um inferno para mim, Bellatrix. –a voz dele também abaixou para um tom de ameaça –E não se atreva a me ameaçar, você pode não gostar do resultado.

Ele deu as costas a prima e saiu da sala. Agora ele tinha ido tão longe que não tinha volta. Mas ele sabia que ainda tinha as duas opções para escolher. Bellatrix não iria desistir, nem que fosse apenas para desprezar Nora. E então ele decidiria se ia ficar com alguma das duas...

Até la... Era melhor ele arrumar alguma menina mais fácil para se distrair.


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Notas finais do capítulo

Ai está, queridinhos.

Comentem, please!

Próximo capítulo... Seu Beijo Pode Me Matar!

Liguem os ventiladores e tirem as crianças da sala ;]