Damas Grifinórias escrita por Madame Baggio


Capítulo 10
Perigo Eminente


Notas iniciais do capítulo

Fala meu povo cheio de maldade! hahahaha

Voltei para mais uma chacina, digo post da DG.



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A conversa na sala de Dumbledore fora curta. Como Samantha havia sido a pessoa a ver a cena de fato ela foi a única a dar um depoimento de real valor. Remus, Lily e o outro monitor apenas confirmaram que os dois estavam juntos quando eles chegaram. Victoria fora demitida e Markus também estava em problemas, mas apenas teria detenções até o fim do ano e estava proibido de jogar pela sua casa.

Lily deixou a sala do diretor bem antes de Remus, então ele não teve a chance de enfrentá-la, mas se ela pensava que escaparia dessa vez, ela estava mais do que enganada.

XxX

Na manhã seguinte duas noticias viraram Hogwarts de ponta cabeça: a primeira era que a Professora Portman havia sido pega com o capitão da Corvinal e havia sido demitida da escola. A segunda era que haviam encontrado Joseph Ricce pendurado do lado de fora da Torre de Astronomia, com várias marcas espalhadas pelo corpo. Sobre esse ataque a teoria era de que haviam sido seguidores de Voldemort dentro da escola, já que Joseph era filho de um bruxo puro sangue com uma nascida trouxa.

Claro, nenhum dos casos estava sendo conectado as Damas. Por alguns alunos. Um ou outro Sonserino certamente desconfiaria delas e os Marotos logicamente.

-É claro que foram elas quem fizeram aquilo para o Ricce. –Sirius falou se espreguiçando –Provavelmente não pessoalmente, mas mesmo assim foram elas.

-A Paloma já dormiu com metade da escola. Ela com certeza tem alguém que faria esse tipo de coisa por ela. –Peter comentou.

-Nisso, eu sou obrigado a concordar, Rabicho. –James falou de forma preguiçosa.

-E o que nós fazemos agora? –Remus quis saber.

-Bom, vendo que elas claramente decidiram apelar, acho que não há mais motivos para manter a classe. –James falou tranqüilo –Vamos acabar logo com a brincadeira.

Os outros três olharam para ele de forma curiosa.

-Por acabar logo com isso, você quer dizer...

-Tirar todos os informantes delas de cena de uma vez só. –James completou no lugar de Remus –E sem nos preocuparmos o mínimo sequer com discrição. Se elas precisam se esconder ela vão descobrir que nós não precisamos.

O sorriso cruel de James se refletiu no rosto de seus três amigos. Aquele sim seria um dia perigoso.

XxX

O dia fora uma sucessão de acidentes inexplicáveis para alguns alunos muito específicos. Quedas em escadas, acidentes com estatuas e armaduras que deviam estar mais do que paradas, vários balaços errantes em muitas pessoas tiradas de circulação. Todos informantes preciosos das Damas em outras Casas.

A situação chegou ao ponto absurdo de Dumbledore ter que exigir que "quem quer que estivesse fazendo esses acidentes acontecerem parasse". E eles certamente pararam, já que nesse momento todos os alvos já tinham sido atingidos de qualquer jeito.

Como os Marotos haviam previsto as Damas não ficaram nada felizes com a noticia. Oliva e Nora era as que estavam mais claramente irritadas, fazendo qualquer pessoa que cruzasse o seu caminho se arrepender em questão de segundos. Lily estava mais contida e Paloma e Marizza pareciam alheias a tudo aquilo.

Remus caminhava pelos corredores do castelo, procurando pelos amigos. Eles ainda tinham uma última pessoa para atingir e essa certamente seria a mais difícil. Nicole Master era uma das informantes mais próximas das Damas. O que quer que acontecesse a ela as Damas levariam muito mais a sério do que qualquer outro. E isso causaria um problema que eles ainda não estavam dispostos a agüentar. Ainda.

Ele se aproximava da saída que levava aos jardins quando viu Marizza passando. Ela era sem dúvida uma das meninas mais bonitas de Hogwarts. Isso era uma questão simples, que qualquer homem mais idiota entenderia. E mesmo assim havia algo nela que fazia ele sentir falta de como ela era antes. Do sorriso inocente, das maneiras mais delicadas... Era triste ver o que ela havia se tornado...

-Madame!

Remus viu um menino do qual ele não lembrava nem vagamente o nome se aproximar de Marizza com clara intimidade. Ela sorriu feliz ao ver ele se aproximar. Sorriu de um jeito que Remus não a via sorrir a muito tempo. Por algum motivo isso o irritou demais. Quem era esse menino e por que ele era capaz de fazer Marizza sorrir daquela forma? Ele tinha certeza que daria um jeito de descobrir. Afinal, quanto mais maneiras de destruí-las, melhor.

XxX

Marizza estava feliz por ter Phillipe ali com ela. Ela tinha sentido falta de conversar com ele. Ele fazia o mundo mais leve por alguns minutos.

-Me acompanha até o jardim? –ele perguntou, com seu sorriso de covinha.

-Com esse frio? –ela pergunto irônica.

-Não tem outro mesmo. –ele respondeu dando de ombros.

Marizza riu mais uma vez, era tão fácil rir perto dele.

-Vamos sim. –ela aceitou o convite e o braço que ele lhe oferecia.

Do lado de fora a temperatura começava a cair cada vez mais. Em dois dias já seria dezembro, o que lembrava a Marizza onde elas passariam o Natal. Com os Marotos. Ela tinha que admitir que nem ela sabia se tinha coragem de ir, com o pé de guerra que estava agora. Era capaz de elas acabarem sendo assassinadas durante a noite.

Ela nunca imaginara que essas "provocações" e brincadeiras chegariam a um extremo desses. Ao contrario de Olivia e Nora, que se tornaram Damas porque queriam poder e de Lily que queria a calma que o poder traz e de Paloma que simplesmente queria pertencer a algum lugar, ela virara uma Dama porque na época parecera uma brincadeira interessante.

Claro que quando Lily tomou a decisão de se tornar uma Dama ela fizera porque achara que seria bom para as duas e Marizza nunca teria palavras o suficiente para agradecer a Lily o quanto ela a ajudara naquela época. Mas mesmo assim, ela não achava que tinha sido necessário se tornar uma Dama. Apenas pareceu divertido de algum jeito, mas ela não planejava que as coisas ficassem tão loucas quanto estavam agora.

Ela olhou para Phillipe que parecia simplesmente feliz em estar ali ao seu lado. Seus informantes já tinham sido vitimas dessa guerra. Ela com certeza não queria que ele também sofresse...

Phillipe pareceu perceber o olhar dela virado em sua direção e a encarou também.

-O que foi? –ele perguntou curioso.

-Nada. –ela falou balançando a cabeça –Só pensando em uma coisa...

-Me conta então. Me fala o que se passa nessa cabecinha loira. –ele falou divertido.

-Ei! Algo contra as loiras? –ela perguntou fingindo-se de brava.

-Nada, mas particularmente eu prefiro as morenas. Minha namorada é morena. –ele falou, com um sorriso de sincero afeto ao falar da tal namorada.

-Sua namorada estuda aqui? –Marizza perguntou curiosa.

-Não, ela estuda em Beubaxtons. –ele falou, sorrindo ainda mais –Nós nos conhecemos quando eu fui passar as férias na França dois anos trás. Nós estamos juntos desde então.

Pelo jeito que Phillipe falava, Marizza só pode supor que a namorada dele era alguém maravilhosa. E ele merecia. Phillipe merecia estar com uma menina doce e gentil. E por mais que Marizza quisesse dizer que isso não a incomodava, ela sentia uma pontada de ciúme ou talvez simplesmente fosse inveja. Inveja porque Phillipe tinha uma coisa que ela não tinha.

-Phillipe. –ela chamou séria –Eu preciso falar com você sobre algo importante...

XxX

Lily saiu da sala de McGonagall não muito feliz. A Professora chamara ela porque havia um "assunto de extrema importância ser tratado". Para ela aquela conversa não poderia ter sido mais inútil.

McGonagall estava preocupada porque os capitães de duas Casas já tinham se metido em problemas e estariam fora dos jogos, prejudicando horrivelmente suas Casas. Ela não queria que isso acontecesse com a Grifinória. Por isso ela pedira a Lily que fosse falar com o time de sua Casa, já que a professora estava ocupada demais para fazer isso ela mesma, e pedir que eles se comportassem de forma prudente.

-Como se algum daqueles trogloditas cretinos sequer soubesse o que significa a palavra "prudente"... –ela amaldiçoou baixo, enquanto fazia seu caminho até o campo de quadribol.

Estava frio, muito frio. O que não a impedia de estar usando a minissaia que ela e as amigas tanto gostavam. O casaco que ela usava era o bastante para mantê-la aquecida e mesmo que não fosse ela nunca admitiria. Afinal teimosia ainda era sua marca registrada.

Ela estranhou o silêncio ao redor da área do campo. Eles deveriam estar em treinamento agora, por que não havia ninguém ali?

Ela decidiu ir até o vestiário. Se não fosse para falar com eles ela pelo menos deixaria um recado.

Ela entrou no vestiário, sem se preocupar em sequer bater na porta e saber se tinha alguém ali. Ela se arrependeu na hora. Havia sim alguém ali.

James virou-se ao ouvir a porta ser aberta. E ficou surpreso ao ver quem estava ali. Lily tinha o rosto corado, provavelmente pelo vento frio la fora. Vento esse que não a impedia de usar aquela saia curta...

Lily parou ao ver James ali olhando para ela. Ele devia estar começando a se trocar, porque apesar de ele ainda estar com as vestes da escola, ele estava descalço e com os botões da camisa abertos. Mal sinal.

-Ah que devo o prazer da visita, Evans? –ele perguntou irônico.

-Eu tenho que passar um recado para o time, em nome da Professora McGonagall. –ela falou tranqüila –Vocês já não deviam estar treinando.

James deu um riso debochado.

-Creio que a hora que eu começo o treino do meu time é mais da minha conta do que sua não é, Evans? –ele retrucou entre sarcástico e agressivo.

Lily revirou os olhos.

-Olha, Potter, eu não vou ficar aqui agüentando sua grosseria. Já que o time ainda não esta aqui eu volto outra hora. –ela declarou dando as costas para James.

Ela não deu dois passos antes de sentir James segurar e virá-la em sua direção.

-Evans, não se atreva a dar as costas pra mim. –ele falou, sua voz fria e ameaçadora, enquanto ela ainda segurava o braço dela.

Lily puxou seu braço, fazendo James soltá-la.

-E você não se atreva a me ameaçar. –ela falou por entre os dentes.

-Você se acha muito esperta não é Evans? –ele falou irônico dando um passo na direção dela, que fez ela recuar um passo –Mas se você fosse esperta, você não estaria aqui sozinha... –mais um passo –Com uma pessoa que adoraria te destruir... –mais uma passo –E que no momento tem tudo pra fazer isso e sair impune. –ele falou, quando as costas delas finalmente atingiram a parede, deixando-a presa. Para garantir que ela não fugiria mesmo assim ele apoiou as duas mãos na parede ao lado da cabeça dela.

Lily sabia que estava em uma situação um tanto quanto perigosa. A questão agora era saber como ela ia lidar com aquilo. A cabeça dela corria em velocidade absurda, em busca de uma tática.

-Se você for esperto você não vai fazer nada contra mim Potter. –ela falou tranqüila.

-Como você é segura de si, Evans... –ele debochou –Eu não preciso me esconder como você e suas amiguinhas fazem. Eu não tenho medo das conseqüências.

-Isso só mostra o quanto idiota você é. –ela falou indiferente.

-Então você devia estar se preocupando agora, Evans. Afinal, se eu sou tão idiota eu não vou ter problema nenhum em fazer o que eu bem entender com você.

Lily arqueou a sobrancelha.

-Isso quer dizer o que eu estou imaginando? –ela perguntou, a frieza da voz dela chegando a ser uma sensação quase física.

-Não isso, Evans. –ele falou divertido –Eu não tiro de garotas o que elas não me dariam de boa vontade. –ele falou dando de ombros –Mas o que me dá uma idéia... Se você quiser eu deixo você sair agora desse lugar. Com um pequeno preço a pagar...

James viu os olhos de Lily brilharem daquele jeito que sempre brilhavam quando ela estava furiosa. Antes de ela se tornar uma Dama ela iria dar vazão a toda essa irritação sem medo nenhum, mas desde que ela se tornara uma delas ela nunca mais gritara, por mais irritada que ela ficasse, mas seus olhos ainda tinham aquele brilho enfurecido. James esperava que pelo menos isso ela nunca perdesse.

De repente ela abriu um sorriso de canto de lábio. James ficou alerta.

-Você já sabe, Potter, como tirar o que quer de mim. Eu já disse que se quiser nós podemos brincar como eu brinco com os outros: você ajoelha e implora. –ela falou, de forma provocativa e sussurrada.

James se inclinou mais na direção dela, encostando agora os cotovelos na parede, deixando uma distância ridícula entre eles. Ele olhou no fundo dos olhos verdes dela, antes de dar seu próprio sorriso de canto de lábio.

-Eu nunca imploro, Evans. –ele falou tranqüilo –Você já devia ter aprendido isso a essa altura do jogo.

-Então se afaste, Potter. –ela falou por entre os dentes, os olhos voltando a brilhar em fúria.

-Ou você vai fazer o que? –ele falou divertido.

-Talvez você possa aparecer pendurado para fora da torre de astronomia numa manhã dessas. –ela falou com um sorriso de prazer cruel.

Os olhos de James brilharam de raiva e num movimento muito rápido (rápido demais até para Lily entender) ele empurrou o corpo dela contra a parede, usando seu próprio corpo para isso.

Lily sentiu seu corpo colar contra a parede fria, que não era de forma nenhuma mais perturbadora do que o corpo quente de James. Ele era mais alto do que ela e por isso ele tinha que olhar para baixo para encará-la, mas a situação não era nada boa mesmo assim. Ela levantou as mãos para tentar empurrá-lo, mas ele foi mais uma vez mais rápido e prendeu os dois pulsos dela acima da cabeça dela contra a parede, com apenas uma mão.

-Com problemas agora, Evans? –ele provocou.

O problema de Lily era no momento respirar, mas de forma nenhuma ela ia admitir isso.

-Você que vai estar em problemas assim que eu sair daqui. –ela avisou.

-Bravas palavras para alguém na sua atual situação. –ele falou irônico –Agora... O que será que eu deveria fazer com você? –ele provocou, olhando-a com interesse.

-Se você me tocar, Potter, eu juro que...

-Jura o que? –ele desafiou divertido, então abaixou a cabeça em direção ao ouvido dela -Que vai gostar? Que vai se derreter? –ele sussurrou de forma macia, fazendo os cabelos da nunca de Lily se arrepiarem.

A voz dele quase a distraiu de uma certa mão, que estava descendo pela lateral de seu corpo, passando pela sua cintura, deslizando por sua coxa, até ele içar a perna dela e fazê-la envolver sua cintura. A mão dele ficou segurando a perna dela naquela posição, seu polegar fazendo círculos preguiçosos na pele exposta da coxa dela.

-Jura que vai pedir mais? –ele continuou, deixando sua boca acariciar a orelha dela –E que vai chamar meu nome? –ele continuou mordendo o lóbulo da orelha dela.

Lily puxou o ar com força, porque estava cada vez mais difícil respirar. Aquilo não era nem um pouco bom. Mesmo que fosse para acabar transando com o Potter ela teria que estar no controle da situação. Assim não era do jeito que devia acontecer, mas ela não conseguia por força nenhuma parar.

-E então Evans? –ele desafiou, olhando nos olhos dela, apenas um suspiro separando seus lábios –O que você jura?

-Eu juro que... –ela começou, amaldiçoando sua respiração falha, seus lábios se roçando a cada palavra dita –Que você...

-Pontas, foi a demora. Eu...

James se separou rapidamente de Lily, assim que Sirius entrou no vestiário. E o outro moreno soube pelo olhar do amigo que ele seria morto mais tarde pela interrupção.

-Eu passo mais tarde para deixar o recado da McGonagall. –Lily falou, como se nada tivesse acontecido –Tenham um bom dia.

E saiu de la. James virou-se para Sirius, sua expressão assassina.

-Ô, calma la Pontas. Eu sou da paz. –Sirius falou divertido –Sinto muito se eu interrompi, mas você terá mais chances com a ruiva, não se preocupe.

James deu de ombros irritado. Que fosse. De qualquer jeito ele teria que encontrar alguma companhia por hora. Não tinha como ele ficar nessa tremenda vontade que Lily tinha deixado ele.

XxX

Dimitri caminhou pelos corredores de forma distraída. Hogwarts parecia silenciosa e temerosa. Era como se todos soubessem que algo estava por vir. E ele tinha certeza de que ele sabia quem seriam os responsáveis, pelo o que quer que acontecesse. Ele só não saberia dizer se seriam os Marotos ou as Damas os primeiros a virarem o castelo de cabeça para baixo. Mas pela seqüência de ataques que ocorrera nos últimos dias ele tinha o pressentimento que eles teriam mulheres muito furiosas soltas por aquele castelo. E todos sabem que mulheres irritadas são verdadeiras forças da natureza.

Ele entrou na sua sala, seu pensamento ainda vagando longe.

-Demorou, professor.

O olhar de Dimitri foi atraído pela voz melodiosa. E la estava Nora sentada em sua mesa, as pernas cruzadas de forma simples. Ela parecia tranqüila, como se simplesmente estivesse ali por estar. Mas Dimitri sabia que ela não estava ali por estar. Nora nunca fazia nada que não fosse planejado. Mas ele sabia também que o que quer que fosse Nora acabaria por contar a ele o que era que ela queria. Ela não era do tipo que ligava se os outros soubessem ou não o que ela estava tramando. Ela até se divertia com isso.

-Posso ajudar, senhorita Carter. –ele perguntou tranqüilo se aproximando com cuidado.

-Bom, o senhor sempre pode ajudar expulsando aquele idiota do seu primo e os amigos dele da escola, mas não foi para isso que eu vim aqui. –ela acrescentou ao ver o olhar de aviso dele.

-Então por que eu tenho o prazer de entrar na minha sala e vê-la sentada na minha mesa, senhorita Carter? –ele perguntou irônico.

-Professor... –Nora falou com falsa surpresa –Isso soou quase como assédio sexual. Eu estou impressionada.

Dimitri revirou os olhos.

-Você realmente tem algo a dizer ou só esta aqui para me fazer perder meu tempo? –ele perguntou arqueando a sobrancelha.

-Como estamos diretos hoje professor... –Nora falou sarcástica, jogando seu cabelo por sobre os ombros –Eu só vim pedir um pequeno favor...

Dimitri revirou os olhos mais uma vez.

-Isso tem alguma coisa a ver com a ridícula briguinha de vocês e os Marotos? –ele perguntou.

Nora pareceu pensar um pouco.

-Creio que sim. –ela falou dando de ombros –Afinal o que não tem a ver com isso em Hogwarts atualmente? –ela ofereceu seu mais angelical sorriso. Dimitri sabia que nela isso significava cinismo.

-Isso porque eu tinha dito que não ia me envolver... –Dimitri suspirou –O que você quer Carter?

-Você vai fazer? –ela perguntou animada.

-Eu não estou prometendo nada além de ouvir o que você tem a dizer, Carter. –ele avisou sério.

Nora revirou os olhos.

-Sempre se fazendo de difícil... –ela falou irônica –E no fim você sabe que me ama... –ela provocou.

-Olha o respeito, Carter. –ele avisou.

-Que seja. –ela falou fazendo um gesto de dispensa com a mão –O que eu quero te pedir é que você esteja na casa do Potter no Natal.

Dimitri pareceu pego de surpresa com o pedido.

-Não entendi. –ele admitiu.

-Potter nos convidou para o Natal. –Nora avisou –E nós aceitamos, mas na época nós não estávamos na guerra que estamos agora. Então para a segurança de todos e evitar mortes durante a noite seria legal se você estivesse por la... –ela falou dando de ombros.

-É só isso mesmo? –Dimitri insistiu.

Nora revirou seus olhos.

-Sim, meu caro professor. Sem jogadas, juro. Eu estou sinceramente preocupada que as coisas saiam de controle por la.

-Então porque vocês não cancelam a presença de vocês?

-E admitir derrota ou mesmo medo? –ela falou como se fosse uma idéia ridícula –Nunca.

-Claro, para que resolver as coisas na diplomacia quando você pode passar por cima de tudo e de todos... –Dimitri comentou sarcástico.

-Esse é o espírito, professor. –Nora falou sorrindo, ignorando o comentário dele.

Dimitri bufou e passou a mão pelos cabelos.

-Mais alguma coisa, Carter? –ele perguntou claramente impaciente.

-Não, professor. –Nora respondeu saltando da mesa e então fazendo uma curvatura elegante –Se o senhor me dá licença eu tenho maldades para fazer, criancinhas para assustar e namoros para destruir. –ela falou enquanto caminhava em direção a porta.

Dimitri não pôde evitar um sorriso ao ver a porta se fechar. Ele gostava bastante de Nora. Não sabia porquê. Talvez fosse pela natureza sem medo dela, talvez porque ele soubesse um ou dois segredos dela que provavelmente ninguém mais sabia. Fosse o que fosse ele tinha a pequena Dama como uma irmã caçula que ele protegeria até mesmo do primo e de seus amigos...

XxX

James voltou muito cansado do treino. Lily realmente voltara la. Acompanhada de mais dois monitores grifinórios. Ela passara um recado muito idiota da professora McGonagall, algo sobre não arrumarem confusão. Como se eles fossem idiotas de serem pegos como todos os outros haviam sido. Além do mais eles não tinham que temer as Damas. Porque mesmo que elas odiassem os Marotos elas eram Grifinórias a cima de tudo. Elas não fariam nada que prejudicasse o time de quadribol deles.

Ele ainda tinha que saído do vestiário e dado uma volta pela escola, até achar uma garota que pudesse lhe fazer companhia por algum tempo. Ele encontrara uma Corvinal de quem ele não conseguia lembrar o nome, mas que servira bem ao propósito de fazê-lo esquecer a cena com Lily. E até que ele conseguira. Pelos exatos quarenta minutos que ele gastou com a outra. Porque fora apenas ele se afastar da menina que Lily voltou para a sua mente com força total. O cheiro dela, o calor da pele, o gosto que ele não teve chance de sentir... Não era preciso ser um adivinho para saber que o humor dele só ia azedar mais e mais daí pra frente. E ele ainda nem tivera a chance de bater em Sirius...

James jogou-se num dos sofás da sala comunal. O lugar estava estranhamente deserto pelo horário. Mas James preferia assim. Se alguém viesse fazer barulho perto dele agora provavelmente levaria uma azaração daquelas na hora.

James fechou os olhos e encostou a cabeça no espaldar do sofá. Ele só queria desaparecer do mundo as vezes. Se ele soubesse que ele estaria tão furioso com aquelas cinco vaga... garotas a essa altura do campeonato ele nunca teria convidado elas para o Natal. Mas agora já estava feito e de jeito nenhum ele iria cancelar o convite agora.

Foi quando ele sentiu alguma coisa pular em seu colo. Ele abriu os olhos e abaixou a cabeça, se deparando com Lilith, a gata de Lily, sentada em seu colo e o encarando.

-Oi Lilith. –ele falou, arqueando a sobrancelha –Posso ajudar?

A gata miou baixinho e então raspou a cabeça contra a barriga do maroto. James revirou os olhos, antes de esticar a mão e coçar o queixo da felina, que ronronou satisfeita.

-Por que sua dona não pode ser como você? –ele perguntou acariciando a gata -Seria muito mais proveitoso para todos.

Lilith pareceu lançar a James um olhar de desaprovação. O moreno riu.

-Bom, seria mais proveitoso para mim de qualquer forma. –ele deu de ombros.

Lilith ajeitou-se no colo do moreno antes de deitar-se ali. James bufou.

-Sua dona não te dá atenção não? –ele perguntou, coçando a orelha da gata –Você não usa coleira... –ele reparou –Será que a Evans é tão confiante que a escola inteira conhece ela que ela sequer pensa que pode ser necessário você usar uma identificação?

Ele olhou para Lilith e viu que ela estava dormindo.

-Isso é o que se ganha por se dar confiança a uma mulher. –ele resmungou –Mas não conte as outras ouviu? Você é a única que pode.

Lilith pareceu soltar um suspiro contente, antes de voltar a ressonar suavemente. James mal viu o tempo passando enquanto ficava acariciando o pêlo macio da gata e pensando em sua dona.

XxX

Durante o jantar era a hora que o Salão Principal ficava mais cheio. Era fácil contar que todos os alunos estariam ali durante esse horário. As Damas e os Marotos não eram exceção a essa regra.

Marizza se sentia enjoada. Mais do que o normal. Ela não queria estar ali, porque ela sabia que estava prestes a fazer uma coisa que a destruiria por dentro, mesmo que fosse uma encenação, mesmo que fosse necessário. Mas ela tinha que fazer, ela tinha que proteger Phillipe. Se os Marotos fizessem algo contra ele por causa dela ela não se perdoaria.

Ela olhou em volta do salão até seu olhar se cruzar com o de Phillipe. Ele acenou para ela e lhe deu um sorriso encorajador. Ela não conseguiu retribuir o gesto.

As Damas se sentaram em total silêncio, o que significava que todas tinham algo na cabeça naquele momento e que nenhuma estaria reparando no que a outra estaria fazendo. Logo os Marotos entraram no salão fazendo a balburdia e a algazarra de sempre. Marizza olhou para eles e soube que era a hora. E soube que Phillipe também tinha percebido isso.

Logo, em um minuto que pareceu o mais longo da vida de Marizza o garoto estava parado diante dela. Ele abriu seu sorriso de covinhas, mas este não alcançou seus olhos.

-Ola Madame Marizza. –ele falou com sua voz animada.

Marizza tinha medo que sua voz não fosse sair, tinha medo de fraquejar, tinha medo de não conseguir. Mas a questão era que ter medo não era uma opção. Querendo ou não, planejando ou não, agora ela era uma Dama Grifinória e ela não tinha medo de nada, nem de ninguém. Ela respirou fundo e quando ela falou sua voz saiu fria como gelo e carregada de veneno.

-O que você quer aqui, Trinian?

O salão inteiro pareceu parar e se calar diante da voz dela. Phillipe pareceu hesitar. Ela teria que dar os créditos para ele algum dia. Ele era um ótimo ator.

-Eu só... –ele parou –Só vim falar oi.

-Ah que fofo. –ela comentou debochada, passando o dedo por entre o cabelo –Você acha que eu tenho tempo pra perder com alguém como você, Trinian? Se toca e some daqui. –ela acrescentou por entre os dentes.

Phillipe ainda pareceu confuso por um minuto e machucado. Marizza ainda conseguiu olhar no fundo dos olhos dele e entendeu que estava perdoada. Ele tinha entendido tudo quando ela tinha explicado as coisas para ele naquela tarde. Ele dissera o que pensava da situação, mas aceitou quando ela disse que não conseguiria ficar em paz se soubesse que algo havia acontecido a ele por causa dela.

O menino então se retirou dali sem falar mais nada. As quatro amigas de Marizza se viraram para a loira na mesma hora, todas com expressões de igual confusão.

-O que foi? –Marizza perguntou, tranqüila –Eu só dei um fora em um garoto que estava começando a se achar demais.

Isso pareceu ser o suficiente para todas, mas Lily conhecia Marizza melhor do que isso. Então sem falar nada, ela apenas segurou a mão da amiga por baixo da mesa. Gesto esse que a loira apreciou muito.

Os Marotos que observaram a cena de longe logo voltaram a seu jantar de forma tranqüila, como se nada realmente importante tivesse acontecido, apenas Remus ficou remoendo a cena em sua cabeça e tentando entender porque ver Marizza se afastando daquele rapaz lhe trazia tanta satisfação...

XxX

Nora andava pelos corredores tentando respirar fundo. Ela recebera uma carta de sua mãe. Ela estava tentando se acalmar antes que ela matasse o primeiro que passasse na sua frente.

Sua mãe estava pedindo, na verdade mais implorando para que ela fosse passar o Natal em casa com a família. Família? Que família? Ela não tinha isso. Ela tinha um pai cretino, um irmão mais cretino ainda e uma mãe que não valia ser comentada. Ela não acreditava que a mãe dela tinha coragem de escrever uma carta pedindo a ela uma coisa dessas!

-Carter.

Nora virou-se na direção da voz fria, só para se deparar com Rodolpho Lestrange. Falando em alguém para matar...

-Nem se aproxime, Lestrange. –ela avisou por entre os dentes –Meu humor não está nada bom hoje.

Rodolpho apenas riu de forma tranqüila.

-Você acha que tem todo esse poder para me assustar, mas você certamente não tem, Carter. –ele falou se aproximando dela sem sequer hesitar, ele apenas parou quando nada mais do que alguns os separavam –Aparentemente seu plano para tirar a Bellatrix daqui não foi exatamente como você esperava, já que ela não foi realmente expulsa da escola.

-Lestrange, eu estou avisando. –ela falou por entre os dentes.

A fúria dela era algo visível agora. Nora não tinha muitos problemas em deixar os outros saberem que ela era cruel. Agora deixar as pessoas verem sua ira já era outra coisa completamente diferente. Nora furiosa era mais do que uma força da natureza. Até hoje apenas Olivia sabia o quanto perigosa ela podia ficar quando realmente furiosa, por isso ela ajudava a não deixar Nora chegar a esse ponto, porque se ela passasse do limite ninguém mais ia conseguir pará-la.

-Eu não estou pedindo nada demais Carter. –Rodolpho falou ignorando o aviso dela e se aproximando mais um passo –Eu não quero sua alma em troca, nem nada de você, apenas uma ajuda extra para tirar o Black traidor da jogada.

-Não consegue segurar sua noivinha fogosa, Lestrange? –Nora provocou –Ou você não da conta do recado e ela tem que procurar por ai?

Os olhos de Rodolpho brilharam de forma ameaçadora. Ele estendeu a mão e segurou o rosto de Nora, apertando firmemente.

-Não brinque comigo, Carter. –ele ameaçou –Você não sabe onde você esta se enfiando.

-Eu não estou me enfiando em lugar nenhum. –ela falou acertando um tapa na mão dele e fazendo ele soltá-la –Porque eu não quero me aproximar de você de jeito nenhum.

-Escuta aqui, Carter...

-Ameaçando garotas agora, Lestrange. –Nora e Rodolpho viraram-se para encarar Sirius, que vinha na direção deles no corredor –Eu não sabia que você tinha caído tanto de nível. E você também Carter... Deixando ele te ameaçar? Tsc tsc... –ele balançou a cabeça com falso pesar –Onde essa escola vai parar?

-Desaparece daqui, Black. –Rodolpho ameaçou –Isso não é assunto seu.

-Eu não tenho assunto com você, Lestrange! –Nora falou, sua voz já demonstrando toda sua raiva –E se os dois não saírem da minha frente agora vocês vão descobrir se o boato sobre nós usarmos maldições imperdoáveis é verdadeiro ou não.

Sirius deu um sorriso divertido e deu um passo para o lado, para que Nora pudesse passar. Ela saiu dela pisando duro. Assim que ela saíra do campo de visão Sirius virou-se para Rodolpho com um sorriso provocador.

-Como vai minha venenosa prima?

Os olhos de Rodolpho brilharam de raiva.

-Por que você não pergunta para sua família? Ah esqueci. –ele falou irônico –Você é só um covarde traidor do sangue.

Sirius não se abalou nem por um minuto, apenas jogou um olhar de puro deboche para o outro.

-Mande minhas lembranças para sua noiva por mim. Diga que eu sinto saudade dela quando as noites ficam entediantes e não tem nenhuma outra mulher fácil por perto. –ele falou com um sorriso satisfeito antes de sair dali, o mais rapidamente e discretamente que pôde.

Por mais corajoso que ele fosse ele sabia que Rodolpho não teria problema nenhum em atacá-lo com algum feitiço perigoso pelas costas. Mas ele ainda tinha uma curiosidade. Ele realmente queria saber o que Nora estaria falando com aquele sonserino cretino. E de um jeito ou de outro ele iria descobrir. Isso ele tinha certeza...

XxX

Olivia sentou-se sobre a mesa do professor, na sala vazia em que se encontrava e cruzou as pernas de forma tranqüila. Ela passou os dedos num gesto lânguido pelos cabelos, apenas esperando. Foi quando a porta da sala se abriu.

-Me procurando Madame? –Rabastan perguntou e Olivia pôde sentir dali a provocação na voz dele.

-Na verdade sim. –ela falou tranqüila, enquanto via ele se aproximar, com seu jeito felino e perigoso –Eu já escolhi alguém para ser entregue no meu lugar.

Rabastan parou a apenas alguns passos dela e arqueou a sobrancelha.

-Ah é? –ele perguntou divertido –E quem seria?

-Peter Pettigrew. –ela falou tranqüila.

-Pettigrew? –Rabastan falou debochado –O que nós poderíamos querer com o Pettigrew?

-Você não está pensando como um todo, Rabastan. –Olivia falou revirando os olhos –O que o Pettigrew é?

-Um idiota? –ele provocou.

-Além disso? –ela pediu impaciente.

Os olhos de Rabastan pareceram se encher de entendimento.

-Um maroto.

-Finalmente. –Olivia falou debochada –E adivinhe quem vai estar contra o imbecil do Lorde de vocês quando essa guerra terminar?

Rabastan ignorou o comentário ofensivo.

-Até que você teve uma boa idéia, Olivia...

-Eu sempre tenho boas idéias. –ela falou orgulhosa.

-Mas você não esta vendo um problema óbvio ai, minha cara? –Rabastan perguntou divertido.

-Que seria...?

-Os Marotos estão jurando vocês de morte, Olivia. –ele falou como se fosse óbvio –Como você pensa em convencer o Pettigrew a ouvir você?

-Eu tenho meus métodos. –ela falou dando de ombros –E eu vou começar a pô-los em prática nesse Natal...


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Notas finais do capítulo

Ai esta! Reviews?

Próximo capítulo: Natal na mansão Potter!!!