Apaixonada Pela Serpente escrita por Angy Black


Capítulo 6
Capítulo 5 - Antes da Meia Noite




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Ela estava ali imóvel. Sangrando por todos os lados, o rabo ainda arrepiado, os olhos ainda muito vermelhos, mas dessa vez, como se o sangue descesse até eles. Ela parecia olhar para mim, mesmo com os olhos sem um brilho sequer de vida. Mas eu ainda podia ouvi-la miando, me acusando, dizendo que fora eu quem a matara. Meu sangue subiu... Eu pude sentir, sentia cada litro percorrer minhas veias, minha respiração ia falhando com o tempo... Senti uma mão esmagar meu coração como Harry faz quando captura o pomo: ele o aperta com muita força tamanha a emoção e foi isso o que fez com o meu coração... E era isso o que estava acontecendo naquele momento.

O relógio da torre estava batendo pela terceira vez. Era meia noite, e eu só tinha um corpo inerte na minha frente. Apesar de todo o surto e desespero que eu estava sentindo eu ainda preferia estar ali, sozinha, encarando aquela bichinha morta, com medo que o fantasma dela estivesse ali por perto, mas eu não estava sozinha. Eu estava cercada, a minha volta havia apenas árvores negras da floresta proibida e certos vultos que teimavam de passar perto de mim, mas esses não se atreveram a vir em minha direção, acho que tinham medo de mim, sim eu realmente estava bastante assustadora. Muito suja de lama, numa mão a varinha, na outra uma pá. Na minha frente um cadáver, e ao meu lado... uma serpente...


– Em todos esses anos, eu nunca tinha presenciado coisa tão humilhante... – Começou Mcgonagall.

Ela estava realmente naquele momento parecendo o dragão que Harry enfrentou no torneio tri-bruxo. E o pior:já é a segunda vez que tento lembrar o nome desse maldito dragão e não consigo.

Eu não lembro de mais nada, me tornei uma ignorante estudante de Hogwarts que faz curso de teatro, chora pelos corredores e se agarra com serpentes nos armários do colégio. Você acha que eu tenho orgulho disso? Você acha que estou rindo disso? Sim, eu realmente estou dando altas gargalhadas nessa aula “super interessante” de História da Magia. Rindo sozinha, escrevendo no meu diário, como prometi que faria ontem... Sim você realmente leu isso... estou escrevendo no diário em horário de aula, sabe porquê? Porque eu nunca vi aula tão INÚTIL e CHATA! E o pior é que eu sei que isso vem de mim.

Veja bem. Esse fantasma idiota, sim idiota, sempre falou do mesmo jeito, das mesmas coisas e sempre sem se importar com os mesmos roncos... Como os desses dois aqui do meu lado... E isso nunca me incomodou. A aula sempre fora, para mim, ótima... Até agora. Agora estou pouco me lixando para o que aconteceu a bruxa que cortou os dois braços em debate contra o Ministério... Poxa, isso foi a 200 anos, de que me importa isso? Para que eu quero saber isso? Ela está morta! Todos dessa época estão mortos! E esse assunto também estaria morto se um infeliz desocupado não o escrevesse em suas memórias. Pronto, agora que estou escrevendo isso nas “minhas memórias também”, estou punido mais 400 alunos que estudarão isso pelas minha memórias daqui a 200 anos... Não acredito que o caso da bruxa que cortou os braços se estendeu tanto assim no meu diário.

Onde eu estava? Falando daquela velha de 130 anos que aparenta 70... É mesmo, Mcgonagall é mesmo muito odiosa quando quer, e eu precisava odiar alguém naquele momento que não fosse o Malfoy, tanto ódio não cabia só por uma pessoa e, além disso, o velho aborto idiota estava desacordado, porque foi derrubado por 52 quilos de puro desespero meu...

–Dois monitores!Monitores!Passeado pelo colégio...

Se agarrando no armário do colégio seria a colocação mais correta, mas se ela presenciasse isso com certeza me mandaria para o St. Mungus ... ou talvez para Azkaban.. o que é mais? Um crime ou uma doença?


– Profes.. – tentei...


– Calada miss Granger!Se tem uma coisa que eu não tolero é falta de respeito, e ficar altas horas da noite correndo pelo castelo – ela completou olhando preocupada para um Filch desacordado no chão. – É o pior que qualquer um poderia fazer...


– Professora, não estávamos correndo pelo castelo, ou melhor, estávamos.. mas é porque perdemos a hora e percebemos isso meio tarde... – O idiota ladrão de beijos disse na voz mais santa que arrumou.


– Perderam a hora? Perderam a hora? E o que os monitores mais responsáveis do colégio estavam fazendo de tão importante para “perderem a hora” ?

É ela realmente pegara pesado. Ironia, descrença e fora eu posso aturar, mas colocar aspas na última parte da frase foi a gota d’água.


– Professora... o problema foi que ficamos presos... no armário. – eu disse e me arrependi na hora, Malfoy bateu na testa como sinal de derrota.


– Presos? No armário? O que diabos vocês dois estavam fazendo dentro do armário às 10 da noite?


– É Granger! – Disse Malfoy com uma mistura de raiva, socorro e ironia. – O que diabos estávamos fazendo lá?


– É. Eh... bem... – os dois ficaram me encarando. – Bem... hoaihoaihaoha – comecei uma risada sem graça. – a senhora não acreditaria se eu contasse... é que haoihaoiha... a senhora não acreditaria.


– Experimente, senhorita Granger. – Disse ela, e eu estava seriamente pensando que ela talvez possa ter o mesmo número de pensamentos assassinos do que eu. Pelo menos sua cara mostrava isso. Malfoy deu um meio sorriso, ou ele estava adorando me ver prestes a falar sobre a pior situação de toda a minha vida ou o tom rubro da minha cara devia estar realmente forte.


– Bem... professora... você sabe que nós somos monitores... e que nosso dever é monitorar o castelo, até as 10... eh que bem... o castelo é muito grande... a senhora já deve ter percebido isso... e... bem... – Malfoy fingia tamanho interesse na minha história. – aconteceu que... – Brilhei! Eu me amei naquele momento. – Nós ouvimos um barulho bastante estanho de alguma coisa caindo no chão e vimos que se tratava da estátua da bruxa de um olho só... então saímos correndo atrás de quem poderia ter causado isso para assim puni-lo! – Terminei com um grande sorriso no rosto.


– Sim... e como vocês foram parar no armário?


– Como assim? Que armário?


– O armário do qual a senhorita disse ficara presa com o senhor Malfoy! – Ela disse quase espumando.


– Ahhhhh claro o armário, bem... aí aconteceu que... nós pensamos que a tal pessoa tinha se escondido lá, fomos conferir, quando finalmente tentamos sair o que acontece? O armário não abre!

Parei eufórica, tanto eu quanto o oxigenado do Malfoy ficamos olhando para Mcgonagall para conferir os mínimos detalhes da mudança de expressão dela. Isso definiria nossa pele.


– Senhorita Granger... a senhorita realmente... – ai não, realmente, palavras bonitas significam problemas. –acredita que eu vá acreditar num absurdo desses? OU vocês me dizem realmente o que aconteceu ou terei de lhes dar Detenção essa noite!

“Ferrou” eu pessei, olhei para Malfoy que parecia bastante calmo, meio que dizendo “É com você!”.. o que eu faria? Ah professora desculpe mas eu destruí a estatua da bruxa e saí correndo pro armário com Malfoy e acidentalmente me vi sendo beijada por ele... Era uma detenção ou a expulsão!Preciso responder o que é pior?

– Muito bem então... quero os dois no terceiro andar agora. Ficarão lá lustrando o piso até a meia noite.

**


– “O que realmente aconteceu”? Como assim? Aconteceu o quê? – Perguntou um certo ruivo por cima dos ombros da garota de cabelo castanho.


– Ron! Sai daqui! Não vê que eu to escrevendo no meu diário? – respondeu ela fechando o livro velho com brutalidade.


– É, mas a aula acabou... vamos lá pro lago. – Nesse momento Hermione e Harry se encararam. A menina de cabelo castanho baixou os olhos derrotada.


– Não... eu tenho que ir na biblioteca...


Hermione descia as escadas muito pensativa. Ver os olhos de Harry implorando para que ela falasse com ele doía muito, mas o que fazer? Foi quando seus pensamentos foram interrompidos, por um certo puxão no braço direito. Era um sonserino, muito belo, de olhos cinzas, e boca fina que a fizeram corar...


– Faça isso de novo e eu juro por Merlin que acabo com você! – disse a castanha em ameaça, mas ele a mandara ficar quieta.


– Precisamos conversar.


– Eu não tenho nada para falar com você, seu idiota!


– Idiota? Agora eu sou idiota?


– O que? Inventaram outro xingamento pra você?


– Xingamento... Mesmo depois de ontem... Nós somos cúmplices Granger!


– Ontem? Eu não me lembro de nada. – Ele apertou ainda mais o braço dela.


– Não lembra é? Quer que eu diga em voz alta o que aconteceu?


– Você é um babaca, idiota, estrume, inseto...


– Granger... não finja que você não gostou!


– E você acha que eu gostei? Acha que eu tenho orgulho disso? Pelo contrário a cada minuto me atormento com isso! Imagino o que Filch fará com a gente quando descobrir.


– Se atormenta? Você sempre quis isso! Admita, não tem uma pessoa nesse castelo que já não tenha sonhado com isso também!E... Filch não vai descobrir.


– Você leva tudo na brincadeira. Malfoy, isso foi errado! me sinto suja...


– Talvez porque o lugar fosse sujo.


– O que fizemos foi mais sujo ainda!


– E o que você preferiria? Morrer? Que aquele monstro nos pegasse?


– Eu nunca tinha feito isso antes... – disse ela meio pensativa – nunca me imaginei fazendo isso... – O loiro pareceu meio desconcertado.


– Olha, esquece isso, ta bom? Não vão descobrir nada se ficarmos quietos... eu só queria te lembrar da aula de teatro hoje, que teremos na hora da monitoria...


– Aula? Eu ainda te odeio Malfoy! E por sua causa... eu fiz o que eu fiz e...


– Foi o certo! Se não fosse isso, estaríamos bem longe daqui já... – A castanha bufou de raiva... – Se você quiser desistir da peça, por mim...


– Não! Não vai ser isso que me fará desistir. eu vou ganhar essa aposta... e você, vai fazer o que eu mandar! Você não terá mais sossego Malfoy, eu como monitora chefe... estarei na sua cola!


– E será mesmo a obrigação que vai fazer com que você fique atrás de mim?- O loiro riu. – Se tem uma coisa que eu percebi ontem Granger, foi que você não é tão segura assim de suas ações como pensa. Quem está querendo enganar? – e saiu do canto, deixando uma Hermione muito enfurecida e desconcertada para trás.


Hermione voltou a seguir seu caminho para a biblioteca e lá voltou a escrever no seu diário.

**


– Eu não acredito nisso! Eu não acredito! Eu! Em detenção! É mesmo o cúmulo! – Eu resmunguei enquanto esfregava o chão do terceiro andar, por um lado era horrível.. meus joelhos doíam muito em contato com o piso frio de pedra, mas ver Malfoy trabalhando feito um elfo na minha frente realmente era bastante divertido.


– Dá pra você calar essa boca? Até agora falar só nos trouxe problemas. – Brigou o Malfoy.


– E o que você queria que eu dissesse? Você deixou nas minhas mãos. Agora não me culpe.


– Se você não tivesse fugido isso não teria acontecido. – Ele lembrou ironicamente.

Eu não acreditava no que estava acontecendo. Ele queria o que? Que eu ficasse no armário com ele como se nada tivesse acontecido?


– Se você não tivesse me beijado eu não teria fugido! – Ele ficou com a boca entreaberta pasmo.


– O que? Granger... foi você quem me beijou! – Filho de uma porca eu não estava ouvindo isso, não estava.


– Eu? Você se alimenta de alguma coisa fedida? Eu nunca beijaria você.


– Ah é mesmo? E o que você estava fazendo lá então? – Fiquei um tempo sem fala e ele pareceu mesmo se divertir.


– Foi você quem me beijou!


– Nada disso Granger... foi você!


– Cala essa boca! Não inverta as coisas! Você sabe muito bem que eu nunca faria isso!


– E eu faria? Olha pra você Granger! Eu preferiria beijar a lula gigante! Eu nunca beijaria você! – Mas isso não me ofendeu... eu já tinha uma resposta.


– É mesmo? E o que você estava fazendo lá então?


– Como eu disse... você me beijou! – ele gaguejou.


– Eu nunca!


– Ah então porque você não me empurrou?

Nessa hora eu fiquei muito vermelha... não tinha uma resposta... como assim por que eu não o empurrei? Quando que eu ia imaginar uma coisa dessas? Eu fiquei chocada! Desesperada! Não consegui pensar ué... será que é tão difícil assim de acreditar?

– Granger acho que você não está chateada porque eu te beijei e sim porque você correspondeu.

Comecei a respirar mais rápido do que meus pulmões estão acostumados a receber ar... era verdade... era uma puta de uma verdade!! Eu me odeio! Eu quero morrer! Eu quero morrer! Balas perdidas! Por favor, necessito de balas perdidas! Joguei o pano encharcado que tinha nas mãos na cara dele.

– Sua idiota!

Ele foi e jogou toda a água do balde em mim! Eu gritei. não acreditei. Eu ia matar ele, a sorte dele é meus joelhos estavam muito doloridos e agora insuportavelmente mais frio!

–Isso Granger, é pra refrescar a sua memória.- Disse ele rindo.


– Ohh você é tão seguro de si não é mesmo, Malfoy – Ele respondera apenas com um sorrisinho ainda mais convencido e divertido. Taquei o meu balde todo nele também... Ele exclamou de frio também..


– Ora sua.. sua... atchim! – Eu caia na gargalhada.


– Isso é pra você aprender a... a... a... atchim! – Agora ele rira.


– Tomara que você pegue uma pneumonia.


– Tomara que você morra! – Ele rira de novo.


– Mas aí você não ia ter mais quem a ensinasse teatro...


– haoihoiah aí eu ganharia a aposta.


– Sabe o que eu acho de você Granger... – Eu me virei de costas pra ele, eu não ia ficar ouvindo aquilo... não ia mesmo... – Ai... nojento! Ele resmungou...

E eu ia acabar rindo do jeito que ele falou, mas quando me virei vi que ele realmente estava com nojo de algo... e pra sorte dele, não era de mim.. não... era algo gosmento que caía no ombro dele... eu olhei aquilo.. sabia que já tinha visto isso antes...


– Ah não... – murmurei. Foi quando ouvimos um rugido... olhamos de vagar para cima e lá estava ele. O querido Fofo de Hagrid... que quase matara eu, Rony e Harry uma vez. Gritamos... então Malfoy me puxou pra longe.

Eu não sabia o que estava fazendo. Quando dei por mim estava sendo puxada por Malfoy numa velocidade incrível pra mais adentro do terceiro andar. E a besta de três cabeças atrás da gente... até que paramos atrás de uma parede. Estupidamente sem ar...


– Eu não acredito que vou morrer com você. E eu ainda nem passei nos NIEMS.


– Nós não vamos morrer Granger. – Ele disse em tédio. E aquela anormalidade selvagem estava farejando cada vez mais perto e com as três fuças! – Deve ter um jeito...


– Só se ele se distrair com alguma coisa... mas o que? – Na mesma hora madame N-o-r-r-a apareceu nos mirando ameaçadoramente com aqueles olhos vermelhos. Eu e Malfoy nos encaramos. – Você não está pensando em...


– Pega ela, Granger... você está mais perto!


– O quê? – Ele tampou minha boca, e eu logo a tirei com força... – Está querendo sacrificar a gata?


– É ela ou a gente! E eu pretendo viver Granger!


– É uma vida Malfoy! – Mas logo me calei. o Fofo estava cada vez mais perto.


– Pega ela Granger... – Logo ele percebera que eu não conseguiria seguir sua ordem e me empurra capturando a gata de uma só vez com as próprias mãos.

Ele a pegou e jogou em direção ao Fofo que começou a latir desesperadamente. E começamos a correr feito loucos! Quando descemos as últimas escadas do terceiro andar algo fora jogado na nossa frente. Foi horrível, a gata mais fdp que existe... ou melhor... existia, estava atirada na nossa frente... o que sobrara dela pelo menos.


– Ah Merlin! – Eu abracei a primeira coisa que sentir quando me virei.O incrível é que essa coisa me abraçara de volta, me sustentando praticamente, pois eu não agüentava nem mesmo ficar de pé perante aquela cena. Só depois de algum tempo que notei que essa coisa era o Malfoy! Eu chorava... não tinha forças nem pra sair dali. – Nós matamos a gata do Filch... nós a matamos... Merlin!


– Calma Hermione...

O QUE? HERMIONE? Eu o encarei como se fosse arrancar os olhos dele ali mesmo! Gata? Que Gata? Quem liga para aquela gata velha dedo duro...? Naquele momento eu não ligava mais, pois meu pior inimigo acabara de me chamar pelo primeiro nome... que intimidade era essa?? Aquele SERIAL KILLER achou que eu era sua nova cúmplice? ELE MERECIA A MOOOORRRRRRTTTTTTTTTEEEEEEEE!!!!!!!!!!


– Do que você me chamou? – Disse ameaçadoramente pra aqueles olhos cinzas.

Nem me importei com as lágrimas que ainda estavam mais do que gordas no meus olhos. Ele não se importara com o que eu disse. Ficou me encarando como se fosse a primeira vez. Como se nunca tivesse me visto chorando antes.


– É melhor enterramo-la, não vai querer que Filch descubra, não é mesmo?


Nem o frio daquele lugar me incomodava, eu estava por demais hipnotizada pelo os restos da Gata. Eu ainda estava com a pá nas mãos da qual roubamos de Hagrid e cavamos fundo. Malfoy já ia colocá-la com jeito no buraco, mas eu o impedi. Comecei a tirar a minha capa. E enrolar em volta da Gata.


– Ah Granger para com isso... é só uma gata.


– Pois eu faria muito menos por você. – retruquei. Eu o ouvi rindo atrás de mim.


– Mas faria...

Foi quando depositei a Gata na “tumba” dela e começamos a depositar a terra de volta que sentir o quanto estava frio. E eu ainda estava meio molhada. Caí de joelhos contra a terra fofa.. “Draco a matara”... foi quando senti uma coisa quentinha sob meus ombros, levantei depressa.


– O que é isso? – Perguntei revoltada para Malfoy, eu odeio quando ele quer dar uma de “bonzinho”, no mínimo querendo alguma coisa.


– Se chama Capa.


– Eu quero saber O QUE sua capa está fazendo em cima de mim. – Eu não gritava, por incrível que pareça, mas sublinhava bem cada palavra.


– Está muito frio. – ele disse sério. – e você ainda está toda molhada... vai acabar ficando...


– Eu não quero sua preocupação... ou sua fingida preocupação! – Ele engolira seco. Lógico. Deve ser um pouco doloroso ouvir a verdade.


– Mas eu não quero ser visto entrando no castelo. Se você ficar espirrando feito doida, vão nos descobrir... – então riu de lado. – Eu não me preocupo com você. Não me importa se você respira ou não Granger.


– Podemos ser cúmplices Malfoy, mas ainda sim conheço você e continuarei te odiando para o resto da vida.


– Já eu não lembrarei de você até lá. Agora vamos. E Granger... nunca... ouviu... nunca... se iluda com a mera possibilidade de me conhecer. Você não sabe nada sobre mim. E eu também odiarei você para sempre... enquanto lembrar de você. – Então eu ri de lado.


– E você sempre tem certeza de tudo o que diz?

**


– Mione! Mione! – Hermione abrira os olhos e aos poucos fora enxergando um par de esmeraldas a sua frente. –Você está aqui desde aquela hora? – Completou Harry. Hermione então notara que cochilara na biblioteca.


– Harry... o que... que você está fazendo aqui?


– Eu vim ver onde você estava! Sibila disse que você não foi a aula de teatro, ficamos preocupados. Rony deve está te procurando ainda.


– Ah... a aula... droga! Eu acabei cochilando. Mas tudo bem Harry já estou indo.


– Hermione!- Ele disse sério pegando o material dela. – Daqui a pouco eu tenho detenção e antes eu queria ter uma conversa com vocÊ. “Ah que ótimo! Outra agradável conversa” Pensou a castanha.


– Harry... eu já disse...


– Por favor... é muito importante.


– Mas eu já tomei minha decisão Harry.


– Eu também... – a castanha ficara desconcertada.


– Eu não entendi...


– Preciso te contar uma coisa... – mas o relógio da torre batera informando ser 21hs.


– Eu tenho que ir Harry... Monitoria. – E mais uma vez Hermione fugira daquele que fora seu amigo.

– Está atrasada Granger!


– Ah que bom que lembrou do meu sobrenome...


– Onde você estava? Por que não foi a aula? – Hermione riu.


– Acho que isso não é da sua conta Malfoy. Mas eu acabei dormindo na biblioteca... se não fosse o Harry...


– Potter?


– Existe outro? – Malfoy bufou.


– E o que houve? Ficou presa com ele dentro da biblioteca também?


– O que exatamente é isso? Desde quando isso é da sua conta? E se tivesse?


– Pior pra ele... chegou tarde, não é? você já deu seu precioso primeiro beijo. – Ele disse irônico. Hermione ficara vermelha.


– Que? Puf.. Como sabe...


– Eu sei.. porque quem deu o beijo fui eu..ou você sofre de perda de memória? – Hermione riu.


– O que te faz pensar que “aquilo” que houve ontem foi meu primeiro beijo?


– Granger... eu sei quando a garota que está comigo está beijando pelo primeira vez... – Hermione ficara roxa de ódio. – E “aquilo” foi sorte sua, aposto que logo logo sua boca ia ficar cheia de teia de aranha.


– Ora seu... seu... como se atreve? – Malfoy riu, e Hermione virara o rosto pra que ele não percebesse seu estado beta.


– Bem, vamos ao que interessa. Granger você precisa entender que atuar não é exatamente uma mentira... – disse ele muito empenhado em ensinar. – você realmente precisa acreditar no que diz, entender o porque está fazendo isso, precisa... ser a personagem. Por exemplo: Bella e Vinic, Bella é apaixonada por Vinic... e ele era um ladrão, e o pai dela matou o pai dele, ele fizera ela se apaixonar por ele de propósito, para assim se vingar da família dela. Entende? você precisa sentir a dor dela Granger. – Disse ele como se realmente fosse um professor. E ela via que o Malfoy não era 100% do dia a pessoa mais nojenta de Hogwarts. As vezes ele perdia para o Snape.


– Acho que sim.. – disse ela. – Mas não consigo sentir isso...


– Primeiro... – Ele disse se aproximando. – Precisa ver o Vinic, não pode ver o lindo e maravilhoso do Malfoy aqui...


– Aff – ele riu.


– Você precisa realmente acreditar que eu sou o Vinic, que você me conheceu agora, que sou um ladrão... precisa acreditar que você é a princesa Bella, e que seu pai me odeia...


– Bem meu pai te odeia de verdade...- ela riu.


– Sim, mas a diferença Granger é que você não pode concordar com isso, a Bella não me odeia... ela me ama, e agora você não pode pensar em mim como Hermione Granger... – ela sentira-se corar ao ouvi-lo dizer seu nome, mas não ligara para isso. – Precisa pensar em mim como Bella Frinee... – Disse ele, já muito perto, como se ensinasse algo a uma criancinha de cinco anos.


– Está me dizendo... que enquanto estivermos atuando... eu preciso... te amar...?


– Exatamente. – riu satisfeito.


– Amar a pessoa que mais odeio, Malfoy... acha isso fácil? – Ele riu.


– Não, mas amar alguém que você não odeia, não parece ser difícil. Hermione.. Eu sou Vinic agora, não Draco. Precisa acreditar nisso... – ela novamente se estremecera ao ouvir o próprio nome.


– Não me chame pelo primeiro nome Malfoy... não somos amigos.


– Vamos ao que interessa... Granger. – disse a última parte com desprezo.


– Mesmo que eu acredite realmente que sou uma princesa e você é o Vinic... ainda estaria vendo você.


– E por acaso minha aparência influenciou no seu ódio? – ele disse muito esperto. – Granger... Bella nunca me viu antes... precisa me conhecer... olhe pra mim como se fosse a primeira vez. – Hermione suspirou derrotada.


– Tudo bem Malfoy...


– Tome, sua fala. – Disse ele entregando-lhe uma folha, era o primeiro capítulo da peça. Ele encostara na mesa antes usada pela Sibila e esperara um tempo. – Já decorou?


– Você não vai ler a sua?


– Já decorei faz tempo Granger. – Ele disse com seu sorriso vitorioso. Depois de um tempo Hermione se pronunciara.


– Acho que podemos ir. – Malfoy fora em passos firmes e lentos até a castanha e com um simples estalar dos dedos fez com que uma valsa antiga começasse.


Princesa... – ele dissera galanteador e rira desajeitado. – Há anos que espero por uma dança com sua alteza...


E quem és tu tão jovem paciente? – Malfoy enviara a Hermione um olhar de “muito bem, você entendeu”


Boa pergunta... –ele disse tomando-a pela cintura para a valsa. Hermione ficara meio desconsertada. –Quem sou eu? De que importa meu nome... O seu é que soará eu meu ouvido atormentando-me.

Hermione riu, como estava no roteiro. E fora a vez de Malfoy ficar vermelho. Ele a soltara do nada e fingiu ir ler uma fala. Mas na verdade limpava a mente de pensamentos curiosos.


– Decorei tudo, não é? – debochou a castanha. Ele voltou emburrado e a tomara pela cintura novamente, e novamente voltaram a dançar.


A princesa ri, mas é a verdade...


– Teu nome importa para mim.


– O leve vento que bate em vosso cabelo importa para mim, princesa... – Hermione rira novamente.


Bella... me chamo Bella. – Malfoy rira encantador e Hermione ficara sem expressão. Céus ele realmente parecera outra pessoa... e estava muito bonito.


Oh minha Bela... como fizeste juízo de teu nome! – Ele segurara teu queixo, e Hermione acabaria por se tornar tão vermelha como os lábios. – Como pode algo tão belo olhar para mim? Como pode voz tão doce levantar a mim? Como pode tão bela e fina existir para mim? – Hermione se recompôs, pois Malfoy a olhara como que dizendo “Sua vez” logo que a vira sem expressão.


Minha beleza? Minha beleza não lhe atinge o suficiente.


– Suficiente não é contemplá-la minha bela, e sim o dia em que teu caule descerá ao meu. Como poderia sentir o maior frescor por tão deliciosa boca? – Ele disse se aproximando. Hermione se afastara assim como no roteiro, virando de costas para ele.


Estás perdendo a compostura meu senhor. – Ela podia ouvir seus passos atrás de si.


Perco tudo diante de ti princesa... eu estou me perdendo aos poucos... estou...


– Louco? Nem me conheces...


– Como já disse... venho lhe esperando a muito tempo. – Ela virara para ele.


E qual é teu nome? – Ele se aproximara pegando no queixo dela mais uma vez. Hermione estremecera ao toque novamente.


De que nome gostas mais? – ele sussurrara. Hermione não conseguia, sentia aquele hálito de menta vindo de Draco, e lembrara da noite anterior com ódio. “Não! não pense nisso! ele não é o Malfoy! é Vinic! Vinic! como se fosse a primeira vez.. a primeira vez.” Hermione olhara derrotada pra ele.


– Eu esqueci..


– Ah Granger! – “ótimo, o velho Malfoy de sempre voltou” pensou Hermione. – Precisa se concentrar! Você estava indo tão bem! – Granger se surpreendera com o elogio.


– Espere, até você esqueceu uma vez..


– Quem está aqui para aprender é você!


– Eu não consigo dizer essas coisas bonitas pra você Malfoy. Olho pra você só penso em xingamentos.


– Já disse que não é pra mim que você está olhando Granger. Nem nos seus sonhos eu diria isso tudo pra você. Eu já estaria no S.t Mungus...


– Ah vou dormir... – Disse Hermione recolhendo suas coisa.


– Espere... há muito ainda pra vermos hoje.


– Não estou com cabeça pra isso Malfoy. Não estou com cabeça para aturar você. Até amanhã. – e assim bateu a porta da sala de teatro.


– Nos precipitamos? Você disse que me amava mais que tudo! – Disse Gina eufórica, com as orelhas muito vermelhas.


– Você também disse que me amava... e me traiu! com o um sonserino ainda por cima!


– Eu não te traí! – Ela se continha para não gritar. – Eu me entreguei a você Harry! E você nada fez para assumir nosso namoro... Eu me senti insegura...


– Eu disse que tinha que arrumar um jeito de falar com Rony... Olha Gina, eu não quero brigar... só acho que a gente foi rápido demais.


– Eu amo você!


– Não, não ama... você não ficaria com o Jack se sentisse isso...


– Eu já expliquei!


– É como se... nos gostássemos tanto Gina que, sei lá... quando finalmente conseguimos o que queríamos... ou seja... um ao outro... acho que o amor se evaporou. O encantamento se foi, Gina. Não falo só por mim, mas por você também... você sentiu falta de querer alguém que na sua cabeça provavelmente não correspondia... no caso agora um sonserino. – Gina engolira seco.


– Mas Harry, não pode ser assim... sei que no fundo ainda nos gostamos... – Harry riu carinhoso.


– É claro Gina, mas sempre te terei muito amor e carinho... Você foi minha primeira garota...- Disse passando a mão no rosto dela. – Meu primeiro amor... Mas precisamos acabar com isso agora... não podemos nos magoar ainda mais. – Gina do nada ficara com raiva.


– Você ama outra, não é? Já me usou? Se divertiu?


– Você não foi minha “diversão” Gina! Eu amava você! E foi você que me ajudou a abrir os olhos... ver que não somos feitos um para o outro.... E nem com raiva estou de você... entende? Se eu ainda te amasse... se fosse para eu te amar... eu já teria matado ele e te batido... tudo bem não te batido mas chegaria perto disso...


– Bom pra você que seu amor passou Harry... e eu? Ainda te bato se te ver com outra.


– Por qualquer outro motivo... menos amor.


– Pois me beija Harry! Me prova que não me ama mais... me prova...


– Não Gina... – Mas ela o agarrara em um beijo apaixonante, Harry logo a empurrou ao perceber mais uma presença no salão da Grifinória. Era Hermione.


– Não... – Harry dissera para ela, meio que implorando para ela ouvi-lo, mas ela saíra correndo. Harry tentou ir atrás, mas Gina o segurara.


– Hermione? Eu não acredito que você a ama ? Rony é apaixonado por ela sabia? E ela por ele? Vai acabar com o amor dos dois pra quê? Só pra se vingar de mim?


– Me solta Gina! – Ele brigara. – Não se meta nisso! não fala do que não entende. e Hermione não ama o Rony! – E assim saíra correndo atrás da morena.

Naquela manhã Hermione havia se mudado para um novo quarto, de monitores. E Harry agradecia por isso, já que poderia bater na porta desesperadamente sem nenhuma quintanista reclamar.

– Hermione! Abra! Deixa eu falar! Preciso te explicar! Hermione!

Do outro lado da porta Hermione estava sentada encostada na porta, ela chorava... como podia... ela ainda não havia superado aquilo. E o que ele queria afinal? Ele não devia explicações... não, ela não agüentava ser digna da pena dele... isso era humilhante demais. “Você precisa realmente acreditar...” ela pensava.

Harry já estava cansado de tanto bater, até que uma Hermione de roupão e cabelos ainda molhados abrira a porta.


– Harry? O que houve? Me desculpa eu estava no banho. – disse Hermione muito natural e sorrindo da cara de dúvida de Harry. – Está tudo bem? – ela perguntou novamente deixando o moreno entrar.


– Como assim, tudo bem? Hermione eu vi você na sala. Eu sei que não está nada bem. – Hermione riu.


– Aquilo? Me desculpa Harry... sair correndo daquele jeito... é que eu tava doida para entrar no banho.


– Doida pra entrar no banho? Hermione você me viu beijando a Gina. Eu não sei qual é o objetivo de todo esse teatrinho, mas eu vim pra te dizer que aquilo que você viu não foi sério!


– Teatrinho? Não Harry... está tudo bem, eu não estou mais... bem... triste. – Hermione dizia muito natural. – Eu queria até te pedir desculpas por tudo aquilo Harry. Eu não pude evitar... acontece... nos conhecemos a tanto tempo, não é? Mas agora, já está tudo bem, e eu quero voltar a ser sua amiga... se você quiser, é claro. – Harry piscara várias vezes, não acreditava.


– Hermione.. eu terminei com a Gina. – ele finalmente conseguira, ela perdera a cor... e parecia cair sua máscara. – Eu terminei porque... foi um erro... é isso o que eu queria te dizer. E eu percebi... que quem eu amo de verdade é você Hermione. – Hermione continha os olhos embaçados.


– Que coisas são essas que está me dizendo? – Harry dera um passo, mas Hermione recuara.


– Eu não posso viver sem você Hermione... e foi da pior maneira possível que eu percebi isso. – Hermione tentara rir.


– Harry... vai dormir... me deixa sozinha por favor.


– Você não ouviu? Eu te amo!


– Cala a boca Harry! Eu não quero ouvir. você não sabe o que está dizendo. Quer dizer que 3 dias depois descobre que me ama? Depois de tudo o que você disse e fez com a Gina.


– Sim! Eu fui um idiota, mas agora eu sei..


– Agora é tarde demais! Eu quero ser sua amiga de novo Harry, não ficar pensando nisso.


– Amiga? Mas você me ama!

Hermione ficara sem falas. Até que uma coruja muito negra entrara pela janela do quarto. Hermione fora até o encontro dela aproveitando para fugir de Harry. A coruja tinha grandes olhos azuis e ela sabia que só podia pertencer a uma família com todo aquele porte.. “O que ele quer agora?”


Hermione ,
Você está com uma coisa que me pertence. Agora além de péssima atriz é ladra também é? Não falte o teatro amanhã, pare de ficar se agarrando com Potter na biblioteca! Eu não quero vencer a aposta fácil...
Obs: Nem pense em contar alguma coisa sobre “você sabe o que” a alguém..
Somos cúmplices não se esqueça... eu também sei o que fizemos ontem antes da meia noite... e lembre-se... ao contrário de você, sou um ótimo ator quando quero.
Obs2: Estou com seu diário.
Tente não matar ninguém aí por perto agora com essa notícia... ah não ser que seja o Potter.
Tente não sonhar comigo... to pensando seriamente em cobrar pela minha presença no sonho das garotas dessa escola. Mas pra quê? Já sou rico.
Draco


Hermione o xingara de todos os nomes possíveis naquele momento, mas nenhuma provocação dele lhe causara efeito, pois uma pequena frase lhe passava na cabeça.


“AQUELE FILHO DA PUTA SEQUESTROU O MEU DIÁRIO!!!!!!!!”


– Me diga... – Começou Harry com uma voz arrastada e ofendida, mas ao mesmo tempo irônica, a acordando de um ataque silencioso... ela nem se lembrava que ele estava ali. Ela se virou para ele e viu que ele olhava para uma capa preta em cima da cadeira da escrivaninha, com o brasão da sonserina e um M bordado no canto da manga. – É o Malfoy que anda te ensinado a mentir?


continua...


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