Pov Peeta

– Eu dormi co a Delly – pronto falei.

– Como assim Peeta – diz ele incrédulo – Como isso aconteceu? Porque você nunca me falou?

– Foi tudo muito confuso, naquela noite bebemos demais.

– Nem me diga – falou Cato.

– Ela me chamou no lado de fora da casa do Thresh – digo – Depois me lembro de alguém me beijando e da Katniss chegando e vendo tudo – digo desanimado – Eu correndo atrás dela, eu saindo da casa com a Delly – suspiro – E depois fazendo sexo com alguém (não necessariamente nessa ordem de acontecimento), mas eu só via Katniss e dizia seu nome, e uma musica tocando deve ter sido alucinação da bebida – respiro fundo – e quando acordei no outro dia estava no quarto da Delly.

– Que legal Peeta – ele diz.

– Como assim que legal – falo irritado.

– Isso significa que você não é tão perfeito – olho para ele como se fosse devorar seu fígado – Desculpe má hora para brincar.

– Também acho.

– E a Delly, nunca percebemos nada – diz Cato.

– Depois que eu acordei ela nem me deixou falar, já foi suplicando pra eu não falar pra ninguém, que ela havia bebido demais e estava com muita vergonha pelo que aconteceu e seu fosse seu amigo esqueceria tudo, então apenas concordei com a cabeça e fui embora – Cato me olha perplexo – O que eu podia fazer, dizer que eu não lembrava de ter feito sexo com ela.

– Agora entendo porque a Delly se afastou de mim e do Marvel – diz ele sentando em sua cadeira por trás da escrivaninha – Sempre que chegávamos ela saia, talvez pensasse que soubéssemos.

– É, pode ser, quem sabe afinal - digo desolado.

*****

Bebi um pouco além da conta, mas ainda estou consciente das coisas, apenas mais desinibido (se é que é possível) mesmo assim Cato me deixa em casa, mas ele não entra, acho que depois da minha revelação ele não quer ver a Katniss,

Quando entrei em casa mal acredito no que os meus olhos veem, ela esta deitada no sofá, mesmo vestida com calça moletom ela esta muito sexy naquela regata.

Aproximo-me e sento no chão, fico perto de seu rosto, observando cada parte do seu corpo até chegar a seus lábios, vou me aproximando, sentindo sua respiração, desejando seu halito. Acaricio seu rosto, passo a mão em seus cabelos e encontro meus lábios com os seus, olho e percebo que ela não acordou então me levanto e vou para o meu quarto.

Pov Kaniss

Estou deitada no sofá preocupada, onde estará Peeta, quando ouço um barulho de carro (deve ser ele), fecho meus olhos para ele não perceber que fiquei acordada lhe esperando. Ele entra e ouço o carro indo embora e seus passos se aproximando, um barulho ao meu lado (o que ta acontecendo) sinto sua mão em meu rosto, depois em meus cabelos e... Ele me beijou. Sinto uma imensa vontade de retribuir o beijo, mas me seguro. Ele separa seus lábios dos meus e da um suspiro, o ouço levantar e ir embora. Por fim quando escuto a porta do seu quarto fechar levanto e corro até meu quarto.

*****

Acordo com o Sean me chamando:

– Acorda mamãe, acorda – me forçando a abrir os olhos.

– O que foi Sean – pergunto com a voz ainda sonolenta.

– Peeta ta fazendo pão – essa noticia me desperta imediatamente – Senti o cheiro do pão – ele diz.

Puxo um pouco mais de ar e sinto o cheiro de pão, como senti falta do cheiro do pão que Peeta Mellark faz.

– vamos Sean, quero ver isso – digo e saímos correndo.

Quando chegamos à cozinha ele esta tirando a última de três fornadas de pão, olho e ele parece cansado.

– Que cheiro bom – diz Sean.

– Eu queria que você provasse do meu pão – diz Peeta.

– Deve ta uma delicia, posso pegar um? – diz Sean parecendo mais uma suplica.

– Claro, com exceção dos de queijo - diz ele olhando para mim – É o favorito da sua mãe – ele ainda lembra-se disso, sinto um nó na garganta.

– E eu vou querer todos, ninguém faz um pão melhor que Peeta meu filho – Peeta me olha com um olhar triste – O que foi? Falei algo errado?

– Não, não – diz ele querendo encerrar o assunto.

– Peeta tem suco ou leite para o Sean tomar café da manhã? – pergunto.

– Tem na geladeira, basta ele escolher.

– Obrigada, vou tomar banho.

*****

Quando volto para cozinha o smartphone que era de Peeta toca e eu atendo:

– Alô Portia, bom dia – digo.

– Olá Katnis bom dia, pronta para trabalhar – fala ela animada.

– Claro – respondo.

– Pegue com o Peeta o endereço do escritório e venha aqui, vou lhe passar algumas coisas que você deve fazer hoje – diz ela.

– Ok – digo já me despedindo.

*****

Quando estou tomando café da manhã entra uma mulher em torno dos quarenta anos e se apresenta:

– Oi, sou Greasy Sae – ela diz levando uma sacola de compras ate o outro lado da cozinha.

– Oh, ele não me disse que tinha alguém que o ajudava – digo sem graça.

– Não... Também foi tudo corrido – diz ela com um sorriso amigo – Eu cuido da casa e das compras, venho aqui três vezes na semana.

– Oh! – é tudo que consigo responder.

– Você vai ao escritório? – pergunta Peeta entrando na cozinha.

– Vou sim, mas não posso deixar o Sean, preciso ver isso o quanto antes – digo preocupada.

– Ah temos um garoo também – diz ela radiante – eu fico com ele, ate que enfim essa casa vai exalar como uma casa de verdade – ela diz isso e olha com um meio sorriso para ele.

– Oh! Por acaso eu não exalo vida aqui - diz Peeta em tom brincalhão – Não se esqueça de quem paga seu salário – diz ele sorrindo.

– Bom eu já to indo, vou falar com Sean e vou saindo, me passa o endereço – digo estendendo a mão pra Peeta.

– Eu te levo – ele diz.

– Como se o seu carro nem esta aqui – eu digo.

– Como você sabe disso eu... - ele não completa a frase e se da conta que eu o vi chegar e consequentemente eu sei do beijo.

*****

Peço um taxi pelo telefone e vou para o escritório. Chegando lá vejo que esta em um prédio comum comercial, a sala é linda de estilo clássico, assim como Portia, ela me olha e já vai dizendo:

– Peeta conseguiu o papel – ela esta muito feliz.

– Para um filme? – digo feito uma idiota.

Claro – ela diz – E você terá muito trabalho, vai precisar ir com ele as gravações e entrevistas – COMO É? Vou ter que acompanhar em tudo, fico tremula.

– Em todos esses lugares – digo.

– Em todos os lugares que forem preciso.

Com essa informação minha mente esta a mil, pois não imaginava que seria tão perturbador ficar tanto tempo com o Peeta.

– E o garoto? Você já conseguiu uma escola? - Portia pergunta.

– Não, eu não conhe...

– Toma – ela me interrompe – Ai tem uma lista de cinco ótimas escolas – ela estende uma folha em minha direção – Vamos trabalhar ate o almoço, depois você ta livre pra resolver isso.

– Oh! Obrigada Portia – digo realmente agradecida pela sua ajuda.

Trabalhamos ate o almoço, então sai pra ver as escolas. Realmente a lista era das melhores escolas e em ordem de numeração. A escola numero um parecia um convento e os alunos mini advogados e não crianças. A escola numero dois, bem uma versão da numero um. A escola numero três as crianças pareciam funcionários da NASA, todos em frente a monitores enormes. A escola quatro parecia mais normal, porém as crianças que decidiam o que fazer ou não fazer, eles disseram que era para crianças saberem que são capazes de realizar qualquer coisa e liberarem o artista dentro de seu ser.

Ufa essa é a última da lista, caminho até a diretoria olhando em minha volta, salas amplas, cores claras, ouço vozes de crianças em suas salas (até agora tudo normal) chegando à diretoria me deparo com a diretora, uma senhora muito gentil de nome Mags, conversamos e ela me encaminha ate a sala da turma que tem a mesma idade do Sean,quando olho pra uma das professoras , eu não acredito no que vejo.

– Clove – digo quase um sussurro – Clove! – ela olha pra mim.

– Katniss ela falou incrédula.

– Nossa, eu não acredito – digo.

– O que você faz aqui? – Ela se aproxima da porta.

– Vim matricular meu filho – digo ainda espantada – E você?

– Eu trabalho aqui faz um ano – ela diz – Divido a turma com a Madge, por causa da universidade e você?

– Eu mudei ontem.

– Katniss eu to quase saindo você me espera precisamos conversar, botar o papo em dia.

– Claro Clove – digo.

– Então Sr. Everdeen, vai ficar conosco? – pergunta a diretora Mags.

– Claro o que é preciso fazer.

– Vamos a minha sala, preencher uns papeis – ela fala me conduzindo de volta a diretoria.

******

São 16h45min quando Clove se aproxima de mim no lado de fora da escola.

– Oi Katniss, que bom que me esperou – diz Clove ao meu lado.

– Oi, e ai vamos onde?

– Vamos num café aqui perto – ela sai e eu há sigo.

– Ok.

Conversamos muito, ela me disse que estuda pedagogia Juno com Madge e que devido à universidade elas dividem a classe de crianças, uma fica pela manhã e a outra à tarde. Há muito tempo não via a Clove e estou louca pra ver a madge, elas foram embora pra universidade assim que terminaram a escola, eu só não sabia que era aqui na Califórnia.

– Poxa Katniss já se passaram quase três anos desde a escola, como você está? – ela pergunta meio sem graça.

– Eu to bem respondo – respondo.

– Desculpe nunca ter entrado em contato com você, eu deveria ter...

– Tudo bem Clove – eu digo confortando-a – Todos seguimos nosso caminho – ela sorri agradecida.

– Você sabe dos outros? – ela pergunta.

– Não nada, ah Johanna continua em nossa cidade, Peeta e Cato também moram aqui.

– CATO! – ela disse chocada – Peeta eu sabia, ele é astro de Hollywood lembra – ela tentou disfarçar, mas seus olhos entregaram que Cato ainda vive dentro dela, assim como Peeta ainda vive dentro de mim.