Apenas Uma Noite... escrita por Lisa Mellark


Capítulo 33
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas:
Oi gente desculpem a demora, mas tive alguns contra tempos de ordem pessoal. O que importa é que estou de volta e com mais um capitulo e espero que gostem. Agradeço a Deus por permitir que eu post essa estória e a todos vocês que deixaram reviews. Tenho um comunicado a fazer, a fic esta em seus momentos finais e quero informar que como presente para aqueles que me acompanharam que assim que encerrar q fic eu vou mandar uma copia em formato PDF via e-mail para aqueles que deixaram uma recomendação, pois só recomendamos aquilo que realmente gostamos, então se você deixou sua recomendação e quer a copia da fic basta deixar seu e-mail no review ou através de MP. A todos uma boa leitura e nos vemos nas notas finais.
P.S. Corrigindo um deslize meu no capitulo passado apareceu a amiguinha do Sean a Juliana Hutcherson e eu esqueci de avisar a vocês que foi uma pequena homenagem que fiz a nossa Beta Ju Hutcherson daqui do Nyah. Ju beijão.



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Katniss...

– Shii, não fala nada – nesse momento ele ergue o meu queixo com dois dedos fazendo-me olhar para ele e toca meus lábios com os seus.


O beijo de Cato é como todos os nossos momentos juntos, delicado, leve, sem pressa. Diferente do beijo do que Peeta e eu sempre damos, no inicio ate que é leve, mas rapidamente transforma-se em algo urgente e explorador. Cato beija-me como se a qualquer momento eu fosse quebrar, sinto-me feita de vidro frágil em suas mãos. Não há tontura, nem explosão como nos beijos de Peeta, mas a uma segurança e um desejo. Desejo sim, mesmo com toda a delicadeza o desejo se faz presente, posso sentir cada músculo de seu peito contrair-se ao meu toque. Infelizmente precisamos de oxigênio e o beijo é interrompido.

Seus olhos mudaram de cor e tom escuro se faz presente naqueles olhos intensos.


– Eu sou um desgraçado! – disse ele murmurando – Desculpe-me Katniss, eu jamais deveria ter feito isso com você... Eu disse a ele que eu não deveria vir aqui.

– Cato eu quis esse beijo tanto quanto você – surpreendo-me com a firmeza de minhas palavras – Há muito tempo que queríamos isso, só que estávamos em tempos distintos.

– Eu sentia que você queria, mas... É resultado da carência e eu...

– Não diz mais nada. – olho em seus olhos – Eu também quis.

– Katniss, Peeta é meu melhor amigo – ele começa a se afastar e o espaço que agora há entre nós é desolador.

– Eu sei, não estou feliz com nada disso, mas mesmo assim eu queria esse beijo, eu desejava esse beijo, só agora me dei conta disso.


Ele pega-me pela cintura e beija-me novamente. Mas desta vez é um beijo breve, mas como um beijo de despedida e isso me deixa desnorteada, então o prendo em um abraço. Não um braço igual a tantos que já demos, mas um abraço íntimo, daqueles que só as pessoas que compartilham da mais profunda intimidade dão. E enquanto estávamos ali abraçados comungando do calor um do outro, ouço passos que abruptamente silenciam.


– Katniss? – olho e vejo minha mãe e Clove ali paradas estáticas, enquanto Cato afasta-se branco como uma folha de papel, sem dizer uma única palavra.

– Mãe? O que a senhora faz aqui?

– Haymitch ligou-me pedindo que viesse o quanto antes para cá. – disse ela.

– Clove! – é a única coisa que Cato consegue falar antes de minha amiga sair correndo para fora – Clove! – Cato prepara-se para segui-la, mas eu o impeço.

– Eu é que tenho de falar com ela – digo e vou a sua procura.

Saiu e encontro Clove dentro do seu carro mexendo nos seus próprios dedos da mão.


– Clove, perdoe-me eu não deveria ter...

– Não há o que perdoar – ela interrompe-me – Ate que vocês demoraram. – como assim demoramos?

– Clove eu jamais...

– Katniss, fui eu quem terminou com Cato e você estava certa que um homem como ele não ficaria só muito tempo... – ela da um longo suspiro e continua – Mas melhor que tenha sido você, sei o quanto você precisa de alguém que te ame e quem melhor para receber o amor que ele tem a oferecer se não você, que tanto precisa ser amada.

– Clove eu não sei o que estou sentindo é tudo muito confuso, eu não quero...

– Katniss, já faz algum tempo depois que terminei com Cato que vi a forma como vocês estavam se tratando e todos nós sabíamos que era só uma questão de tempo. Creio que ate Peeta já percebeu, porque você acha que Haymitch ligou desesperado para que sua mãe viesse aqui depois que soube que Peeta mandou Cato vir lhe fazer companhia, ou você acha que Peeta não imaginava para onde estava mando-o. – as palavras de Clove me golpeiam no estomago, principalmente a insinuação de que Peeta desconfia o que poderia acontecer.

– Clove foi uma bobagem minha, foi carência.

– Katniss, quer saber mesmo o que eu penso sobre isso tudo? – faço uma confirmação com a cabeça. – Cato esta apaixonado por você e você por ele, mas caso não estejam isso é um assunto para vocês descobrirem e eu jamais poderei odiá-los por isso. - ela finalmente sai do carro e abraça-me – Cato não poderia ter feito uma escolha melhor, quem mais poderia substituir-me a altura? – Dou um sorriso forçado.

– Clove eu nem sei o que dizer.

– Não diga nada e seja paciente comigo, afinal vou precisar de um tempinho para acostumar-me.

– Eu te amo Clove, mas Cato e eu não estamos juntos, apenas...

– Eu entendo é tudo muito confuso, mas vocês devem escolher o que é melhor para vocês dois. – balanço a cabeça sinalizando que entendi e concordo e nós entramos abraçadas na casa.


Quando entramos Cato esta sentado com a cabeça baixa segurando-a com as duas mãos na direção da nuca. Vou ate a sua direção e seguro uma de suas mãos, enquanto lentamente ele levanta a cabeça e olha para mim e depois para Clove. O sofrimento é latente em seus olhos e isso provoca uma dor intensa em meu peito.


– Oi Cato – disse Clove tentando ser o mais casual possível.

– Clove, eu...

– Não precisa me explicar nada, o que eu tinha a dizer já disse e vocês são adultos o suficiente para saber o que querem, mas só espero que conversem o quanto antes com Peeta.

– Nós não estamos... – Cato tenta falar.

– Não importa, seja o que for Peeta precisa saber – finaliza ela.



Pov Peeta




– Escuta aqui, antes de entrarmos você precisa saber algumas coisinhas – disse Haymitch.

– Pode falar.

– Olha ela surtou depois do acidente e piorou depois que soube que perdeu o bebê.

– Oh! Haymitch ninguém me contou – digo consternado.

– Estamos querendo proteger suas memórias, Finn esta tendo um probleminha com bebidas no momento, então acho que a priori é só isso mesmo, vamos respirar fundo e torcer para essa visita dar certo.

Olho para aquele homem a minha frente e penso na minha pesquisa na internet que fiz no intuito de saber um pouco mais sobre ele. As matérias diziam que ele é um diretor brilhante, mas também um admirador fervoroso do uísque e vodca, muito embora desde que o vi no hospital ele esta sempre aparentemente sóbrio e bem vestido.

– Okey, vamos! – digo.

– Ia esquecendo, ela tinha escolhido dar seu nome para o bebê.


Ao entrar na enorme casa uma mulher de meia idade vem nos receber e Haymitch me apresenta como sendo a mãe de Annie e eu prontamente a cumprimento. Logo ela nos leva ate uma das varandas da casa aonde o Finnick Odair esta sentado numa confortável poltrona. Com um copo de uísque na mão e a garrafa descansando perto de seus pés. Olho para ele minuciosamente e não reconheço aquele homem de aparência atraente que estava dividindo a tela comigo em um dos filmes que assisti. A sua aparência é mais cansada, mas Haymitch diz que ele esta bem melhor que á algumas semanas atrás.


– Finn? Olha quem veio lhe fazer uma visita! – disse Haymitch e Finnick lentamente movimenta a sua cabeça em nossa direção. Seu olhar é triste e frio a principio, mas ao ver-me um brilho surge de algum lugar muito escondido e ele precipita-se em minha direção.

– Peeta! Eu não acredito que é você mesmo, quanto tempo. Como você esta? Já se lembrou de nós?

– Calma Finn muitas perguntas ao mesmo tempo, espere o garoto sentar pelo menos.

– Ai! Desculpe Peeta que idiotice a minha, venha sente-se aqui na varanda a brisa esta ótima.

– Vai garoto fique ai um pouco e conversem enquanto eu vou dar uma palavrinha com a senhora Cresta. – disse Haymitch e saiu deixando-nos a sós.


Sigo ate a varanda e olho as poucas estrelas no céu dou um suspiro e sento-me em outra poltrona posicionada ao lado da que Finnick esta.


– Então aceita uma bebida? Ah! Esqueci acho melhor você não beber.

– Não eu quero uma dose não deve me fazer mal – digo.

– Mas você deve estar tomando remédios controlados?

– Sim estou, mas como hoje eu ia para um jantar especial decidi por não tomá-los assim poderia beber uma taça de vinho durante a ocasião.

– Então me deixe pegar dois copos de uísque a mais, um para você e outro para Haymitch.

– Obrigado.


Haymitch demora-se um pouco além do esperado com a senhora Cresta, enquanto Finnick e eu bebemos um pouco e devo confessar que meu corpo e mente estão leves.


– Posso ver a Annie? – nem sei de onde veio essa súbita vontade de vê-la.

– Claro! Vamos, ela esta lá em cima em nosso quarto, ela ficara muito feliz em vê-lo bem... Digo – ele parece desconfortável.

– Tudo bem se eu não puder vê-la. – digo.

– Nada disso, você pode sim vê-la é que ela esta diferente, não é mais aquela Annie sorridente cheia de vida.

– Nem eu tão pouco Finnick.


Subimos ate o andar de cima e Finnick abre a porta de um dos quartos e encontramos uma linda mulher sentada olhando pela janela para o vazio. Cabelos longos e escuros, pele clara. Quando ela nos olhar vislumbro seus olhos verdes lindos. Finnick é um homem de sorte.


– Annie... Olha quem veio nos visitar!

– Oi Annie.

– Peeta?

– Sim é ele – disse Finnick.

– Peeta! – grita ela e antes que eu possa processar algo em minha mente ela pula em meus braços num rompante que me emociona. Quando dou por mim estou aproveitando aquele abraço como se meus braços reconhecessem aquela mulher. Mas o engraçado é que parece que estou com alguém muito familiar... Como uma irmã, uma melhor amiga, será que éramos assim.

– Oi Annie, como você esta?

– Estou muito feliz! Você esta bem! Você esta aqui!

– Sim estou bem – digo e ela começa a chorar – Não chore Annie, eu estou bem.

– Eu sei você sabia que eu perdi o meu...

– Shiii, eu sei o que aconteceu e sinto muito – digo com um nó na garganta.

– Eu ia colocar seu nome sabia?

– Sinto-me honrado, mas você é jovem, vocês ainda terão muitos filhos – digo alisando seus cabelos enquanto Finnick emocionado se junta ao nosso abraço.

– Finn meu amor, Peeta esta aqui!

– Eu sei meu amor – disse Finnick visivelmente emocionado.

– Sabe o que eu quero Annie? – pergunto ainda envolvido naquele abraço triplo – eu quero que você saia deste quarto, volte a ter sua vida, case-se com Finnick e tenham muitos, mas muitos filhos e deixe-me mimá-los como um bom tio faz.

– Peeta! Eu...

– Nada de eu – interrompo-a – Você vai prometer-me que vai fazer isso e associado a seus remédios tudo vai ficar bem para vocês e você estando bem eu também estarei. É o que sinto por isso você não pode fazer o contrario do que falei entendido? – ela assente com a cabeça e Finnick solta os ombros em sinal de alivio, como se um peso acabasse de ser retirado dos seus ombros.

– Acho que preciso tomar algo para comemorar – disse Finnick.

– Eu quero pedir algo a você senhor Odair – digo seriamente – Annie precisa de você sóbrio, é tudo que eu tenho a dizer.

– Claro! Entendi Peeta. – concorda ele balançando a cabeça.

– Que bom! Pois eu sim preciso de uma dose de uísque. – digo e ele sorri forçado.


Descemos e voltamos para a varanda que estávamos anteriormente, só que desta vez com uma Annie bem colada ao seu amado noivo, a visão dos dois beijando-se e trocando carinhos aqueceu meu coração e fico imensamente feliz por ter contribuído para esse momento. Volto minha atenção para o uísque e depois de umas quatro doses minha cabeça voltou a ficar leve e Haymitch chega.


– Peeta acho que você deveria ter ligado para Katniss e ter avisado do seu atraso não acha? – perguntou Haymitch.

– Ela já sabe que eu não vou – digo calmamente – Pedi que Cato fizesse companhia para ela – antes que eu possa terminar o que comecei a falar ela sai da varanda puxando o celular do bolso.


Tomo umas duas doses de uísque quando Haymitch volta para a varanda e sua face esta banhada em desaprovação. Olhos frios e fixos em minha mão segurando o copo de uísque.


– Vamos garoto, já esta tarde! – disse ele asperamente – Você precisa consertar a merda que fez!

– O que eu fiz?

– A maior cagada da sua vida, como você pode mandar seu amigo ir encontrar com sua noiva?

– Eu sei o que estou fazendo – minha voz sai seca e friamente calculada – Não pense que sou idiota e não vejo um palmo á frente do meu nariz, pois ate mesmo no escuro de um sótão eu sentiria o que esta acontecendo.

– E porque você esta fazendo isso? – perguntou Haymitch e eu desvio o olhar para o casal que esta ao nosso lado nos olhando sem entender o que estávamos falando.

– Será melhor assim! Cato é melhor que eu em vários aspectos, inclusive pai e amante.

– Bobagem e pare agora de beber isso, quer ferrar sua mente mais ainda! Deixe esse copo ai e vamos embora e não quero ouvir retruca em resposta ou vou ligar para seu pai! – golpe baixo esse de meter meu pai nisso, mas pensando o quanto ele pode ficar decepcionado com minha eventual bebida obedeço e sigo para o carro.

– Boa noite e cuidem-se – digo para o casal antes de sair.

– Vocês também – responde Finnick.



Pov Katniss



Clove deixou-me realmente surpresa com sua atitude hoje, mas minha cabeça esta querendo uma coisa, depois não quer mais e esta totalmente em contraponto com meu coração que esta tão confuso quanto.


– Katniss vou aproveitar que sua mãe e Clove estão aqui e vou embora. – disse Cato.

– Você precisa ir agora?

– É o melhor a se fazer não acha? – eu apenas concordo silenciosamente com a cabeça, pois ele tem razão depois do que aconteceu aqui, ele precisa pensar assim como eu.


Vou acompanhar Cato ate porta quando a mesma abre-se e Haymitch entra trazendo um Peeta aparentemente bastante chateado.


– Não sou criança então me faça o favor de não me tratar como tal! – disse Peeta furioso.

– Então não se comporte como uma criança, já que não quer ser tratado como uma – retruca Haymitch e isso é o suficiente para fazer Cato mudar de idéia em relação a ir embora.

– Peeta o que esta acontecendo? – perguntou Cato seguindo-o ate a varanda.

– O que você fez menina enquanto seu noivo estava fora? – Haymitch cuspiu cada palavra e aquilo me irritou profundamente.

– Nada que lhe interesse, estou cansada de justificar cada passo que dou!

– Você esta indo por caminhos que você pode se arrepender depois – sua voz havia suavizado – Katniss... Ele não se acha bom o suficiente para você, ele esta te jogando nos braços do bonitão! Só você não consegui enxergar isso?

– E se eu quiser isso tanto quanto ele!

– Duvido! – disse Haymitch enquanto minha mãe e Clove deixaram-me a sós com ele e foram para a cozinha.


Minha mente esta na conversa que esta acontecendo a poucos metros daqui, o que eles podem estar discutindo agora? O que aconteceu para Peeta chegar tão zangado? Sento-me em uma poltrona a espera que eles terminem sua conversa, enquanto Haymitch desiste de discutir e vai ate a cozinha onde minha mãe e Clove estão.

Não consigo conter a curiosidade e em passos delicados vou ate a entrada da varanda tentar ouvir algo da conversa. “Que coisa mais feia Katniss” penso. Mas continuo em meu intento.


– Você ama Katniss Peeta eu sei disso, todos sabem – disse Cato.

– Eu sei, mas meu amor por ela é para compartilhar momentos e não compartilhar uma vida juntos, não agora, esse amor para vida toda eu não sei onde ele esta. – disse Peeta e uma dor imensa transpassa as minhas costelas, tenho certeza de que esqueci como se respira. Fecho os olhos procurando concentrar-me no resto da conversa, mas em vão, antes que eu perceba já estou no quarto revirando o Closet dele, agarrando algo e voltando para a varanda.

– Não sabe onde esta seu amor por mim! – digo quase gritando ao chegar á varanda.

– Katniss! – Peeta olha-me com espanto – Eu...

– Você não sabe então pra que você fez isso? – lanço uma tela em seus pés – E isso – lanço outra tela próximo à primeira – São momentos meu com meu filho que você pintou! – ele continua a olhar-me completamente incrédulo.

– Katniss Peeta não quis... – Cato tenta argumentar e defende-lo, mas eu o interrompo.

– Não Cato... Não diga nada! – atiro o resto das telas ao chão – Eu estou indo, não quero ser mulher de momentos para ninguém, muito menos para você! – quando me viro para sair dou de cara com Haymitch, Clove e minha mãe parados atrás de mim perplexos com a cena. – Isso mesmo que vocês ouviram estou indo embora agora. – digo e saiu para o quarto.


Com os olhos embaçados pelas lágrimas começo a fazer minhas malas, quando ouço a porta abrir-se cuidadosamente.


– Mãe eu...

– Sua mãe esta em outra missão neste momento – disse Haymtich entrando no quarto.

– Ah! É você, se veio interceder por seu amigo pode poupar seu fôlego e voltar de onde veio. – digo secamente.

– Não, não vim pedir para desculpar ninguém, mas caso queira saber ele bebeu quando foi ver Finn e Annie – essas revelação atingi-me em cheio.

– Ele foi vê-los?

– Sim e acabou bebendo uns drinques, sei que não é justificativa para seja lá o que ele tenha feito.

– Não é mesmo.

– Você sabe né que ele esta jogando você nos braços do bonitão. – disse ele mais em uma afirmativa.

– Haymitch o que acontece entre mim e Cato é pertencente apenas a nós e mais ninguém – cuspo as palavras, pois estou muito chateada com a possibilidade de Peeta esta me entregando de bandeja na mão de Cato. “Idiota”.

– Katniss, o que eu quero é ver a felicidade de vocês, pois o bem estar do garoto Jr. depende da felicidade de vocês. O bonitão é um cara bacana, só me preocupo que ninguém saia machucado dessa estória toda, mas pelo que posso ver, sempre vai haver alguém sofrendo no final. Gostaria que fosse diferente para vocês, que fosse tudo mais fácil.

– Obrigada.

– Se eu fosse seu pai eu lhe diria que o caminho mais longo que existe é entre a cabeça e o coração. Sua cabeça esta lhe direcionando para Cato que é quem esta lhe dando segurança no momento e seu coração esta entrelaçado a Peeta que sempre foi seu sonho de adolescente. Mas então lhe pergunto: Quanto tempo você acha que vai levar para percorrer este caminho entra sua mente e seu coração?

– Eu não estou entendo, de que caminho você esta falando?

– Isso só você pode descobrir – disse ele abraçando-me e pela primeira vez em muito tempo, penso como seria mais fácil se meu pai estivesse aqui para ajudar-me com minhas duvidas e temores. Sinto a sua falta.

– Você foi bem – digo e olho em seus olhos – Se você fosse meu pai teria ido mudo bem agora. – digo e ele envolve-me em um abraço que só um pai pode dar em uma filha.

– Eu sei que meu carinho por Peeta não esta sendo amigável com o que vejo que esta surgindo entre você e Cato. Mas Peeta te ama, porém ele esta com algumas fendas agora e como pode alguém com fendas que só crescem esta preparado para amar alguém por todo uma vida. Se ele não esta bem, ele não pode amar de forma saudável.

– Acho que estou entendendo.

– O garoto precisa ficar recuperado emocionalmente para poder amar incondicionalmente. – disse Haymitch sentando-me na cama – Vocês precisam se separar e olha que ate cinco minutos atrás eu torcia para essa noite ser “à noite” de vocês.

– Eu estou tão confusa Haymitch. Eu olho para Peeta e meu coração quer para, tudo nele me deixa desnorteada e inebriada, mas agora quando Cato aparece tudo que eu quero e estar em seus braços, pois sinto que ele não vai deixar que ninguém me machuque. Sinto-me horrível com tudo isso, sei que o fiz não é certo, mas simplesmente não consigo evitar eu me sinto bem com Cato.

– Docinho, vejo que realmente o melhor é você sair desta casa, volte para o seu apartamento e coloque a cabeça no lugar e não esqueça que no meio desse tufão esta seu filho.

– Eu sei.

– Eu vou ficar aqui com ele, mesmo que ele não queira e vou vir passar um tempo com ele, sem contar que o senhor Mellark jamais o deixaria só. – disse Haymitch sentado ao meu lado.

– Obrigada. – digo e volto a fazer minhas malas.




Pov Peeta




– Peeta o que aconteceu? – pergunta Cato vindo em minha direção na varanda onde me encontro sentado em uma confortável cadeira de madeira.

– Haymitch vem julgar as minhas atitudes como se eu fosse um garoto de treze anos. – ele senta-se na cadeira ao meu lado.

– Ele esta preocupado com você assim como todos nós estamos, principalmente Katniss.

– Eu sei, mas não preciso que me tratem como um imbecil por conta dessa preocupação. – digo com voz seca e fria.

– Acho que ninguém o trata assim, você é um homem de sorte, tem pessoas que o ama e fazem qualquer coisa para lhe ver bem e feliz...

– Que coisas? – o interrompo – Nada nem ninguém pode preencher esse vazio que eu estou sentindo.

– Não diga isso você tem seu pai, seu irmão, um filho lindo extraordinariamente incrível e uma mulher maravilhosa que te ama demais.

– Eu não tenho tanta certeza quanto a isso! – digo dando uma ênfase na frase.

– Pois deveria ter, ela te ama tanto quanto você a ama.

– Eu não sei se a amo tanto assim – digo isso mesmo dilacerando meu coração.

– Você ama Katniss Peeta eu sei disso, todos sabem – Cato retruca de volta.

– Eu sei, mas meu amor por ela é para compartilhar momentos e não compartilhar uma vida juntos, não agora, esse amor para vida toda eu não sei onde ele esta. – digo, pois realmente o amor que sinto por ela esta em algum lugar protegido dessa minha vida bagunçada onde nem eu mesmo consigo manter o controle.

Baixo a cabeça enquanto Cato permanece em silencio, sinto que deveria perguntar como foi o jantar, mas o medo de sua resposta me faz guardar para mim essa pergunta.

– Não sabe onde esta seu amor por mim! – Katniss aparece do nada segurando algo, quando percebo que ela ouviu o que eu disse.

– Katniss! – o sofrimento em seus olhos me dilacera. – Eu...

– Você não sabe então pra que você fez isso? – ela joga uma tela com uma pintura em meus pés – E isso – lançou outra tela próximo à primeira – São momentos meu com meu filho que você pintou! – ela disse meu filho e não nosso filho, olho para as pinturas e o que vejo me deixa em estado de completa surpresa.

– Katniss Peeta não quis... – Cato tenta falar algo.

– Não Cato... Não diga nada! – ela deixa cair o resto das telas – Eu estou indo, não quero ser mulher de momentos para ninguém, muito menos para você! – olhos de Katniss grudam com os meus brilhando com muita raiva.


Fiquei ali estagnado vendo a mulher mais incrível do mundo saindo magoada e por culpa minha apenas minha. Cato não diz uma única palavra, mas o que há para ser dito? Absolutamente nada, não agora. A senhora Everdeen aproxima-se de nós e pedi para que meu amigo nos deixe a sós e prontamente a atende.


– Desculpe, eu realmente... – tento pedir desculpas, mas ela interrompe.

– Não necessita pedir desculpas, relacionamentos não são fáceis como muito gente pensa. – disse ela sentando-se no lugar onde Cato estava logo depois de recolher as telas e colocá-las ao meu lado. – Peeta eu sei que não sou sua mãe e nem estou aqui querendo fazer esse papel, muito embora ache que você esta precisando demais disso, não tão pouco estou aqui na condição de sogra. Eu quero que você nesse momento abra seu coração para as palavras de uma amiga que gosta muito de você.

– Não. Quer dizer eu gostaria de ouvir o que uma amiga tem a dizer, mais ficaria mais grato se ouvisse as palavras de uma mãe. – digo de cabeça baixa, e pela minha visão periférica vejo que ela esboçou um pequeno sorriso, quando sinto suas mãos puxando-me pelo ombro de deitando minha cabeça em seu colo. Deus como eu precisava disso.

– Peeta meu filho, ate agora tenho me mantido distante de seus assuntos com Katniss, mas agora chegou ao ponto em que devo sim colocar minha experiência em pratica e lhe falar algumas coisas das quais venho observando há muito tempo.

– Coisas? Que coisas são estas? – pergunto.

– Peeta você e Katniss nunca vão poder se acertar completamente enquanto um não enxergar quem o outro é agora. Vocês precisam deixar o passado no passado.

– Não estou entendo. – digo – Eu amo Katniss, não da...

– É exatamente sobre isso que eu estou falando. Quando você veio para Los Angeles minha filha sofreu muito, mas escondeu e cultivou todo o amor que sentia pelo Peeta, garoto filho do padeiro. Por mais que ela tenha visto você crescer profissionalmente de longe, ela não estava perto para presenciar o seu amadurecimento. Essa Katniss que esta ai não é a mesma da qual você ficou deslumbrado na escola, ela agora é uma mulher e mãe.

– Isso me assusta muito ás vezes. – confesso deixando uma lagrima fugir pelo meu rosto.

– Vocês precisam saber se o amor de vocês é pela pessoa que estão convivendo hoje ou por aquela que deixaram na escola, pois se a resposta for pelo amor de antes vocês tem um serio problema a ser resolvido. – ela faz uma pausa como se estivesse escolhendo as palavras para continuar – Vou lhe dar como exemplo Cato e Clove, ela contou-me o porquê terminou com ele. Ela disse que estava encantada em ter a chance de ficar com o rapaz que ela amava na escola, só que ela viu que aquele cara mudou e essa mudança a assustou então ela se foi do relacionamento. Vocês precisam saber se esse amor é por quem vocês são agora e não por um ideal de amor do passado.

– Eu estou entendendo.

– Talvez esse distanciamento seja benéfico no final das contas, assim vocês poderão escolher o que melhor lhes aprouver. Mas com a consciência de que essa distancia pode aproximar outras pessoas e eu não queria que nem você nem ela fechassem o coração para as possibilidades que a vida pode lhes mostrar.

– A senhora esta dizendo para eu abrir meu coração para outra pessoa? – pergunto perplexo.

– Não, eu apenas estou dizendo para não se prenderem a algo que talvez não exista mais. Eu já percebi Peeta o quanto os telefonemas da Lavínia lhe agradam e te deixam de bom humor...

– Não, não é nada disso que a senhora esta pensando, minha relação com a Lavínia é diferente. – digo um pouco exasperado.

– Diferente como Peeta?

– É que todos vocês me olham como se quisessem ver algo alem de mim, como se não olhasse para mim, mas para outra pessoa. Eu sinto como se tivesse que ser esse cara que vocês disseram que eu fui, então quando eu estou com a Lavínia é diferente, talvez por ela não me conhecer de verdade, ela apenas esta comigo conversando, tentando me conhecer. Diferente de todos vocês que querem sempre algo de mim, sempre querendo algo que não posso dar, não nesse momento.

– Bom Peeta como uma amiga que sou eu diria para você seguir em frente com sua vida, mas como mãe eu digo que você deveria tentar se encontrar primeiro, sei lá faça uma viagem, relaxe e comece o seu tratamento, ou algum tratamento, mas se cuide ai sim você vai ter a real noção do que você quer.

– Viajar, me afastar, mas meu filho.

– Seu filho sempre será seu filho. Dê a Katniss a oportunidade de conhecer algo novo para diferenciar seus sentimentos, se dê essa oportunidade também.

– A senhora esta me pedindo para abrir mão de Katniss?

– E você não já o fez Peeta essa noite? – ela esta certa, a partir dom momento em que desisti do jantar e mandei Cato fazer-lhe companhia eu abri mão dela.

– Talvez a senhora tenha razão.

– Chegou aquele momento em que vocês precisam passar pela fase de “estamos separados e vivendo”.

– Estamos separados e vivendo. – repito para fixar essa frase em minha memória.

– Estamos separados e vivendo*.



Continua...


* Esta frase é da lindissima Menina Solar eu pedi permissão para usa-la, pois define bem a relação Peeta e Katniss no momento.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram espero que sim. Estou aguardando os reviews e ate o próximo capitulo. Beijos.
Fics que recomendo:
http://fanfiction.com.br/historia/331501/O_Jardim_Das_Cerejeiras/
http://fanfiction.com.br/historia/165233/A_Garota_Da_Capa_Vermelha_-_Continuacao
http://fanfiction.com.br/historia/285494/Better_Than_Revenge
http://fanfiction.com.br/historia/356131/Easy_To_Love/
http://fanfiction.com.br/historia/302932/Para_Katniss
http://fanfiction.com.br/historia/328934/Guerreiro_Do_Trono/
http://fanfiction.com.br/historia/305789/Rise_Again
http://fanfiction.com.br/historia/367883/A_Desilusao_Da_Bailarina
http://fanfiction.com.br/historia/286084/Voce_Me_Viu_Quando_Eu_Era_Invisivel
http://fanfiction.com.br/historia/333216/O_Triunfo_Da_Esperanca_-_Por_Peeta_Mellark/