Apenas Uma Noite... escrita por Lisa Mellark


Capítulo 32
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas por favor:
Oi gente estamos aqui outra vez e quero muito agradecer aos reviews que recebi e pedir que por favor não me odeiem, mas antes entendam que é preciso que certas coisas acontecçam, afinal estamos na reta final da fic ou próximo disso. Obrigada por sua companhia durante esses meses, vocês me fazem muito feliz.
Boa leitura.
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Leiam as notas finais.



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Acordo e Peeta esta deitado ao meu lado, todos esses dias desde que ele chegou tenho dormido com Sean e evitando ficar a sós com ele, mas esta noite foi diferente e cá estamos de novo. Olho Peeta dormindo e lembro-me da noite passada e de como fizemos amor e de como foi diferente, diferente não no sentindo de ruim, mas acho por que a saudade agora era de algo que eu conhecia, eu sabia como éramos juntos e sentia falta. Levanto-me e recolho as embalagens de preservativo jogadas aleatórias pelo chão e sigo ate o banheiro e descarto-as no lixeiro e sigo para ver Sean e aproveito para ligar para Cato.

Alô – disse Cato depois de alguns segundos de silencio.

- Oi Cato liguei pra falar sobre aquilo que conversamos ontem, quer dizer não conversamos, o aniversario de Peeta – ouço algo parecido com um longo suspiro seguido de um silencio – Cato você ta legal?

Sim estou então você quer falar sobre isso, vamos falar sobre isso – ele esta com uma voz desanimada.

- Acho que errei em ligar para você, desculpe – quando vou desligar o telefone ele diz:

Não! Desculpe-me ainda estou meiosonolento – disse ele – o que você esta pensando em fazer para ele.

- Sei lá um jantar, só nós dois aqui em casa mesmo.

E onde eu entro nessa historia toda.

- Jantar. Cato. Dono de restaurante. Comida!

- Entendi, entendi – disse ele devagar – Vou providenciar um cardápio do gosto de vocês e te mando okay.

- Não precisa mandar eu confio em você – digo já arrependida de ter pedido sua ajuda.

Então mandarei tudo semana que vem para você, creio que você sabe como fazer um ambiente extremamente romântico.

- Vou dar o meu máximo – digo – Cato obrigada por tudo.

Estou aqui pra isso!

- Não, você esta aqui para ser feliz e espero que Clove coloque a cabeça no lugar e volte pra te fazer feliz – digo sem nem saber por que estou fazendo isso.

Você acha que a minha felicidade esta entrelaçada a Clove?

- E por que não estaria? - pergunto surpresa.

E por que estaria? Responde ele com outra pergunta. Odeio isso – A sua esta entrelaçada a Peeta?

- A minha esta em ver meu filho bem e feliz... Eu acho.

Eu não sei onde minha felicidade esta, eu achei que sabia... Agora tudo esta confuso e eu só quero – O que? O que você quer? – Eu só queria poder viver tudo que estou sentindo, sem culpa.

- Cato...

Katniss... Não diga nada por que são coisas minhas, duvidas minhas. Não se preocupe no dia do aniversário de Peeta tudo estará pronto e vocês terão uma noite maravilhosa – disse ele e desligou deixando-me atônica com suas palavras, será que ele senti o mesmo que eu sinto quando estou perto dele, mas o que eu sinto é carência. Só pode ser carência. E se não for.

Peeta acorda e é como se não tivesse acontecido nada, como se não tivéssemos nos amado em meio as arvores, depois no banco de alvenaria que fica no jardim e por ultimo em nossa cama. Como se tudo o que aconteceu noite passada nunca houvesse existido. Ele voltou ao seu estado de torpor o dia inteiro, mas hoje compreendo que ele tenha esses momentos, a sua perda é recente e doutor Aurelius falou-me que ele provavelmente deve estar com depressão. A dor de não ter podido dar adeus a sua mãe e irmão deve corroer seu peito, eu mesma fiquei meses de tristeza ate que a gravidez deu-me um novo fôlego de vida. Mas sua recusa em aceitar o tratamento esta deixando com que sua situação se torne mais grave e sua recuperação metal mais demorada.

Sean quer ficar com Peeta todo o tempo e ele por sua vez esforça-se para ser agradável e atencioso com o Sean, apesar de toda a tristeza latente em seus olhos.

*****

Os dias passam e chega o aniversario de Peeta, vinte e um anos, ele descobriu em pouco tempo que preparei um jantar para ele. O telefone não para de tocar todos estão querendo parabenizá-lo, mas acho que ele esta incomodado com toda essa atenção de pessoas que ele não lembra ou ate mesmo nem conhece. Flores e mais flores. Vinhos e mais vinhos chegam na forma de presente para ele a casa esta movimentada, mas logo trato de dispensá-los para poder preparar-me para o jantar, Cato ficou encarregado de levar Sean para a minha mãe e assim Peeta e eu poderemos ter privacidade.

- Ei Peeta não quer ir comigo e o Sean ao Beverly Hills Center? – pergunta Cato.

- O que você vai fazer com Sean num shopping? – responde Peeta com outra pergunta.

- Vou levá-lo para comprar um presente pra sua namoradinha – responde Cato.

- Namorada não, somos apenas amigos, ela é minha amiga – grita Sean do outro lado da casa.

- Ele me pediu para ajudá-lo a comprar algo de presente para Ju – disse Cato num sussurro.

- Que Ju? – pergunto curiosa e segurando o sorriso.

- A lindinha da sala dele, a Juliana Hutcherson aquela de cabelinho liso e toda sardenta. – disse Cato.

- A de cabelo ruivo e pele branquinha? Linda ela Sean. – digo.

- Para mãe, ela é minha amiga – disse ele corado de vergonha enquanto Cato e eu sorrimos e olho para Peeta que esta estático sem mover um único músculo olhando para nós.

  

Pov Peeta

Não lembrava que hoje é meu aniversario, a chegada de flores e vinhos é muito estranha, durante anos fiquei imaginando como seria fazer vinte e um, mas em nenhum deles se compara a essa minha realidade. Pai, quase marido e astro de cinema... Principalmente este ultimo, astro de cinema. Quem sabe depois da meia noite eu abra um desses vinhos. Principalmente que desde a semana passada estive evitando Katniss, não é bem evitando, na verdade tenho tido vontade de ficar quieto no meu canto, mas confesso que ás vezes quero rasgar sua roupa, principalmente quando vem a minha mente a noite que nos amamos, foi surreal, maravilhoso e incrivelmente inesquecível. Creio que hoje não será diferente, ela esta preparando um jantar para mim, descobri dois dias depois que ela começou a organizar, Katniss verdadeiramente não sabe mentir.

- Nem pense em colocar uma gota de álcool na boca, lembre-se dos remédios que você esta tomando – disse Katniss deixando-me assustado, foi como se ela conseguisse ler meu pensamento.

- Pode deixar senhora Mellark – chamá-la assim me deixou feliz, não sei dimensionar qual escala dessa felicidade, mas fez-me feliz sim.

Cato chega trazendo Sean da escola a dias que ele não aparece aqui, ás vezes sinto vontade de ligar para ele e conversar com meu amigo, mas o desanimo e um cansaço que não faço a menor idéia de onde vem faz com eu apenas queira dormir. Sean é a única razão pela qual ainda saiu da cama é como se meu coração não quisesse que ele me visse neste estado de uma quase catatonia.

- Ei Peeta não quer ir comigo e o Sean ao Beverly Hills Center? – pergunta Cato.

- O que você vai fazer com Sean num shopping? – pergunto.

- Vou levá-lo para comprar um presente para sua namoradinha – O que? Sean pediu a ele e não a mim, também pudera ele fazer isso mesmo, por mais que me esforce Cato esta anos luz em relação a mim quando se trata do meu filho.

- Namorada não, somos apenas amigos, ela é minha amiga – grita Sean de algum lugar da casa.

- Ele pediu-me para ajudá-lo a comprar algo de presente para Ju – disse Cato num tom conspiratório.

- Que Ju? – pergunta Katniss.

Nesse momento não assimilo mais nada da conversa, pois sou transportado para um universo paralelo onde eles são uma família e eu um hospede doente e mal humorado.

- E ai cara vamos – pergunta Cato sentando-se ao meu lado.

- Vamos papai, assim o senhor ajuda a escolher o presente – pedi Sean pulando em cima de mim.

- Sean não pule assim em cima de Peeta ele não pode...

- Katniss! É o meu filho, me diga algo que eu não posso com meu filho? - Minha voz sai grave e seca.

- Calma cara ela só tava preocupada com você – interferi Cato e eu o olho friamente.

- Vamos eu quero ajudar meu filho a comprar esse bendito presente – digo levantando-me.

Vamos para o carro sendo seguidos pelos dois homens que Cato contratou, parece que eles ajudaram a salvar meu pai e a mim. Antes não tivessem ajudado.

- Eu sei que vocês nos ajudaram no dia do acidente, gostaria de agradecer pela ajuda... – não termino minha frase, pois os dois homens e Cato estão parados olhando-me perplexos – O que foi? Falei algo errado?

- Não nada de errado, mas é que você já os agradeceu e mais de uma vez, não se lembra? – pergunta Cato e tento puxar na memória, mas não lembro de já tê-los agradecido.

- Vamos quero dormir um pouco antes do jantar – digo e entro no quarto.

Chego ao Beverly Hills Center, fico no carro enquanto Cato entra no shopping para ver se esta tranquilo para mim. Ele escolheu um dos mais luxuosos de Los Angeles, assim não serei assediado de muito perto, obvio que vão tirar fotos e mais fotos, mas se aproximar será mais difícil. Cato volta e entramos no shopping lojas e mais lojas de grife, estou boquiaberto com o mundo que vivo agora.

- Não se preocupe, não era aqui que você vinha – disse Cato percebendo meu espanto – Viemos porque eles querem mostrar que são melhores e não vão nos importunar – disse ele apontando aleatoriamente para as poucas pessoas que lá estavam.

Andamos por lojas e mais lojas, um flash aqui e outro ali e com certeza eu e Sean estaremos estampando algum site de fofoca daqui a alguns minutos. Cato não larga o celular se ele e Clove não estivessem separados eu diria que é ela monitorando cada passo dele.

- Pai vamos entrar nesta loja, tem roupa... Não roupa não – disse ele mudando de idéia indo em direção de uma joalheria, olho para Cato que esta com um largo sorriso como se o garoto estivesse fazendo tudo de forma correta.

- Esse menino é meu orgulho, olha só uma jóia – disse Cato e não resisto e sorrio.

- Tem certeza que você quer dar uma jóia para sua namo... Amiguinha – digo.

- Alguma coisa para seu cabelo, ou uma pulseira, ou outra coisa – disse ele entrando na loja me puxando junto. Outro flash e um segurança do shopping leva alguém para longe dali.

Sean olha minuciosamente cada peça, parece um homem e não um garotinho comprando um presentinho para sua namoradinha de escola, menina de sorte essa.

- E ai Sean já decidiu – olho para ele e a duvida esta estampada em sua face que reflete a minha cada vez que olho para ele.

- Se quiser posso ajudar, venham aqui tem algumas tiaras – disse a atendente da loja que logo é substituída pela gerente que vem atender depois que me reconhece.

- Esse aqui – ela coloca uma pequena tiara na mão do Sean que é observada por Cato e eu, quando ele tira o celular do bolso da calça e sai para atender.

- Essa é perfeita – digo.

- Então o senhor Mellark vai fazer a mesma forma de pagamento que fez com o anel de noivado? – perguntou a gerente.

- É – digo sem nem saber do que se trata – qual foi mesmo?

- Seu amigo que estava aqui resolveu tudo – disse ela – Eu entro em contato como fiz com o anel, afinal o senhor é cliente preferencial.

- Obrigado – digo e viro-me para falar com o Sean enquanto a gerente embrulha a tiara para presente.

Viro-me de um lado para o outro e nada, Sean não esta em nenhum lugar, reviro a loja e saio, olho em todas as direções “calma Peeta ele esta por aqui” tento me convencer que ele esta bem. Cato, ele deve esta com Cato. Não, não esta. Cato chega e pergunta por ele, mas eu não respondo apenas saio procurando e chamando, um desespero começa tomar conta de mim e sinto gosto de azedo em minha boca acompanhado de uma tontura, desço as escadas para o piso debaixo e nada dele, olho os banheiros e outras lojas. Cato esta indo por outro lado e vejo que ele acionou a segurança “porque não pensei nisso”, sou um péssimo pai. Estou vendo umas luzes e minha visão embaça. Pontos de luz a minha frente impedem-me de continuar andando e uma voz aguda junto com pequenas mãos me amparam.

- Papai – é a voz do Sean e eu tento respirar – papai, fala comigo. O desespero no olhar de meu filho me da força para buscar por ar e tentar resgatar um pouco de voz.

- Sean... Meu filho – digo caindo de joelhos e o abraço com as forças que me restam – meu filho – as lagrimas correm livremente pela minha face enquanto eu o abraço e nesse abraço tento colocar todo o sentimento que agora esta a ponto de explodir em meu peito.

- Desculpa – disse ele chorando também – desculpa papai.

- Sean nunca mais faça isso comigo, nunca mais – essa dor não passa, que dor é essa que me toma de forma descomunal, é essa dor que um pai senti na menor ameaça de perder seu filho, que dor é essa?

- Sean, onde você estava? – Cato diz desesperado, tanto quanto eu estou.

- Só estava procurando um lugar para comprar sorvete – diz ele ingenuamente.

Cato percebe que eu não estou bem e devo admitir que realmente não estou depois desse susto. Cato liga para o hospital e vai me levar para uma avaliação. Ele estar preocupado e peço que não ligue para Katniss, nem para ninguém.

- Vou ficar bem – digo quando chegamos ao hospital depois de passar na senhora Everdeen e deixar o Sean lá.

- Tudo bem, mas só desta vez – diz ele – se você se sentir mal de novo eu ligo para Kat.

O doutor Aurelius vem me ver e faz algumas avaliações e conversa um pouco comigo, testa meus reflexos, verifica minhas orbitais e por fim da o seu vêredito.

- Ele passou por alguma situação de estresse? – pergunta ele.

- Sim – responde Cato – Sean sumiu por um tempo no shopping.

- Pode ter sido isso que ocasionou a tontura – disse o doutor e eu apenas observo e absorvo o que eles estão falando – Peeta você esta tomando seus remédios nos horários estipulados? – pergunta e eu respondo que sim com a cabeça.

- Katniss é uma militar quando se trata disso – completo.

- Ótimo então, vá para casa e se sentir isso novamente venha imediatamente – eu confirmo novamente com a cabeça e saiu da sala.

Tudo que eu quero nesse exato momento e ver meu irmão sinto sua falta, sua voz me enchendo o saco, sigo em direção ao quarto e a encontro da mesma forma que a deixei ontem e anteontem e semana passada. Ali inabalável ao lado de seu leito esta Johanna Mason. Cato chama Johanna para um café, assim posso ficar um pouco com o Pierson.

- Hey, talvez você não saiba mais hoje estou fazendo vinte e um e já posso pedir uma bebida em qualquer bar! – digo isso por dizer, pois trocaria tudo que tenho para que ele acordasse agora. – Você é um homem de sorte a Johanna é incrível e tem a melhor amiga mais gata que eu conheço uma garota chamada Katniss Everdeen. – um nó estala-se em minha garganta e luto para conter as lágrimas – Temos um filho, ele parece demais conosco apesar dos cabelos escuros e olhos cinza, que por sinal são o seu charme. – dou um longo suspiro – Pierson, eu não sei como consertar as coisas sinto que algo esta faltando, entre mim e Katniss tem uma lacuna que não estou sabendo preencher... Ás vezes queria estar em seu lugar, num mundo de sono e sonhos. Mas a única coisa que sinto é essa vontade incontrolável de fugir, sumir daqui, voltar para casa, para padaria... Ah como eu queria voltar e fazer tudo diferente.

Fico ali com meu irmão, sentado ao seu lado aproveitando sua inerte companhia ate que Johanna regressa para assumir o seu posto. Vendo-a assim tão entregue ao amor que senti por Pierson sinto-me ingrato com Katniss, afinal quanto tempo ela mesma ficou nessa mesma situação em que agora sua amiga esta, sentada ao lado de um corpo cuja vida esta em algum lugar lutando para voltar ao corpo prostrado em um leito de hospital.

Despeço-me dela e do meu irmão e sigo ate o corredor onde Cato estar sentado em uma cadeira branca esperando-me.

- Cato pode ir embora, eu estou bem.

- Não. Quem ira te deixar em casa, eu levo você.

- Eu não quero ir para casa, quando eu voltar eu peço desculpas a Katniss, ou melhor, faça você companhia para ela. – digo.

- Não o jantar é para você, ela esta há dias preparando isso!

- Justamente por que sei o quanto é importante para ela é que eu não vou, não serei uma boa companhia para ela nesse momento.

- E como você vai voltar? Droga Peeta... Katniss não merece isso – disse Cato, mas desapontado comigo que chateado.

- Eu sei...

- Vou ligar para Haymitch e ver se ele pode levar você para algum lugar. – disse Cato e afastou-se de mim com o aparelho ao ouvido já falando com alguém do outro lado que provavelmente deve ser o velho Haymitch – Ele esta vindo para cá, agora você deveria ligar para ela...

- Por favor, fale você, ela vai precisar de um amigo.

- Creio que não posso ser esse amigo, não hoje!

- Cato confio no seu bom senso e em sua amizade. – eu preciso confiar.

Cato sai sem dizer mais uma única palavra e meia hora depois Haymitch aparece.

- E ai garoto o que aconteceu? A sua mulher queimou o jantar?

- Boa noite para você também Haymitch.

- Você quer ir para onde? – E uma certeza instala-se em minha mente e nesse instante sei onde eu quero estar.

Pov Katniss

Olho-me mais uma vez no espelho e confiro cada detalhe de minha produção, cabelos soltos caídos pelos ombros e costas, olhos marcados e lábios cor de carmim a mesma cor do meu vestido justo ate o meio das coxas com decote em V no busto, sapatos de salto na cor bege para deixar minhas pernas mais alongadas, assim foi á explicação de Clove no momento que me fez calçá-los.

Sigo em direção a varanda onde uma mesa posta com toalha branca e rosas brancas e vermelhas em um pequeno buquê posicionado ao centro da mesma, com lanternas na cor laranja dispostas pela varanda dando a iluminação aconchegante na medida certa.

Borboletas fazem festa dentro do meu estomago enquanto tento conter a ansiedade, nesse exato momento a campainha toca e sei que é ele, pois desde que voltou do hospital não carrega consigo as chaves, ele diz que ainda não se sente dono desta casa. Corro em direção á porta esboçando o meu melhor sorriso e abro-a.

- Peeta estou tão nervosa com nos... – meus olhos não encontram os olhos de Peeta, mas os olhos de Cato.

- Desculpe Katniss, mas ele não se sentiu bem...

- O que? Onde ele esta?

- Eu o levei ao hospital – e antes que Cato termine a frase sinto meus joelhos vacilarem – Katniss! Ele esta bem agora, por favor! – sinto os braços de Cato envolver-me e levar-me ate o sofá.

- Ele esta no hospital? – pergunto.

- Não ele esta bem agora, mas... Mas ele não virá para o jantar – o ar foge dos meus pulmões e as palavras dos meus lábios – Ele foi ver o irmão e quando saiu do quarto pediu-me para chamar Haymitch. Katniss... Ele não esta legal e temos...

- Eu sei temos que tentar entender! – minha voz sai num som estridente de pura raiva – mas quem vai me entender.

- Katniss...

- Estou cansada, estou cansada de lutar num jogo que não entendo. Estou cansada de pesar minhas atitudes segundo as atitudes de Peeta, sei que ele não esta bem, eu vejo isso todos os dias, mas quanto a mim?

- Shii, calma Kat – disse Cato acolhendo-me em seus braços enquanto eu choro – Eu estou aqui, sempre vou estar, por ele, por Sean... E por você.

Levanto meu olhar e encontro aqueles olhos tristes, não apenas pelo meu sofrimento ou o de Peeta, mas um sofrimento que pertence apenas a ele, um sofrimento que seus olhos denunciam que ele já esta cansado de carregar ou simplesmente não quer mais carregar.

- Então vamos esquecer as tristezas – digo forçando um sorriso e ele olha-me sem entender – Vamos jantar, afinal não podemos desperdiçar uma boa comida.

- Hum, estou com fome mesmo, sem contar que não posso deixar que a conta deste jantar deixe o restaurante no vermelho – ambos sorrimos – Vamos Everdeen, vamos acabar com aquela comida.

Começamos a refeição com um pouco de relutância, Cato parecia esta mexendo em algo que não lhe pertencia e eu sentia como se estivesse fazendo algo ilícito, mas essa sensação aos poucos se dissipou com o decorrer do jantar e quando percebi estávamos sorrindo... Verdadeiramente sorrindo.

Cato sem sombra de duvidas é uma das melhores companhias que conheço, ao lado dele nesses últimos meses aprendi a sentir-me encorajada, verdadeira e livre com minhas escolhas e medos, pois ele diz que é preciso ser muito forte e determinado com quem você é para assumir que existe algo que possa lhe trazer medo ou deixar-lhe vulnerável.

- Katniss você esta linda – disse ele e meu ar bloqueou impedindo minha oxigenação.

- Você também é uma pessoa muito especial Cato – digo trazendo o ar para meus pulmões – levanto-me e o pego pela mão – Eu tinha planejado dançar com Peeta, mas como ele me deu o cano acho que vai ficar por sua conta a tarefa de conduzir-me Cato.

- Com todo o prazer Everdeen – disse ele pegando em minha cintura com uma mão e levando a outra para minhas costas.

- Vamos precisar de musica – digo.

- Não. Não se afaste agora. Se você fizer isso não volto a te ter dessa maneira novamente – disse ele em meu ouvido com um sussurro – Não terei coragem e vou acabar fugindo como todas as vezes – e o simples pensamento de ver Cato saindo pela porta como no dia da entrevista assolou meu coração e não me afastei dele, antes me aproximei mais.

- Eu não quero que você vá – respondi em voz baixa.

O perfume que vem do corpo desse homem que agora me tem em seus braços é algo que eu jamais achei que pudesse sentir, jamais pensei que meus sentidos pudessem absorver outro aroma que não o de Peeta, jamais pensei que outros braços pudessem me amparar além dos braços de Peeta, isso me assusta e me deixa feliz ao mesmo tempo. Então porque sinto como se isso não fosse o correto a ser feito, muito embora não estejamos fazendo nada demais, não até agora.

Os braços de Cato envolvendo-me e parece o lugar mais seguro do mundo agora, onde nada poderá magoar-me, onde dores não existem, onde sou desejada, onde sou mulher, onde meu corpo sentisse vivo, onde sou amada. Amada? Será?

Ficamos ali dançando sem musica, ao menos musica audível, pois em meu coração uma nova melodia esta sendo composta, só não consigo identificar qual letra vai fazer parte dessa melodia, aquela que conta a estória de um coração carente procurando refúgio no lugar errado ou a de um novo amor que começa. Um novo amor? De onde tirei esse pensamento?

- Katniss...

- Shii, não fala nada – nesse momento ele ergue o meu queixo com dois dedos fazendo-me olhar para ele e toca meus lábios com os seus.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram, não gostaram, deixem seus reviews. Recomendações são sempre bem vindas, sem contar que estamos chegando a reta final, para quem não deixou corra e faça-me feliz.

P.S. Para quem acompanha O Jardim das Cerejeiras estou atrasada mais por motivo de leitura estou pondo em dia meus livros que estavam a minha espera. Ainda essa semana tem capitulo. Beijos e até.

Fics que recomendo:

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