Apenas Uma Noite... escrita por Lisa Mellark


Capítulo 23
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oi minha gente, demorei mas voltei e desculpem a demora é que sofri um acidente e fraturei o braço, (to com um gesso em volta do meu busto e tronco prendendo meu braço) daí a dificuldade pra fazer o capitulo, mas enfim consegui.
Quero agradecer ao carinho e apoio de todas vocês: Ana Mellark, Ana Beatriz121, Dany Mellark, Lourdes Sobral, Amanda Tolosa, Inaê Martins, Leticia Beatriz, Devoradora de livros, Cristal de Gelo, Thay Barcelos, Leitora compulsiva, Lary Everdeen, Taynah Vorazes, Gessica Granger, Caroline Dantas, SSC, Annie Sykes, Natali, May Mellark, Karol Odair Mellark, Mary Hutcherson, Lola Mellark, Graciele Santos, Jin Trinidad e Duda Quirino e também as Ju Hutcherson, Lulli Melo e MBGE que me apoiaram através do faceboock.
Agradeço também as lindas recomendações da Lary Everdeen, Ana Mellark e Jin Trinidad.
Boa leitura a todos e espero que gostem.



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Pov. Katniss


– Ei Finnick aquele é o carro do Peeta! – digo apontando por cima do seu ombro.

– Porque será que ele ta parado ali, o sinal ta verde pra ele... – Finnick nem termina de falar e Peeta da partida no carro e nós estamos nos aproximando, quando um automóvel aparece do nada e acerta o carro de Peeta.


Um Cadilac velho aparece do nada no cruzamento acertando o carro de Peeta e o arrastando, fazendo-o capotar duas vezes e só parar quando acerta um poste que quebra e cai em cima de um brechó. O veículo que o acertou esta com a parte traseira no solo e a dianteira em cima da parte traseira do carro de Peeta. Finnick acelera e em segundos estamos diante daquela cena de terror.


– PEETA! – saio correndo gritando – PEETA.

– PEETA! – ouço a voz do Finnick que já esta perto dos carros – PEETA.


Corro e vejo Peeta com a cabeça arqueada e sangrando com pedaços do air-bag sobre seu rosto, ouço um gemido, mas não é ele é seu pai, então olho no banco traseiro e sua mãe e irmão estão sangrando muito e muito machucados. Alguém grita para ligarem pro 911, quando o carro que provocou o acidente começa a vazar combustível, Brutus chega gritando que precisamos retirar os feridos dos carros, não sei como mas consigo conter meu desespero diante de tudo aquilo e tento abrir a porta do carro que amassou para parte de dentro, mas é inútil, ela esta presa então não consigo mais me conter e entro em desespero.


– Katniss eu te ajudo. – diz Finnick enquanto agarra a porta, quando percebo que mais alguém esta puxando a porta junto comigo e o Finnick, olho e vejo que há um homem com uma câmera fotográfica pendurada no ombro, mas ele continua a puxar a porta e como por um milagre ela abre e eu retiro o sinto de segurança que o envolve e conseguimos puxar Peeta para fora do carro.

– Peeta... Peeta fala comigo. – minha voz esta quase inaudível. Brutus chega e começa a fazer os primeiros socorros em Peeta. Uma chama começa no Cadilac e todos correm para tentar retirar os feridos, Finnick esta com um rapaz retirando o pai de Peeta enquanto estou agarrada a ele que mais parece sem vida ao solo. Quando ouço gritos de Brutus que voltou para o carro e esta pedindo ajuda para retirar o resto da família de Peeta e como em uma espécie de transe olho a minha volta e vejo que todos que estavam no restaurante chegaram, então lembro-me do Sean e que ele não pode ver nada do que esta acontecendo. – Haymitch! – grito procurando-o e ele vem do meio dos homens que agora tentam retirar a família de Peeta do carro destruído. – Haymitch.

– Diga, preciso ajudá-los.

– Sean, leve-o daqui, por favor. – digo isso e ele prontamente corre e eu levanto para vê-lo quando ele entra no carro do Cato onde Sean esta, sai e volta para pegar Prim pela mão e a joga no carro e arranca na direção oposta ao acidente.

– Corre, corre, corre. – ouço gritos quando sinto um impacto em minhas costas me jogando a uns dois metros de onde Peeta esta deitado, quando consigo levantar a cabeça para orientar-me percebo que tudo esta girando a minha volta, fecho meus olhos para aquele efeito passar enquanto rastejo de volta para perto de Peeta e quando os abro vejo Finnick em pé a minha frente com um corte no pescoço sangrando muito e então ele cai de joelhos.

– FINNICK! - grito e Brutus chega imediatamente onde ele esta e tira a camisa que esta por cima de uma camiseta e enrola o pescoço do Finnick. Finalmente ouço sirenes das viaturas de policia e corpo de bombeiros, já tem alguns socorristas no local e dois deles me afastam para verificar o estado de Peeta quando eu grito: - Preciso ficar com ele... – mas ninguém me da ouvidos, apenas o colocam em uma maca e o carregam para a ambulância. Olho para meu lado esquerdo e vejo Gale, pela primeira vez desde que desci do carro, ele vem trazendo o irmão de Peeta nos braços, alguém me pega pelo braço e me ajuda a levantar, olho e vejo que é o Cato. Olho para meu lado direito e vejo Annie catatônica, como quem esta em estado de choque.

– Você pode ficar sozinha? Vou ajudá-la. – diz Cato referindo-se a Annie.

– Claro. – digo e ele sai correndo em sua direção e a pega nos braços e a leva para uma ambulância.


Katniss mexa-se” grita uma voz dentro de mim, então corro no sentido das ambulâncias e ao chegar vejo que estão usando o desfibrilador em alguém, mas não é Peeta é o seu irmão, corro desesperada ate a próxima ambulância e vejo Peeta e percebo que estão fazendo uma massagem cardíaca nele enquanto colocam o oxigênio e ouço um dos médicos dizendo que seus batimentos cardíacos estabilizaram, mas que precisam chegar com urgência ao hospital. Pulo dentro da unidade de socorro e digo com voz firme “Eu irei com ele”. Viro meu rosto para olhar pela janela e vejo os bombeiros terminando de apagar o fogo e os policiais afastando os fotógrafos e cenografistas. Penso em como eles chegaram tão rápido e então lembro-me que estava cheio de paparazzi em frente ao restaurante e eles devem ter nos seguidos.


Chegamos ao hospital e entro com minhas mãos cravadas a maca que carrega Peeta, porém sou barrada ao chegar na entrada denominada de área vermelha, enquanto Peeta desaparece com os médicos por trás daquelas grandes portas. Quando ouço uma voz pedindo passagem, é o irmão de Peeta sendo levado lá para dentro enquanto Gale que o acompanhava agora fica ao meu lado e antes que possamos falar algo chega outra maca trazendo o pai de Peeta e desta vez é minha mãe que se junta a nós e me abraça. Olho por cima de seu ombro e vejo o Finnick chegando sendo carregado em sua maca também para de trás daquelas portas brancas, enquanto Brutus que o acompanha diferente de nós entrou junto com ele. Ouço barulho das rodas de uma outra maca, corro para ver quem é e vejo uma Annie sedada sendo levada através daquele enorme corredor.


– Katniss, ela esta em estado de choque. – diz Cato.

– Não foi fácil Cato ver tudo aquilo. – digo desalentada e contendo as lagrimas.


Já se passaram uns dez minutos e ainda não trouxeram nem a mãe, nem o outro irmão do Peeta, então tomo coragem e me afasto daquela porta e vou até a recepção, quando vejo Thresh e Marvel, corro ao seu encontro.


– Thresh você sabe o porque que não trouxeram a mãe e o irmão do Peeta? Foram para outro hospital? – pergunto e ele e Marvel se olham – O que foi?

– Katniss, eles... Bem... A explosão… Não deu tempo de tirá-los do carro e quando chegamos já era tarde – sinto como se alguém desse um soco em meu estomago, como pode ser isso? Há uma hora atrás minha vida estava perfeita, descubro que o pai do meu filho é o homem que sempre amei, um pedido de casamento um tanto inusitado, porém perfeito e romântico como Peeta e agora tudo esta sendo tirado de mim.

Sento-me em uma poltrona e fico com a cabeça baixa por alguns minutos e quando a levanto vejo que todos me olham, até parece que sou uma aberração de outro planeta, sendo observada por Thresh, Marvel, Delly, Glimmer, Clove, Johanna, Gale e dois homens corpulentos que não conheço, ambos de cabelos cor de areia, barbas vermelhas, e olhos azuis, só então percebo que um dos homens é o que ajudou a mim e ao Finnick a salvar Peta.

– Alguém aqui sabe onde fica o banheiro? – pergunto secamente.

– Atrás daquela porta. – diz Glimmer apontando para uma porta na lateral da recepção.

– Obrigada. – digo e sigo para o banheiro.

Quando entro no banheiro sigo até o balcão da pia e abro a torneira e é ai que percebo que minhas mãos estão cortadas, alguns cortes parecem profundos, porém o sangue já coagulou, devo ter cortado enquanto puxava a porta do carro para retirar Peeta. Levanto meus olhos e o que vejo refletido diante de mim é algo aterrorizante, meus olhos estão letais diante da adrenalina que ainda percorre em meu ser, meu rosto sujo, meu vestido todo manchado de sangue na frente, por isso que todos me olhavam. Lavo minhas mãos e as mesmas começam a sangrar um pouco, lavo meu rosto e saio do banheiro e decido ir lá fora, pois preciso respirar sem ter tantos olhos sobre mim. Saio de cabeça baixa e quando abro a porta lateral do hospital e saio no pátio, encontro minha mãe encostada na parede chorando e com o mesmo silencio que cheguei me retirei sem que ela percebesse a minha presença. Volto para aquela porta branca que engoliu Peeta e os outros que se machucaram, quando a Drª Wiress chega perto de mim.

– Katniss. – diz ela e viro-me. – Acabei de saber o que aconteceu, posso ajudar em algo?

– Pode sim... – digo apreensiva. – Preciso vê-lo, saber como Peeta esta, saber como todos estão.

– Vou tentar saber de algo, mas só depois de cuidar de suas mãos. – diz ela. – Vamos até a enfermaria, alguns de seus amigos já estão lá.

Chego até a enfermaria e encontro Gale sendo atendido, ele tem um curativo na têmpora e seu ouvido tem sangue coagulado sendo limpo pela enfermeira. Ao seu lado esta o homem que ajudou a mim e ao Finnick e atrás dele esta outro homem, o mesmo que me olhava estranho na recepção.


– Catnip, venha cuidar dessas mãos. – diz Gale.

– Obrigada. – digo ao homem ao seu lado, mas ele apenas me olha.

– Ele não ouve. – diz o outro homem. – Mas ele lê lábios é só falar em sua frente de forma clara. – vou até o homem, seguro suas mãos e percebo que também estão machucadas.

– Obrigada. – digo olhando em seus olhos e ele sorri. – Qual seu nome?

– Pollux. – diz o outro homem. – Ele é meu irmão e eu sou Castor. – só então percebo que Castor também esta machucado.

– Você ajudou a tirar o pai do Peeta? – Castor confirma com a cabeça. – E você o Peeta! – digo voltando o meu olhar para Pollux. – Vocês são paparazzi? – ele assente – Muito obrigada, aos dois. Se vocês não tivessem... - as palavras somem junto com a minha voz e Pollux passa sua mão em meu rosto e sorri. – Obrigada. – é tudo o que eu consigo dizer.

Limpam meus ferimentos e fazem curativos nos mais profundos. Estou sentada em uma das camas da enfermaria quando a Drª Wiress chega e me chama. Vou ao seu encontro e ela pergunta quem são os acompanhantes dos feridos, então instintivamente digo os nomes de cada um que chegou com eles, Cato, Gale, minha mãe e eu. Somos conduzidos a uma sala onde entramos e esperamos por noticias.

– Boa noite ou será bom dia? – diz um médico entrando na sala seguido por mais cinco doutores e Brutus. – Vocês querem receber os diagnósticos separadamente?

– Não. – digo. – Vamos ficar juntos.

– Tudo bem, se preferem assim. – diz o médico. – Eu sou o doutor Cray e esses são os doutores Bristel, Thom, Thread e Darius e essa é a doutora Purnia. Nos estamos cuidando de seus parentes e amigos. O senhor Mellark esta inconsciente por efeitos de medicamentos, ele fraturou duas costelas, mas devido sua posição oposta a batida fez com que seu estado seja grave, porém com probabilidades de melhora nas próximas horas, suas funções vitais estão estabilizando-se satisfatoriamente, mas ainda não podem vê-lo, pois estão fazendo os últimos exames.

– E o Finnick Odair? – pergunta Gale.

– O senhor Odair foi atingido por um estilhaço da explosão, mas graças a Deus e ao primeiro atendimento feito pelo socorrista Brutus, ele vai ficar apenas com uma cicatriz no pescoço, quem for da família poderá vê-lo. – diz doutor Cray. – Enquanto sua noiva a senhorita Cresta esta sob efeitos de sedativos, só quando passar o efeito saberemos o grau de seu trauma psicológico e caso alguém da família quiser vê-la esta liberado uma rápida visita.

– E os Mellark? – pergunta Cato – Os irmãos Mellark?

– Bom Peeta esta em coma. – quase caio no chão, mas seguro-me ao braço de Gale. – Tivemos que induzi-lo ao coma, pois ele esta com um edema cerebral devido ao traumatismo craniano e para que o cérebro não sofresse danos permanentes o colocamos em coma com medicamentos e estamos tratando o edema. – diz o médico enquanto nos olha, ou melhor, me olha. – Uma das pernas esta com uma leve fratura, além de três costelas também fraturadas e não podem vê-lo ainda. Enquanto o seu irmão o caso é mais grave ele foi lançado para fora do carro e teve três vértebras deslocadas e passou por cirurgia, além do traumatismo craniano com edema, porém seu coma não é induzido, então não sabemos ainda quanto de seu cérebro foi afetado, nem quando sairá do coma.


*****


Estou sentada numa poltrona, parece que estou vivendo uma realidade alternativa onde tudo que estava brilhando agora é escuro, o que vou fazer? O que vou dizer ao meu filho?

– Katniss, vá pra casa tome um banho e descanse, já são quase cinco da manhã. – diz Cato. – Você ainda tem que ver o Sean.

– Sean... O que vou dizer para ele? – digo.

– A verdade. – diz Cato. – Ele esta em minha casa, as garotas foram ficar com ele, Haymitch ligou e eu disse que levasse Sean e Prim para minha casa, a Greasy estava indo para o restaurante quando viu tudo e ligou para o Haymitch e foi direto ficar com seu filho. Ele esta sendo bem cuidado, porém precisa de você.

– Obrigada Cato. – digo. – Nem que eu viva mil anos vou poder agradecer o que você faz pelo meu filho.

– Eu amo aquele garoto. – diz ele. – Tudo que eu faço para ele na verdade é ele quem esta fazendo por mim. Meus pais sempre foram distantes, sei o que é não ter uma família por perto e além disso eu o amo demais. Agora vamos, todos já foram e logo estarão de volta e você não aguentará muito tempo e eu acho que vai querer estar aqui quando ele acordar.


Cato tem razão, preciso tomar banho, tirar essas roupas e ver meu filho, então levanto e saio junto com ele, mas eu não estava pronta para o que me esperava no lado de fora, fotógrafos e mais fotógrafos, câmeras e mais câmeras, todos chamam meu nome, mas passo rápido e entro no carro sob escolta de Cato, Thresh e Pollux. Pergunto por minha mãe ele diz que Marvel e Castor levaram-na a quase uma hora atrás. Então entramos no carro e seguimos ate a casa de Peeta.


*****


Saio do banheiro vestida com o roupão de Peeta e vou até seu closet. Eu quase nunca entro ali, mas agora tudo que eu preciso é sentir seu cheiro, tocar em cada peça de roupa dele. Vou passando a mão em suas camisas penduradas, nos seus sapatos, tênis e chinelos, até que chego em algo grande escondido dentro de uma capa preta por trás do cabideiro, peguei e logo percebi que eram telas e quando abri o zíper da capa e as tirei de dentro, havia varias telas olho, e o que vejo sou eu com o Sean ainda bebê no meu colo e me pergunto como ele pode retratar um momento tão feliz de minha vida? Nesse momento meu coração, minha mente, minha alma, meu ser não suporta mais e eu desabo no chão e choro.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Bem espero que a espera tenha valido a pena, ja sabem deixem seus reviews e recomendações, acho que mereço, afinal mesmo machucada tentei não deixar vocês por muito tempo.Beijos.