Ela é o Cara! escrita por lawlie


Capítulo 1
Chutando ele para escanteio.


Notas iniciais do capítulo

“Go ahead as you waste your days with thinking. When you fall everyone stands.”



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- Vai Hinata! Passa a bola! – gritava um dos garotos pedindo o passe da menina. A garota de nome Hinata corria pelo campo improvisado pela orla da praia de São Francisco, Califórnia. Ela estava coberta de areia e, jogava como um garoto, mesmo estando de biquíni e apresentado algumas curvas em formação no seu corpo feminino.

Um grupo de mais ou menos dez jovens estava reunido naquele local. As garotas tomavam sol, de roupa de banho, estiradas em longas toalhas de praia. Alguns comiam o lanche trago para o piquenique. Já os garotos jogavam a partida de futebol há mais de meia hora. Naquela cidade, definitivamente quase todos eram viciados nesse esporte.

Eles estavam um pouco afastados do acampamento montado, mas isso não impedia que de lá se ouvissem gritos e palavrões dos meninos bradados com violência. Mas acontecia também algo inusitado e comum: uma voz feminina era ouvida, páreo a páreo, competindo a quantidade de xingamentos e urros dos garotos.

- Shino! Eu to livre! Passa a bola! Mas que merda! Ninguém me vê aqui nesse fuckin’ hell! [gray](palavrões pesados serão postados em inglês)[/gray] – gritava a dona da fina voz. Tinha um leve timbre doce, porém ao falar na partida era ofensiva e mandona.

A única garota que jogava era Hinata. Ela possuía cabelos na altura dos ombros em um tom preto puxando para o azulado. Sua testa era delineada por uma franja extremamente aparada pouco abaixo das sobrancelhas. Hinata tinha a pele branca e seus olhos eram de uma cor perolada bastante exótica. À primeira vista, ela era uma garota linda e encantadora. Apenas à primeira vista eu disse. Porém, vendo-a daquele jeito, toda descabelada, suada, suja de areia e descomposta, jogando um bom e velho futebol com os garotos a fazia ter um semblante rude, rebelde, masculino e descuidado.

Hinata acabara por não receber o passe de Shino e o garoto perdera a bola fácil. Agora ela xingava feito uma condenada a atitude insensata do menino.

- Seu bundão! Perdeu a bola! Por que você não passou pra mim?

- Cala a boca Hina e pára de reclamar feito uma mulherzinha! – gritou Kiba lá do gol adversário.

- Mulherzinha é seu rabo Kiba! – gritou Hinata ficando furiosa.

- Mas respeito Hina! – gritou ele de volta. – Eu sou seu namorado!

- Mas não é meu dono!

- Uuuuuuhhhh... – vaiou os garotos.

- Tomou hein Kiba! – gritou Kankurou.

- Cala a boca seu babão!

- Cara, ela sabe mais palavrões que eu... – disse Rock Lee.

- Por isso ela é minha Jabuticabazinha... – disse Kiba zombando de Hinata. Ele sabia que ela ficaria uma fera com isso.

- Jabuticabazinha?! Kiba!!!!!!! Você me paga seu mother fucker!!! - gritou Hinata furiosa indo em direção de Kiba para bater-lhe até a alma sair pelo nariz. Ou melhor, matar-lhe.

Ela começou a dar murros nos braços de Kiba e ele começou a se proteger.

- Você ta brava hein Hina? Calma! – disse ele. Nesse instante, depois de se defender de alguns socos de Hinata, Kiba a empurrou para o chão. Hinata caiu de costas na areia. Kiba se jogou em cima dela e a segurava pelos braços.

- Me solta Kiba! Eu ainda não terminei de te bater! – dizia tentando tirar ele de cima dela.

- Aaahh, você terminou sim... – falava Kiba malicioso para o corpo de Hinata.

- Você é realmente um idiota... – disse ela.

- Um idiota que namora a garota mais valentona e perna de pau da praia. – completou ele começando a beijá-la.

- Iiihh, agora a pouca vergonha começou... – falou Shino quase que para si mesmo, olhando o Inuzuka e a Huuya se beijarem.

- E o nosso jogo terminou. – falou Rock Lee desapontado guardando a bola.

- Perna de pau é a mãe seu babaca! – disse Hinata depois do longo beijo dos dois. Ela empurra ele para o lado e sai correndo.

- HINATA!!!!! - grita a última voz que ela queria ouvir no mundo.

“Puts... Agora ferrou!” pensou Hinata olhando aquela mulher imponente que vinha caminhando com certa dificuldade na areia da praia.

Na verdade, a mulher se parecia muito com a garota. Tinha os mesmos cabelos naquele tom indeciso entre o preto e o azulado, os olhos também eram exoticamente perolados, porém a mulher parecia uma madame de shopping que vivia em cabeleireiros, festas da high society e saía para correr no parque para malhar ou levar o cãozinho para passear.

- Mamãe... – falou Hinata olhando para a mulher. A garota estava caída na praia, com Kiba a seu lado.

- Ops... – murmurou Kiba.

A mulher caminhava pela areia, como se pisassem em ovos. A sua feição de nojo para o local era extremamente visível e assustadora.

- Hinata! – gritava a mulher furiosa. – Mas que raios você faz aí na praia toda descomposta e suja parecendo... parecendo... parecendo...

- Parecendo o que mamãe? – desafiou Hinata.

- Parecendo um moleque! – falou a mãe irada.

- Aff, mamãe! Eu não acredito que você ainda pensa assim de mim... Só porque eu estava jogando futebol? – Hinata começa a fazer sua voz ficar doce e encantadora, o que faria provavelmente alguém perdoá-la na mesma hora. Exceto alguém como sua mãe.

- Hinata! Quantas vezes eu vou ter que implorar pra você se comportar direito?! Olha aí! Não é convencional uma garota ficar por aí correndo atrás de garotos com um biquíni... – ela lança um olhar de desaprovação para Kiba. O garoto sorri amarelo com a mão atrás da cabeça.

- Er... Oi Sra. Hyuuga. – diz o garoto. A mulher simplesmente resmunga um “Hunpf” e levanta o nariz como se fosse muita humilhação estar no meio da praia à procura da filha.

- Vamos embora agora Hinata! – falou a Sra. Hyuuga. – Ah meu Deus... como eu sofro... Ela estava jogando futebol com esses meninos... Na areia suja, toda descabelada... – agora a mulher falava consigo mesma.

- Vê se não enche mãe! – reclamou Hinata abraçando Kiba apenas para irritá-la ainda mais. A Sra. Hyuuga torce a cara como se aquilo fosse a visão do inferno.

- Será que esse garoto não podia estar mais decente? – reclama ela com o nariz empinado vendo que Kiba estava sem camisa. – Hinata! Tenha compostura!

- Hinata é melhor você ir embora... Amanhã a gente se vê na escola... – disse Kiba. – E eu aposto que você não vai conseguir entrar no time!

- Kiba! Cala a boca! – gritou Hinata. – Seu retardado!

- O que? Você está pensando que vai entrar para o time de futebol da escola?! Você está louca?! Eu nunca irei permitir isso! – a Sra. Hyuuga começou a ficar histérica.

- Eu disse que não era pra contar pra ela! – gritava Hinata.

- Lamento Hina... – disse Kiba. – Mas você não vai estar no mesmo time que eu... – ele sorriu nefastamente. – Você devia estar era no time de líderes de torcida...

- Kiba seu machista! Você ainda me paga! – disse Hinata por fim. Mas agora sua mãe pegara a garota pelo braço e fora a arrastando pela praia de forma a tira-la de lá.

- Você vai embora comigo hoje, mocinha! E nós teremos uma conversa muito séria! Você por algum acaso está namorando aquele garoto? Eu não devia ter deixado você ficar com seu pai! E você tem que se preparar para o baile de debutantes...

A mãe da garota continuava tagarelando e Hinata sequer prestou atenção em meia palavra que ela disse. A única coisa que a preocupava no momento era a última fala de Kiba. Será mesmo que ele teria a coragem de impedi-la de realizar seu sonho de jogar futebol? Aquilo era apenas uma brincadeira ou um aviso maldoso?

(...)

Hinata foi arrastada pela sua mãe até chegar em sua casa. Lá, a Hyuuga só parou de tagarelar no momento em que o telefone tocou e ela foi resolver os assuntos das festas de caridade, de arrecadar fundos para instituições e tudo mais.

Ela sai de casa e vai até a caixa de correspondências ver se tinha alguma carta de admissão em algum time de futebol para ela.

- Conta de telefone... conta de gás... conta de pet shop... Sra. Hyuuga... Sra. Hyuuga... Sr. Neji Hyuuga... – diz ela folheando os envelopes. – Pera aí?! Neji Hyuuga?! O que será que ele anda aprontando? Remetente: Deutchland... Deutchland? Onde é isso? Pera aí... Isso é Alemanha!

Hinata entra correndo de novo na casa, sobe as escadas correndo, o que faz um grande barulho.

- Hinata! – grita sua mãe. – Não corra dentro de casa!!!!

A menina nem dá ouvidos e chega na porta do quarto do primo, Neji. Está fechada e ela começa a esmurrar a porta cheia de posters de bandas de metal e avisos de mantenha distância.

- Neji! Abre aí!!! – grita ela esmurrando a porta.

Ela cansa de bater e gritar, então gira a maçaneta. Ela começa a entrar no quarto até que...

- HINATA SUA LOUCA!!! Ninguém nunca lhe avisou pra não entrar assim no quarto dos outros! – gritou Neji bravo.

Hinata então percebe o que estava acontecendo e vê Neji trocando de roupa. Ela cobre os olhos com as mãos vira-se de costas, vermelha.

- Desculpa... Não era essa a minha intenção, mas é que chegou uma correspondência pra você...

- Correspondência?

- É... de um lugar chamado Deutchland...

- O quê?

- Aqui...

- Não vira ainda não!!! – gritou Neji.

- Ops... – resmungou Hinata.

Depois de alguns minutos Neji avisou para ela entrar, porque ele já estava devidamente apresentável.

- Do que você ta falando Hina? – perguntou ele.

- Chegou pra você! – ela entrega a carta.

- Não é possível! Não é possível! – diz ele com os olhos brilhando.

- O que não é possível? Quem morreu? Você tem um filho?

- Não... Não é nada disso não sua poia!

- Não me chama de poia! – grita Hinata.

- Eu nem acredito...

- Aff, você poderia ao menos me falar o que está acontecendo...

- Hinata, minha vida vai mudar! – disse Neji eufórico.

- O que é? Não agüento mais a curiosidade...

- Se eu te contar você jura que não conta pra ninguém?

- Juro.

- Mas pra ninguém mesmo, viu?

- Ok, fala logo!!!

- Eu fui convidado pra apresentar com minha banda de rock na Alemanha. – disse ele cochichando.

- O QUE?! – grita Hinata.

- Shiii! – diz Neji tampando a boca da menina.

- Sherío? – tenta falar Hinata ainda com a boca tampada.

- Sim. Eu quase to explodindo de felicidade!!!

- Mas como você vai fazer pra ir até lá? – pergunta a garota agora falando baixo.

- Eu já consegui o dinheiro.

- Mas você não ia pra aquela escola na semana que vem? – perguntou Hinata.

- Isso não importa mais... Eu só te peço um favor, liga lá na escola falando que você é sua mãe e avisando que eu to doente. Sei lá... Fala que eu to com catapora, varíola, gripe espanhola, qualquer coisa...

- Ta... Moleza.

- Agora, eu tenho que ir. Vou contar a novidade.

Neji então saiu do quarto e foi embora sem que a Sra Hyuuga visse. Hinata depois se encaminhou para seu quarto. Estava cansada. Resolveu ouvir uma boa música e acabou adormecendo...

Ela corria por um campo de futebol todo vestida de noiva. O campo estava enlameado e ela mal podia se agüentar sobre as pernas. Só havia garotos na partida de futebol e eles jogavam com violência. Hinata tinha medo de levar um chute daqueles... ou um carrinho que possivelmente quebraria a sua perna. E o vestido não a ajudava muito...

Eram os instantes finais da partida... Até que a bola pára em seus pés... Uma manada de garotos fortes e trogloditas vêm correndo em seu encalço, para definitivamente, linchá-la.

Ela sai correndo com dificuldade, tentando fugir, até que finalmente, está ela, bem na cara do gol. Kiba é o goleiro e começa a debochar de sua cara.

- Mulherzinha! Você não é capaz!! Fracote!!! Mulherzinha!! – zomba ele.

Hinata prepara-se para chutar. Toma distância... Até que pisa na bola e vai caindo lentamente rumo ao chão...

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO!!!!

- Hinata! Hinata! Você está bem? – grita sua mãe preocupada.

Hinata se levanta de supetão toda suada e descabelada. Respira ofegante. Olha em volta. Não estava em nenhum campo de futebol, nada de garotos correndo, nada de Kiba, nada de vestido de noiva.

- Uff... Foi só um pesadelo... – murmura.

- Anda logo menina! Vá se arrumar para não chegar atrasada na escola! – fala a mãe.

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