Ismália escrita por Tia Anette Atlas


Capítulo 5
PARTE IV - ESMIGALHE-ME


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas pessoas que não me abandonaram. Sei que demorei, e muito, mas está aqui mais um capítulo.



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Já fazia mais de um mês que Caroline estava presa. Ficamos tristes ao saber que seu caso estava empacado por causa de um delegado que saiu de férias, ou algo do tipo. As noticias não eram das melhores. Pelo que Alan falou com o advogado de Caroline, um exame de corpo de delito honesto seria quase impossível e só conseguiríamos provar que Caroline não estava com as drogas se encontrássemos a pessoa de quem o policial recebeu essa droga, mas provavelmente essa pessoa também estaria presa, ou pior, muito bem guardada e protegida.

Alan criou o costume de tomar café na cafeteria onde Sebastian estava trabalhando. Quando o movimento era baixo, eles podiam se sentar para conversar.

- Você está se enchendo de café todo dia, devia parar com isso! – brincava Sebastian com certa verdade em suas palavras.

- Que foi? Não tem nada que você goste de fazer todo dia? – Alan respondia divertido.

- Claro que tem! E inclui dormir, mas parece que você não está dormindo há anos!

- Tanto faz, Sebastian...

Os olhos de Alan ainda se mantinham vermelhos por esses dias. Os espetáculos no teatro haviam diminuído por conta de uma reforma nos camarins. Sem trabalho para ocupar sua cabeça, Alan sim começou a ficar deprimido. Percebi que eu e Sebastian estávamos como um grande porto seguro para ele com a prisão de Caroline, seus problemas familiares e financeiros.

Alan já não morava mais com o irmão, este havia se mudado há pouco tempo, Logo depois da prisão de Caroline, era a primeira vez que Alan pagava seu aluguel e todas as suas contas sozinho. Não falava mais com o irmão nem com o pai e a mãe. Eu pouco falava com minha família, mas de alguma forma isso não me mudava tanto. Eu tinha Sebastian. Já Alan sempre teve o irmão, agora longe. Eu e Sebastian pensamos em chamá-lo para morar conosco. Juntos poderíamos até alugar uma casa um pouco maior, mas parecia que Alan precisava desse tempo sozinho.

O aniversário de Carlos estava se aproximando. Eu estava deitada no colo de Sebastian, com os olhos fechados enquanto ele me falava de todas as pessoas que havia chamado para festejar em uma boate. Eu estava entre essas pessoas, claro. Embora eu não prestasse muita atenção no que ele estava dizendo, consegui rir e ao mesmo tempo me assustar quando ele disse:

- Mas pra ir você vai fazer essa sobrancelha, né?

- Como assim?

- Por Deus, Mali! – ele falou com a voz aguda, erguendo uma das mãos em indignação – Olha pra isso! Quanto tempo você não faz a sobrancelha, desde que saiu da casa da sua mãe?! – Fiquei quieta segurando uma risada e corando de vergonha – Eu não acredito! – Bastian sempre foi o amigo que se esforçava para que eu parecesse bonita. Apoiava a cabeça em uma das mãos, em um gesto negativo enquanto me analisava de cima a baixo. – E esse cabelo? Quanto tempo você não faz nada nele?

- Eu nunca fiz nada nele! – respondi confusa.

- Mali, seu cabelo ainda é virgem? – ele tentava não transparecer a indignação enquanto analisava uma mecha do meu cabelo.

- Se você parar pra pensar bem vai lembrar que eu sou inteira virgem, Bastian.
Sebastian parou pra pensar por alguns segundos. Sua respiração ficou lenta e profunda enquanto ele tentava se lembrar de alguma coisa.

- Mas você já teve namorados!

- Mas o ultimo eu tinha quinze anos, Bastian. – eu respirei fundo e fechei os olhos mais uma vez – Depois disso eu resolvi ficar na minha, lembra?

- Quinze anos?! Com quinze anos eu já tinha feito muita coisa! – abri um dos olhos e encarei um Sebastian risonho com ar malicioso, mexendo em um cacho de seus cabelos. Rimos juntos.

No dia seguinte a esse, Alan foi visitar Caroline. Ela estava bem acabada, com cara de cansada, os cabelos pareciam quebradiços e ela toda parecia frágil. Que era feita de material tão delicado que se partiria em um só toque.

Alan ficou parado alguns segundos na frente da entrada, enquanto Caroline entrava na sala pela outra porta e se sentava à mesa de madeira no centro da sala. Ele ficou ali até as algemas de Caroline serem retiradas e o guarda que estava ao seu lado sair. Depois disso, não houve um segundo apenas antes de Caroline se levantar e Alan dar passos apressados em sua direção. Foi um abraço apertado e regado de lágrimas. Era a primeira vez que ele havia a visitado depois do caso de Caroline ser travado. Claro que isso não é algo oficial, mas era possível se sentir no ar que as coisas não iam bem.

- Senti sua falta. – Alan disse – Está difícil sem você lá fora.
- Pelo menos você está lá fora. – Caroline respondeu com pesar, olhando nos olhos de Alan. Ele deu a volta na mesa, puxando a cadeira para ao lado da dela. Sentaram-se e se abraçaram. Não falaram nada por um tempo, até ela romper o silêncio – Nunca mais fizeram nada sobre o Livre Pensador?

- Como?

- Faz meses que Ismália não me traz nenhum. – Alan apenas abaixou a cabeça, como se estivesse envergonhado e decepcionado consigo. – Vocês não podem deixar de espalhar a visão para as pessoas.

- Quase ninguém lia, de qualquer forma... – ele tentava inventar uma desculpa para si mesmo.

- Mas se uma pessoa lesse, já valeria a pena... – ela suspirou. Era possível sentir o pesar em sua respiração e esse era visível em cada uma das suas linhas de expressão – Está desistindo, Alan?

- Não! – ele respondeu de imediato, ofendido. Suspirou se acalmando – Ninguém consegue escrever como você fazia. As outras edições ficaram uma bosta. Então paramos. Eu estava pensando em talvez fazer isso de outro jeito, só não sei como ainda.

Sei que até onde vivi, Alan nunca pensou em outro jeito.

Em um outro dia, em algum lugar do passado no relacionamento dos dois, Caroline disse:

- Você se prende a mim de mais, não acha?

Ele negou. E estava certo na época. Ele apenas queria fazer com que os seus horários batessem com os dela. Alan gostava de amar uma mulher só, e Caroline não se preocupava com esse tipo de coisa.

Algo engraçado sobre o amor é que, embora seja a maior força para se encontrar em momentos de dificuldade, sozinho ele não move nada. Não são bem as pessoas que dependem de um sentimento sincero para resolver as coisas, mas esses sentimentos sinceros que precisam da ação das pessoas para que as coisas se resolvam.

As coisas não se resolviam para mim. Os dias estavam conseguindo ser melhores quando algo voltou a estragar. Eu estava chegando na biblioteca, quando percebi que Mel parecia chateada olhando para alguns papéis. Passei o dia sem perguntar o que era, mas curiosa. Tudo correu como de costume. Muitas devoluções, vários empréstimos, poucas doações e o grupo de leitura infantil às três da tarde. Aproximávamos-nos das seis horas quando Mel pediu pra falar comigo e com mais quatro colegas de trabalho, uma delas que já trabalhava ali há muito tempo e as outras três que entraram logo depois de mim. Eu sabia que devia ter há ver com os papeis de logo mais cedo.

- Não tem um jeito muito feliz de dizer isso. – ela começou assim que sentamos a mesa a sua frente – A biblioteca depende de um subsidio do governo pra continuar sendo publica e funcionando. Só a universidade manteria apenas uma pequena biblioteca particular. Esse prédio seria até grande demais...

- Mel, por favor... – uma das minhas colegas pediu.

- Recebemos um comunicado e o governo não dará mais nenhum subsidio para a biblioteca. Temos uma prazo de quarenta dias pra fechar as portas. – o clima se tornou pesado para mim. Algumas garotas dali não ligavam praquele emprego, ou para aquele lugar, mas era uma das minhas casas se fechando, era eu sem objetivos novamente, procurando no que trabalhar para me manter morando sozinha com Sebastian - Não se preocupem, vocês receberão todos os seus direitos.

Cheguei chorando em casa, Sebastian estava se arrumando para ir ao curso de enfermagem, largou algumas coisas sobre a mesa da cozinha quando me viu e veio até mim. Expliquei para ele sobre o fechamento da biblioteca, sobre como o governo era estúpido, como o sistema capitalista não queria pessoas que desenvolvessem pensamento crítico e como agora eu ficaria sem emprego.
- Calma, Mali... – ele riu – Não fique assim, ok? Você vai arranjar outra coisa, talvez algo muito melhor.

- Eu não quero algo melhor...

- Ismália! Por favor, sim?! – ele sempre se alterava assim, mostrando pra todo mundo a voz aguda dentro dele – Não tem porque fazer drama, você vai arranjar algo que te satisfaça igualmente! Agora me deixe ir estudar. – ele pegou suas coisas sobre a mesa e passou por mim me deixando um beijo na testa – e não se esqueça que amanhã é aniversário do meu boy magia na boate!

Esse era Sebastian. Eu sabia que ele estava feliz toda vez que ele usava o termo “boy magia”. Por algum motivo, eu sentia que devia estar muito bem no dia seguinte, para que ele tivesse algum tipo de orgulho de mim talvez.
Eu estava linda. Sobrancelhas feitas, cabelo recém cortado e tratado, roupas que eu nunca escolheria e uma maquiagem que eu nunca imaginei que soubesse fazer, embora simples. Sebastian disse que chegaria mais tarde na boate que estávamos celebrando o aniversário de seu namorado, Carlos, que estava empolgado. Seus amigos estavam todos lá, inclusive uma garota lésbica que já havia dado em cima de mim três vezes, mas ela era vendada.

Comecei estranhar seu atraso, quando já passava de uma hora. As pessoas perguntavam para mim e Carlos sobre ele, dizíamos apenas que ele demoraria mesmo a chegar, que isso já era previsto. Eu já começava a ter uma sensação ruim e estranha, como se o ar faltasse ao meu redor. Apenas respirei fundo o quanto achei que conseguia e soltei de vagar. Ignorei a sensação por mais ou menos meia hora, quando Carlos, apoiado no balcão, brincando com a azeitona do seu Martini, me olhou triste e disse:

- Tem algo estranho. Liga pra ele?

Acenei com a cabeça positivamente e busquei a saída da boate. Quanto mais pensava em Sebastian, mais minha cabeça latejava e mais sem ar eu me sentia. Liguei para o celular dele algumas dezenas de vezes aquela noite. Depois de mais algum tempo recebi o telefonema que nunca desejaria receber.


Sebastian andava com uma das mãos no bolso de sua calça jeans importada, muito bem cortada, alinhada e passada. Os cabelos cacheados estavam bem arrumados e caindo sobre os ombros enquanto ele caminhava até um ponto de táxi mais próximo.

 Sebastian nunca foi dos mais discretos, seus trejeitos e risadas o denunciavam de longe. E denunciaram.

Eram três rapazes, eles disseram, mas hoje sei que eram cinco. A rua estava quase deserta a não ser por eles e Sebastian naquele momento. Sebastian não os viu chegar. Eles atravessaram a rua e o pegaram por trás, o jogando no chão.

- Bichinha. – eles diziam

- Viadinho. – eles diziam.

E o espancaram. Um deles tinha uma corrente, outro usava a fivela do cinto das próprias calças para bater em Sebastian enquanto meu amigo urrava de dor e gritava por socorro. Três costelas fraturadas pelos chutes, entre outras lesões... Perdão, mas sinto que não conseguiria, nem com todas as palavras da bíblia e do alcorão juntas, descrever o quanto sofrível é esta cena.

O grupo homofóbico fugiu quando dois casais que passavam por ali, rumo à outra festa, correram para ajudar Sebastian. Eles acharam o celular de Sebastian no chão, a poucos metros de onde ele estava caído e gemendo de dor, alguns minutos depois de chamarem a ambulância. Assim que viram minhas dezenas de mensagem perdidas, me ligaram.

- Alo? Bastian?! Onde você...? – eu atendi o celular, nervosa, saindo da boate.

- Oi. Aqui não é o... Bastian. – era uma voz feminina e preocupada – Nós estamos com ele e... o que você é dele?

Meu sentimento não era dos melhores. Respirei fundo tentando manter o controle e as lágrimas dentro dos olhos.

- Eu sou a melhor amiga dele! Nós moramos juntos! – respondi afobada.

- Por favor, fique calma. – foi o pedido mais estúpido do mundo, pois assim que ela terminou a frase, ouvi as sirenes da ambulância pelo telefone.

- O que aconteceu?! – eu quase gritei.

- Viu, eu vi seu nome no visor do celular. Ismália, não é? – a voz da garota tremia – Estaremos lá.

Desliguei meu telefone sem saber se diriam mais alguma coisa. Entrei na boate correndo em busca de Carlos, que assim que me viu, tomou uma aparência seria. Eu disse que Sebastian estava no hospital, e que não sabia o que havia acontecido. Carlos tinha um carro popular, mas parecia ser um modelo exclusivo para corridas enquanto íamos até o hospital.

Cheguei correndo com o celular na mão e quase tropeçando nos saltos estupidamente altos que calçava. Carlos vinha logo atrás de mim, preocupado. Minha maquiagem estava começando a borrar das lágrimas fora de controle. Fui ao balcão da recepção e disse que estava ali por Sebastian. A recepcionista, muito prestativa, me indicou as pessoas que haviam chegado com ele. Uma garota de cabelos escuros e lisos, vestindo salto e vestido curto assim como eu, se levantou e veio em minha direção, me entregando o celular com o visor trincado de Sebastian. Carlos ficou no balcão entupindo a recepcionista de perguntas.

- O que aconteceu? – foi a única coisa que consegui dizer, já com as lágrimas caindo. Então ela me contou. Sobre o grupo que atacara ele, que ela, o namorado e mais um casal de amigos foram ajudar Sebastian, que estava muito machucado. O namorado da garota veio até nós duas e me trouxe um copo de água que eu bebi tremendo.

Olhei para trás, encontrei Carlos esfregando os dedos sobre os cabelos curtos e se sentando no chão, encostado ao balcão. Fui até ele, tentando engolir o choro.

- Ele vai ficar bem. – eu menti.

Eu via que as lágrimas dele caíam no piso do hospital, soluçava e não tentava dizer nada. Apoiou os braços nos joelhos dobrados, abraçou a cabeça, e continuou chorando.

Sentei-me ao lado dele até conseguir convencê-lo de se sentar numa das poltronas da sala de espera. Ficamos por ali por horas. A garota que falou comigo já havia ido embora, no hospital só chegavam emergências, eu continuei esperando por alguma notícia de Sebastian. Tudo o que sabíamos até então era que ele estava muito mal haviam dado remédio para amenizar a dor, e deveria ter passado já pelo raio-x. Deveria.

Um médico moreno, de cabelos já grisalhos e má postura, chamou à mim e Carlos. Nos levantamos, mas ele nos fez sentar novamente e se sentou a nossa frente.

- Sebastian não está nada bem. – ele disse – está com dificuldade em respirar e hemorragias internas. O estado do amigo de vocês é grave e não parece que vai se estabilizar. Eu vou deixar que os dois entrem na U.T.I. para vê-lo, já que felizmente não estamos movimentados. – ele falava escondendo o pesar. Sabíamos o que isso significava, Sebastian provavelmente morreria.

Seguimos o medico até a U.T.I. A maca de Sebastian ficava um tanto afastada da porta. O médico nos deixou aos pés da maca de Sebastian e se afastou. Carlos se apressou para a ficar ao lado de Sebastian, eu fiquei atrás dele.

- Sebastian! – Carlos chamava com os olhos vermelhos e apertava os lábios, segurando soluços.

Meu amigo abriu os olhos, mas os manteve estreitos. 

- A gente vai ficar aqui do seu lado. – disse Carlos, segurando a mão de Sebastian. Eu estava paralisada, não sabia se tocava uma das mãos de Sebastian, que era o que desejava, ou se de alguma forma isso o machucaria. A verdade é que eu estava espantada com a gravidade da situação.

Finalmente fiz algo e dei um passo para frente, me forçando a sorrir para Sebastian. Ele sorriu de volta com a boca inchada e roxa. Ele tossiu logo depois disso, a contração do abdômen o obrigada a levantar a cabeça.

- Não se mexa... – eu disse. Carlos segurou seus ombros pra que ele não pulasse. A tosse parou. – Os médicos foram atenciosos com você, – tentei anima-lo – vai ficar bom logo.

Sebastian balançou a cabeça negativamente, como se estivesse me chamando de burra. Eu sei que eu era. Algumas luzes estavam começando a se alterar nos painéis dos aparelhos ao redor de Sebastian. Uma luz branca na parede, acima da maca dele, se acendeu.

- Sebastian... – Carlos apertou a mão dele – Sebastian!

Sebastian virou levemente a cabeça e mirou seus olhos em Carlos. Algumas enfermeiras já vinham. O sangue começava a apontar, saindo de seu nariz.
- Eu te amo. – ele sussurrou, depois se virou pra mim – Sua maca já estava sendo puxada e eu andava ao lado dela, lendo em seus lábios: “você está linda”.

E naquele momento, pouco importava se eu estava linda. As lágrimas caiam do meu rosto e dos de Carlos também. Chegamos derrotados até a sala de espera. E esperamos, esperamos tanto que depois de tanto tempo, ainda estávamos criando alguma esperança de que de repente ele saísse de lá dando gritos afeminados e me dando bronca por não arrumar um “boy magia”. O mesmo médico nos veio, e deu a notícia. Eu me desesperei, não conseguia dizer ou pensar em nada. Eu lembrava do sorriso, dos cachos arrumados pulando conforme ele mexia a cabeça, do modo como ele me abraçou e disse que me amava quando eu o ajudei. Eu o amava e agora eu não o tinha.

Carlos, ao contrário de mim, se desesperou antes e depois permaneceu no silêncio e no vazio. Eu via as lágrimas caírem em seu rosto, mas não ouvia nada. As mãos seguravam a cabeça que fitava o chão e mais nada. Antes de irmos embora, nos abraçamos. Ficamos assim por minutos, até que parássemos de chorar. Vez ou outra nos olhávamos, mas quando isso acontecia nos lembrávamos de Sebastian e chorávamos ainda mais. Em algum tempo, eu não aguentava mais olhar pra Carlos, mas ele foi embora comigo pra casa. Resolvemos beber algo que nos acalmasse. Chá. Já não chorávamos mais quando ele olhou pra mim e disse:

- Temos que avisar a família.

Ligamos para a antiga casa de Sebastian mais tarde, foi o pai quem atendeu. Carlos pediu para falar com a mãe, sem dizer quem era. Quando ela atendeu ele ficou travado alguns segundos pra conseguir falar qualquer coisa. A conversa começou tranquila. Do outro lado da sala eu ouvi quando Carlos disse, da forma mais doce que conseguia:

- Ele virou estrela.

Depois eu telefonei para Alan. Contei sobre terem espancado Sebastian na rua, sobre como soubemos e fomos ao hospital e logo depois contei que ele morreu. Eu senti algo estranho na voz de Alan. Ele e Sebastian não eram os amigos mais íntimos, mas se davam muito bem. Estavam próximos.

Houve o velório, houve o luto, houve a saudade. Mas no fim era eu que chagava em casa depois dos dias de trabalho em contagem regressiva e não encontrava meu amigo por perto. O vazio que Sebastian deixou nunca foi embora.


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Notas finais do capítulo

Peço que se notarem algum erro me mandem por MP para que eu corrija mais rápido Não consegui revisar muito bem.

E claro, deixem seus comentários e se estiverem gostando muito da história, por que não uma recomendação pra deixar alguém feliz?

PS: DESCULPEM-ME POR MATAR O MELHOR PERSONAGEM.