Adriana e Roberto ficaram preparados até que arrobaram a porta. Eles esperavam encontrar um lugar cheio de aranhas prontas para atacá-los, contudo não era isso; pois, apesar de haver muito teia, não havia um sinal sequer de vida naquele lugar.

O depósito tinha materiais de construção como telhas, tijolos, madeiras, caibros entre outros. A poeira era tanta que dificultava a visão do casal. Dava para notar as estufas que eram usadas para plantar mudas na época em que o centro trabalhava com vegetais.

– E agora, o que faremos?

– Eu já vi algumas tubulações de gás que passa por aqui. A gente vai ter que se separar - disse Adriana.

Mesmo com as reclamações de Roberto, eles se separaram. O depósito era grande o suficiente para ter corredores separados por materiais de construção e entulhos, formando assim um tipo de labirinto.

Adriana escutou sons estranhos vindo de todos os lugares. Era como se fossem vários bichos andando; aranhas. Ela tomou cuidado, olhou para os lados para não ser pega de surpresa e encontrou o painel de energia. Ela levantou a alavanca e uma luz vermelha tomou conta de tudo. Dava para ver perfeitamente tudo no depósito. Escutou a voz do marido chamando-a.

– O que houve?

– Encontrei estes canos expostos na parede. Será que é de gás?

A mulher confirmou que eram canos de gás. O gás era de uma pequena panificadora que ficava a um quarteirão do centro, por isso os canos tinham que passar por ali.

Ela retirou um pequeno machado que estava dentro da bolsa que o seu marido trouxe e começou a golpear o cano várias vezes até abrir uma fenda nele. Começou a sair gás.

– Acho que temos companhia - disse Roberto ao ver várias aranhas cercando os dois.

– Distraia-as com o extintor; não posso usar este maçarico, pois podemos morrer queimados antes de matar a fêmea.

A contragosto, ele foi. As aranhas começaram a atacar. Adriana gastou o álcool para formar uma trilha até a saída e depois colocar fogo. Antes, porém, viu uma aranha maior, mais felpuda e carregando um casulo, sair de dentro de uma toca feita por entulhos. Ela aproveitou que o seu marido estava ocupado e foi atrás dela.