As coisas, que já estavam ruins com a infestação e o capotamento, ficaram pior agora com a recente falta de luz que acontecia no bairro. Às vezes as luzes piscavam, o que dificultava bastante a missão do casal.

Ao invés do elevador, o que foi usado pelos dois foram as escadas; apesar de ser perigoso, pois algumas aranhas poderiam atacá-los. Para a sorte de ambos, não havia nada além dos degraus para o estacionamento. Mas todo cuidado era pouco.

Adriana abriu a porta - sempre segurando o maçarico - e caminhou vagarosamente entre os pilares do subsolo. Apesar de não haver ninguém, alguns carros ainda estavam no estacionamento.

Algumas aranhas saíram por uma tubulação de ar e foram na direção dos dois. Adriana acendeu o maçarico no nível máximo e pôs fogo nos animais que tentavam atacá-la. O mesmo fez Roberto com o extintor de incêndio.

– acho que este extintor de incêndio está acabando - disse ele. Mesmo com medo, ele continuava a se defender como podia.

– Tá, mas não podemos mais retroceder.

As aranhas morreram queimadas. Uma por uma. A mulher ficou satisfeita com o resultado, porém faltava o principal. Saíram do estacionamento e ficaram atrás da porta.

– Acho que o querosene tá acabando - disse ele.

– Droga, preciso pegar álcool... Roberto, você fica aqui enquanto eu subo para pegar os vidros de álcool.

– Vai me deixar aqui apenas com isto?

– Deixa de ser frouxo. Vai ser em pouco tempo.

Mesmo relutante ele assentiu. Adriana voltou a subir as escadas diretamente até o segundo andar. Entrou no laboratório, mas deu de cara com algumas aranhas que estavam no laboratório.

– Aranha la vista, baby - começou a queimá-las. Após isso ela coletou uns três frascos de álcool e querosene para tocar fogo no depósito. Retornou ao seu marido.

– Demorou hein?

– Não reclama - colocou o querosene no maçarico e preparou o álcool. - Segure e fique atrás de mim.

Em segundos fatídicos, eles teriam que enfrentar a maior prova de fogo das suas vidas. Tentar matar centenas de aranhas. Será que eles conseguirão?