Para o tenente esse caso ficara sem solução. Após a morte do suspeito errado e da dona do cabaré o matador continuava solto. Agora desafiava a polícia de Westminster numa caçada cega por um homem ou mulher que é quase um fantasma. Era um fato irrefutável que o estripador não era igual ao antigo Jack. Este matava meretrizes como forma de justiça, talvez por ter ódio dessas mulheres. Agora o assassino atual tem sede em aniquilar até as testemunhas, mesmo indiretas do seu crime. Pessoas que não tinham nada a ver como Manfield e Larisse provaram do gosto amargo da morte. Infelizmente é o réquiem perpetrado pelo "fanático mortal".

Natasha Christie continuou calada observando seu chefe de cabeça baixa sobre o birô. Queria ajudá-lo em algo.

– Tenente. Tenente. Senhor!

– O que foi? Hoje eu estou sem vontade de trabalhar. Cansado com tanta barbárie. Acho que vou me aposentar depois deste caso.

– Como assim senhor? Não pode desistir da sua carreira por um caso que possivelmente será arquivado.

– Menina eu tenho quase cinquenta anos. Já estou velho para isso. Deixaremos isso ser arquivados e os crimes proscritos. Eu estou num beco sem saída. Não há o que fazer.

– Deve haver alguma saída - a moça fechou a porta do gabinete. - Escute eu segui o Liam esses dias como o senhor pediu, lembra?

– Sim, mas que diferença isso faz agora?

– Por favor senhor, apenas escute. Eu o segui por dois dias. Na noite em que Larisse morreu estripada. Ele mora num pequeno apartamento em Bluemont Avenue, costuma todos os dias pela manhã caminhar na calçada Flanning e fazer exercícios de peso na casa de malhação do bairro. Depois de três horas ele veio trabalhar. Quando saiu ele não foi direto para casa, mas para o Ménage.

– Continue, isso tá ficando interessante.

– Não sei o que ele fez lá, mas certamente foi conversar com Minerv horas antes dela ser morta. O que o senhor acha?

– Acho que precisamos ter muita certeza para não cometermos uma injustiça.

O homem se levanta e fica caminhando de um lado para o outro até voltar a se sentar.

– Tive um plano para pegar o desgraçado do estripador. Preciso da sua ajuda.

– Pode contar comigo chefe.

– Meu plano só dará certo no meu dia de folga. Sexta-feira vamos trabalhar juntos para pegá-lo.

A moça assentiu com a ideia do seu superior. Sentia-se triste por estar desconfiando do seu colega Liam, mas essa desconfiança seria para seu próprio bem.

...

PENSÃO BARKER, SEXTA-FEIRA

– Senhora Barker eu vou sair para um trabalho que consegui no jornal.

– Senhor Lane essa é uma ótima notícia. Trabalhar enobrece. A que horas volta?

– Ainda não sei. Mas não é muito longe daqui. Fica na Copolla Green. Com licença.

Harrison saiu deixando a mulher sozinha. Os demais inquilinos foram embora como os irmãos Crane por exemplo. Eles saíram para uma excursão médica na Escócia e não tinham previsão de quando voltariam. Apenas a senhora Barker ficou na casa depois de dispensar seu empregado Jones mais cedo.

A viúva caminhou na casa inteira até que decidiu sair para o jardim. Foi até o porão, desceu as escadas e chegou bem no local em que seu marido fora assassinado.

– As duas meretrizes mortas, meu marido morto, Willame e Larisse mortos - ela, com uma taça de vinho em mãos, bebe um pouco da bebida. - Willame acusado de matar as vítimas do estripador. Mas ele não é o estripador, isso eu garanto.