Uma semana se passou e a polícia ainda não encontrou o foragido. Willame decidiu sair do hotel para se hospedar em outros. Ele gerenciava várias meretrizes, mas também as chantageava. Claro que se for descoberto a sua imagem de homem politicamente correto será arranhada. Por isso e por sonegar imposto ele fugiu da polícia. Agora só queria o pagamento que Larisse Minerv lhe devia.

No Ménage a mulher se despedia da última meretriz antes de fechar as portas. Como era domingo então ela costumava fechar mais cedo, porque os clientes iam embora mais cedo. Assim que ficou só ela terminou de se arrumar e foi embora.

A caminhada até o seu apartamento era um pouco distante. Costumava pegar a avenida central, mais movimentada, para poder andar os oito quarteirões que separava seu trabalho de casa. Ao sair do bordéu ela sente um arrepio, talvez pelo clima frio. Não confiou na sorte, chamou um carro de aluguel para levar até a sua casa.

O motorista lhe cobrou dez libras pela corrida até o quarteirão da sua casa. Antes de chegar na vila ela tinha que passar por um beco. Escuro e esquisito era uma definição comum para o ambiente. Melhor dizendo, assustador! Essa era a rotina diária da dona do Ménage.

Caminhou mais um pouco e logo sentiu a presença de alguém lhe seguir. Apressou os passos até dar de cara com Willame.

– Você?! Seu rosto está estampado em cartazes como procurado da lei.

– Sim sou eu. E se você não me dar aquele dinheiro eu juro que vai amanhecer numa lata de lixo.

– Parado aí! Mãos para cima!

Da penumbra surgiu o tenente Cunnings apontando uma pistola para o acusado. Ford levantou as mãos, mas em seguida pegou um canivete e apontou para o pescoço de Larisse. A mulher ficou refém. Foi aí que Liam chegou por trás e deu uma coronhada na cabeça do acusado. Este desmaiou.

– Você está bem? - disse Liam.

– Sim estou. Obrigada.

Carl se aproximou do homem desfalecido.

– É senhor Ford, vai ter que se explicar muito à justiça. Tirem-no daqui - alguns policiais que chegaram depois levaram o homem.

Para Carl até que enfim mais um caso concluído. Agora era só obter no depoimento as respostas para as suas perguntas.

...

Segunda-feira com muitas expectativas sobre o depoimento do possível estripador. A imprensa local já estava na porta da Scotland querendo informações e os policiais tentando acalmar a turba. A população ficou revoltada com o bandido. Foi um caso delicado, mas que no final surtiu bons efeitos.

O senhor Ford aguardava na cela ser chamado para depor. Um policial abriu a cela e o segurou pelo braço até levá-lo para o gabinete do tenente.

Carl estava preparadíssimo para o trabalho. Nada poderia tirar a sua satisfação em ter que trabalhar na segunda mais alegre da sua vida. Agora sim seria apelidado de herói e ganharia uma medalha. É o que ele esperava.

– Ah o grande senhor Ford chegou. Não retirem os ferros - ele manteve uma postura firme - Sente-se Estripador das Meretrizes e de velhos babões. Não foi isso que você colocou na parede daquele porão depois que matou mais um das suas vítimas?

Willame ficou calado.