Uma Nova Vida Ao Seu Lado - NaruHina escrita por juhricardo


Capítulo 8
Eu Quero Só Você!


Notas iniciais do capítulo

E aí gente! Tudo beleza com vocês? Ok, primeiramente tenho que pedir mil desculpas a vocês que acompanham a fic e ficaram uma semana esperando essa bagaça. Eu prometi que postaria quarta, mas acontece que eu simplesmente não conseguia escrever. Eu tinha a ideia, mas não conseguia por no papel. É realmente agoniante, mas fazer o que... De qualquer maneira aqui está o oitavo capítulo. O próximo eu vou tentar postar no domingo ou na segunda. Mais uma vez me desculpem por isso. Vou cuidar para não acontecer de novo. Beijinhos e boa leitura!



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- Eu... – Sakura não sabia o que dizer. Era uma situação pela qual ela não era muito acostumada a passar, apesar de ser um tanto galanteada por belos rapazes. Mas com Sasuke era outra história. Primeiro porque já era bastante surpreendente ele ir ao hospital para falar logo com ela. Mas convidá – la para sair? Isso era uma grande e inusitada novidade. Tudo bem que já sonhara algumas noites com esse momento. Ok, muitas noites, mais do que ela poderia contar, mas ela não se preparara para realmente presenciar esse verdadeiro milagre. Ela pensou em abrir a boca para respondê – lo, mas foi interrompida.

            - Yooo Sakura – chan! Ainda bem que te encontrei. A Hokage – sama está te chamando. Acabou de chegar um ninja em estado grave na emergência e ela precisa de você lá.

O mesmo homem que liberara Sasuke da prisão agora vinha caminhando pelo mesmo corredor que as pacientes que estavam no consultório de Sakura saíram. Usava a roupa habitual de um ANBU, com uma camiseta de manga comprida e calça pretas por baixo, com uma espécie de armadura em prata por cima e um sabre de luz uma katana nas costas. A máscara na forma do rosto de um urso estava deslocada para o lado, deixando visíveis seus olhos castanho - claros e os cabelos igualmente castanhos, que ficavam arrepiados a custo de meio pote de gel. Os olhos dele pareciam brilhar ao ver a ninja. – Ah, Uchiha... – Ele notara a presença de Sasuke e olhava – o com total desdém.

            “Sakura – chan?! Mas quem esse trouxa pensa que é para falar assim?! Não que eu esteja com ciúmes, mas...” Sasuke ficara visivelmente irritado como o jeito, digamos, um tanto carinhoso e íntimo que o ANBU se referiu a ela e já imaginava mil maneiras de matá-lo da forma mais lenta e dolorosa possível.

            - Yo Ichigo - san. Obrigado por avisar. Estou indo pra lá. – Ela, visivelmente decepcionada, virou – se para o moreno. – Me desculpe Sasuke, mas isso provavelmente vai tomar todo o meu intervalo do almoço...

            - Não se preocupe gatinha, de noite eu te levo pra jantar, pro cinema, pra minha casa, pra onde você quiser. – Ichigo mais uma vez interrompera a garota e falava de uma maneira galanteadora, fazendo Sasuke bufar mais alto do que julgava se capaz.

“Linda?! Alguém aqui vai ser castrado! Ele não pode fazer isso! Por que... Porque... Ah Droga, eu não acredito que estou com ciúmes. Droga Sakura por que faz isso comigo?!” Sasuke parecia não se conformar. Sentir ciúmes por culpa de shinobizinho medíocre igual a ele? Sem chance, isso nunca!

Ichigo olhou nos olhos de Sakura e foi se aproximando dela a fazendo prensar suas costas contra a parede. Ele apoiou sua mão direita na parede, ao lado do rosto de Sakura e aproximou o seu, para beijá – la.

“Vai sonhando!” Sasuke, já possesso de raiva, mal teve tempo de pensar em quebrar o pescoço de Ichigo, pois Sakura dera um empurrão no ANBU, e tamanha foi a força que o rapaz foi tirado do chão e jogado contra a outra parede, que por sinal, não foi destruída por muito pouco.

 - Calma aí ô Dom Juan! Gatinha? Sua casa? Ah, faça – me o favor! Baixa a bola que eu não te dei essa intimidade! – Sakura desencostou – se na parede e colocou as mãos na cintura, mostrando estar visivelmente indignada e Sasuke... Bom, Sasuke parecia mais feliz que mosca em tampa de xarope. Aquilo com certeza era melhor que reconstruir seu clã. - E ainda por cima... – Sakura tentou continuar, mas foi interrompida.

            - E ainda por cima essa noite ela vai jantar COMIGO! – Sasuke olhou – o ameaçador e vendo a cara de espanto do ANBU, sorriu vitorioso. Ele não deixou de enfatizar o comigo, assustando a garotas de madeixas rosas, que assistia àquela cena totalmente desnorteada. – Ah, e eu gostaria de deixar outra coisa bem clara. Se eu, por acaso, simplesmente sonhar que você a incomodou de novo, eu juro que te fatio, te cozinho e dou sua carne para o grande e feroz PitBull que eu comprei comer! Ouviu bem?

            - Eu... Hã... Ouvi. - O rosto de Ichigo, que era bem bronzeado tornou – se pálido. Ele riu nervoso, para tentar disfarçar o medo que sentia - Ah... Então... Bom, eu vou indo... – Era a segunda vez que Ichigo era humilhado pelo Uchiha. Ele preferiu ir embora para não dar chance para uma terceira.

            O ANBU despediu – se e Sakura, e ignorando Sasuke, desapareceu. Assim que ele saiu da vista dos dois, Sakura olhou para o amigo.

            - Sasuke, você não sabe cozinhar e odeia cachorros. – Sakura cruzara os braços e observava Sasuke curiosa enquanto se dirigia à emergência, acompanhada pelo Uchiha.

            - Bom, ele não precisa ficar sabendo desses pequenos e insignificantes detalhes. – Sasuke sorriu em cumplicidade e Sakura olhava para ele sem acreditar no homem que estava à sua frente.

            - Mas me diga o que foi toda essa ceninha aqui? Se eu não te conhecesse, diria que estava com, digamos, ciúmes. – Sakura provocou Sasuke que apenas a encarou, emburrado. – E vem cá, é verdade, sobre, bem... O jantar? – As bochechas de Sakura coraram levemente, arrancando um sorriso divertido do jovem.

Eles chegaram em frente à porta que dava acesso à ala de emergência. Os dois ficaram de frente um para o outro.

            - Por que não fazemos o seguinte. Esteja pronta as nove em sua casa e veremos se eu estava falando a verdade ou não. – Ele olhou no fundo daqueles olhos esmeralda, causando arrepios por todo o corpo da ninja. Sasuke aproximou do rosto de Sakura, e com os lábios perto do ouvida direito da garota, continuou. – E quem sabe, você possa descobrir se eu estava com ciúmes. Se eu não estou enganado, ouvi dizer que quando um rapaz está com ciúmes de uma moça pode significar que ele esteja apaixonado...

            Sakura congelou com a última palavra e esperou ouvir barulho do despertador para mais uma vez se lembrar de que tudo não passara de apenas mais um sonho, mas ao invés disso ouviu a seguinte frase:

            - Acho melhor você ir cuidar do tal ninja ferido. Não seria legal se por acaso tivesse um compromisso à noite e se atrasasse. – Ela viu Sasuke falando enquanto fazia o caminho de volta até a saída.

            Ela ficou olhando – o até a ponta de seus cabelos negros sumirem de sua vista. Ela sorriu. Sorriu como não havia sorrido em meses. “Quem sabe eu não sonhe que estava ganhando na loteria. Sei lá, parece até que meus sonhos ultimamente têm se tornado realidade.” Ela se perdeu em seus devaneios, enquanto adentrava a porta da ala de emergência.

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            - O almoço está servido. – Hinata anunciava como uma chefe de cozinha, enquanto colocava o prato principal na mesa. – Hoje teremos Tirashi Sushi (peixe fresco, ovas, camarão, omelete japonesa e conserva sobre o arroz) e uma porção de peixe – sapo frito.

Naruto olhava abobalhado cada travessa depositada naquela mesa. O cheiro que invadia suas narinas provocava água na boca do loiro, que lambia os lábios sem saber o que provar primeiro. Sim, aquela uma hora de confusão na cozinha valera a pena. Depois de ter que comprar todos os ingredientes, pois não havia nenhum sequer em sua geladeira, derrubar molho na roupa de Hinata, deixar cair água no piso da cozinha e ainda por cima resvalar e cair no chão, finalmente dera tudo certo. Bom, na verdade começou a dar certo logo depois que ele desistiu e deixou Hinata preparar o almoço sozinha enquanto ia assistir televisão na sala.

- Isso está parecendo muito bom. – Ele provou o Tirashi Sushi. - Sugoooooi Hinata! Caramba isso é tipo uma comida dos Deuses! Como aprendeu a cozinhar tão bem?!

            - Bom, como minha mãe morreu... – Ela pronunciou o “morreu” de um jeito diferente, com angústia. –... Eu tive que aprender a me virar sozinha. O resultado é isso aí. – Ela falou, agora sorrindo, apontando para a comida.

            - Ah Hinata, o cara que se casar com você terá muita sorte. – Naruto comentou fazer Hinata corar bruscamente, sem que o loiro percebesse. – E eu não to falando isso porque sou seu amigo. A comida é boa mesmo!

            “Amigo... Uma palavra tão simples, tão pequena. Mas ainda sim, tão dolorosa...” Hinata constatou tristemente, enquanto sentava – se à mesa, para poder desfrutar da refeição. Ela serviu – se pouco, sua fome parecia ter se esvaiado subitamente.

            DATTE BAYOOOOOOOOOO!

            - Naruto, o que foi isso? – Hinata  deu um pulo da cadeira, interrompendo a garfada que levava a sua boca.

            - É minha campainha. Será que se importaria de atender? – Naruto já colocava outra porção de comida na boca.

            Hinata não pôde deixar de sorrir. Ela apenas concordou e se levantou, indo em direção à porta. Uma campainha que grita “Datte Bayo”. Ela não sabia por que ainda se surpreendia, já que vindo do loiro, não podia se considerar algo surpreendente. Hinata girou a maçaneta e assim que abriu a porta, foi recebida com um olhar de curiosidade.

            - Hinata? Bom eu ia perguntar se o Naruto ainda mora aqui, mas depois de ouvir uma campainha tão estúpida como essa, eu imagino que essa ainda seja a casa dele, estou certo? – Sasuke encarava – a, analisando a garota.

            - Yo Sasuke – san. Ele ainda mora aqui sim. Eu estou aqui, como, digamos uma inquilina. – Hinata respondeu, ainda um pouco surpresa. “Sakura tem mesmo motivos para gostar dele. Claro, eu ainda prefiro um certo loiro esfomeado.” Hinata analisou os olhos sedutores, os cabelos bagunçado e o corpo de fazer qualquer uma babar. – Só um instante que eu vou chamá – ló. - Ela foi à cozinha.

            “Agora eu entendi porque esse tapado não foi lá. Colocou mulher no meio e o Naruto se esquece de tudo. E Parece que finalmente entendeu o que a Hinata sente por ele e claro que ele não perdeu tempo. Pois é, de ingênuo esse idiota não tem nada mesmo.”

            Instantes depois Sasuke pôde avistar Naruto como comida na boca e olhos arregalados!

            - S-sasuke! Ai droga, eu sabia que estava esquecendo alguma coisa hoje de manhã! – Naruto estava apavorado, mas ainda sim não pôde deixar de sorrir ao ver o amigo. – Ah, me desculpe!

            - Não tem problema, Naruto. Você tinha coisas bem mais interessantes pra fazer, não é! – Sasuke olhou diretamente para Hinata. Essa por sua vez ficou totalmente encabulada com o comentário.

            - Q-que isso, Teme! A Hinata vai ficar na minha casa por causa de alguns problemas que aconteceram com ela. É só isso! – Naruto quis deixar bem claro que não havia segundas intenções no convite e Sasuke pôde sentir uma pequena pontada de decepção vindo da Hyuuga que logo se recompôs.

            - Ok Dobe, se você diz... – Sasuke se divertia com a situação. “Eu me enganei, você continua o mesmo tapado com cinco graus de miopia!”

            - Ei Sasuke, porque não almoça com a gente! A Hinata fez um almoço maravilhoso! – Naruto mais contente que o normal (se é que isso é possível) por ter seu amigo de volta, convidou Sasuke.

            O Uchiha pensou um pouco, mas acabou cedendo. Seria bom conversar com um velho amigo. E claro, Hinata nunca fora alguém que ele pudesse chamar de amiga, mas a garota tinha mudado, e muito. De certa forma Sasuke tinha certa empatia pela Hyuuga. O almoço estava realmente muito bom. Hinata tinha o dom da culinária, não havia como negar. Naruto contou para Sasuke como a garota fora parar em sua casa, sobre sua vida no pós – guerra e Sasuke relatou sobre sua jornada como Nukenin (Ninja desertor). Hinata ficou calada a maior parte do tempo. Estava se sentindo um pouco desconfortável ali, não que não gostasse de Sasuke, mas aquele momento de reencontro era somente dos dois e ela não passava de uma intrusa. Quando os três terminaram suas refeições, Hinata pôs – se a recolher a mesa e lavar a louça.

            - O almoço estava realmente muito bom. Meus parabéns. – Sasuke foférrimo agradeceu a Hyuuuga, que sorriu em resposta. – Mas me diga, será que eu posso roubar o Naruto de você um pouquinho? (Hanabi: *se intrometendo na fic* Ah vai ser viado no raio que o parta!!)

            - R-roubar?! M-mas c-como assim?! O Naruto – kun não é minha propriedade! – Hinata com as bochechas coradas responder atropelando as palavras. “Infelizmente...” Ela pensou.

            - Do que você precisa Sasuke? – Naruto, curioso levantou da cadeira e encarou o amigo.

            - Digamos que eu precise comprar uma roupa nova. – Agora era Sasuke, que quase imperceptivelmente, ficara vermelho. Naruto estava prestes a abrir a boca, mas Sasuke tratou de continuar – Sem mais explicações, pode ser?

            - E como se pede? – Naruto aproveitou – se do momento e cruzou os braços.

            - Me ajuda ou quebro cada centímetro da sua cara! – Sasuke agora já se irritando respondeu ameaçador.

            - H-hinata, eu vou uma volta, você fica bem sozinha? – Naruto pegando seu casaco rapidamente perguntou para a garota.

            - Não se preocupe, eu ficarei bem! – Ela respondia em meio a risadas. Aqueles dois não tinham jeito mesmo.

            Quando ela ouviu a porta da sala bater, avisando que os dois haviam saído, ela parou de lavar o prato em suas mãos, foi até a sala e olhou cada canto sujo e bagunçado do cômodo.

            - Hora da faxina... –Ela suspirou, enquanto se preparava para a pior de todas as suas missões de sua vida.

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Horas de depois, à noite...

            Sakura estava impacientemente sentada no sofá de sua casa. Os seus pés pareciam não obedecer a sua ordem de ficarem quietos e seus sapatos batiam descompassadamente contra o piso gelado. Ela olhou para o relógio: 21h17min.

“Como você é idiota Sakura, é óbvio que ele não vem! E você ainda é burra de acreditar nesse estúpido Uchiha. Ele só brincou com você sua idiota!” Sakura não se conformava com a ideia de Sasuke não aparecer. Ficara tanto tempo sem vê – lo, e quando, além dele visitá – la, ainda a convidava para sair. Agora, no fim tudo não passaria de uma ilusão de uma adolescente que sonho com o príncipe encantado. Era realmente doloroso criar esperanças e vê – las sendo despedaçadas por aquele convencido e tapado ninja de olhos lindos, cabelos lindos e corpo lindo.

- Maldito Uchiha! – Ela esbravejou.

Sakura já desistindo, levantou-se do sofá e foi para o seu quarto, mas parou no meio do caminho, quando ouviu um som que fez seu coração bater mais forte. A campainha. Ela virou – se e lentamente foi em direção à porta, como se estivesse em um filme de terror e esperasse ver o demônio do lado de fora de sua casa. Mas ao invés disso, ao girar a maçaneta e abrir a porta, teve a sensação de estar abrindo a porta do céu, pois a paisagem a sua frente era divina. Sasuke estava simplesmente perfeito. Vestia uma calça jeans escura, não muito apertada, mas nem muito larga em conjunto com um all star todo preto. Um colete social, igualmente preto estava aberto, sendo usado por cima de uma camiseta social lisa de manga comprida, que ficava por fora da calça. Uma gravata skinnny preta completava o look do rapaz (Eu: Vish, Sasuke está de luto. Caraca nunca vi tanto preto num visual só!).

- O maldito Uchiha pede desculpas pelo atraso. Até onde eu sabia, mulheres demoram a se arrumar. – Sasuke colocou as mãos nos bolsos do jeans e Sakura corou. “Droga! Mil vezes Droga! Não era pra ele ter escutado”. O rapaz riu da reação dela. Mas travou ao notar mais avidamente os trajes que Sakura usava.

A garota vestida um blusa tomara - que - caia preta lisa e simples, que ficava por baixo de uma saia branca de cintura alta bastante floreada em rosa acima do joelho, mas tão curta. Um cinto preto fininho dava um toque no look. A maquiagem dos olhos era leve, com apenas um lápis e uma sombra bem clarinha. O destaque ficou para seus lábios, com um batom mais forte. Os cabelos, ainda curto, estavam somente penteados, sem nenhum tipo de cuidado ou penteado especial, não por preguição, mas eles eram bonitos exatamente assim: Naturais. O scapin preto completava o look e a deixava com um ar mais “mulherão”. O Uchiha estava praticamente babando em cima de Sakura.

- Sasuke – kun, está tudo bem com você? – A rosada olhava o acompanhante preocupa com seu repentino silêncio.

- Nossa, Sakura! Você está... Bem... Ãhn...Uau! – Sasuke não encontrou palavras para expressar sua surpresa e admiração pela mulher. “Meu Deus Sakura, eu nunca tinha imaginado você assim. Você mudou muito. E caramba, que gata!” Sasuke não deixou de esconder o sorriso um tanto quanto malicioso que se formara em seus lábios.

- Você também está muito bonito Sasuke. – Sakura sorriu. “Bonito? Bonito?! Você está é lindo, maravilhoso! Não, calma Sakura, se controla!” Sakura usava e abusava de toda sua sanidade para não agarrar aquele Deus que estava parada em sua frente.

- Então, vamos? – Sasuke perguntou.

- Claro. – Sakura sorriu e pegando sua bolsa acompanhou Sasuke até o portão de sua casa.

A noite estava bastante agradável, pois apesar da temperatura um tanto elevada para aquele horário, uma leve brisa ajudava a refrescar. As ruas estavam bastante movimentadas, apesar de se um dia de semana. A casa de Sakura não era muito longe do restaurante, então eles não tinham muito pressa em chegar lá. O caminho estava sendo um tanto difícil de fazer, já que os dois não trocavam uma palavra sequer. Sakura caminhava olhando para o chão o tempo todo enquanto ele parecia perdido em seus pensamentos. Ela se irritou e resolveu puxar assunto.

- Como achou minha casa? – Sakura se puniu mentalmente por sua pergunta redondamente estúpida. Ele pareceu acordar de seus pensamentos e olhou – a, ainda formulando uma resposta.

- Bom, digamos que um certo loiro absurdamente tapado me deu uma ajudinha. – Sasuke continuou. – Eu descobri porque ele não foi à prisão. Sabia que a Hinata está morando com ele?

- Como é?! A Hinata?! – Agora Sakura estava realmente surpresa. – Mas como isso aconteceu?

Sasuke contou calmamente toda a história que Hinata o relatara durante o almoço. Sakura ouvia cada palavra com atenção, só desviando o olhar de vez em quando para encarar feio alguma garota que cuidava Sasuke com coraçõezinhos nos olhos.

-... No fim, o Naruto acolheu Hinata na casa dele. – Sasuke terminara a história.

- Por Kami – sama Tenho que me lembrar de mandar um pacote de sal grosso para a Hina. – Sakura parecia assustada, mas se recompôs e continuou agora calma. – Mas pelo que eu conheço da Hina, ela vai dar a volta por cima desses problemas rapidinho... – Ela completou ao mesmo tempo em que chegavam a um grande e conhecida restaurante de Konoha. A fachada era revestida madeira tipo deck com uma grande placa vermelha escrito em branco:

“Akinawa Culinária Japonesa

Refeição de Qualidade desde 1923”

                                            

- Chegamos. – Sasuke anunciou já adentrado o local e sendo seguido por Sakura.

O interior do restaurante era extremamente aconchegante. As mesas eras pretas, feitas de madeira, rodeadas por almofadas vermelho – sangue. O local era todo iluminado por luminárias orientais. As paredes eram revestidas com a mesma madeira de deck da fachada, mas com algumas partes em vermelho e muitos quadros com gravuras de guerra. Os dois adentraram o local e escolheram uma mesa pra dois que ficava ao lado de uma grande janela de vidro. O garçom prontamente chegou com os cardápios.

- Desejam algo para beber? – O garçom, que aparentava ter em torno de 40 anos, perguntou.

- Eu vou querer um Saquê, por favor. – Sasukea olhou para a garota. – E você?

- Eu te acompanho. – Sakura respondeu dando uma olhada nos variado cardápio.

O garçom anotou os pedidos e saiu a passos rápidos. Sasuke não escondeu o olhar surpreso.

- Sakura, desde quando você bebe? – Sasuke franziu o cenho.

- As coisas mudam, não é. – Ela deu de ombros. – Você mais do que todo mundo sabe disso, não é? – Sakura olhou – o no fundo dos olhos. Ele desviou o olhar para as bebidas que estavam sendo colocadas em sua mesa, pois simplesmente não conseguia respondê – la.

“Droga Sakura! Por que isso?! Por que agora?!” Aquelas perguntas martelavam na mente de Sasuke. Um silêncio profundo se abateu entre os dois, até Sakura, mais uma vez, tentou puxar assunto e acabar iniciando uma conversa sobre o prato que pediriam. Aquilo, por mais simples que fosse, conseguiu quebrar aquela barreira invisível que parecia impedir a comunicação dos dois. A partir dali a relação dos dois pareceu melhorar. As conversas eram mais animadas e mais abertas e parecia que a vergonha havia ido embora. A noite estava sendo tranquila e surpreendentemente animada. Eles comeram Yakisoba, beberam saquê, falaram sobre suas vidas, de como Sakura entrara para o hospital e dos trabalhos comunitários de Sasuke. Eram mais ou menos 23h45min quando Sasuke pagou a conta e eles saíram do local, caminhando devagar, para aproveitar cada momento que teriam da companhia um do outro.

-... Eu to falando sério. Nunca mais quero ter que dar banho em velho de novo. É horrível! – Sasuke falava em meio à risada de Sakura.

- Eu juro que pagaria para ver isso. – Sakura zombava do rapaz que franziu o nariz, fingindo estar brabo, mas sem muito sucesso.

“Ah Sasuke, se alguém tivesse me disso que você mudaria desse jeito dias atrás, eu iria rir bastante.” Sakura olhava o rapaz de uma maneira carinhosa, o que deixou o Uchiha curioso. “Eu nunca imaginei que fosse realmente aparecer em minha casa. Mas hoje você provou que eu estava errada. Você mudou e se tornou um verdadeiro homem Sasuke...”

- Você não achava que eu iria na sua casa, não é? – Sasuke pareceu ler os pensamentos dela, assustando – a. Ele olhou – a, mas ela não conseguia saber se era uma olhar compreensivo, sério ou triste.

- Me desculpe, é que... Eu... Bem... O - o que mais poderia pensar? Depois de tudo que nos fez passar, eu achei que... – Sakura tentava ao máximo cuidar as palavras que usava, mas foi interrompida mesmo assim.

- Eu fiz vocês passarem?! Ah faça – me o favor! Você não é burra Sakura, sabe o que aconteceu com meu irmão. Mas você não tem ideia de quanto eu sofri. Se soubesse faria a mesma coisa que eu fiz!! Eu só queria justiça!! – Sasuke saíra do controle e aumentara o tom de voz, chamando a atenção de quem passava ao redor. Ele parara de caminhar e a olhava irritado.

- Ah Sasuke, não se faça de vítima! Você não sabe o quanto eu e Naruto sofremos, sem saber o que aconteceu com você e como você estava. Passamos anos atrás de você! Por que gostávamos de você! Queríamos você aqui com a gente. Mas você e seu orgulho Uchiha é claro, não estavam nem aí! Você estava cego por causa de uma vingança estúpida sem nem ao menos saber a verdade. Sem irmão morreu pela vila e você tentou destruí – la. No fim você não fez nada mais do que desonrar a memória de Itachi. – Sakura enfurecera – se e respondia na mesma moeda. As pessoas cochichavam, apontando para o casal que discutia no meio da rua.

- Vingança estúpida? Você não sabe como é ter sua família destruída pela pessoa em quem você confiava, não sabe o que é se sentir sozinho e inútil. O que esperava que eu fizesse? Ficasse sentado esperando um milagre?! – Sasuke encarava – a com ódio nos olhos. “Quem ela pensa que é?! Não me conhece para falar tamanhas besteiras”.

- Eu esperava que você pensasse! Pelo menos por um minuto, pense! De que adiantou tudo isso? No fim, só mais dor e morte. É verdade, eu posso não saber mesmo como é ter uma família destruída, mas eu sei como é ter um coração partido em pedaços pela pessoa que você mais ama nessa vida! Eu sei o que é se sentir inútil a ponto de ver a pessoa que amo ser consumida pelo ódio e não poder fazer nada. Eu sei o que é a solidão, por que a pessoa que eu mais queria ao meu lado estava longe. E o pior é que a culpa de ter conhecido e sentido tudo isso é minha. Sim, toda minha! Irônico não?! – As lágrimas caíam descompassadamente dos olhos de Sakura, que em momento algum recuou. Sasuke surpreendeu – se com a postura de Sakura. Jamais imaginara uma Sakura desse jeito.

Ele ficou quieto. Mais uma vez, sua cabeça simplesmente não tinha a capacidade de formular uma resposta para dar àquela chorosa garota de cabelos rosados. Ela continuou:

- E sabe por quê? É minha culpa ser extremamente e estupidamente apaixonada por você, Sasuke. E esse foi o maior erro de minha vida, por que a única coisa que eu ganhei em troca desse amor em todos esses anos foi sofrimento, desilusão e desprezo. Você falou sobre ser vítima de sofrimento, injustiça e tudo mais, mas fez as mesmo coisas com todos que te queriam bem. Cada um sofreu com os sentimentos que você diz querer apagar, principalmente eu. Você matou parte da minha alma quando saiu por aquele portão. Mais uma vez eu te pergunto Sasuke, valeu a pena?  - Sakura conseguia arregalar os olhos de Sasuke a cada frase dita. Ela não aguentava mais. Estava cansada dele sempre tentando ter razão. O mundo não girava em torno de Sasuke e sua estúpida vingança sem sentido. Ela esperou uma resposta, mas esta não veio. Ele a encavara, somente isso.

Aquelas palavras atravessaram a alma de Sasuke tão fácil como uma katana atravessa um pedaço inútil de isopor. Ela estava ali, na frente dele, chorando e cuspindo a verdade nua e crua na cara dele. E o pior, ela tinha razão em cada palavra. Ele ficou imóvel e quieto, absorvendo cada dura palavra que saíra da boca de Sakura, enquanto a via sair correndo o mais rápido possível até sair da vista do rapaz.

"Inferno! A noite estava boa demais para ser verdade." Sakura não aguentou mais olhar na cara de Sasuke e pôs – se a correr sem rumo por ruas desconhecidas. Não importava onde estivesse, nesse momento só queria ficar longe daqueles olhos ônix. Ela parou em uma rua qualquer, encostando - se em um muro para descansar. Seus pés doíam obrigando - a tirar o sapato.

- Ora, ora... Olha só o que temos aqui Amiko! – Sakura gelou.

Como se num passe de mágica, dois rapazes saíram de um beco próximo de onde Sakura parara e a cercaram, fazendo - a se espremer contra o muro, como se quisesse atravessá-lo. Usavam moletons com capuz e calças jeans extremamente largas. Um arrepio percorreu cada centímetro da pele de Sakura.

- Huum, Yoko, parece que temos uma gatinha perdida aqui. Vem cá benzinho, deixa eu cuidar de você. - O outro rapaz tentou tocar lhe o rosto, mas ela empurrou a mão do rapaz, tremendo.

- S-saiam de perto de mim! Eu estou avisando. Posso machucá-los. - A voz de Sakura saiu falha arrancando risadas dos dois rapazes. Ela tentou achar um espaço por onde pudesse fugir, mas contra os dois armários à sua frente não teria a mínima chance.

-Ui ui ui! A gatinha é uma leoa. Vem cá e me mostra o quanto tu é feroz. - o tal Amiko avançou tentando beijar Sakura, mas esta foi mais rápida e lhe deu soco no estomago, não tão forte quanto gostaria, pois estava muito assustada para juntar quantidade suficiente de chakra. O homem atingido caiu dois metros longe, gemendo de dor.

- Sua puta! Vai pagar por isso! – Sakura tentou fugir, mas levou um forte soco do outro rapaz, no rosto, caindo desnorteada no chão. Pensou em gritar, mas sua voz parecia ter sumido e tudo que conseguiu foi um fraco sussurro de súplica.

O homem que batera nela levantou – a pelos cabelos e com uma mão segurou seus dois finos pulsos para trás das costas, enquanto migrava a outra dos cabelos até a boca de Sakura, tampando - a. Ele arrastou – a até o beco, sendo seguido pelo amigo que acabara de levantar, com certa dificuldade. Sakura debatia inutilmente em completo desespero.

- Vou te por no seu lugar, cadela! – O rapaz atingido falou já abrindo o zíper da calça. Sakura começou a rezar, pedindo que alguma coisa, qualquer coisa, até um raio, impedisse o que estava prestes a acontecer. Ela fechou os olhos e chorando esperou pelo inferno que estava por vir .

- Vocês não tem ideia de como caras como vocês me dão nojo!

Ela abriu os olhos e viu a pessoa que menos queria ver, mas ao mesmo tempo a que mais desejava ver (Confuso né? Fazer o que...). Os dois homens encararam Sasuke visivelmente irritados por ele ter interrompido a diversão deles.

- E você quem é? – Perguntou Yoko, o rapaz prestes a abusar de Sakura.

- Provavelmente a última pessoa que verão na vida. – Sasuke em uma velocidade fora do normal atacou os homens, que nada podiam fazer.

Sakura fora solta e caíra de joelhos, olhando a cena horrorizada e com lágrimas molhando seu rosto. Sasuke batia descontroladamente nos rapazes, e se continuasse daquele jeito, iria acabar matando – os.

- Sasuke... por favor... Pare! – Sakura suplicou e a voz dela teve efeito imediato no Uchiha. Ele parou subitamente e olhou para a garota.

- Mas Sakura, esses lixos iam... – Sasuke tentou argumentar.

- Eu sei o que eles iam fazer. Mas por favor, eu só quero sair daqui. – Sakura pediu desesperadamente.

Ele torceu o nariz, mostrando não gostar da ideia, mas cedeu ao ver o estado em que a pobre garota se encontrava. Ele ajudou - a se levantar. Ela abraçou - o derramando ainda mais lagrimas. Ele não sabia o que fazer, optando apenas por retribuir o abraço. Eles caminharam abraçados ate um lugar mais movimentado e comprou uma água para Sakura e eles sentaram em um banco mais afastado do movimento.

- Como está? - ele sabia que era uma pergunta levando em consideração o que ela havia passado há alguns instantes, mas foi a única coisa que lhe veio a mente.

- Ah Sasuke! Eu... Obrigado! - Ela falava baixo, mas audível. - Se você não tivesse aparecido eu nem sei o que poderia ter acontecido!

-Não pense mais nisso ok. Já passou. - a raiva borbulhava dentro de Sasuke. Só de pensar no que aqueles imundos poderiam ter feito a ela, dava-lhe vontade de voltar e matar um por um, bem devagar.

- E Sasuke, sobre o que aconteceu quando saímos do restaurante... - Sakura falava em meio aos soluços, mas foi interrompida.

- Você estava certa. - Sakura surpreendeu-se.

- Sakura me escuta tudo o que você disse é verdade. Eu fui um completo imbecil. Agi sem pensar nas consequências de meus atos. E fiz isso hoje, novamente. Eu nunca me perdoaria se algo tivesse acontecido com você. – Ele tentava encontrar palavras para continuar. – Infelizmente eu demorei a perceber isso. Pra falar a verdade, só consegui isso com a ajuda de meu irmão... Aquele dia, quando eu estava preste a... bem, você deve se lembrar...

Sakura se lembrava muito bem do dia em que Sasuke quase tirou sua vida. Não era uma memória fácil de tirar de sua mente.

- Bom, Itachi falou comigo. E abriu meus olhos. Ele me mostrou o que iria perder caso continuasse. Me mostrou algo que estava trancado bem no fundo do meu coração. Uma coisinha chamada amor. O amor que eu sinto por você Sakura.

- Sasuke... – Sakura estava em estado de choque. Amor? Ele falara realmente isso?

- Eu te amo Sakura. Por favor, me deixe reparar toda a dor que te causei. Eu quero me tornar uma pessoa melhor cada vez mais. Mas eu quero fazer isso ao seu lado... Ao lado da mulher que sempre amei! Você não faz ideia do quanto eu te amo e do quanto é importante pra mim. Sempre foi. Só que eu tinha tanto medo de demonstrar isso. Achei que fosse me fazer fraco e vulnerável. No fim, ficar sem você foi o que me deixou assim, é tudo que eu fiz foi machucar a segunda mulher que eu amei nessa vida.

- Segunda?- Sakuta torceu o nariz.

- Não faça essa cara Sakura. Quando Itachi me disse isso, eu também não entendi. Mas agora ficou tão claro como água.  – Ela apenas encarou – o, esperando uma resposta. –Sakura, a primeira mulher que amei na vida é minha mãe. E ainda sim, era um amor fraternal. Sakura você é a única mulher que amei e amo. A única que eu realmente desejo e sempre desejarei ao meu lado. Me desculpe por...

Sakura colocou o dedo indicador no lábio de Sasuke, para que ele se calasse.

- Sasuke, não precisa diz mais nada. – Ela sorriu sapeca. – Eu te amo Sasuke.

Ele sorriu e mirou os lábios da garota. Aproximou – se calmamente. Sakura ao notar a aproximação ficou eufórica.  Ela fechou os olhos e quando seus lábios se encontraram, o mundo parecia ter se evaporado à sua volto. Suas pernas bambearam e antes que pudesse pensar em se recompôs ele já abria espaço nos lábios de Sakura com sua língua que logo adentrou em minha boca, ele virou um pouco o rosto e nossos lábios se encaixaram com perfeição. Aquilo a levou a loucura. Sasuke enlaçou seus braços e na cintura da garota, aproximando ainda mais seus corpos e Sakura respondeu colocando suas mãos no rosto do rapaz, fazendo – o estremecer. Ele explorava a boca de Sakura boca assim como ela explorava a dele, calmamente, sem nenhuma pressa. Sasuke parecia ter fogos de artifício explodindo em seu estômago, tamanha era a felicidade de finalmente beijar a mulher que lhe ensinara o que era amar. Infelizmente tiveram que se separar, por falta de ar. Eles se encararam por alguns segundo antes de rir. Sem dizer nada, Sasuke deu um breve selinho em Sakura e colocou seus braços em volta dos ombros da garota e esta, em volta da cintura da garota. Eles se puseram a caminhar em silencio, ainda aproveitando o gosto de cada um, impregnado em suas bocas, até que Sakura se pronunciou.

- Você estava mesmo com ciúmes do Ichigo, não é?

Ela apenas afirmou com a cabeça. Fazendo – a rir. Sim, ela estava lá. A mulher de sua vida. Ao seu lado. Sasuke olhou aqueles perfeitos olhos esmeraldas. Ele sorriu como não havia sorrido em muito tempo.

"Obrigado irmão... você salvou minha vida mais uma vez, pra variar..." Foi a coisa mais racional em que Sasuke conseguiu pensar naquele momento.


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Notas finais do capítulo

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