Uma Nova Vida Ao Seu Lado - NaruHina escrita por juhricardo


Capítulo 10
Nem Tudo É Um Mar De Rosas


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Tudo tranquilo com vocês? Bom, primeiro de tudo eu quero agradecer aos comentários de vocês, que às vezes eu não consigo responder cada um, mas eu leio todos. Sério, fico com uma cara de boba lendo cada um (Você são muito fofos). Mas enfim, sobre aquela pergunta que eu fiz a vocês no capítulo passado, sobre os intervalos de postagens, o intervalo de duas em duas semanas ganhou. Então eu prometo que a partir d agora vou me regrar para postar nas datas certas. No mais era isso.

Boa leitura!



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-Hinata, eu ouvi um baru...  - Hinata levantou o rosto encharcado de lágrimas e mirou Naruto. O loiro parou de falar.

Há muito tempo atrás, na época que viajava com Jiraiya pra treinar, Naruto e seu mentor faziam o caminho de volta para Konoha, quando ouviram gritos vinda do meio do meio da mata. Gritos desesperados, de pura súplica. E risadas. Risadas malignas. Ao chegarem a uma clareira, de onde vinham os gritos, a cena era horrível. O pequeno acampamento antes montado ali estava completamente destruído, com pertences atirados por todos os cantos. E num canto três corpos. Um homem com o corpo todo ensanguentado e machucado, com um buraco no peito. Uma mulher estava também muito machucada e  seminua, provavelmente fora violentada. Os dois estavam mortos. A única coisa que se ouvia naquele momento era a respiração fraca de um garotinho de 9 anos, com uma kunai cravada em seu peito e inúmeros hematomas pelos corpos. Naruto ao correr e segurar o menino ouviu o seguinte:

- A gente... Não fez... Nada. Só queriam... Machucar... A gente... - Os olhos do pequeno garoto foram fechando-se aos poucos e a vida esvaiou-se de seu corpo. Três mortos.

Naruto sentiu um misto de sensações. Angústia, dor, incapacidade e principalmente, raiva.

E era esse misto de sensações que ele se sentiu no momento que viu o rosto encharcado de lágrimas de Hinata. Ao ver aqueles olhos brancos como pérolas demonstrando tanta angústia. Sentia dor por ver o estado da pobre garota, tristeza por saber o que ela estava passando. Incapacidade por não ter sido capaz de evitar aquilo. Mas acima de tudo, sentia raiva, muita raiva, porque sabia o motivo daquelas lágrimas. "Maldito Hiashi" ele pensava. Mas, maior que sua raiva e indignação era sua vontade de simplesmente abraçar aquela frágil criatura que ele denominara "anjo", dizer a ela que tudo ficaria bem e que ele estava lá ao seu lado. Queria protegê-la de tudo e todos. Mas algo o impedia. Ele devia estar ficando louco. Ele gostava de Sakura. Sempre gostou. Então o que o fazia ter esse tipo de desejos e pensamentos? Naruto não sabia.  "Deve ser apenas o calor do momento. Ou simplesmente pena de Hinata” Ele constatou. “Ou talvez pudesse ser outra coisa. Mas o que?” As dúvidas não paravam de surgir em sua cabeça.

Naruto voltou à realidade e lembrou-se que Hinata ainda observava. Ele caminhou lentamente até a cama da jovem e sentou na beirada do colchão. Não falou nada, esperando que ela se acalmasse e falasse com ele. Ela fitou aqueles olhos azuis e a imagem de um Naruto frio voltou a sua mente. Aquelas palavras ecoaram em sua cabeça: "Você matou sua mãe por que foi fraca...! Cresça e deixe de ser tão inútil!".  Ela voltou a derramar algumas lágrimas.

- A culpa foi minha... - A voz de Hinata era falha e baixa, quase que num sussurro.

- Do que está falando?! - Naruto indagou.

- Fui eu. A culpada pela morte de minha mãe. Se eu não fosse tão fraca e inútil ela não teria sido morta... - Ela cuspia as palavras num misto de raiva e tristeza. Naruto não pôde deixar de se surpreender com o que ouvia da morena.

- Hinata da onde você tirou isso?

- Eu sempre soube, inconscientemente, mas nunca tinha realmente me dado conta... Mas agora eu entendo. Minha fraqueza e bondade só serviram pra mat...

- Nunca mais repita isso. - Naruto a interrompeu, sério. Ela ficou quieta e olhou - o surpresa. - Hinata, por favor, você não faz ideia de como me dói ouvir você falando essas coisas.

Ela não respondeu. Ele continuou.

- Entenda. O que aconteceu com sua mãe não foi culpa sua. Foi o seu pai. E ninguém mais. Sua mãe te amava. Eu acho que ela não gostaria de te ver falando essas besteiras. E não diga nada sobre fraqueza e bondade. Você pode ser tudo menos fraca. Não é qualquer pessoa que passa pelo que você passou e consegue ficar com um sorriso lindo no rosto. - Hinata corou violentamente e Naruto riu. Ele levou a ponta de seus dedos até o queixo de Hinata e o levantou –o delicadamente, fazendo o contato visual ficar inevitável  - E outra coisa. Você fala de sua bondade como uma coisa inútil e sem sentido. Mas é essa sua bondade e gentileza que faz você ser você. É isso que te faz tão única e especial.

"Única? especial?" A cabeça de Hinata girava. Aquilo devia ser um sonho. Um de seus muitos sonhos envolvendo o loiro. Ela beliscou o próprio braço. Não, aquilo era real. Naruto a olhava curioso. “Droga!” Ela xingou – se mentalmente. Como ela queria simplesmente poder dizer tudo que sentia tirar aquele nó que há anos estava em sua garganta. Apenas poucas palavras.

- Naruto... Eu... – Ela queria se desculpar, agradecer, dizer o quanto a amava , mas não sabia por onde começar nem o que dizer.

- Hinata, não precisa falar mais nada. Vá tomar um banho gelado pra esfriar a cabeça. Eu vou fazer um chá pra gente. - Ele sorriu e piscou para ela.

Ela esboçou um singelo sorriso, assentiu e levantou - se da cama. Enquanto Hinata caminhava em direção ao banheiro, Naruto não pode deixar de observar as belas curvas da morena (não, não é a de Salve Jorge...), que apesar do pijama nada curto ou apertado, ainda sim eram bem distinguíveis.

"Desse jeito, quem vai precisar de um banho gelado sou eu." - O loiro pensava atordoado ao olhar Hinata, indo em seguida ir à cozinha, para evitar "problemas".

- Ei Naruto - kun. - Ele parou o caminho e virou - se. - Obrigado. Mais uma vez.

- Não por isso. - ele sorriu e continuou seu caminho

25 minutos depois...

O Loiro carregava uma bandeja retangular de alumínio, com dois pequenos copos e um bule de porcelana .

- Ei Hinata, o chá está pronto. - Naruto, com as mãos ocupadas, empurrou a porta do quarto com os ombros.

Ao abrir a porta, o rapaz deu de cara com Hinata adormecida e escorada sobre o encosto da cama. Sobre suas pernas repousava suas mãos vermelhas e ainda machucadas, agora sem as faixas. Seu pijama azul fora trocado por um cor preta com pequenos detalhes em branco. Os cabelos lhe caíam sobre o rosto.  Naruto ficou alguns segundos parado. Um completo idiota admirando Hinata, como um garotinho que olha para o seu vídeo game novinho em folha. Ele lamentou não poder conversar mais um pouco com a morena. Realmente gostava de sua companhia, mas que se dane. Ela estava ali. A culpa era dele que não tinha a capacidade de preparar um chá mais rapidamente. Mas não iria acordá-la. Sua expressão era tão tranquila. Ela devia estar muito cansada. Ele largou a bandeja no criado - mudo e foi até a Hyuuga, que dormia sentada e pegou - a gentilmente no colo. Ele depositou - a na cama e a tapou. A garota sorriu. "Deve estar tendo um sonho muito bom..." O loiro pensou. Mal sabia que ele era o motivo desse sorriso.

Sem muita vontade de sair dali, ele sentou - se na beirada da cama e ficou observando a garota dormir. Observou cada traço da garota. Sua pele tão branca, seus pequenos lábios vermelhos e seus cabelos azulados. Era tão bonita, tão doce e tão pura. Como alguém podia fazer mal a alguém assim? E mais uma vez uma vontade de tomá - la nos braços tomou conta de Naruto. Ele tentou afastar esses pensamentos. Não. Aquilo não era certo, ele amava Sakura. Hinata era só uma amiga. Só.

O rapaz desistiu de tentar entender seus pensamentos e resolveu ir para seu quarto. Olhou para Hinata e aproximou - se dela.

- Boa noite Hinata - chan. - ele sussurrou em seu ouvido, antes de beijar levemente a bochecha da Hyuuga e sair do quarto.

Hinata não teve mais pesadelos aquela noite.  

  

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     10h30min

           

            Hinata abriu os olhos lentamente, adaptando – se à luz do sol que, através da janela, invadia seu quarto. Ela olhou para o lado ainda meio sonolenta e notou uma bandeja prata com frutas, pães e café. Ela sentou – se na cama, incrédula. “Isso só pode ser brincadeira. Café da manhã?! Na cama?!” Hinata simplesmente não conseguia entender a atitude de Naruto ao trazer aquilo a ela. A garota não tinha a intenção de dar trabalho. Mas ao olhar aquela bandeja, a jovem foi vencida pelo estômago que já reclamada de fome. Ela comeu calmamente. Após o café, levantou, arrumou a cama e vestiu um short jeans e uma camiseta preta com gola “v”. A garota pegou a bandeja, agora vazia, e se dirigiu à cozinha.

- Ohayo Naruto – kun! Obrigado pelo café! Foi muito gentileza sua. – Hinata entrou na cozinha e viu Naruto sentado à mesa, olhando para o nada.

- Ah... Ohayo Hinata - chan. De nada. - O loiro falou com o desânimo impregnado em sua voz.

Hinata viu a expressão de abatimento no rosto de Naruto e sentiu de imediato uma agonia no coração. Não, ele não estava nada bem.

- Aconteceu algo? - Perguntou a Hyuuga, sentando-se à mesa, de frente para o loiro.

- Não se preocupe. Não aconteceu nada - Ele tentou esboçar um sorrir, sem sucesso.

- Naruto - kun, você sabe que eu não vou acreditar nessa sua resposta. Aconteceu alguma coisa, não é? - Hinata não desistiu.

Naruto observou Hinata, que o olhava séria. Como ela o conhecia tanto? Parecia que a garota tinha uma espécie de manual sobre ele ou que o observava há muito tempo. Vencido, ele respondeu:

- Sasuke e Sakura.

- Do que está falando? – Hinata tinha uma leve ideia do que estava por vir.

- Estão namorando.

As suspeitas de Hinata se confirmaram. Agora ela entendia o motivo de Naruto estava daquela maneira. Ele descobrira que Sakura estava namorando. E ainda por cima, estava namorando o seu melhor amigo. Naruto ainda a amava. 

- Como ficou sabendo disso? Quer dizer, era com Sakura que Sasuke ia se encontrar ontem à noite? - Ela perguntou.

- Saí para buscar algo para o café e lá estavam os dois, de mãos dadas, conversando e sorrindo. Bom, pelo visto era ela sim, mas ele não me falou nada ontem à noite...

Flash Back ON

-...Acho que essa ficou boa. Vou levar. – Sasuke experimentava a quinta calça só naquela loja.

- Sim, sim. Pode ser. Mas me diga Sasuke, – O tom de voz de Naruto tornou – se malicioso. – Quem é a misteriosa garota que te fez pedir minha ajuda para vir comprar roupas?

Sasuke olhou para Naruto furioso.

- Isso não te interessa Dobe. – Naruto bufou. – E, mudando de assunto, a Sakura ainda mora na mesma casa?

- Ela se mudou faz pouco tempo, mas por quê?

- Por nada, precisava falar com ela...

Flash Back OFF

- E você nem desconfiou não é... – Hinata não se conformava ao ver o loiro naquele estado. Querendo ou não, ela sabia como era ter seu coração em frangalhos por alguém. E por mais que estivesse feliz por Sakura, ela não podia deixar de sentir pena do rapaz

- Não! Quer dizer... Poxa ele é meu amigo. Ele sabia... Ele... Ele pelo menos devia ter me falado! – Naruto descontava sua raiva dando socos na pobre mesa.

- Ele deve ter tido seus motivos... – A mente de Hinata trabalhava a mil para tentar formular uma frase que servisse para o momento. Não estava dando certo. – Ele não fez por mal...

- Motivos? Não. Isso foi injusto. Ele sabia que eu gostava dela. – Naruto estava exaltado e aumentou o tom de voz, assustando a Hyuuga. - Você não tem ideia de como é amar uma pessoa que nunca te correspondeu e ainda por cima, vê – la entregue a outro alguém... 

A última frase fez o sangue da garota borbulhar por dentro.

- Está enganado. – Hinata irritou – se também. – Eu sei muito bem o que é isso. Eu sei o que é sofrer por alguém. Sei o que é amar tanto uma pessoa que gosta de outra e que nunca correspondeu esse amor. Sei o que é amar ou ao ponto de viver feliz sabendo que essa pessoa é e será feliz sem mim. Então por favor, não me venha com essa não “você não faz ideia!”.

A Hyuuga levantou – se da cadeira irritada com Naruto e consigo mesma. Quando Naruto mais precisava de um ombro amigo ela começara uma briga. Mas estava brava com ele também. Ele não a conhecia. Como podia dizer aquilo.

- Hinata, eu... – Naruto um pouco assustado com a repentina atitude da garota. Aquela explosão de raiva, por causa do que ele falou o assustou. E o fato de Hinata também sofrer com um possível amor não correspondido o intrigou profundamente.

- Não precisa dizer nada. Não é sua culpa. Os ânimos estão bem exaltados... – Ela tentou acalmar os ânimos. Ele concordou.

Depois dessa turbulência matinal, Hinata recolheu a mesa do café e lavou a louça, enquanto Naruto continuava sentado à mesa, pensativo. Depois de limpar a pia, Hinata dirigiu – se à porta da frente, em silêncio.

- Aonde você vai? – Ele perguntou aflito. Ela virou – se para encará – lo e viu aquela expressão de tristeza que tanto a angustiava.

- Vou ver minha irmã. – Ela respondeu meio receosa. Ele assentiu.

Sem dizer mais nada, ela girou a maçaneta e saiu porta afora, deixando um certo Uzumaki atordoado, parado à porta da cozinha, olhando para onde, há alguns segundos atrás, estava a bela Hyuuga.

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Hinata chegou à academia ninja e recostou - se na árvore que ficava mais perto da entrada e esperou. Olhou para o relógio pendurado perto da porta de entrada da academia: 11h30min. Cogitou a possibilidade de algum Hyuuga vir buscar Hanabi, mas, a essa altura do campeonato, isso não importava mais. Ninguém a impediria de ver a irmã.

Algumas poucas crianças começavam a cruzar a entrada, umas se dirigindo para suas casas sozinhas outras indo de encontro aos pais. Poucos minutos depois uma garota de cabelos lisos castanhos e olhos tão brancos quanto os de Hinata saiu de dentro da academia calmamente, caminhando com as mãos nos bolsos, sem se importar muito com o que acontecia ao seu redor. Vestia uma corsário ninja azul marinho e um regata cinza.

Hinata não pôde de sorrir ao ver Hanabi. Sentia tanto a falta da pequena. Deixá - la aquela noite fora a coisa mais dolorosa que ela tivera que fazer e infelizmente ainda não poderia tirá - la de casa, pelo menos não por enquanto. A jovem caminhou até a irmã mais nova, que andava de cabeça meio baixa e ainda não notara a presença de Hinata. A Hyuuga mais velha aproximou-se por trás da pequena garota.

- E aí mascote. - Hinata falou perto de seu ouvido. Sabia que Hanabi odiava aquele apelido.

- Mascote? Por que não vai tomar no seu... - Hanabi irritada virou-se para ver quem era o ser que ousava irritá - la.

Ao ver a irmã mais velha, os olhos de Hanabi brilharam e Hinata pôde notar vários machucados em suas mãos e braços, um enorme corte atravessando a bochecha direita da garota, fora alguns curativos em seu rosto.

- Onee - chaan!! - Hanabi pulou na irmã, abraçando - a.

Continua...  

                                                                                                        


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Notas finais do capítulo

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