30 Dias Com Alec Volturi escrita por Drama Queen


Capítulo 9
eight


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Demorei. Eu sei. Mas não estava em condições de postar. Falta de tempo, falta de criatividade. E PARTE É CULPA DA VANESSA. Vanessinha - minha fonte de ideias - não quis me contar a ideia que teve e por isso eu demorei, ruuuum.
Espero que gostem. Pretendo postar mais um nesse Carnaval, MAS NÃO GARANTO NADA.
Dedicado pra Lizandra Volturi, pela recomendação LINDA (:



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Acordei com um par de lábios trilhando beijos em minha nuca. Faziam cócegas em minha pele, causando-me arrepios. Mas não era suave... Era divertido. Brincalhão. Como uma risada. Abri os olhos e meus pulmões se encheram de ar. Aquilo estava tremendamente errado.

– Porra, Demetri! – exclamei, afastando-me e levando o edredom comigo. Eu não queria que ele me visse de camisola – Qual é o seu problema? – o loiro começou a rir.

– Aro quer falar com você. Achei que seria bom se começasse o dia vendo uma coisa bonita – ele piscou com um olho só, o que teria me feito rir se eu não estivesse em choque.

– E com bonita você quer dizer você? – revirei os olhos – Agora cai fora que eu preciso me trocar.

– Ah, é pra usar a roupa que está no piano. Parece que eles têm uma missão pra você, ou algo do tipo. – ele deu de ombros – Estou te esperando do lado de fora. – dito isso, saiu.

Fui direto ao banheiro e lavei o rosto com a água gelada. Meus olhos estavam ainda mais vermelhos do que antes. Sinal que eu finalmente já parava de crescer. Tirei a roupa e tomei uma ducha rápida. Não era legal fazer com que os mestres esperassem. Sequei-me e, enrolada na toalha, fui até o piano. Santo Deus, que roupa era aquela?

Vesti-me e me arrumei, deixando o cabelo solto. Eu nunca gostara muito de roupas extremamente vermelhas, por isso, na maioria das vezes, reservava essa cor para os sapatos. Mais vampira do que nunca, andei em passos lentos para a porta, ajeitando a meia-arrastão.

– Pra que tudo isso? – perguntei, fechando a cara. Demetri ofereceu o braço a mim, mas eu o recusei, mantendo os braços cruzados no peito.

– Você realmente não quer saber. – ele colocou as mãos nos bolsos, por baixo do casaco cinza-chumbo. – Por que está tão fria?

– Batimentos cardíacos desacelerando – sorri com meu trocadilho.

– Você praticamente me enxotou agora pouco.

– Na verdade – sorri – Eu realmente te enxotei. Você não pode simplesmente agarrar uma garota enquanto ela dorme, ainda mais quando você tem uma namorada – revirei os olhos, mostrando-lhe o óbvio.

– Eu e Jane não somos exclusivos, Cullen. – um sorriso se formou em seus lábios. – Só casuais.

– Se ela não disse isso, considere-se exclusivo. – mesmo ainda a cinquenta metros da sala do trono, eu podia ouvir os murmúrios.

Sem dúvidas uma das vozes era de Alec, e, conforme nos aproximávamos, notei que a outra pertencia a Aro. Eles discutiam nervosamente, e Jane tentava se por no meio, procurando um equilíbrio. Seu irmão tinha a voz alterada, no tom que só se usa quando algo muito ruim está prestes a acontecer. Quando a porta se abriu, vi Heidi ao lado de Aro. Alec, na frente de ambos, só faltava chorar. Olhei minhas roupas novamente. Eu teria que ir caçar.

– Ela não vai! Definitivamente, não! – o moreno passou nervosamente os dedos pelo cabelo – Você não pode forçá-la. E não vai.

Então ele pareceu notar minha presença. Não fui capaz de vê-lo se mover, e quando dei por mim, ele se punha à minha frente, como um escudo. Suas mãos tremiam em minhas costas, e enterrei meu rosto em suas omoplatas.

– Alec – respondi, num sussurro – Eu vou.

– Você não vai, mais que droga! – ainda com a voz alterada, ele parecia fora de si. – Você nunca viu, não é? Um massacre, ao vivo. Eu sei que não. – seus olhos fitavam os meus – Não vai conseguir, Nessie. É... Horrível. Na melhor das hipóteses.

– Ela já disse que vai. – Felix se pôs entre nós, e Alec parecia desapontado. – Então ela vai.

Afastei-me, indo ao para perto de Heidi. Jane olhava para mim, de certo modo, agradecida. Tudo o que não precisávamos era uma guerra. Não agora.

– Entendeu tudo? É bem simples. – Heidi me entregava metade dos panfletos que segurava.

– Jogar charme pra cima dos homens, elogiar as mulheres e ser simpática com os idosos. Entendi. – suspirei pesadamente – Quantos precisamos?

– Vamos começar com vinte. – ela deu de ombros enquanto andávamos pelas ruas de Volterra até um posto de informações – Normalmente levo meia hora.

As pessoas começavam a chegar, interessadas no passeio pelo castelo. A grande maioria era turista, disso eu sabia. Doía a alma olhar aqueles rostos e saber que dentro de pouco tempo estariam todos sem vida. Sem dar-lhes ao menos uma única chance. Mas eu tinha que fazer. Não apenas pelos Volturi. Mas por Alec. Ele estaria em apuros se eu simplesmente desistisse. Os guardas achariam que a culpa era dele. Espantei o pensamento quando um homem alto e forte puxou meu ombro.

– Olá, princesa. Você faz parte do pacote, é? – ele possuía a pele avermelhada, e julguei ser britânico pelo tal. Tinha hálito de nicotina, e, apesar de bem vestido, não demonstrava modos de uma elite. – Por que eu e meus amigos – ele apontou pra um grupo com meia dúzia de homens como ele – estávamos pensando em conhecer melhor a cidade, sabe?

– Olha, Heidi – puxei a vampira para mais perto – Bons samaritanos interessados em fazer nosso passeio – sorri para o homem – Ficaríamos honradas se nos acompanhassem.

– Sem dúvida ficaríamos – ela sorriu também, dando-lhe os papéis pra que assinasse. – Belo grupo nós arrumamos, hein – ela sussurrou, permitindo-me ouvir pelos sentidos aguçados.

Eu comecei a puxar o grupo pelos corredores. Heidi vinha atrás das pessoas, como pra impedir que corressem. Enquanto andávamos, comentei sobre toda a arquitetura e história do lugar, enquanto via metade dos turistas abismados e encantados. Mas o tal homem continuava a me fitar, olhando diretamente para meus seis e coxas. Eu queria virar um soco na cara dele, mas algo me impediu. E com algo, quero dizer Alec, no fim do corredor. Ele deu um suspiro aliviado quando viu que eu estava bem, mas, segundos depois, tomou uma postura rígida e eu sabia que ele notava os maus modos do homem.

Movi os lábios formando uma curta frase: Acabe com ele, por mim. Ele assentiu e entramos no salão do trono. A porta atrás de nós se fechou e os gritos começaram. Eu queria desviar o olhar, mas simplesmente não podia. O homem britânico foi o último. Ele não gritava, mas não conseguia se mover também. Algo no olhar de Alec não deixou com que os outros vampiros se aproximassem dele.

Então, lentamente, o moreno se aproximou. Eu um movimento rápido, separou do corpo os dois braços do homem. Depois fez o mesmo com as pernas. Ele parecia desmaiado, mas eu ainda podia ouvir seu coração bater. Por fim, as mãos do vampiro esmagaram o crânio do turista, e eu sufoquei um grito.

Ele merecia aquilo, eu sabia. Mas eu nunca havia visto Alec assim. Eu nunca havia visto ninguém assim. Fiquei em choque, enquanto deixava meu corpo escorregar pela coluna de mármore e caí no chão. Eu queria chorar, mas as lágrimas não saíam. Foquei em minha respiração, o que me fez retornar aos poucos à realidade. Quanto tempo já havia se passado? Dez minutos? Talvez quinze.

Levantei-me e percebi que todos os vampiros ainda se mantinham em posição. Olhavam-me curiosos. Uma pilha de corpos se amontoava num canto do salão, e não havia mais sangue espalhado. Apenas alguns respingos em minhas roupas. Todos pareciam impecáveis. Tomei um pouco de ar, sem conseguir encarar nenhum rosto. Saí do salão e fui direto para o banho. Água gelada. Era bom. Não sei quanto mais tempo se passou, mas ouvi uma batida na porta.

– Você está bem? Fisicamente? – A voz de Alec era fraca.

– Eu já vou sair. – sequei-me e coloquei meus pijamas. Não sei se era devido ao trauma, mas eu me sentia fria. Peguei o apanhador se sonhos e o segurei entre meus dedos. Eu teria muitos pesadelos essa noite.

Abri a porta e demorei pra soltar-me da maçaneta. Eu devia tê-lo ouvido. Eu não deveria deixar esse orgulho idiota falar mais alto. Mas se fiz isso por ele, um erro compensava o outro? Eu não acreditava nisso. Mesmo no quarto escuro, eu podia ver seus olhos me encarando. Estavam de um vinho escarlate. Ele não havia se alimentado hoje, mas não iria lhe fazer mal.

Coloquei o apanhador de sonhos sobre a cama e fui até ele. Parecia tão mal quanto eu. Aproximei-me cada vez mais e pude perceber que ele não respirava. Nem se mexia. Será que ele queria um tempo sozinho? Pensei comigo mesma. Mas eu era egoísta demais para simplesmente deixa-lo em paz. Debrucei-me sobre seu peito, ouvindo ele finalmente suspirar. Seus lábios frios tocaram minha testa e eu me aninhei mais em seu peito.

– Achei que nunca mais fosse olhar pra mim. – sua voz soou rouca enquanto ele brincava com os fios de meu cabelo. – Não devia, se quer saber.

– Acha que eu conseguiria? – sorri, e meu estômago revirou.

– Trouxe comida pra você – ele riu, puxando-me para a cama e colocando-me em seu colo. Com a outra mão, acendeu uma vela sobre a mesa de centro, que iluminou uma bandeja. Quando a tampa foi retirada, pude ver um pouco de massa ao molho branco.

– Você não me conhece de outra vida, por acaso? – sorri.

– Talvez – ele deu de ombros – Você está na Itália, o lugar da melhor massa do mundo. – sua mão acariciava meu rosto.

– Fica comigo, essa noite? – perguntei, sem pensar – Deixa quieto, é entediante pra quem não dorme – coloquei um pouco da comida na boca, apreciando o gosto.

– Será um prazer.


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Notas finais do capítulo

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