30 Dias Com Alec Volturi escrita por Drama Queen


Capítulo 40
twenty nine


Notas iniciais do capítulo

Mal acredito que esse já é o capítulo 40. Sério. Sou incapaz de acreditar nisso. Como assim? Já foram nove meses. Nove meses que estou aqui, tentando humildemente tentando diverti-los e emocioná-los com minhas palavras. Fico extremamente feliz com o sucesso que a história teve. Até agora, mais de 1000 comentários e 28 recomendações. Não é tão simples chegar aqui, e fico feliz que tenham me ajudado com isso.
Além desse capítulo, ainda tem mais dois. O Epílogo será postado no dia 17/11, pra comemorar exatos dez meses da fanfiction.
Espero que gostem do que está por vir, e a segunda temporada está garantida.
Obrigada, Carol M, pela recomendação. O capítulo é seu (:



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- Alec, vou repetir pela milésima vez: eu disse que iria pensar sobre o assunto. Nada mais.

Ele estava surtando. Não era pra menos, devo admitir. A proposta era tentadora, não apenas para mim, mas também para ele. No entanto, a ética e o amor que tinha por mim não permitiam que ele me aconselhasse a aceitar. Ele não queria que eu levasse a vida que ele leva, e acreditei quando me disse que tinha bons motivos para o tal.

Eu sabia que deveria ter escondido isso dele por mais tempo. Provavelmente nem mesmo aceitaria essa possibilidade, eu não teria coragem de abandonar minha família. Sabia que Alec entenderia se voltasse para casa, e nem por isso deixaria de me amar. Mas sabia também que minha família não seria tão receptiva quanto ao contrário. Eles já haviam deixado bem claro que não gostavam de Alec. E a mente deles não mudariam tão facilmente.

- Eu realmente espero que seja verdade, Renesmee.

Não respondi, não precisava. Nem ao menos queria. O sol já se punha, indicando o fim de mais um dia. O fim de meu último dia com Alec Volturi. Na teoria, era o penúltimo. Contudo, se eu parasse para pensar, era capaz de perceber que o último dia seria um dia em vão. Alec apenas me levaria para casa. Estaríamos juntos, mas em um avião. Dezenas, se não centenas, de pessoas nos olhariam. E então, ele me deixaria em casa. Com minha família. E partiria.

- Alec... - sussurrei, os olhos já marejados.

- Não será pra sempre. Eu lhe prometo isso.

Eu ainda não estava acostumada com a forma que ele era capaz de ler meus pensamentos. Parecíamos estar conectados. E estávamos. Ele não era apenas meu noivo. Significava pra mim algo além. Alma gêmea, destino e sina eram clichês demais, mas eu não conseguia encontrar palavras melhores. Ele era meu tudo. Nem um pouco menos. Suspirei e me encaixei mais em seu peito.

Estávamos no quarto do vampiro, dentro do castelo. Era aconchegante, mas não tanto quanto o chalé. O sofá-cama no qual nos deitávamos parecia se afundar com nosso peso, envolvendo-nos, como se não nos quisesse deixar. Mas provavelmente era apenas alucinação minha. Eu era quem não queria deixar aquele lugar. Não o lugar. Alec.

- Vou sentir falta do seu cheiro. Não sei se conseguirei dormir direito. Não vou ouvir sua voz até cair na inconsciência, não vou ter seus braços pra me confrontar diante de um pesadelo. E o pior é que os pesadelos serão sobre perder você.

Ele se debruçou sobre mim, um de seus braços apoiando minhas costas e o o outro apoiando o próprio peso. Encarei seus olhos negros. Eu sabia que há muito ele não se alimentava, bem como também sabia que se recusaria a se alimentar tão cedo. Mas, mais que escuridão, seus olhos eram cheios de dor. Eu não devia ter falado aquelas palavras. Ele também sofria. E não era pouco.

Senti seus lábios tocarem os meus, quase sem força. Era leve, e triste. Muito triste. Como o beijo que Romeu dá em Julieta antes de tomar o veneno. Passei meus dedos por sua nuca, prendendo-os aos fios de cabelo um tanto quanto compridos, na esperança de imortalizar aquele momento. Não apenas em minha lembrança, mas por toda minha vida.

Sua boca descolou da minha, mas logo se pôs de volta. Eu sentia o gosto da amargura, mas precisava daquilo. Precisava mergulhar de cabeça na dor. Era isso que ela queria, não era? A dor precisa ser sentida. E naquele momento, ela vivia dentro de mim. Sugava minhas forças, minhas esperanças, e meu motivo de viver.

- Eu amo você. - ele sussurrou em meu ouvido, a voz rouca e embriagada de angústia - Amo você hoje. Amo você amanhã. E vou amar para todo o sempre. Preciso que acredite nisso.

E não havia como não acreditar. Quinze dias antes, o fato de Alec me amar significava tudo para mim, e me deixava inebriada de tamanha felicidade. Naquele fim de tarde, no entanto, a ideia apenas corroía minha alma. Tão mais fácil seria se ele dissesse que me odiava, que não queria nada mais comigo. Eu seguiria em frente, não apenas por mim, mas por ele.

Naquela situação, porém, eu não tinha forças.

Pela primeira vez, em sete anos, eu quis morrer. A morte me parecia confortável. Fácil. Eu morreria, e então não haveria mais dor, mais sofrimento. Não haveria mais conflitos, nem "E se.."s. Não haveria nada, ainda que a ideia do nada me assustasse. Mas o que seria melhor? Ceifar minha vida com medo de lutar? Não. Eu iria até o inferno pelo amor do moreno, e iria provar isso a ele.

- Eu amo você. Mais do que você possa imaginar. - sorri.

Em tempos de paz, ele começaria uma discussão por conta disso. Mas uma discussão era o que menos precisaríamos nessas últimas horas. Eu precisava dele, e apenas dele. Reuni quaisquer forças que me restavam e o empurrei para trás, sentando-o no sofá e me sentando sobre seu colo. Rapidamente ele entendeu o recado, puxando-me para mais perto de si. Sem avisos, me beijou com voracidade.

Seus lábios apertavam os meus com força, seus dedos prendiam-se agilmente à minha cintura, minhas mãos o puxavam pela nuca para mais perto de mim, se é que isso fosse possível. Sendo nossa última noite, que fosse a noite perfeita. Mais que perfeita. Que fosse inesquecível. Que ficasse gravada em ambas memórias como uma lembrança vívida.

Que me desse forças para seguir em frente, esperando-o.

E estávamos correndo pela floresta. A brisa fria do início da noite atingia nossos corpos, as folhas secas faziam barulhos a nossos pés. Num dia normal, seria difícil acompanhar a velocidade do vampiro. Mas ali, não tínhamos pressa. Por mais irônico que fosse. Corríamos e parávamos, apenas para sentir por mais um momentos o gosto dos lábios um do outro.

O chalé rapidamente se mostrou aparente, a claridade aconchegante iluminando o caminho, o som da cachoeira ao fundo fazendo as tensões se dissiparem. Nunca foi tão fácil chegarmos ao quarto. As roupas, tanto minhas quanto dele, foram rasgadas e arremessadas em algum lugar que não pude ver. Mas, novamente, eu não me importava.

Nunca me sentira tão cheia de energia antes. Eu não dormiria, disso tinha certeza. Eu não precisava dormir. Dormia por hábito. Mas o que acontecia ali não se encaixava no que poderia chamar de rotina. Alec nos jogou na cama, livrando-nos das roupas íntimas que ainda insistiam em permanecer em nossos corpos.

Eu nunca fora tocada dão docemente, nunca fora tocada tão cheia de desejo. Aquele momento era único. Muito mais que todos os outros. Não era o primeiro, e se o destino ajudasse também não seria o último. Mas, por hora, era o que mais me fizera feliz.

E me faria feliz até o amanhecer.


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Notas finais do capítulo

E aí, que tal? Perdão qualquer erro, nem revisei. Espero que tenham gostado. Fanfiction chegando ao fim, aquela dor invadindo meu peito. Como é triste, cara. Sério. É um pedaço de mim que sinto que não vai voltar.
Ansiosos para o final?