30 Dias Com Alec Volturi escrita por Drama Queen


Capítulo 34
twenty four [part. I]


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse dia deveria ser, tecnicamente, apenas um capítulo. Mas eu decidi narrar a festa que acontecerá depois (vocês verão do que se trata). Também tem personagem nova e, vão por mim, ela será importante caso haja uma continuação.
Capítulo dedicado pra Nath Lockwood Black, a linda que leu toda a fanfiction em uma madrugada e me deixou o maior e mais incrível review que já recebi na vida.
Fique muito feliz com a evolução dos comentários, e levei algumas críticas em consideração, tanto que nem me demorei muito nesse capítulo, e ele está relativamente grande, a julgar pelo tamanho médio.
Espero que gostem.



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O dia que se passara fora extremamente entediante. Ou melhor, a parte do dia que eu vira se passar fora extremamente entediante. A combinação de um treinamento exaustivo, lágrimas, amassos e filmes de terror me fizeram dormir por mais de doze horas. Quando acordei, porém, Alec ainda estava ao meu lado no sofá monstruoso que usávamos como cama. Tomei um banho rápido, retornando rapidamente ao quarto. Era um milagre que o vampiro ainda não tivesse visto meus hematomas, e agradeci a Deus por isso. Ele ainda vestia suas calças do “pijama”. Era bizarro, até certo ponto, ver um vampiro de pijama.

– Não tem que fazer nada na guarda, hoje? - arqueei as sobrancelhas – É, tipo, segunda-feira.

– Na verdade hoje é terça-feira – ele riu, jogando-se no sofá novamente – E não, não tenho nada para fazer. Estou em férias compensadas.

– Vampiros tem férias compensadas? - cruzei os braços – Desde quando?

– É um porre trabalhar todo dia, para alguns. Por isso, a cada cinco dias que trabalhamos, ganhamos três de folga. Eu tenho acumulado esses três dias por, hum, uns trezentos anos.

– Oh, então você tem mais de 100 anos de folga pra tirar quando quiser? - fiz as contas, rapidamente. Felizmente, meu cérebro era quase tão rápido quanto o de um vampiro – Por que não tira?

– Eu estou tirando, oras. - numa velocidade sobre-humana, Alec se levantou e pegou-me no colo, puxando-me para o sofá.

– Fico imaginando... - comentei, entre os selinhos que ele me dava – 100 anos de férias deve ser entediante. Mal consigo imaginar o que eu faria no tempo que durmo. Quero dizer, durante os primeiros vinte anos, ótimo, você lê todos os livros, aprende a tocar todos os instrumentos, vê todos os filmes, ouve todas as músicas... Mas e depois?

– Sua ingenuidade me espanta, Renesmee. - ele riu – Entenda, ler livros e tocar piano não é a prioridade de muitos vampiros.

– Oh – o choque com a realidade me deixou muda – Mas você...

– Eu tenho 112 anos de férias. Se eu tivesse algo melhor pra fazer do que tocar piano e ler livros, eu não teria todo esse tempo.

– Já que estamos aqui, então... – deitei-me, puxando-o para mim – Vamos aproveitar o tempo.

– Você quer fazer aquilo? Aqui? Com todos os vampiros da guarda ouvindo?

– Não seja idiota – comecei a rir – Se fossemos fazer aquilo, já estaríamos no seu chalé a essa hora. Só quero passar um tempo junto com você, como dois jovens... Namorados... Quaisquer na face da Terra.

– Por que demorou para encontrar a palavra namorados?– ele franziu o cenho. Não deixava com que nada passasse.

– Porque dois noivos estaria fazendo... Você sabe... Aquilo.

– Você não existe, Ness.

O moreno debruçou-se sobre mim, beijando-me leve e lentamente. O mesmo hálito de menta que tinha em nosso primeiro beijo, em todos os nossos beijos. Eu adorava aquilo. Era doce e refrescante, e de maneira nenhuma enjoativo. Perguntei-me se um dia era possível enjoar daquilo. Não, não pra mim. Seus lábios se entreabriram um pouco, fazendo com que os meus se abrissem também e sua língua invadiu-me. Ainda assim, era um beijo calmo. Diferente, se comparado a todos os nossos anteriores, mas tão bom quanto. Foi ficando cada vez mais devagar, até que parou. Alec mordeu meu lábio inferior, e senti-me extasiada. Ele começou a rir.

– Não ria da minha reação – soquei-lhe o ombro, mas isso apenas o fez rir mais.

– Você gostaria que fosse da reação, se souber o motivo. - ele disse, e eu congelei.

– Conte-me. - ordenei. Ele beijou-me o pescoço e, ao mesmo tempo que queria a verdade, queria que ele continuasse a me beijar.

– Bom – começou – Você vai saber de qualquer forma, então... - seus lábios subiam ao pé do meu ouvido – Você tem um compromisso que vai te manter ocupada pelas próximas oito horas.

– Diga-me, então... O que é esse compromisso? - comecei a rir, emaranhando meus dedos no cabelo escuro de Alec. Meu pescoço era meu ponto fraco, e ele sabia disso.

– O que acharia de uma tarde de garotas? - o vampiro afastou seu rosto, encarando-me diante do meu silêncio - Sabe, ir ao shopping, comprar roupas, maquiagem, sapatos, e sei lá mais o quê.

– Eu sei bem o que é uma noite de garotas. - fechei a cara, mas ele me deu um selinho, fazendo-me rir.

– Vai ser bom pra você conhecer melhor sua futura cunhada – ele deu de ombros – E até anunciar nosso noivado.

– Ela não está sabendo?

– Ela me queimaria se soubesse por mim.

– O que te leva a crer que ela não vá me queimar? - perguntei, lembando-me do meu aniversário. Piedade era algo que não estava no vocabulário de Jane.

Ele nunca respondeu a pergunta. Alguém bateu à porta e fui atender, arremessando em Alec as almofadas que estavam no meio do caminho. Ele me pagaria por isso. Abri a porta quando a segunda batida insistente cessou. Já esperava ver a loira, mas...

– Jane, Céline – cumprimentei-as, encarando a garota dos cabelos escuros atrás das duas – E você seria...

– Julieta – ela respondeu, estendendo a mão. - É um prazer.

– Igualmente – apertei sua mão. Alec estava magicamente a meu lado.

– Julieta? - ele franziu o cenho, encarando a garota.

– Alexander – ela tinha a mesma expressão confusa – Quanto tempo.

– Acho que vocês tem conversa para por em dia – respondi, ríspida. Não era legal quando essas garotas desconhecidas apareciam na porta do meu quarto e não se mostravam desconhecidas para meu noivo. - Vou me arrumar.



– Porque vocês estão vestidas como se estivessem indo para o evento do ano? - Julieta perguntou, ao meu lado. Estávamos na garagem, esperando por elas, e essa tinha sido a primeira palavra que eu a ouvira dizer desde que eu deixara Alec no quarto e a acompanhara até aqui – É só um shopping.

Eu realmente concordava com ela nesse ponto. Céline e Jane vestiam roupas lindas, mas inadequadas para a situação. Se eu achava que Julieta estava exageradamente produzida, mudei de opinião ao vê-las.

– Nós vamos numa festa depois – Jane respondeu, e elas deram de ombros – Não sei se teremos tempo pra voltar aqui depois.

– Não poderiam se trocar no carro? - franzi o cenho. Muitas vezes, por falta de tempo, eu mesma fizera essa mudança no banco de trás.

– Por favor, nem está tão exagerado assim – Céline revirou os olhos – Não me culpe por algumas pessoas simplesmente não conseguem ser adeptas da moda.

– Vou fingir que não foi pra mim – cruzei os braços e Julieta riu.

Entramos no carro e não trocamos uma palavra até Florença. Eu tinha muitas perguntas a respeito da garota que se sentava a meu lado no banco traseiro, mas não me sentia confortável para fazê-las. Talvez fosse melhor esperar por Alec, para que ele pudesse saná-las. Aproveitei a viagem para fazer as unhas e ajeitar melhor as roupas em meu corpo. Eu havia me vestido correndo para não falar com meu noivo. Estava irritada por ele não ter me contado do passeio idiota que teríamos que fazer.

O shopping não estava ão cheio, mas não posso dizer que estava tranquilo. Jane e Céline faziam questão de parar a cada vitrine, e depois que uma dúzia de lojas que elas fizeram questão de entrar eu acabei desistindo. Julieta também não parecia suportar aquilo. Acompanhou-me em silêncio, até ela puxar o assunto.

– Então, quando vai ser o casamento? - ela sorriu. Fiquei chocada por um momento, e nos sentamos na praça de alimentação.

– Han, o que? - franzi o cenho – Casamento?

– O anel – ela apontou para minha mão – Eu conheço esse anel.

– De alguma forma, sinto que o conheço também – dei de ombros – Mas o que...

– É o anel de Napoleão – ela me interrompeu – Aquele que ele ofereceu à Josefina. Dizem que ele escolheu a safira e o diamante por uma questão de alma. A pedra mais clara representaria ela: pura, ingênua. A pedra escura seria a própria representação: algo profundo, misterioso.

– Mas ainda assim belo, e capaz de brilhar em tempos difíceis. - completei. Eu já havia ouvido aquela história, mas nunca soube onde – Isso é uma réplica, certo?

– Réplica? Vinda de Alexander? Duvido muito. - ela começou a rir. - Eu sabia que tinha algo por trás do misterioso comprador do anel.

– Como assim? - estava confusa. Ao mesmo tempo que a história me parecia tão íntima, era como se fosse insignificante.

– Você não sabe quanto ele pagou nisso? - era ela quem tinha uma expressão de choque. Diante ao meu silêncio, prosseguiu – Quase novecentos mil euros. É muita coisa.

– Eu vou matá-lo por isso.

– Bom, se fosse meu namorado que me desse um anel desse naipe, eu me casaria com ele – ela começou a rir – O que me lembra que você não espondeu minha pergunta.

– Eu não sei quando vamos nos casar – dei de ombros – Quero dizer, está complicado, por hora. Questões familiares. - suspirei – Mas e você, desde quando conhece o Alec?

– Bom, desde pouco depois dele ser transformado. - Julieta começou – Meus pais sabiam sobre o universo dos vampiros, na época. Era o ano de mil quinhentos e oitenta e cinco. Eu tinha dezesseis anos, meu irmão vinte e um. Os Volturi foram até lá, em suas visitas anuais. Lembro-me de ter visto Alexander e Jane pela primeira vez. Eles já achavam que estava na hora de eu saber a verdade. Quando me contaram, eu fiquei chocada, já era de se esperar, né? Não acreditava neles. Mas seu namorado foi um grande amigo, me ajudando a aceitar e até provando o que eles realmente eram.

– E aí ele te atacou sem querer e você se tornou uma? Ou algo assim?

– Sim e não – ela riu – Bom, eles se ofereceram para transformar todos nós, mas meus pais não quiseram e acabaram mortos. Iriam me matar quando um dos vampiros deles disse que eu tinha um excelente poder, que seria tolice. Então me pouparam.

– Qual era esse poder? O que aconteceu com seu irmão? - perguntei, terrivelmente interessada.

– Eu pedi que o deixassem em paz e eu me juntaria a eles. E foi o que fiz. Mas eu nunca contaria para Will que estava fazendo isso por ele. Não seria legal, sabe? Ele se sentiria culpado. Eu só disse que estava cansada dele. Só assim ele me deixaria partir. Eu pedi para Alexander fingir que estávamos apaixonados, como um pretexto. E então, nunca mais voltei. Fui para Volterra, onde recebi treinamento, onde dominei minhas habilidades. E então fiz uso delas pra me tornar livre deles. Mas os Volturi são minha família. Principalmente Alexander. Espero que não tenha ciúmes, mas preciso que entenda que ele é a única coisa que me resta.

– Julieta, não se preocupe. Eu sei o quão bem Alec pode fazer por nós. Seria egoísmo se não aceitasse isso. - dei de ombros. Era a verdade, o moreno sempre fizera muito bem a todos que ele amava. - Mas como conseguiu fugir?

– Bom, minha habilidade é realmente rara. Enquanto humana, eu interpretava as peças que meu irmão escrevia. Era quase como se eu nascesse para interpretar outra pessoa. Então, depois que me tornei vampira, descobri que poderia mudar de forma. Bem útil, já que, com o treinamento, fui capaz de conseguir até mudar meu cheiro e meu comportamento.

– Incrível – sorri – Viu seu irmão, depois do que aconteceu?

– Uma vez – ela também sorriu, mas era aquele sorriso que aparecia quando estava prestes a chorar – Eu fui visitá-lo, em 1596. Ele já estava com 32 anos, e já tinha três filhos. Quando ele me viu, entregou-me um livro que ele escreveu. Uma das cópias do manuscrito. Não havia sequer publicado. Depois, fechou a porta em minha cara.

Minha mente correu rapidamente por livros escritos na época. Eu queria ser capaz de descobrir de qual deles se tratava, sem que ela precisasse me falar. Como era mesmo o nome do autor? Will.

– Romeu e Julieta. Shakespeare. - estremeci. A garota à minha frente era irmã do maior escritor de todos os tempos, em minha humilde opinião – A jovem que se sacrificou por amor.

– Não, não a jovem que se sacrificou por amor. A jovem que morreu por ele. - senti um nó na minha garganta se formar com suas palavras. - Foi a maneira que ele encontrou de me diz que estava morta em sua memória.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Não se esqueçam de conferir minhas outras fanfictions, por favor (:
Rumo aos 1000.

P.S.: Se os links não tiverem abrindo, meu polyvore é esse (http://bia-longuini.polyvore.com/), então é só passar o mouse por cima e dá pra er de quem é o look.