30 Dias Com Alec Volturi escrita por Drama Queen


Capítulo 18
fifteen [part. II]


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Não muito. Mas deem um desconto: o capítulo está enorme, mesmo. Tem vários links, e eu perdi o capítulo inteiro hoje, e tive que reescrever tudo ¬¬
Dedicado à Taylor Momsen, que me deixou uma recomendação. Obrigada, gata *---*
Acho que é meu melhor capítulo até hoje, por sinal.
Enjoy.



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Olhei-me no espelho uma última vez; meus cabelos estavam presos, mas os fios rebeldes insistiam em manter os cachos roçando a pele em minha nuca. O azul do vestido combinava perfeitamente com o mármore rosado de minha pele. Calcei, por fim, os sapatos. Tudo era tão lindo... Mal conseguia acreditar que era obra de Alec. Era como se ele me conhecesse melhor do que eu mesma.

Peguei as joias dentro da embalagem, e novamente fiquei deslumbrada pela visão. Eram maravilhosas. Quase dava pena usá-las. Quase. Levei a mão ao perfume na penteadeira, mas lembrei-me do bilhete que acompanhava o turbilhão de presentes deixados no quarto: "Use apenas o que encontrar nas caixas. Nada mais.".

A espera era torturante, e por mais que eu já tivesse revirado as embalagens, não pude encontrar nada mais que o vestido, sapatos, joias e acessórios para cabelo, além de alguma maquiagem. E uma lingerie rosada, decorada com rendas pretas. Victoria's Secret. Eu sempre quisera, secretamente, uma, mas não é algo que julguei tão útil assim, na época. Agora, vinha bem a calhar.

- Você está linda. - dedos frios tocaram meus ombros nus, fazendo-me estremecer - Mais do que eu poderia um dia imaginar.

Levantei o olhar, fitando nosso reflexo no enorme espelho da penteadeira que fora colocada no quarto, especialmente para essa noite. Um sorriso se formou em meus lábios ao vê-lo atrás de mim, com as mãos presas às minhas, repousando-as em minha cintura. Alec trajava um smoking preto, tão escuro quanto seus cabelos. A camisa branca estava impecavelmente arrumada, assim como a calça social e a gravata anil. Como sempre, divino.

- Você está perfeito - aconcheguei-me melhor em seu peito, e ele soltou o ar, rindo. Era, sem dúvidas, o melhor som que eu já ouvira.

- Mantenha os olhos fechados – um esboço de sorriso formou-se em seus lábios, e eu o fiz. Momentos depois, seus braços já me carregavam para fora do quarto.

Senti a brisa fria na pouca pele que estava descoberta, e o aroma exalado da natureza, que impregnava o ar rarefeito. Volterra era realmente alta, ainda mais se comparada à Forks, praticamente no nível do mar. Mesmo com os olhos fechados, eu era capaz se sentir o luar iluminando meu rosto, por trás das pálpebras.

- Aonde estamos indo? – perguntei.

- Acha que eu estragaria a surpresa?

Eu o ouvi rir. E eu adorava aquela risada. Caminhamos mais algumas centenas de metros, a julgar pelo passo lento de Alec, e o modo como seus pés amassavam as poucas folhas secas que ainda restavam no chão. Vez ou outra, um uivo fazia com que minhas memórias retornassem a Jacob, mas ele estaria bem. E essa era a minha noite.

Senti meus pés firmes no chão novamente. Era macio, ainda que catorze centímetros de salto dificultassem que eu fosse capaz de fazer qualquer coisa com clareza. Um brilho mais forte aguçou minha curiosidade. Onde estávamos? Talvez essa fosse a hora de saber.

Ainda de olhos fechados, comecei a andar a esmo, na direção à luz. Mas uma mão fria se fechou em meu punho segundos depois, fazendo-me parar. Não estrague tudo, minha consciência gritou. Alec se pôs à minha frente, fazendo que uma sombra se formasse onde anteriormente havia apenas luz. Uma das mãos dele se acomodou em minha cintura, e não pude evitar um arrepio.

- Abra os olhos, princesa.

E eu o fiz. A princípio, tudo o que vi foi o modo como seus olhos escarlates brilhavam de expectativa. Aproximei minha mão de seu rosto, mas a princípio ele pareceu receoso. Algo em minha expressão o fez mudar de ideia, porém. Seus olhos se fecharam quando meus dedos tocaram a lateral de sua face, e um sorriso surgiu no canto de seus lábios quando os abriu novamente. Alec arqueou as sobrancelhas, numa pergunta silenciosa. Então olhei ao meu redor.

Estávamos em uma campina, sem dúvidas. Mas não era como a clareira onde os Volturi haviam se reunido no dia anterior. Não. Era mais fechada. Uma longa trilha de pétalas de rosa formava um tapete vermelho no chão, em contraste com a grama verde, e terminava na porta de um belo chalé. Ao longe, eu podia ouvir a água cair, e, sem dúvidas, era uma cachoeira. Inclinei o corpo para confirmar minhas suspeitas. Um lago de águas cristalinas se formava ao fundo da clareira, e tinha talvez o triplo do tamanho daquele onde nadara, dias atrás.

- É... Maravilhoso – fitei Alec novamente, que olhou nervosamente o chão. Se ele tivesse ainda sangue correndo por suas veias, teria corado.

- Fico feliz que tenha gostado. – sua voz soou rouca, como um sussurro, e eu me enterrei em seu peito.

- Eu amei, Alexander. – sorri, sentindo o cheiro da pele de seu pescoço. Era extasiante.

- Venha, vamos começar nossa noite. – ele ofereceu seu braço e o segurei. Juntos, seguimos pela trilha que nos levava ao chalé. E que chalé.

- Coma mais um pouco, vai... – Alec ria enquanto colocava mais um pouco de pacottini a quatro queijos em minha boca. Eu não conseguia comer, de tanto rir.

- Não aguento mais, Alec! – ri mais um pouco, após engolir a massa e limpar a boca. Eu o atacaria se ele decidisse me engordar mais.

- Não gostou da comida, é isso, não é? – ele fez um ar de falso drama que me fez gargalhar, até o ar faltar. – Pode admitir que sou um cozinheiro terrível, eu aguento a verdade.

- Cale a boca – sorri, tomando um gole d’água pra conter os soluços. – Você é ótimo em tudo, meu vampirão italiano.

- Vamp o quê? – foi ele quem riu, puxando-me da banqueta da cozinha e arrastando-me para a sala, ainda que fossem um cômodo só. – Eu mereço.

- O que vamos fazer agora, senhor siga-meu-cronograma-ou-estrague-tudo? – mordi o lábio, na certeza de ser repreendida.

- Você não precisa seguir o cronograma, Renesmee – ele revirou os olhos, usando o indicador para levantar meu queixo, fazendo-me olhar para ele – É só falar o que quer, e eu farei.

- Eu quero seguir seu cronograma – sorri, tocando seus cabelos com a ponta dos dedos, mas Alec parecia adverso a qualquer aproximação maior que esta.

- Então vamos dançar. – ele sorriu, colocando uma música para tocar.

- Eu quero seguir seu cronograma com exceção da parte de dançar – sorri novamente e ele riu.

- Então vamos nadar – ele mordeu o lábio, esperando alguma resposta.

Puxei-o até os fundos do chalé. O lago estava a menos de três metros da porta. Era algo lindo de se ver. Eu ainda era perfeitamente capaz de ouvir a música tocando ao fundo, e era perfeita, ainda mais para aquele momento. Senti os batimentos acelerarem quando Alec me abraçou por trás. Era tão mágico que eu não acreditava ser real, de qualquer forma.

- Não tenho como nadar – bufei – Não trouxe biquíni.

Alec sorriu, obviamente contendo uma risada e eu quis matar a mim mesma pelo tal. Como eu não havia percebido? Ele jogou o smoking e a gravata em um banco próximo à porta, tirando também os sapatos. Aproximou-se de mim por trás, beijando minha nuca. Levemente, senti seus dedos frios desamarrando, um a um, os fios cruzados que prendiam meu vestido, que, aos poucos, cedeu e caiu em meus pés.

O vampiro pegou-me do colo, tirando minhas sandálias, e agilmente, retirou sua camisa também. Um frio subiu por minha barriga, e ele pareceu perceber. Pôs-se de pé, carregando-me para a beira do lago, e com um movimento, jogou sua calça ao longe, também.

- Não vou molhar uma Victoria’s Secret nem em sonho – resmunguei – Teria que vender minha casa pra comprar outra – revirei os olhos, e a expressão divertida que Alec trazia pegou-me desprevenida.

- Não seja tão dramática, Renesmee – ele me deu um selinho rápido e puxou-me para o lago, rápido demais para que eu pudesse sequer pestanejar.

A água não estava tão fria quanto eu esperava. Não que isso realmente importasse. Tudo que eu era capaz de ver se resumia a Alec. Ao modo como ele sorria, como me olhava, como me tocava. Ao modo como seus lábios eram macios nos meus, e cuidadosos ao mesmo tempo. Como se eu fosse quebrar no menor movimento. Se eu ainda tinha dúvidas sobre o que eu queria, elas haviam sido solucionadas naquele momento. Ele se afastou, lentamente, ainda me puxando para seus braços e peito. Acomodei-me lá, ouvindo cantar, num sussurro.

You gave me wings and made me fly.
(Você me deu asas e me fez voar)
You touched my hand I could touch the sky.
(Você tocou minha mão e eu pude tocar o céu)
I lost my faith, you gave it back to me.
(Eu perdi minha fé, você devolveu-a de volta pra mim)
You said no star was out of reach.
(Você disse que estrela nenhuma estava fora de alcance)
You stood by me and I stood tall.
(Você me apoiou e eu fiquei de pé)
I had your love I had it all.
(Eu tive seu amor, eu tive isso tudo)
I'm grateful for each day you gave me.
(Sou grato por cada dia que você me deu)
Maybe I don't know that much, but I know this much is true.
(Talvez eu não saiba tanto, mas eu sei que isto é verdade)

I was blessed because I was loved by you.
(Eu fui abençoado porque fui amado por você)

- Hm, Nessie... – ele interrompeu a música, e encarei seus olhos.

- Oi – sorri, corando sem motivos aparentes.

- Fica comigo? – seus dedos tocaram meu cabelo, que já havia se desmanchado a essa altura.

- Sempre – fiquei na ponta dos pés, dando-lhe um selinho.

- E pra sempre?


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Notas finais do capítulo

Quantidade de pontos? 35. Tive sete leitores a mais, então... Bom, já sabem. Não tenho tido tempo pra responder os reviews, mas estou contando os pontos, podem ter certeza.
Digno de reviews?