30 Dias Com Alec Volturi escrita por Drama Queen


Capítulo 14
thirteen


Notas iniciais do capítulo

Novamente, sem banner. Mas fiquem felizes porque eu postei hoje [e só postaria amanhã]. Isso é graças aos reviews lindos, gatchos [as].



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Eu estava no meio do círculo de fogo. Não tinha ideia de como havia parado lá, mas eu estava com medo. O fogo consumia tudo que estava entre nós, inclusive o ar. Eu sabia que estava prestes a morrer. Queimada viva. Ou por inalação de fumaça. Mas não havia como sair. Tudo que eu era capaz de ver era o céu escuro. Nem estrelas, nem lua. E o fogo. O laranja-avermelhado que se espalhava até onde minha vista alcançava. Parte de mim queria sentar e aceitar a morte, mas parte tentava entender como eu havia chegado ali.

Meu corpo caiu, semi-inconsciente, provavelmente devido à falta de oxigênio no cérebro. Eu não conseguia me mover, e mal tinha força para manter meus olhos abertos. Foi quando o calor se dissipou. Tudo ficara mais escuro, e frio. Muito frio. Minha respiração voltava lentamente ao normal quando dei por mim que estava sendo carregada. Mas para a onde?

Olhei para baixo, vendo o fogo se distanciar. Eu estava indo para o alto. Recuperando os sentidos, percebi que o que me carregava era nada mais que um par de braços pálidos e gélidos. Tão branco, contrastava com a noite. Subindo ainda mais, finalmente fugindo da fumaça, a lua nos iluminou. E eu vi suas asas. Eu havia sido salva por um anjo.

Um anjo de asas negras.

A luz entrava pela janela, fazendo com que automaticamente meus olhos se abrissem. Pela inclinação do sol, eu julgava que não se passavam das dez, e confirmei minhas suspeitas ao olhar na tela do celular. Nove e trinta e oito. Havia também alguns torpedos de Jacob, mas não me dei ao trabalho de lê-los. Ele não entendia o que era me esquecer? Bufei. Olhei na mesa de cabeceira, que tinha uma bandeja prateada com um belo café da manhã. Minha barriga roncou. Eu sempre tive fome pela manhã.

Devorei algumas torradas, e bebi quase toda a jarra de suco. Minha garganta queimava. Será que meu corpo tinha a necessidade de sangue pra completar a transformação? Torci para que não. Eu já tivera minha cota de experiências com sangue durante pelo menos alguns anos. Levantei-me por fim, e fui até a varanda do quarto de Caius. Eu podia ver a floresta ao fundo, e lembrei-me do dia que Alec havia me levado até lá. Senti-me vazia com o pensamento. Eu ainda não acreditava que ele tivera a capacidade de fazer isso comigo.

Encaminhei-me ao banheiro, parando no guarda-roupa pra pegar algumas coisas. Eu estava com vontade de nadar. E natação era algo que eu ainda não havia treinado desde minha chegada em Volterra. Fechei a porta atrás de mim e me vesti, colocando uma camisa e um short por cima do biquíni. Não era muito legal andar seminua pelo castelo.

Quando abri a porta novamente, dei de cara com uma figura loira que fez com que eu tivesse um mini infarto. Malditos vampiros silenciosos.

- Aonde vai? – ele me perguntou, demonstrando certa curiosidade – Hoje é dia de treinamento, nem pense em fugir, mocinha.

- Não vou. Mas vou nadar. Natação está na lista de coisas que devo treinar, não é? – cruzei os braços, erguendo o queixo.

- Podemos acrescentar – ele riu – Mas, infelizmente, não temos uma piscina, caso não tenha reparado. – o vampiro franziu o cenho.

- Mas tem um lago no quintal – dessa vez, quem riu fui eu – Ah, qual é, Caius... Deixe, vai – eu parecia uma criança mimada, mas ele concordou.

- Tudo bem. Mas eu te levo. – ele tinha uma expressão séria. – Só preciso de um minuto.

E assim foi. Saí do quarto mexendo no meu celular e dando, dessa vez, uma chance pros SMS’s de Jacob. Eram frases tolas como “Estou completamente arrependido, Nessie” ou ainda “Eu sei que fui um tolo, mas você tem que me dar uma segunda chance”. Como se eu fosse receber ordens de um lobo estúpido metido a conquistador. A porta se abriu ao meu lado, e nunca fiquei tão pasma como nessa hora. Caius usava uma calça jeans e uma camisa azul-marinho. Não que não ficasse bem nele. Aliás, eu duvidava que qualquer coisa pudesse ficar ruim em algum vampiro. Ele riu da minha expressão.

- Uou – quebrei o silêncio constrangedor – Isso é definitivamente bizarro.

- Você que é bizarra usando roupas góticas. – um meio sorriso se formou em seus lábios enquanto andávamos em direção ao lago.

- Touché. – sorri também.

O lago era lindo. Pequeno, porém. Não deveria ter mais que dez metros de diâmetro, e era praticamente redondo. Algumas flores alaranjadas davam cor ao local. Sendo numa clareira, o sol iluminava a água cristalina de tal modo que eu podia ver o fundo. O barulho da cachoeira me acalmava. Tudo era tão bonito que nem mesmo parecia ser natural. Sentei-me em um tronco e soltei as fivelas de minha sandália, mas quando ia retirá-la, as mãos do loiro me impediram.

Seus dedos eram ágeis, mas ele não tinha pressa. Retirou uma sandália, e, lentamente, passou para a outra. Coloqueis os pés descalços na terra fria, notando o belo contraste que se formava. Fiquei em pé, levando as mãos aos botões de minha camisa, mas, novamente, Caius me impediu. Mais alguns segundos se passaram e eu estava com todos os botões abertos.

- Você tem noção de que isso é meio erótico, né? – Falei sem pensar, e ele gargalhou. Maldita mania de pensar alto. – Desculpe-me, eu não queria dizer isso – corei, o que o fez rir mais.

- Por favor, só estou facilitando seu trabalho – ele passou nervosamente os dedos pelo cabelo e eu estremeci ao lembrar-me de Athenodora. E o que ela havia feito, indiretamente, com Didyme.

- Eu consigo tirar o short sozinha – revirei os olhos e o fazendo, porém de maneira tão desengonçada que quase perdi o equilíbrio.

Quando me livrei de minha distração momentânea percebi que Caius havia retirado sua roupa também. E meu deus, que corpo era aquele? Prendi a respiração ao vê-lo e fitei o chão, mas as imagens do vampiro seminu ainda rondavam minha mente. Não era bombado como Jacob ou tio Emmett, mas tinha um visual que lembrava um artista de rock, ou ainda um jogador de vôlei ou handebol. Corei com o pensamento. Merda. Alguns segundos depois, eu já havia pulado no lago. Ele não poderia me ver sem graça. Não mesmo.

- Nessie? Você está bem? – a voz dele soou próxima quando eu emergi. Abri os olhos e vi que ele estava bem à minha frente.

- Estou ótima – sorri – Mas devia ter me avisado que a água é gelada – estremeci, rindo. Suas mãos tocaram meu rosto, e estavam tão frias quanto o lago.

- Se não tivesse simplesmente se jogado, poderia ter me ouvido falar – foi ele quem revirou os olhos, fazendo-me rir. – Quer apostar uma “corrida”? – Caius fez as aspas no ar e eu assenti, levando algum tempo pra perceber o que fizera.

- Eu te odeio – bufei – Não sou tão rápida quanto você. Aliás, preciso respirar.

- Eu vou deixar você ganhar – nos colocamos em posição.

- Sério? – sorri, mas um sorriso maldoso se formou em seu rosto.

- Não mesmo.

Dito isso, deu impulsão e cortou a água como uma flecha corta o ar.

- Quer que eu passe nas suas costas? – a voz do loiro era risonha, mas eu lhe dei o frasco de protetor. Eu havia me esquecido de passar e, se não o fizesse, ficaria mais vermelha que uma pimenta.

- Fingindo ser amigo? Se fosse, teria me deixado ganhar – comecei a rir, sentindo suas mãos em meus ombros. Não apenas espalhavam o creme, como os massageava, fazendo com que a tensão acumulada se dissipasse.

- Um dia, quem sabe – ele sussurrou em meu ouvido e eu novamente estremeci. A imagem do vampiro, apenas de sunga, surgiu em minha mente, e por um erro, virei para encará-lo.

Proximidade de mais.

Alguém limpou a garganta atrás de mim. Talvez uns vinte ou trinta metros atrás.

- Sem querer interromper – a voz de Alec ressoou e me virei para encará-lo. – Mas Aro quer ver você, Caius. – ele cruzou os braços, e tinha as mãos fechadas em punho.

- Já estou indo – eu o ouvi bufar. Momentos depois, ele já vestia suas roupas e partia.

Uma toalha envolveu-me, junto com um par de braços. O moreno me encarava, rosto e corpo, mas finalmente parando em meus olhos. Um suspiro fraco saiu por entre seus lábios, e senti meu peito apertar. Por que ele teve que complicar tudo? Por que ele teve que beijá-la?

- Eu sei me virar – afastei-me, colocando minha camisa. Mas Alec não se conteve, e me ajudou a fechá-la – Eu disse que sei me virar, Volturi. – virei-me de costas, colocando meu short.

- O que houve com você? – sua voz saiu fraca, confusa. Até quando ele iria manter esse jogo.

- Aprendi a me valorizar – fechei a cara – Coisa que a sua amiguinha Céline ainda não aprendeu a fazer.

- Então todo o problema é por causa dela? – ele segurou meus ombros, fazendo-me encará-lo – Renesmee, você é idiota? Por que ter ciúmes dela?

- Por que, Alec? – meus olhos se encheram d’água – Por quê? – mostrei-lhe o que vi duas noites atrás no Pub. Seus olhos que ficaram vidrados por um tempo, pareciam arrependidos. – Esse é o porquê. – saí correndo, segurando minhas coisas na mão. Mesmo não usando a velocidade vampírica, eu me afastei rápido o suficiente para que ele soubesse que não deveria me seguir.

- Nessie – sua voz ecoou por entre as árvores, enquanto as lágrimas corriam por meu rosto.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?