Saving The World escrita por Writer


Capítulo 3
Quando o passado ainda nos domina


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas! Como estão?Bem, acabei de escrever esse capítulo (02:24 da manhã do dia 20/01/2013) então cuidado pois ele ainda está quente! Não quero ver ninguém queimado aqui, hein? ;D -Não Fogo, você é uma exceção. -



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BUM!

O som da explosão chegou até nós, mas antes que fôssemos atingidos pelas chamas, ele nos protegeu com a sua capa negra. Longos segundos se passaram, ele me abraçando e nos protegendo com a capa ao mesmo tempo enquanto eu estava comprimida contra seu peito, mas aquela proximidade não era ruim. Eu conseguia ouvir seus batimentos cardíacos, que estavam acelerados, e sentir seu cheiro. Era uma mistura de chuva e pinheiro, como quando a floresta perto da minha casa ficava a noite.

Levantei a cabeça apenas o bastante para olhar para seu rosto. Sua expressão era séria, os lábios comprimidos e seu olhar estava no horizonte. Se não estivéssemos em uma fábrica que acabara de explodir em uma missão da Liga eu seria capaz de beija-lo.

Como se lesse meus pensamentos, ele baixou o olhar até mim e sorriu um pouco. O que era realmente algo a se comemorar, ele dificilmente sorria quando estava como Batman, até para mim isso era uma surpresa.

–O que esta pensando? –perguntei.

–Que pela primeira vez eu não vejo a hora de chegar em casa e tirar meu uniforme. –ele disse sorrindo e sorri junto com ele.

Nós já estávamos juntos a algumas semanas, e desde que minha casa fora destruída por um demônio criado pela Ilusion eu estava morando na mansão Wayne. Confesso que na hora que vi minha casa inteira destruída fiquei com uma raiva indescritível da vilã, mas depois de me mudar para casa de Bruce, nunca fora mais feliz em minha vida.

–Talvez eu te ajude com essa tarefa... – sorri para ele com uma pitada de malícia no olhar.

Ele olhou para mim sem sorrir, voltando a pose de Batman quando soltou sua capa, mas percebi que seu olhar correspondia o meu. No entanto não fora a única a perceber.

Levantei meus olhos ao céu e lá estava ele. Apesar de estar voando acima de nós a vários metros de altura, percebi que era ele pelas suas cores. Azul, amarelo e vermelho. Mas também percebera seu olhar magoado quando voou para longe.

Batman olhou para cima também, mas ele já havia ido. Quando olhou para mim de forma questionadora, olhei para um pontinho azul no céu que se distanciava cada vez mais de nós. Suspirei e uma lágrima rolou pelo meu rosto.

–Superman.

***

Acordei com a sensação de estar sendo observada. Ao abrir os olhos percebi estar em uma sala de escura deitada em uma maca. Se não fosse pelos aparelhos super tecnológicos ao meu lado e a imagem da Terra na janela pensaria que estaria em um hospital qualquer e não na Torre da Liga.

–Se quiser falar algo, simplesmente diga. Sei que já deve estar a um bom tempo aí, Bruce. –falei e então ele saiu das sombras chegando perto da minha maca, mas não perto o bastante para conseguir tocar nele.

–Como você sabe meu nome? –ele perguntou e pude notar um certo nervosismo no olhar.

–Porque esse é o seu nome! Ou por acaso estou falando com outro Batman que não é Bruce Wayne?

–Como pode saber quem eu sou? Você nem ao menos consta no banco de dados. –ele disse baixinho meio que falando para si mesmo, mas mesmo assim pude ouvir. E me lembrar.

Todas as lembranças voltaram com força para minha cabeça. A loucura de Superman, o fim de Brainiac, a morte de Batman e todos os outros e minha viagem ao passado. É claro que ele não saberia quem eu sou, eu não tinha o conhecido.

Senti as lágrimas se formarem meus olhos e virei o rosto para a janela para que ele não as visse. Boba. Idiota sentimentalista. Você já chorou bastante por tudo isso, então agora que tem uma segunda chance não erre e tudo ficará bem. Como ele costumava dizer...

–Apenas siga o plano. –completei falando para mim mesma.

Enxuguei as lágrimas e olhei para ele. Ele me encarava com um misto de desconfiança e nervosismo. Para alguém que sempre sabia de tudo, deveria ser incômodo encontrar alguém de quem não se sabia nada, mas sabia tudo sobre ele.

–Desculpe quando o ataquei na caverna. –falei arrependida – Eu pensei que era Relâmpago.

Ele ficou quieto. Abraçei-me e então me lembrei das minhas costelas, que...deveriam estar quebradas.

–Minhas costelas...-falei perplexa.

–Foram curadas. –ele respondeu seco-Mas o que você estava fazendo em um antigo laboratório de pesquisas da Liga? –ele perguntou com olhos acusadores.

Parabéns Catrina! Mal chegou aqui e já conquistou a desconfiança dele!

–Eu não me lembro. –menti- Só lembro que estava lá e que aquele cara chegou e se auto intitulou Relâmpago e começou a me atacar.

–E como você se salvou dele?

–E-eu não sei. – falei fazendo minha melhor cara de garota confusa- Só sei que depois que ele descongelou o lago, a água começou a fluir até mim e quando desejei ter algo para me defender ela se transformou em um chicote.

Ele olhou para mim, ponderando se deveria acreditar em mim ou não. Procurei não olhar para os lados ou me mexer, continuei a olhar em seus olhos. Uma técnica que ele mesmo me ensinara. As pessoas quando estão mentindo procuram se mexer ou olhar para outros lugares como se isso as salvasse da punição por terem mentido. Se eu controlasse isso ele acreditaria em mim.

–Batman, eu...

A porta se abriu e fui salva de acabar falando alguma besteira.

A luz do corredor iluminou o quarto escuro e, parado na porta, pude ver a figura de um garoto de catorze anos de cabelos negros vestido de preto e cinza e usando uma máscara negra que não conseguiu me enganar.

–Matt...! – parei de falar quando Batman e Dinâmico me encararam.

Realmente teria que reaprender a chama-los pelos nomes da Liga. Tinha ficado tão acostumada a chama-los pelos seus nomes reais depois de nos tornarmos amigos, e quando Superman enlouqueceu ninguém mais ligava o modo que era chamado, só pensavam em sobreviver. No entanto, eu havia voltado no tempo e com isso criado um futuro alternativo, então teria de recomeçar com tudo. Desde meus amigos, até meus poderes e...ah! Isso vai dar muito trabalho.

–Quer dizer...Matte! Você poderia trazer um Matte pra mim? Adoro chá gelado! –disse dando um sorrisinho amarelo.

Batman se virou para ele e os dois me ignoraram:

–Pediram para avisar que a reunião da Liga vai começar daqui a pouco- Dinâmico falou.

–Sim, já estou indo. –Batman falou, mas antes de sair pela porta se virou para mim- Nós não terminamos.

E a porta se fechou me deixando novamente no escuro.

***

Eu já sabia que iria ser assim. Até eu conquistar a confiança de todos eles novamente, eu teria muito trabalho. Mas ficar aqui deitada não ajudaria em nada, e eu estava louca para poder andar pela Torre e rever todos os meus amigos. Até o irritante do Dinâmico fiquei feliz em ver. Tão feliz que quase falei seu nome. Argh! Teria de agir como se nem os conhecesse, porque senão eu sabia que eles ficariam desconfiados, mas revê-los era tão bom...

–Tenho de sair daqui. –conclui e me levantei da cama.

Os pelos dos meus braços se arrepiaram ao tocar o chão frio de metal. É claro que depois de viver tanto tempo em um iceberg consertando a máquina de viagem temporal eu já deveria estar acostumada, mas aquele frio era bom, me lembrava de que eu tinha outra chance, que todos eles estavam vivos e eu poderia mudar o futuro.

Caminhei até a porta e apertei um botão na tranca digital para fazer sua tela brilhar. Um aviso piscou solicitando uma senha. Aparentemente eles tinham me feita de prisioneira. Bufei enquanto comecei a digitar os códigos que Bruce me ensinara para burlar a segurança da liga. Cliquei enter e a luz vermelha piscou e se transformou em verde.

–Como se uma tranca dessas pudesse realmente prender alguém.

Espiei para fora, não tinha ninguém no corredor. Ok. Etapa um completada, agora só tinha que me decidir aonde ir. Olhei para minha roupa, estava vestindo uma camisola de hospital, então não poderia me arriscar ir muito longe. Qualquer um perceberia que estava fugindo da ala médica. Tinha de ir a algum lugar que ninguém se incomodasse com isso, e se desse sorte encontraria um de meus amigos.

Ouvi passos e encostei a porta, deixando espaço suficiente apenas para espiar com um de meus olhos. Um homem com bermuda de banho preta e laranja e uma toalha com um desenho de tridente nos ombros passou molhando o corredor. Ele tinha cabelos loiros e assoviava o que reconheci ser o hino de Atlantis. Aquaman. Sorri ao me lembrar dele.

Quando descobrira poder dominar a água, tive alguns treinamentos com ele. Mas, vamos dizer, ele não tinha muita paciência com os alunos então logo se “demitiu” do cargo de mentor. Foi aí que comecei a ter aulas com Superman.

Sacudi minha cabeça. Não era uma boa hora para devaneios. Eu tinha de pensar aonde poderia ir para me distrair um pouco, pelo menos, e revitalizar minhas forças. O assobio de Aquaman se distanciou e logo não pude mais ouvi-lo, mas ele me deu uma ideia de um lugar perfeito.

–Como não pensei nisso antes? –sorri ao sair sorrateiramente do quarto e me esquivar pelos corredores.

***

Era engraçado como eu conhecia tão bem aquela Torre, apesar de tanto tempo ter se passado, eu ainda me lembrava de cada sala, corredor e passagem. E quando cheguei a piscina não consegui evitar procurar por Juniper. Conseguia enxergar alguns novatos praticando na piscina calma, e alguém que não pude perceber quem era treinando na piscina de redemoinhos. Olhei mais uma vez procurando algum de meus amigos, mas quando alguns novatos começaram a olhar para mim desconfiados me lembrei de que estava usando aquela camisola de hospital horrível.

Esquivei-me para o vestiário feminino e fui até o modelador. Subi no pequenino palanque e quando as opções de roupas apareceram comecei a remontar meu antigo traje de banho.

Ele era simples comparado aos outros. Feito de um tecido que equilibraria a temperatura de meu corpo e me protegeria de impactos diretos, ele era um maiô tomara que caia bem discreto, por causa de sua cor perolada. Os chinelos eram da mesma cor, mas com pérolas para enfeitar. Coloquei o traje depois que ele foi criado e fui pegar uma toalha. A atendente sorriu para mim simpática e entrou em uma salinha para pegar uma toalha.

–Nunca acreditei que Batman permitisse uma coisa dessas no simulador. – uma garota ruiva com cabelo preso em um rabo de cavalo alto e um biquíni pequenino comentou com outra enquanto esperavam a atendente para pedirem as toalhas.

–Mas se Superman e Flash não tivessem intervindo, nunca que ele deixaria fazer uma festa de aniversário pra Dançarina! – a morena respondeu.

Dançarina. Eu me lembrava dela. Seus cabelos eram como fogo, vermelhos e dourados, e seus olhos eram verde acinzentados. Sempre mostravam sua sinceridade. Ela era uma garota legal, às vezes nervosa quando algo saia errado, mas era legal. Contara-me uma vez que escolhera seu nome porque sua tia falava que ela era uma ótima dançarina, pois seus pés pareciam flutuar e não tocar no chão. É claro que essa parte era mais literal, já que ela controlava o ar, mas não deixava de ser um belo nome.

–Aqui estão. – a mulher voltou e nos entregou as toalhas.

Sai do vestiário e fui direto para o simulador aquático. Ele era localizado na área das piscinas por ser o único que tinha água de verdade, e não apenas hologramas ou robôs, se bem que com a tecnologia avançada das empresas Wayne, a água simulada era igual a real que era usada no simulador aquático, com apenas a diferença que não molhava tanto.

Quando entrei no simulador compreendi porque Flash e Superman tiveram de intervir. Ele fora programado para parecer uma praia. Várias garotas estavam deitadas nas cadeiras relaxando ou pegando Sol ( John e Superman conseguiram imitar com perfeição os raios do Sol, mas equilibraram de um jeito que ninguém pudesse ter o perigo de uma insolação) enquanto outras jogavam futebol, vôlei e outros esportes com alguns garotos. No meio daquela confusão de conversas e risos, pude ver Dançarina. Ela estava com sua habitual máscara vermelha e enquanto conversava com uma garota mordiscava uma barra de chocolate. Comecei a caminhar até ela, apesar da timidez ela era uma grande amiga minha, quando senti a água do mar mordiscar meus pés.

Virei-me e olhei para o mar, apesar de saber que ele não deveria ser tão grande no simulador como aparentava, me senti encantada do mesmo modo. Não era a toa que meu nome na Liga era Sereia, eu amava o mar. E depois de descobrir que controlava a água, ele apenas se tornou para mim mais encantador do que era. Sem pensar, joguei minha toalha e meus chinelos na areia e pulei na água.

A sensação era tão boa. Era como se a água acariciasse minha pele e meus cabelos, como uma mãe ao abraçar a filha depois de passarem tanto tempo longe. Abri os olhos e olhei para aquela bela imensidão azul, e comecei a nadar cada vez mais para o fundo. Enquanto mexia minhas pernas e meus braços, pude sentir cada célula do meu corpo se revitalizar, e minha visão e respiração melhorarem também. Abri a boca e respirei profundamente, adorava a sensação da água salgada descendo pela minha garganta e alimentando meus pulmões.

Desde que entrei em contato com um exobyte, adquirira o poder de controlar a água. Mas eu sabia que era muito mais do que apenas poder controla-la e fazer com que se tornasse ar em meus pulmões ou que me revitalizasse. Era como se ela fosse parte de mim e eu dela, como apenas um ser.

Continuei nadando por um bom tempo, mas então vi algo que destoava da cor azul do mar. Uma figura de uma garota com asas, cabelos negros e olhos azuis me encarando em desafio. Sorri ao reconhece-la.

–JC. –falei, sabendo que me entenderia mesmo embaixo da água.

–Vejo que me encontro em desvantagem. –ela falou me rodeando- Você sabe meu nome, mas não sei o seu.

Olhei para ela com uma expressão divertida no rosto e indiquei a praia.

–Que tal uma corrida? Se você ganhar conto meu nome e poderá perguntar o que quiser.

–Esta feito. –ela disse se ajeitando, nunca recusaria um desafio.

–Não quer saber o que vai acontecer se você perder?

–Não preciso. Não vou perder- ela falou com convicção e eu ri.

–Preparada? – respirei profundamente e comandei para que a água me impulsionasse assim que fosse preciso- Um...Dois...três e...

–Já! –ela completou e começou a nadar.

–Sempre querendo tirar vantagem! –ri e comandei para que a água me ajudasse.

Comecei a nadar com habilidade, e logo estava ao lado dela.

–Ainda dá tempo de desistir...- falei a provocando.

–Nunca! –ela falou e aumentou sua velocidade.

Comandei a água para que me impulsionasse ainda mais rápido, mas quando percebi que isso não seria o bastante comandei para que atrasasse Juniper. Logo, ela estava nadando mais devagar, diminuindo de velocidade até que eu a ultrapassasse e ela não conseguisse mais se mover.

–Au revoir! –disse piscando para ela e nadando tranquilamente, agora que só faltavam alguns metros para a linha de chegada (leia-se praia).

Porém, quando ia pisar na areia, e declarar minha vitória, percebi uma sombra em cima de mim. JC tinha saído da água e voara até a praia, e agora me esperava com um olhar de triunfo.

–Eu disse que não ia perder. –ela disse sorrindo quando me aproximei.

–Sereia. –disse estendendo minha mão.

–Então esta explicada sua habilidade com a água. –ela disse a aceitando.

Dei de ombros e comecei a caminhar em direção ao centro da festa, onde tinham montado uma pista de dança.

–Hey, você não disse que responderia qualquer pergunta minha? –ela perguntou sem sair do lugar.

–Disse e vou cumprir com minha palavra.

–Então você terá de me seguir e não o contrário. –falou com uma voz arrogante e começou a caminhar para longe do barulho.

Sem alternativa a segui. Mesmo que não se lembrasse de mim, eu me lembrava dela, e sabia que por trás dessa faixa de arrogância e mesquinhez, ela era uma boa amiga e fiel à quem julgava ser bom.

–Então - falei a alcançando - o que você quer saber?


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Notas finais do capítulo

Entãão? Receberei muitas reclamações? Bem, desculpem se decepcionei vocês ou sei lá, mas se quiserem mandar críticas construtivas, fico feliz em poder aprender um pouco mais!Fora isso, só pra avisar que o capítulo seguinte terá a aparição de Batman, Canário Negro e talvez alguns outros super-heróis...Então quem não gostar de ação apenas leia a primeira parte e pule o resto! /zuera, não pula nada não.Estarei esperando seus reviews contando o que acharam dos personagens e do capítulo em si.Au revoir!