– Não vai.

Rony se virou para Hermione. Ela ainda tinha os olhos um pouco vermelhos. E continuava com o ar confuso, como se alguém além dela tivesse soltado aquelas palavras.

Ela havia pedido para ele ficar quase inconscientemente.

Não seria mais fácil deixa-lo ir?,falouuma voz em sua cabeça.Se você for atrás do John ele ainda vai te querer, sem nenhuma complicação. Ele não vai te magoar.

Mione se surpreendeu com aquele pensamento. Ela estava tentando se enganar? Sabia que não ficaria com John, afinal havia pensado em solidão ao imaginar que Ron partira, John nem estivera em sua mente como opção. Ela se perguntou o que aquele pensamento fazia ali. E ela sentiu, o mesmo sentimento que a fizera aceitar aquela proposta de emprego e sair de Londres: o medo.

Antes era o medo de que ele dissesse que não a amava. Ela preferira partir a ouvi-lo dizendo isto. Mas agora ele estava ali e havia se declarado para ela. O que ela temia então?

O desconhecido.

A partir de agora ela não sabia o que aconteceria. Não poderiam mais usar a amizade como uma desculpa. Ele mudara tudo ao se declarar. Este era o fato, não havia volta. E apesar de ela desejar a muito tempo ouvir tudo o que ele dissera, aquilo era assustador.

Ela olhou para ele. Ele a fitava curioso, ela percebeu, mas se continha, permitindo que ela pensasse. Ele estava apreensivo. Parecendo tão grande e tão frágil ao mesmo tempo. A voz em sua mente voltou:

– Ele é a escolha errada.

Mione lutou contra seus pensamentos enganosos, andou rápida até o ruivo e o abraçou apertado. Talvez ele fosse a escolha errada. Mas ele era escolha errada mais certa.

Ele retribuiu na mesma hora, apertando-a muito forte. Cheirando os cachos castanhos. Sentindo o contato dos corpos. Ele conseguia cobrir o corpo pequeno dela completamente com o seu próprio corpo. Era a sensação mais maravilhosa que ele conhecia.

Foi instintivamente que ele roçou seu rosto no dela aproximando os lábios.

– Desculpa por tudo Mione – ele sussurrou no ouvido dela e a puxou como se pudesse faze-los se tornar apenas um.

Sua boca cobriu a dela, sentindo a maciez. Ela retribuiu da mesma forma natural que ele começara, abrindo a boca e permitindo a entrada da língua dele. Ele tentava por tudo que sentia naquele beijo e ela correspondia na mesma intensidade. As línguas dançavam uma coreografia que nunca fora ensaiada, mas os movimentos pareciam sincronizados desde sempre.

Rony sentiu seu corpo se aquecer. Suas bocas ainda estavam unidas quando ele sorriu.

– Maravilhoso!

Ele afastou o rosto apenas o suficiente para olha-la e quando abriu os olhos percebeu que ela o fitava corada.

– Você me perdoou não é? – ele sorria, mas estava ansioso pelo que ela diria.

– Só se você me der muitos outros desses – ela falou sorrindo timidamente.

Como sempre a resposta certa, pensou ele.

– Pode deixar! – ele a puxou para um novo beijo.

A intensidade era a mesma, rápida. Calafrios percorriam o corpo do ruivo. As mãos ansiaram por mais e ele acariciou a costa de Mione, os braços, a cintura, avançando para uma área nova sempre que a anterior se tornava conhecida do seu tato.

Ela reagiu enfiando a mão sob as mechas ruivas e se agarrando firmemente ali. Ficaram ofegantes, mas não se separaram. Rony tirou sua boca da boca da garota e passou a beijar o pescoço e a nuca dela, sentindo o cheiro que o acalmava e fazia o sangue em suas veias ferver.

Hermione soltou um suspiro, fazendo os calafrios de Rony aumentarem, percorrendo seu corpo rápidos. Mas ela se soltou derrepente, como se seu suspiro a tivesse desperto para a situação. Ele estava inclinado sobre ela, devido a diferença de tamanho enquanto ela estava praticamente pendurada em seu pescoço.

Ela deu uns passos para trás e olhou para ele. Corou na hora. Rony estava feliz demais para sentir vergonha, sorria de orelha a orelha. Ela respirou fundo e começou:

– Ron, eu... eu...

Ela não conseguia falar.

– Você não precisa falar nada – ele disse fechando o sorriso.

– Acho que concordamos que não falar o que pensamos não faz bem, não é? – ela perguntou com um sorriso sugestivo.

Ele corou, mas persistiu.

– Só não quero que você se sinta forçada a...

– Cala a boca Rony! Eu quero falar!

Ele se surpreendeu com o tom usado, mas ela ainda sorria. Se aproximou de novo, ficando bem em frente dele. Levantou o rosto para olha-lo nos olhos e disse:

– Eu te amo Rony Weasley... – ele sentiu que podia explodir de alegria – ...mesmo que você seja um legume insensível!

Ele olhou para ela se fingindo magoado.

– Tinha que ofender né?

– Desculpa, não resisti – ela se justificou marota.

Ele sorriu e em seguida fez uma careta.

– E o tal loiro-capa-de-revista do John?

– É apenas um amigo – ela ainda sorria e Ron levantou tanto uma sobrancelha que Mione jurou que ela ia se unir ao cabelo – E sempre vai ser apenas isso – completou.

O sorriso de Ronald voltou, ele a puxou para seus braços de novo, dizendo:

– Agora você não vai mais se livrar de mim!