Apenas Amor - Romione escrita por Anne Almeida


Capítulo 8
Amor




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John havia ido embora há mais de uma hora. Mione permanecia sentada no banco de concreto. Ela tirava pequenas lascas da tinta branca. Suas unhas já estavam cheias de pequenos pedaços brancos. Ela olhou para o céu. O sol estava alto e causava um calor acima do agradável.

Olhou para a fonte que continuava a não jorrar água e decidiu que era hora de voltar para o seu apartamento. Temeu por vê-lo de novo, mas foi atingida pela certeza de que ele havia partido. Afinal ela fizera parecer que tinha algo com John.

Se levantou e caminhou lentamente, adiando ao máximo a chegada a sua casa. As pessoas passavam ao seu lado, mas ela não as percebia e então sentiu o vazio conhecido ao seu lado. Aceitou que agora estaria só - de novo - e entrou em seu prédio.

O elevador subia rápido demais a levando a solidão. Quando chegou ao seu andar ela caminhou até a porta e suspirou. Enfiou a chave na fechadura e a girou. Todos seus movimentos eram lentos. Empurrou a porta e a primeira coisa que viu foi uma mochila jogada ao lado da entrada.

Seu estomago revirou. Ela olhou pela sala, mas não o viu. Foi para a cozinha, agora rápida e finalmente o viu. Virado para a pia. Ele se virou para ela assim que a sentiu.

- Não pude ir embora – ele não gritava mais, falava tranquilo.

Ela se sentou a mesa e ele puxou a cadeira ao lado dela se sentando também. Ficaram ali se fitando uns segundos, sem saber o que dizer. Sem saber se um dia tudo teria concerto. Mas ele precisava tentar.

- Eu precisava falar, te dizer tudo.

Ele não conseguira passar da porta quando tentara partir. Ele não podia suportara ideia deixa-la pra trás, com outro, sem dizer o que sentia. Ele precisava falar. Não da forma como dissera antes. Agora seria da forma certa.

Ela permanecia em silencio, a presença dele mandara a calmaria que ela conseguira embora, mas o vazio também.

- Eu não gostei de você assim que te vi. A primeira coisa que pensei foi:Mas que menina besta e metida a sabe-tudo – ele sorriu lembrando – mas aí aconteceu aquilo com o trasgo, nossa primeira aventura, e eu percebi que você era mais do que eu imaginava, você era corajosa e fiel aos amigos. Você mentiu, mentiu por mim e por Harry. E aquela mentira começou tudo.

Ele pegou na mão dela e começou a passar os dedos lenta e delicadamente, inconsciente do que fazia. Concentrado nas lembranças e em fazê-la entende-lo.

- Quando o Krum apareceu ele passou rapidamente de meu ídolo a meu pior inimigo e tudo por sua causa, mesmo que eu não assumisse, nem pra mim mesmo. Te ver com ele me machucava – ele quase completara com assim como vê-la hoje com aquele cara, mas segurou a língua.

Ele olhou para ela que chorava contidamente, apenas as lagrimas correndo. Passou os dedos sobre o rosto dela para secar. Suas mãos grandes demais naquele rosto delicado. Sentiu sua falta de jeito, mas toca-la era uma sensação que ele adorava. Hermione sentiu o toque delicado dele e seu corpo pedia por ele, por poder abraça-lo.

Ela se conteve e ele continuou.

- Quando eu te abandonei... – ele baixou o rosto envergonhado, tirou as mãos da dela e as jogou sobre o colo – eu me odiei tanto e com tanta intensidade. Assim que eu aparatei eu sabia que eu devia voltar. Eu queria voltar. Pra ajudar o Harry também, é claro, mas não posso mentir Mione – ele voltou a olha-la – mas principalmente eu queria voltar por você.

Mione o olhou e viu naqueles olhos azuis a verdade em tudo o que ele dizia. Ele fez uma pausa de alguns segundos e quando ela achou que ele não iria mais falar ele continuou.

- Posso não ser o cara mais esperto que existe Mione, mas acredito que estou certo em dizer que só existe uma palavra que traduza tudo que eu senti e a forma idiota como eu agi, apenas uma – ele a olhava nos olhos como se pudesse gravar aquela palavra na mente dela – Amor.

Rony olhou para a garota a sua frente. Ela ainda estava meio descabelada da corrida, mas ele não conseguia deixar de acha-la linda. Os olhos ainda estavam um pouco vermelhos apesar de ela ter parado de chorar e ele odiou ser o culpado. Ele esperou que ela respondesse a tudo que ele dissera. Mas ela apenas ficava olhando para ele, confusa demais para qualquer reação.

Ele sentiu o peito arder, doendo muito forte quando se levantou e falou de novo.

- Se você quiser a ele, eu não posso fazer nada – ele sentiu que agora chorava assim como ela fizera antes – Mas eu não podia deixar de te dizer isso. Eu sou apenas Ronald Weasley. O cara com o sentimentos tão profundos quanto uma colher. Mas eu te amo Mione, como ninguém vai te amar.

Ele deu as costas a cozinha e a morena, caminhando para a sala. A sensação era de que sair daquele lugar seria por um fim a toda a alegria que ele pudesse sentir, mas ele o faria se isso significasse a felicidade dela.

A mochila ainda estava largada na porta como se o esperasse. Ele chegou até ela e a pegou. Quando colocou a mão na maçaneta ouviu a voz de Mione, dizendo a única coisa que ele precisava ouvir:

- Não vai.


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