Apenas Amor - Romione escrita por Anne Almeida


Capítulo 30
Enfim


Notas iniciais do capítulo

Valeu pelos 100 comentários! *-* ~le olhos da autora brilham de felicidade



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Eles aparataram em uma estradinha de terra. Não havia construções ao redor. Apenas um imenso gramado à esquerda e altas árvores alinhadas à direita.

– Estamos perto – disse ele.

Ela lhe sorriu e o pegou pelo braço, enlaçando-o antes de seguir seus passos mais alguns metros na estrada.

Quando, enfim, alcançaram duas árvores, cujos galhos pendiam um para o outro, Hermione parou. Ronald continuou seus passos e consequentemente a arrastou por alguns metros, parando em seguida.

– O que houve? – perguntou.

– Acho que já chegamos – disse ela apontando os galhos.

Ronald olhou para os galhos como se só agora os visse.

– É, parece que sim – argumentou envergonhado por não haver percebido.

Ele já era naturalmente desatento a certos detalhes e ter Hermione ao seu lado, agarrada a seu braço, o fazia ir direto para outro mundo, onde galhos que se encontravam e festas de aprovação da Academia de Aurores não existiam.

Ela lhe premiou com um sorriso satisfeito, sem se importar, e ele sorriu também.

– Vamos? – perguntou a fitando com intensidade.

– Para onde você quiser! – disse ela e depois corou levemente.

Ronald sentiu o riso crescer dentro de si junto com a alegria, todos produzidos pelo amor ali presente.

Ele não disse nada para que ela não ficasse mais envergonhada. Apenas a conduziu por entre os galhos e assim que cruzaram o arco que eles formavam, uma música se fez ouvir.

Uma aglomeração de pessoas era visível, metros à frente, e ambos se admiraram perante a visão. Um enorme gramado, assim como o que havia do outro lado da estradinha, se estendia a suas frentes.

Um caminho iluminado por tochas de bambu os conduzia ao local onde as pessoas estavam. A grande maioria rondava de um lado para o outro, cumprimentando conhecidos, entre abraços e beijos, apertos de mão e outros trejeitos estranhos que não fizeram sentido para a morena, mas que ela não se preocupou em entender. Estava com Ron e aquilo era tudo que importava no momento.

Aqueles que não estavam em pé, permaneciam sentados em mesinhas espalhadas ao redor do caminho que eles percorriam lentamente. Mais tochas de bambu postavam-se próximas a elas, iluminando o ambiente.

Nada de energia, é claro, pensou Hermione olhando para os lados em busca de rostos conhecidos, mas diferente de Ron, que cumprimentava a todos por quem passava, ela não conhecia praticamente ninguém, ou pelo menos, não o suficiente para ir além de ‘olas’ e gestos superficiais de cabeça.

– Onde está todo mundo? – perguntou no ouvido do ruivo, percebendo ele se empertigar diante do gesto inesperado e sorrindo – Já não deviam ter chegado?

– Bom... – ele soltou o braço dos da garota e lançou um olhar ao redor – Achei!

Ele pegou-a pela mão e começou a puxá-la consigo. Hermione bufou por ter de ser guiada por ele, mas sendo Ron mais alto do que a grande maioria das pessoas ali, principalmente ela, nada tinha a fazer.

Se deixou levar por ele, que continuava aos acenos e tchauzinhos por onde passavam, e sentiu o rosto se afoguear ao perceber que grande parte eram para garotas, e algumas muito bonitas por sinal.

Ela já ia abrir a boca pra dizer algo quando sua atenção foi atraída por uma mesa onde diversas cabeças ruivas reluziam ao reflexo das chamas.

Gina correu ao seu encontro assim que a viu.

– Mione! – gritou, ao seu ouvido, enquanto a abraçava e depois se afastou e a olhou de alto a baixo – Você está linda!

– Obrigada Gina – disse ela corando, afinal não estava mais perfeitamente arrumada como quando saíra de casa horas antes.

Os cabelos estavam presos no melhor coque que conseguira produzir com a varinha, mas mesmo assim distante do belo arranjo que sua mãe fizera com suas próprias mãos.

A maquiagem que a ruivinha havia feito para ela tinha praticamente sumido, ficando apenas os olhos bem marcados. O banho que ela tomara com Ron lavara o resto.

Em seus lábios, o batom de tom leve que ela passara quase não se destacava , porém suas faces rubras dispensavam qualquer outro tipo de artifício.

As lembranças do que ocorrera entre ela e Ron, a deixavam com o rosto afogueado e, quando viu o resto dos Weasleys a fitando por detrás de Gina, acreditou piamente que eles podiam ler esses pensamentos em sua testa.

– Rony! Mione! – Harry a fitou – Que bom que vocês chegaram!

Depois baixou o tom para que só Rony e Gina ouvissem.

– Achei que não vinham mais.

A morena ouviu Gina rir ao seu lado e lhe piscar, mas assim que percebeu se tornar alvo dos olhares não muito amigáveis do irmão, do namorado e da amiga disse num tom divertido:

– Claro que eles viriam Harry! O Roniquinho não perderia a chance de se mostrar para a namorada como o mais novo estudante da Academia de Aurores!

Rony corou profundamente. Seu pescoço, bochechas e orelhas ficaram rubros diante do comentário. Gina era mesmo uma pentelha em sua vida e ainda o fitava desafiadora, esperando uma resposta, mas ele segurou a língua, a muito custo, e então revirou os olhos antes de se aproximar do resto da família que ocupava duas mesinhas que haviam sido arrastadas para ficarem juntas.

– Oi...

Antes que pudesse concluir, o ruivo sentiu uma pressão forte no tórax. Sua mãe se levantara e o pegara em um abraço de urso.

– Estou tão orgulhosa de você, meu filho! – a pressão aumentou – Tão orgulhosa!

Quando ela finalmente o soltou, ele percebeu que seu pai estava em pé ao lado dela. O Sr. Weasley também o abraçou, mas não disse nada, seu orgulho estava presente em seus olhos.

Quando finalmente se viu livre do segundo abraço, fitou a mesa. Percy estava sentado numa pose ereta, metido em impecáveis vestes bruxas e lhe sorria. Levantou-se, pomposo, e lhe estendeu a mão.

– Parabéns, irmão.

Ronald a pegou e apertou firme.

– Obrigado – sorriu de leve.

Gui estava com Fleur a sua direita, e a pequena Victorie em seu colo, cheia de cachinhos loiros sobre seus olhos muito azuis. Também se levantou e apertou sua mão com orgulho e felicidade por o irmão mais novo estar se encontrando na vida. A loira apenas lhe sorriu enquanto a pequena se agarrava a seus dedos.

Carlinhos se levantou meio desajeitado, arrastando parte do tecido que cobria o tampo da mesa, mas ignorou o fato para dar um abraço no irmão.

– Auror! Quem diria!

O mais velho era mais baixo que o mais novo, mas era atarracado e tinha força o bastante para espremer costelas com mais força do que a mãe. E foi com o corpo dolorido que Ron o ouviu falar:

– Deixa eu apresentar – e indicou uma jovem de olhos negros bem marcados, pele dourada e cabelos cor de petróleo que se levantava e se aproximava – Esta é Sahira Yassin.

Seu sorriso imenso tornava desnecessário dizer o que a jovem representava para ele, assim como o olhar dela.

– Olá – disse com um riso contido – É um prazer e... parabéns.

– Hã, oi, valeu – ele respondeu e percebeu que a jovem fitava Mione com curiosidade – Ah, e esta é Hermione Granger, minha namorada – concluiu apresentando as duas.

– Olá – disse a morena e a outra correspondeu num gesto breve, mas educado de cabeça.

Seu ouvido ainda se vangloriava com a voz firme de Ronald dizendo ‘Hermione Granger, minha namorada’.

Jorge estava sentado com os pés sobre a cadeira ao lado, os braços cruzados sobre o peito e seu sorriso matreiro brincando em seus lábios.

– Até que enfim fez algo que preste!

Ronald empurrou os pés do irmão, fazendo-os cair no gramado e eles se olharam, como num embate entre duas crianças implicantes, até terminarem rindo um para o outro. Mais palavras eram desnecessárias. Eles entendiam muito bem um ao outro, talvez até mais do que antes.

Gina se aproximou puxando-os para junto de si com Harry.

– Vamos atrás de uma mesa para nós? Mamãe não me deixa beber nada! – bufou e depois fez beicinho.

– Não sei por que você insiste em querer beber whisky de fogo, Ginny – disse Mione.

A ruiva apertou os olhos ao ponto de parecerem fechados, demonstrando irritação e logo em seguida mostrou a língua. Ron revirou os olhos novamente e a morena riu descontraída.

O ruivo já ia dizer que era desnecessário quando ouviu sua mãe iniciar a narrativa de quando ele tinha cinco anos e quase morreu de chorar ao ter seu ursinho favorito transformado em uma aranha por Fred e Jorge, enquanto adicionava suspiros seguidos de ‘ele cresceu tanto!’.

– Vamos! – disse pegando a mão da morena.

Eles se afastaram do grupo com a justificativa da falta de espaço nas mesas.

– Não devíamos ter feito isso... – começou Hermione.

Ron esperou que ela completasse dizendo que era errado mentir para acobertar o desejo de Gina de se embriagar, mas a morena completou com:

– Eu queria ouvir aquela história.

Ela começou a rir e foi acompanhada por Harry e Gina, que soltavam gargalhadas descaradamente.

– Seus bobos – disse ele acelerando o passo ao ver uma mesa vaga e ouvindo Gina murmurar para Mione.

– Não se preocupe, eu te conto depois – ele não resistiu e riu também enquanto arrastava uma das cadeiras e a indicava pra Hermione.

– Quando foi que meu irmão se tornou tão cavalheiro? – brincou Gina – Mione, me ensine o feitiço depois, ok?

Ela recebeu um olhar bravo do ruivo, mas seus lábios sorriam, assim como o da morena e depois que todos se acomodaram Harry lhe perguntou:

– E ai? Nervoso?

– Um pouco. E você?

– Também.

Ambos trocaram risinhos tensos, mas Mione falou:

– Não há porque se preocuparem – pegou as mãos dos dois – Vai dar tudo certo.

– É isso aí! – completou Gina abraçando o namorado e o beijando com empolgação.

Antes que o ruivo pudesse reclamar, o beijo foi interrompido por uma voz etérea.

– Oi!

– Luna! – Gina saltou no pescoço da amiga.

– Bom te ver também Gina – sorriu ela – Harry, Mione, Ron – ela saudava um a um – Posso sentar com vocês?

– É claro, Luna! – todos olharam Hermione, surpresos, e ela deu de ombros – Você veio com seu pai?

– Ah não, ele ficou em casa resolvendo problemas do Pasquim. Eu vim com Neville.

Ela sorriu e eles ficaram surpresos. Neville e Luna?

– Você veio com o Neville? – perguntou Gina, dando ênfase demais as suas palavras.

– Hunrum – respondeu a loira sem perceber a que conclusões os amigos chegavam – Mas ele foi buscar bebidas.

Gina soltou uma risadinha marota.

– Então o Neville te convidou pra vir com ele?

– Hunrum. Ele soube que eu viria só e me convidou. Papai não ficou agradecido, como pensei que ele ficaria. Não sei o porquê - seu ar sonhador se destacava e todos começaram a rir deixando-a confusa.

– O que houve? - perguntou.

– Nada não Luna, só estamos rindo da cara de besta do Ron – respondeu Gina.

Ronald olhou a irmã e soltou um muxoxo. Ela não tinha jeito mesmo, então se virou para Harry.

– Acho bom irmos atrás de umas bebidas também.

Harry concordou com um aceno de cabeça e Gina lhe lançou um olhar pidão.

– Nós traremos para vocês – disse Harry olhando a namorada – O que vão querer?

– Whisky de fogo! – Gina respondeu sem pestanejar.

– Acho que uma cerveja amanteigada tá bom pra mim – disse Hermione.

Rony e Harry se afastaram, ainda rindo da amiga aluada, mas era difícil andar, constantemente sendo parados por alguém, pessoas do Ministério, pessoas da Academia e, para a surpresa do ruivo, até fãs seus.

– Cara, isso é um saco! - soltou o ruivo ao se aproximarem da mesa de bebidas.

– Eu disse - falou Harry entediado.

Rony ia responder, mas foi distraído por um jovem casal que conversava e sorria.

– Quando foi que o Longbotton se tornou Don. Juan? Perdi isso?

Sua fala sussurrada chamou a atenção de Harry para a figura de Neville, muito 'entretido' conversando com Anna Abbot. A garota parecia bem empolgada com o que o jovem falava.

– Não sei - respondeu Harry analisando a cena - Se você perdeu, eu perdi também.

– Deve ter sido algo entre a perda do Trevo e a morte de Nagine - disse o ruivo, baixinho e acenando para o amigo que enfim os vira ali.

Neville disse mais algumas palavras pra garota, a deixando com um riso nos lábios e se aproximou carregando duas cervejas amanteigadas.

– Oi rapazes, parabéns pelo grande dia! – deu um abraço sem jeito em cada um, ameaçando derramar sobre eles o conteúdo dos copos – Como vocês estão?

– Um pouco nervosos, mas vamos sobreviver - respondeu o moreno - Mas e você?

– Ah, vou bem, finalmente consegui uma vaga no CHI!

– Ah, que bom Nev! – o moreno disse.

Ron percebeu que, assim como ele, Harry não fazia a mínima idéia do que seria CHI, mas entrou no papo.

– Parabéns!

– Obrigado – o rapaz respondeu feliz, sem a menor noção de que não o entendiam.

Depois lançou olhares ao redor antes de perguntar.

– Vocês viram a Luna por aí? Estou com a bebida dela.

– Ela esta em nossa mesa. Se esperar que peguemos nossas bebidas, te levamos ate lá.

– Espero sim - ele tinha um sorriso amplo.

Harry e Ron pegaram duas bebidas cada um e caminharam com Neville em direção a mesa.

– Agora conta, Neville... Você veio com a Luna pra cá? – perguntou Harry.

– Sim - respondeu ele naturalmente.

– E estava conversando com a Abbot? – perguntou Rony.

As bochechas dele começaram a corar.

– O que isso tem haver? – ele olhou mais atentamente os amigos – O que vocês... Vocês... Não, não! Eu e Luna somos amigos apenas.

– Mas você a convidou a vir com você – insistiu Harry.

– Por que ela é minha amiga e viria só – Neville estava desconfortável.

Ronald ficou com cara de caldeirão e se calou ate chegarem à mesa.
Os rapazes entregaram as bebidas.

– Você se perdeu, Nev? Deve ser devido ao excesso de zonzóbulos aqui. – disse Luna e olhou pra Hermione e Gina - Falava para as meninas sobre isso. Acredito que haja um ninho próximo daqui.

A loira lançava olhares perscrutadores ao redor.

– Ah, não... Bom... Na verdade encontrei a Anna na mesa de bebidas.

– Ah, então está justificado – ela sorriu – Não eram zonzóbulos e sim mariposas!

Todos a fitaram confusos, enquanto ela ria. Mione virava os olhos, mas assim como Gina, sorria. Neville estava abobado. Antes que pudessem continuar a conversa um som os atraiu.

Uma musica alta e compassada começou a tocar. Algumas pessoas se levantaram em respeito. Era o hino dos Aurores. Foram dez minutos contínuos, e assim que se encerrou um homem subiu ao palco.

– Boa noite a todos, me chamo Adelbert Allan, diretor geral da Academia de Aurores e gostaria de iniciar nosso rito de admissão de calouros – ele era alto e corpulento - Hoje estamos reunidos aqui para celebrar a aprovação de 30 jovens em nossa academia. É claro que muitos não seguirão em frente. Não terão fibra e força para isso...

Hermione deixou o queixo cair. Como assim?

– Dos que entram hoje, talvez nem a metade venha a se formar, mas isso não retira seus méritos. Vocês enfrentaram difíceis testes e provas, e suportaram todas. Parabéns a todos!

Ronald riu da cara da morena.

– Não se assuste. Ele não é tão ruim quanto parece.

– Durante suas vidas, de algum modo, vocês aprenderam e se tornaram aptos a estar aqui. Vocês possuem talento e dons que outros almejam, mas jamais terão. Se vocês se esforçarem farão parte de um grupo de poucos e carregarão um símbolo poderoso. Mas, por enquanto esta será suas identificações.

Ele mostrou um broche prata trabalhado. Olhos se arregalaram para a pequena jóia. Apenas Luna parecia não se interessar, enquanto comia alguns empadões de fígado.

– Durante sua formação deverão honrar isto - ele mostrou novamente o broche - e se mostrar merecedores do grande título de Auror.

O homem encerrou o discurso e uma mulher alta e curvilínea, extremamente bonita, subiu ao palanque.

– Olá a todos, sou Catherine Chandler, diretora administrativa da Academia e estou aqui hoje para fazer o chamado dos novos componentes da Academia. Vocês deverão vir receber seus broches ao ouvirem seus nomes.

Ronald e Harry se remexeram nas cadeiras, num desconforto gerado pelo nervosismo. A mulher no palanque sorriu e começou a ler uma lista suspensa no ar.

– Ambrose, Durward.

O rapaz se ergueu e foi até o palanque. Catherine lhe falou algumas palavras que ninguém mais conseguiu ouvir e aguardou enquanto ele respondia. Ela sorriu ao ouvi-lo, pregou o broche em sua camisa e indicou a escada para que ele descesse do palco e voltasse ao seu lugar.

– Bristol, Ebert.

A cena se repetiu e a chamada continuou até que um dos nomes fizesse o local se encher de burburinhos.

– Potter, Harry.

O moreno se levantou e caminhou até a mulher. Gina soltou um muxoxo irritado.

– Porque essazinha ai tem que entregar, e não o barbudo?

Hermione riu da amiga e seus ciúmes, e agradeceu aos céus por não ser assim. Harry recebeu o broche e ganhou um beijo na bochecha, fazendo Gina soltar leves impropérios.

Flashes eram disparados de todos os lados, uma fumaça se adensou ao redor do palco e Harry desceu parecendo zonzo.

Alguns minutos depois a imprensa se acalmou e voltou a acompanhar a voz da mulher.

– Randall, Michael?

E mais alguns nomes foram ditos antes de a mulher finalmente chamar:

– Weasley, Ronald.

O ruivo levantou de supetão, como se algo o tivesse espetado onde estava. Tentou controlar os nervos e ajeitou a postura. Hermione o fitou. Estava tão lindo. Sua mão foi até a dele e a pressionou levemente.

Ele se virou para ela e um enorme sorriso se abriu antes de a morena aumentar um pouco a pressão e depois soltar.

Ele se voltou novamente para o palco e caminhou até ele. Aqueles que não o observavam encaravam a ela. Tinha certeza de ter sido fotografada, os flashes eram denunciadores.

O ruivo se aproximou da mulher e Mione esqueceu completamente os questionamentos sobre se havia sido fotografada ou não. Por que aquela mulher sorria tanto para seu namorado? E.. E.. Por que estava tão feliz ao beijar sua bochecha? Seu rosto corou com a percepção de seus ciúmes.

Ronald estava extremamente feliz. Respondera a pergunta em tom de voz baixo, que Catherine Chandler lhe fizera. Sim, ele desejava verdadeiramente se tornar um Auror. Recebera seu broche e a linda mulher o beijara na bochecha, como fizera com Harry, mas aquilo não chegava nem perto de ser beijado por Mione.

Ele sorria, altivo enquanto posava para as fotos exibindo o broche. Os flashes apareceram aos montes novamente e assim que conseguiu, saltou do palco e voltou para sua mesa. Caminhava fitando a jóia, mas não teve problemas para chegar até a mesa onde estavam.

Gina sorriu para o irmão e voltou a fitar o amontoado que era a aglomeração de pessoas ao redor de Harry, perto do palco, o impedindo de voltar ao seu lugar.

Ronald se sentou e fitou a morena. Lançou-lhe novamente aquele sorriso.

– Para Ron! - reclamou ela, rindo ao ver que ele não tirava os olhos e depois acrescentou implicante - Desse jeito suas fãs vão bolar um plano contra mim antes mesmo do fim da noite.

Ronald olhou para os lados com cara de surpresa.

– Fãs? Onde? - ele olhou ao redor e só então percebeu que haviam muitos olhares voltados pra eles.

Mione riu da falta de percepção de Ron, dos olhares sedutores que lhe lançavam.

Luna começou a se balançar sobre os calcanhares olhando algo e puxou Neville da cadeira onde ele estava sentado. O garoto se deixou afastar confuso enquanto ela murmurava palavras como voar e mariposa.

Gina riu escancaradamente e fitou o casal que ficara sentado a mesa.

– Vamos ver se consigo meu namorado de volta!

Levantou-se e caminhou determinada em direção a reunião ao redor de Harry.

Todos os calouros da Academia já haviam recebido seus broches e o imenso ambiente foi inundado novamente pelo som de música após as palavras 'se divirtam' saírem da boca de Adelbert Allan, que havia voltado ao palco.

Ronald ficou com as orelhas vermelhas e fitou Mione. Ela correspondeu percebendo que ele pretendia lhe falar algo.

– Mione – começou ele – não sou dos mais coordenados e posso até pisar nos seus pés, mas você gostaria de dançar comigo?

Hermione ficou surpresa com o pedido.

– Ahn...

– Se não quiser, tudo bem - atalhou rapidamente.

– Não Ron, eu quero - ela lhe estendeu a mão e sorriu.

Ele se levantou e a ajudou a fazer o mesmo. Caminharam em direção a pista e eles viram Gina em meio aos que dançavam, acompanhada de um Harry que se movia de um lado para o outro, mostrando não saber muito bem o que fazia.

A música que tocava era agitada e eles ficaram parados, fitando enquanto algumas pessoas praticamente pulavam na pista ao som das batidas. Ambos riram da cena e uma nova música começou a tocar. Uma balada lenta, que soava muito agradável.

Eles se fitaram, aproximaram seus corpos, e começaram a se mover devagar, sem pressa. Ao redor viram Neville dançando com Anna perto do local onde Harry estava com Gina. Luna dançava só, girando por toda a pista de dança.

Ele aproximou mais o corpo dela do seu, tentando ignorar todas aquelas testemunhas ao redor e começou a falar baixinho, no pé da orelha da morena.

– Eu nunca me perdoei por não ter dançado com você no quarto ano, por não ter sido seu par...

Hermione parou de dançar, seu corpo reagindo por conta própria, e ela nem sabia se era devido a confissão ou por que o ruivo praticamente sussurrava em seu ouvido.

– Eu nunca me perdoei por ter sido tão idiota com você, por ter ficado com Lilá enquanto era você que eu queria. Por ter deixado você e o Harry durante a busca das horcruxs... – ele continuava – por não ter dito ou feito nada depois que você me beijou e por ter feito você esperar mais ainda.

Ela esforçou-se para levantar o rosto e olhá-lo nos olhos, percebeu culpa e vergonha nos olhos azuis e apoiou a cabeça no peito do namorado, se aconchegando.

– Isto não importa. Não mais.

Ela percebeu que ele também havia parado a dança, mas assim que ela voltou a se mover, ele a acompanhou. Ficaram assim, dançando, abraçados, sem dizer uma palavra sequer. As vezes lançavam olhares ao redor, observando os conhecidos e desconhecidos, e Hermione sentiu uma leve comoção no peito de Ronald quando ele viu os pais se juntarem a eles e dançarem também.

Assim como eles, no seu próprio ritmo.

Apenas quando a seqüência de musicas lentas foi substituída por outras mais agitadas, eles saíram da pista e foram sentar a mesa, onde apenas olhavam os que haviam permanecido.

Ronald de repente quebrou o silencio.

– Eu estive pensando, se eu escrevesse tudo o que passamos nestes últimos meses poderia lançar um desses seus tão amados livros.

– Teria as suas idiotices? Isso eu gostaria de ler! – ela desatou a rir.

– É - falou ele - talvez eu escreva um dia. Já sei até qual seria o título.

– Mesmo? E qual seria?

O ruivo balançou a cabeça afirmativamente e respondeu:

– Apenas Amor.

Ele então sorriu para a morena e a beijou.


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Notas finais do capítulo

Enfim o fim!
Se você você gostou da fic, não deixe de favoritar ou recomendar, significaria muito para mim. ^^
Também espero que acompanhem minha nova fic aqui: Quebrando as Regras - Scorose (só dar uma busca no meu perfil).
À todos que chegaram até aqui e, principalmente, aos que comentaram: MUITO OBRIGADA e até a próxima! o/