Apenas Amor - Romione escrita por Anne Almeida


Capítulo 25
Promessas


Notas iniciais do capítulo

Postado especialmente a pedido de J Weasley.



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Ron acordou com o interfone de Hermione tocando insistentemente. O ruído começou distante e foi ficando mais próximo.Alguém murmurou ao seu lado, despertando e ao se alongar enfiou o dedo em seu olho.

- Ai! – ele reclamou acordando definitivamente.

- Oh, Ron, desculpa – respondeu Hermione atarantada – eu não quis...

Na agitação, ela se aproximou ao mesmo tempo em que ele tentava sair da cama e na intenção de olhar onde o havia machucado, acabou por derruba-lo no chão.

- Ai! – ele reclamou de novo.

- Ron! – ela levou a mão à boca, e depois se apoiou a beirada da cama para olha-lo.

POF

- Ai! – resmungou Ron ao sentir o peso de Hermione sobre si.

- Oh meu Merlin – exclamou a morena – Me desculpa.

Ela tentava desvencilhar seu corpo do dele, mas a pose estranha na qual haviam caído dificultava.

- Hermione? – ele chamou.

- Oi? – respondeu ela parando ainda no chão.

Ele a puxou para si e fez com que seus lábios se tocassem levemente.

- Bom dia – falou após se afastar novamente, se levantando com agilidade e saindo do quarto em direção à sala, onde o interfone persistia em tocar.

- Mas o que...? – Hermione ficou se perguntando no quarto ao se levantar esbaforida – Será que ele achava que aquele beijo era uma boa forma de começar o dia?

Não era que Ronald não beijasse bem, na verdade o problema era o inverso, ele beijava bem até demais. Ela sentia todo seu corpo estranho quando ele a tocava. Sua pele formigava, seu estômago se contraia e ela sentia um calor descer por sua coluna e se alojar em cada centímetro do seu corpo.

Vê-lo beija-la e depois sair como se não sentisse o mesmo era extremamente irritante.

Ela foi tirada de seus pensamentos pelo som de uma conversa, que pelo que ela pode perceber, acontecia em seu apartamento. Ela se encaminhou para sua sala, assim como Ron fizera e se arrependeu na mesma hora.

Os brutamontes da noite anterior estavam todos reunidos ali, e ficaram olhando-a de uma forma estranha, o que a fez perceber que ainda estava de baby-doll. Ela percebeu, então, eles desviarem os olhos dela e se focarem em Ron.

O ruivo estava amarrotado, com os cabelos completamente desgrenhados e a voz ainda meio pastosa de sono, e era o único que ainda não havia percebido sua presença por estar olhando ‘as visitas’ e de costas para ela.

Ela percebeu o momento em que um deles deu um sorrisinho divertido, tirando conclusões, conclusões muito erradas por sinal.

Mione sentiu seu rosto enrubescer, ela não devia estar num estado muito melhor que o do ruivo e era óbvio a que conclusões o homem de quem ela nem sequer recordava o nome iria obter.

Foi neste momento que Ron se virou e a viu parada na soleira da porta, indecisa, parecendo assustada, mas além disso, linda. Os cachos castanhos e desgrenhados estavam volumosos de uma forma que a desagradaria, mas que ele adorava, o pequeno baby-doll cobria parcialmente seu corpo curvilíneo e ela mordia inconscientemente seu lábio inferior, numa mostra clara de nervosismo.

Uma imagem maravilhosa demais e assim que concluiu isso se recordou dos homens que ele permitira entrar no apartamento dela. Sentiu uma pontada de irritação consigo mesmo. Aquela era uma visão que devia ser apenas dele, não podia ser compartilhada. Com ninguém.

- Pode voltar para o quarto Mione – ele falou seco – Vou só resolver uns problemas e depois falo com você.

Ela obedeceu prontamente, mas bufou enquanto retornava pela forma grossa com a qual Ronald a tratara.

- Idiota! – falou alto, sem medo de ser ouvida.

Então desatou a rir. Se chamando de louca.

- Como você pode ser tão contraditória? – perguntou a si mesma – Como consegue ama-lo e odiá-lo tão facilmente? Você nunca foi assim. Não antes dele. Sempre soube o que queria e como conseguir. Tinha objetivos e metas bem traçados. Mas com ele, tudo é diferente, confuso – ela, novamente, riu sozinha – Mas também é lindo e maravilhoso. Só ele mesmo para me deixar assim!

E como se atendendo a um chamado, o ruivo apareceu atravessando a porta e a olhando fixamente. Seus olhos prendendo os dela. Ele jamais se arriscaria novamente a perdê-la. Ele cuidaria dela eternamente. Ela era sua, lhe pertencia, assim como ele a ela.

- Arrume as malas – falou ainda um pouco seco, externando suas preocupações com ela.

Ela era corajosa e forte, mas o mesmo tempo doce e frágil. Delicada. Precisava de alguém para cuidar dela. Precisava dele. Talvez não, mas ele precisava dela, com toda certeza. Agora ele só precisava tira-la dali, pensou. Leva-la para um lugar seguro. Londres era esse lugar.

Ele já começava a imaginar a organização da viajem quando foi interrompido pela voz de Hermione e por seu olhar irritado.

- Para quê? – ela falava pausadamente, deixando bem clara a crescente irritação – Será que dessa vez posso saber previamente para onde pretende me arrastar?

- Ah não Hermione, por favor – ele pediu – Não dificulte as coisas.

Hermione bufou baixinho, não queria brigar. Se aproximou do ruivo e levantou o rosto para fita-lo nos olhos.

- Eu não vou. Não posso – falou mansamente, já imaginando os planos que ele fizera sozinho – ainda tenho compromissos aqui...

- Com quem Mione? O idiota do Smith?

Hermione ficou surpresa com a amargura de Ron, ainda não haviam conversado e ela não sabia por que ele agia assim.

- Hum... – ela disse tentando acalmar os ânimos – Você não me disse como me achou.

Ron a olhou bravo por ela estar mudando de assunto, mas respondeu.

- Não foi tão difícil. John era orgulhoso e idiota – ele falou num resmungo quase incompreensível.

Mesmo depois de tudo, a fala era carregada de ciúmes. Hermione desfez a cara séria em segundos e desatou a rir. Ron era uma graça. Ele levantou a sobrancelha da forma que Mione já estava habituada a ver, então ela pegou-o pela mão e o levou a cama.

Assim que ele sentou, ela se sentou ao seu lado passando seu braço pelo dele e encostando seus corpos, pediu:

- Me conte como você me salvou.

Ron ficou surpreso tanto com o gesto de aproximação dela, que tendia a se distanciar sempre que ele se aproximava mais intimamente e por ela assumir que ele a salvara, mesmo que ele achasse que não havia feito grande coisa.

- Bom – ele soltou seu braço do dela e contornou o corpo magro aconchegando-a a si – Eu senti sua falta assim que acordei...

Ronald narrou toda sua busca pela morena, sua preocupação e finalmente sua certeza. Contou como tentou obter apoio no Ministério Americano e como não conseguira. Como entrara em contato com Harry – pelo telefone – e pedira ajuda desesperado. Sobre a ansiedade da espera da ajuda de alguém e como finalmente decidira agir sozinho e invadira uma das salas do Ministério e roubara uma chave portal que pudesse ser enfeitiçada para leva-lo onde ela estava.

- E como você soube onde me achar? – perguntou ela se manifestando depois de minutos silenciosa.

Ron se levantou e saiu do quarto voltando em seguida para a posição com Hermione em seu braço.

- Isto me ajudou – explicou ele mostrando a ela a pasta surrada – Aquela era a casa dele, com o avô. Sabia que ele não esperaria que sentissem sua falta até que a noite chegasse, ele esperava que eu acreditasse que você estava trabalhando e as pessoas do Ministério que você estive em casa, então ele poderia se dar ao luxo de ir a um lugar conhecido. Ele não esperava que eu fosse atrás de você. Eu arrisquei.

- E, bom... – continuou ele – Harry demorou a chegar com ajuda por que não queriam que ele usasse uma lareira do Ministério inglês para vir até aqui, e só as lareiras de lá permitem viagens de um país para outro.

- Sorte que ele não roubou um portal como você Ron – ela falou preocupada, mas sem acusações, o que o aliviou.

- Eu não sabia mais o que fazer – justificou-se ele assim mesmo.

- E eu agradeço por tudo que você fez – ela se aconchegou mais.

Lançou suas pernas sobre as deles e em um movimento leve e gracioso sentou em seu colo, como uma criança, as pernas balançando a um lado enquanto seu tronco se recostava ao tórax dele.

- Você foi meu herói – disse ela rindo de si mesma.

Herói. Ela achava ridículo quando via as mocinhas dos filmes e livros dizendo esta palavra ou ainda quando as pessoas a usavam para exaltar Harry, mas ela não conseguia imaginar algo que se encaixasse melhor naquele momento.

Ela passou os braços pelo pescoço dele, mantendo-os próximos.

- Serei sempre se você deixar – disse ele com um sorriso curto e doce – Eu quero cuidar de você Hermione.

Ele não queria persistir naquela discursão, ainda mais com ela tão próxima, lhe sorrindo tão sincera e lhe chamando de seu herói. Era seu sonho realizado, mas ele precisava fazê-la escuta-lo.

Ela suspirou.

- Sei que Smith e o resto do Ministério não acreditou em você, nem o ajudou a me encontrar, mas o que eu preciso fazer é mais importante que isso...

- Mais importante que você? – ele perguntou confuso, isso não era verdade, não no seu mundo.

- Não – ela disse pacificadoramente – Mais importante que ressentimentos e rixas.

Desta vez Ron suspirou.

- Porque você tem que ser tão cabeça-dura?

Hermione sorriu.

- Bem, eu precisava de algum atrativo – ela brincou sorrindo.

Ronald sorriu também. Depois deixou seu olhar correr pela morena em seu colo.

- Eu acho que você já tem muitos atrativos – ele disse ao fim.

- Sério? – ela corou, mas continuou a brincadeira – Quais?

Ronald fitou seus olhos antes de responder.

- Você é uma chata-sabe-tudo – e desatou a rir.

Ela lhe lançou a língua de forma infantil e fez menção de se levantar, mas ele não permitiu, puxando-a para si, o que os deixou com os corpos colados. As bocas muito próximas.

- Muuuitos atrativos – sussurrou Ron agarrando-a firmemente e beijando.

Ela tentou se controlar inicialmente, mas aquilo estava além de sua capacidade, então ela cedeu, permitindo a entrada da língua de Ron em sua boca, que não perdeu tempo em explora-la por completo incitando-a a fazer o mesmo.

As mãos de ambos deslizavam pelo corpo alheio. Curiosidade e fome. A respiração acelerada. Arfante. O colo de Hermione se agitava, subindo e descendo, deixando Ron ainda mais quente com o consequente esfregar dos seios da morena em seu peitoral.

Ele afastou-a de si, mas antes que ela pudesse reclamar, ele a puxou de volta, agora com as pernas abertas para ele, permitindo um contato ainda maior.

Ela não pode evitar sentir o volume nas calças dele, mas não teve tempo para corar, precisava retribuir suas carícias, sentir tudo que fosse possív...

O som do interfone se fez presente, e assim como antes começou distante até ficar plenamente audível.

- Droga! – exclamou Ron ao afastar seus lábios dos de Hermione.

- O que houve? – ela ainda estava muito confusa com o que acontecia entre eles.

- Eles... – Ron bufou exasperado – Eles estão me esperando lá embaixo.

Aquela noticia fez uma corrente fria passar pelo corpo da morena. Ela sabia quem eram eles. Os aurores esperavam por ele enquanto eles..eles.. Ela não conseguia falar a palavra nem para si mesma.

Se eles começassem a imaginar, desta vez chegariama resposta certa. Ela saiu de cima do ruivo num salto e se distanciou. Respirou fundo algumas vezes. Tentou recobrar o controle do próprio corpo, sem muito êxito. O que estava fazendo?

- Você deve ir com eles – ela falou – Eu vou assim que resolver tudo aqui.

Ronald não sabia o que fazer. Desejava mandar os aurores que insistiam em apertar o botão do interfone para o inferno e tomar Hermione para si, mas ela assumira sua antiga postura, afastando-o.

- Ok – respondeu.

Se encaminhou para o banheiro onde abriu a torneira, deixando a agua correr um pouco antes de molhar as mãos lavando até a metade do antebraço e depois molhando a nuca e o rosto, tentando ‘resfriar’ seu corpo.

Quando saiu encontrou a morena na sala. Ele se aproximou e mesmo sem sorrir lhe falou.

 - Vou te esperar.

Queria dizer mais. Que a amava. Que cada dia sem ela seria horrível. Que ela se cuidasse. E novamente que a amava. Mas nada disso saiu.

Ela lhe lançou um de seus sorrisos o fazendo perceber que ela sabia. Então ela o pegou pela mão e o levou até a porta e quando ele atravessou o portal ela o beijou. Mas dessa vez diferente. Um beijo leve. Puro.

Eles se olharam e não disseram nada. Nenhum dos dois precisava falar. Havia muitas promessas naquele silêncio.


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