Apenas Amor - Romione escrita por Anne Almeida


Capítulo 16
Despertar




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Hermione acordou e percebeu que Rony ainda dormia ao seu lado por três motivos: o cheiro dele que invadia suas narinas; o peso dos longos braços dele sobre seu tórax e o ruído leve de respiração.

Tudo isso foi percebido rapidamente pelos seus sentidos e ela sorriu sentindo uma estranha vontade de chorar. Não era tristeza. Era a percepção de que ele estava ali, ao seu lado, dormindo tranquilo.

A comemoração de um ano da queda de Voldemort não lhe trouxera nada de especial, pelo menos era o que ela pensava. Mas naquele momento, tendo ele tão próximo, a chegada e passagem da data lhe relembravam do que ela arriscara no ano anterior e do que, para a felicidade dela, ela conseguira preservar.

Ela estivera tão perto de perder não só a ele como também a todos que amava. Sua única certeza naqueles tempos difíceis era a de que o Lorde das Trevas não pouparia ninguém.

A sensação de algo preso na garganta a incomodou e então se foi tão rápida quanto veio. Um ano se passara. Um ano inteiro. Ainda havia muitas coisas a superar, ela sabia, mas também conseguia finalmente ter um vislumbre de um futuro bem melhor do que ela poderia imaginar meses atrás.

Ronald estava ali por ela. Ele finalmente se abrira dizendo o que sentia, havia declarado com todas as letras que sentia ciúmes dela e expressara o seu desejo de que ela fosse embora dali, para estar perto dele.

Uma alegria intensa se apoderou de seu corpo aquecendo-o e deixando-a agitada. Ela estava ansiosa pelo que o futuro lhe reservava. Um futuro que estava ao seu lado e que ela não esperaria para acontecer.

O sorriso se alargou em sua face e ela fez um grande esforço para se mover no abraço de urso que Rony lhe aplicava. Ela queria acorda-lo, tira-lo daquela cama, faze-lo sentir o que ela sentia. Esperança.

Ela não podia negar que em alguns momentos a esperança se fora, mas naquele exato instante era isso que se apossava dela.

Quando concluiu seu movimento, se virando de frente para ele, seu rosto ficou extremamente próximo do rosto do ruivo. Ela se permitiu admira-lo.

Ele era lindo. Os fios vermelhos longos demais para seu gosto caiam sobre os olhos que se cerravam em longos cílios sendo destacados pela espessa sobrancelha.

O maxilar era saliente, sem revelar os antigos contornos arredondados da infância. A boca de lábios cheios possuía os cantos levemente curvos para cima, como se ele sorrisse constantemente.

A pele era branca e possuía pequenas manchas, presentes da genética Weasley. Sob a bochecha esquerda um risco mostrava a marca de um ferimento recente.

Ferimento? Como não vi isso antes?,se perguntou Hermione.

Ela iniciou um raio X sobre o corpo dele. Mais marcas eram visíveis pelos braços esguios e malhados a base de muito Quadribol e dos esforços para se manter vivo no ano anterior. Riscos e manchas avermelhadas se cruzavam marcando a pele alva e se embrenhando por dentro das roupas.

A garota saltou de supetão da cama, fugindo facilmente do aperto que antes a mesma julgara pesado. Ela avançou sobre o corpo ao seu lado apressada.

- Ronald? Ronald? – ela chamava enquanto se punha em cima do corpo dele e o agitava freneticamente.

Ron abriu os olhos confuso e assustado. Mione pairava em cima de si e falava coisas que pra ele soaram desconexas. Falava sobre marcas. Sobre ele ser um desligado e inconsequente. Mas sua mente sonolenta não o ajudava a compreender.

Ela permaneceu chacoalhando-o enquanto questionava sobre o seu estado.

- Você tem algum ferimento mais sério?

Ela finalmente conseguiu levantar o tronco de Rony da cama fazendo-o sentar e fita-la mais confuso que antes.

- Que feitiços eles usaram?

As mãos dela deslizaram rápidas pela camisa dele puxando-a para cima e forçando ele a levantar os braços sem saber o que fazia.

- Fala Rony! – a voz saia preocupada.

Finalmente a parte superior do corpo do ruivo ficou exposta e Hermione pode ver muitas outras marcas depois de jogar a camisa dele no chão ao lado da cama. Umas eram pequenas e leves. Outras maiores se destacavam. Ela passou o dedo em um corte que corria quase todo o peitoral transversalmente.

- Oh Ron!

Ela olhou para ele penalizada. Ele permanecia a olhando bobo.

- Porque você não me disse nada?

Ela se culpava por não ter levado a sério a noticia do Profeta Diário que dizia que a luta com os comensais fora feia. Ela tendia a desacreditar no que lia todos os dias nos exemplares e quando leu a notícia da prisão dos comensais imaginara que eles estivessem exagerando, mas as marcas de Rony confirmavam que pelo menos uma vez a noticia era verdadeira.

Depois de alguns minutos Rony conseguiu enfim encontrar a voz.

- Não importa Mione. Passou. Não tem nada sério.

- Então alguém examinou? – ela sentia o alivio invadi-la.

- Bom... um cara do St. Mungus deu uma olhada antes de tirarmos a foto para o jornal.

- Ronald Weasley! –ela tentava parecer brava, mas não conseguia.

Ele havia ido vê-la assim que conseguira escapar dos repórteres e do Ministro. Fugira do Medibruxo que dissera que ele devia ir vê-lo após a entrevista para o Profeta Diário.

Mandara uma carta aos pais através de Harry, onde dizia que precisava ir vê-la. Que não poderia deixa-la naquela data. Que eles o entendessem e desculpassem.

Pegara um voo que lhe parecera mais longo que o primeiro. Tudo para chegar até Hermione antes que aquela data se fosse e ela a passasse só, longe de casa, da família e dos amigos.

Ela o olhava terna e agradecida. Falar de foto e jornal fazia sua mente buscar uma lembrança que a presença dele tão perto a impedia de visualizar.

Ele estava sentado na cama com os braços servindo de apoio. As mãos dela estavam sobre os ombros largos e desnudos. Suas pernas estavam abertas sobre as dele permitindo um encaixe. Seus corpos próximos demais para uma situação ‘saudável’.

Ela sentiu as bochechas corarem descaradamente e baixou o rosto para que ele não percebesse. Um risinho quase sussurrado a fez concluir que ele fora mais rápido que ela e entendera tudo.

- Você é linda – ele disse enquanto tomava o rosto dela em sua mão grande e a fazia fita-lo – Principalmente com vergonha.

Ele lhe sorria e ela retribuiu resistindo ao desejo de mostrar a língua para ele, como uma criança birrenta. Era maravilhoso ser elogiada por ele. Tudo que ele lhe dizia ou fazia tinha consequências exageradas em sua mente.

Ele puxou o corpo da morena pra si num gesto tão rápido quanto o da noite anterior, mas dessa vez ela não sentiu a mesma calmaria que antes. Seu corpo foi invadido por um turbilhão de sensações ao contato com o corpo dele e tudo ficou ainda mais intenso quando ele exigiu sua boca para si.

Ele a beijava sem permitir recusas ou a presença de barreiras. Tudo fluía naturalmente. Ela não sabia dizer se era algo comum ou se só acontecia por ser com ele.

Ambos pareciam saber o que fazer para tornar tudo ainda melhor. Ele deslizava a mão pela costa dela em movimento ousados exercendo pressão onde tocasse. Ela bagunçava os cabelos ruivos e às vezes encaixava a mão entre os fios.

Os beijos só eram parados para que eles pudessem tomar folego para o próximo. Eles agiam instintivamente. Ambos não possuíam experiência com o que poderia acontecer a seguir. Apenas desejavam fazer algo e faziam.

Foi assim que Rony começou a beijar o queixo, o pescoço e a parte do ombro descoberta. Ele queria sentir o sabor da pele dela. Lambeu a pele abaixo da orelha da morena a arrepiando, mas ela também aproveitava para fazer as mãos deslizarem pela pele que ela descobrira minutos antes ao tirar blusa dele preocupada.

Rony já começava a acreditar que a pele exposta dela era pouco pra ele. Queria mais. Queria senti-la por inteiro. Voltou a beija-la na boca e passou as mãos para a barra da blusa dela. A única proteção do corpo dela contra seu olhar.

Mas antes que pudesse levar seus planos a cabo sentiu as mãos de Mione exercerem uma pressão diferente em seu peito. Ele ignorou. Deslizou a blusa alguns centímetros acima, deixando as pernas dela totalmente expostas. Antes que pudesse subi-la mais sentiu uma ardência no seu lábio inferior fazendo-o soltar a garota que estava em seu colo.

- Que merda é essa? – perguntou ele ao descobrir que Mione havia mordido-o e que um filete de sangue escorria sob seu lábio.

Ela o fitava com um olhar mortal. A lembrança que a presença dele afastava voltara e a fizera tomar tal atitude. Uma foto no jornal. Uma garota beijando um rapaz. O mesmo que a olhava atônito agora.

- Você e a vaca da Lilá!

Ela saiu de cima dele quebrando o contato físico. Deslizou para o outro lado da cama e cruzou os braços emburrada. Ele não precisava ouvir mais nada para compreender de que ela falava. Ele estava decepcionado por a ligação de minutos antes ser rompida e por ainda sentir o volume que se formara em sua calça.

Ele poderia entrar na onda dela e se irritar também ou poderia tentar levar numa boa. Testou a segunda opção e começou a rir. Hermione o fitou de forma irada.

- Do que você tá rindo?

Ele se virou pra ela e manteve o sorriso mesmo quando ela lhe lançou seu olhar mortal.

- De você com ciúmes de mim – ele se ajoelhou enquanto avançava sobre ela a fazendo se encolher em um canto da cama.

Quando estava bem perto ele pressentiu a fuga dela e colocando os braços um de cada lado dela e segurando no ‘espelho’ da cama a prendeu.

Hermione estava sem condições para escapar. As costas pressionadas contra a madeira da cama, a laterais eram barradas pelos braços dele e a frente ele exibia um sorriso triunfante e um olhar ardente.

Nem se ele não a tivesse a colocado naquela situação ela não conseguiria fugir. Aquele olhar dele era o suficiente para mantê-la presa.

- Ela já era Mione! – ele não parava de sorrir.

- Co..como assim?

Ela nem sabia mais exatamente do que falavam. O corpo dele sobre o seu, aquele olhar e o sorriso dele a estavam tirando da realidade.

- Aquele beijo foi puro oportunismo.

Mione se forçou a se concentrar no que ele dizia e não na forma como a boca dele se movia ao dizer.

- Mas foi bom..

Ela conseguiu manter a concentração ao ouvir isso.

- ... bom para eu finalmente coloca-la no lugar dela. Eu disse pra ela que não havia e nem haveria mais nada entre nós e que desde sempre meu coração pertenceu a uma morena ...

Ele estendeu a mão e pegou uma pequena mecha do cabelo dela.

– ...uma morena mandona...

Ele aproximou os rostos e a beijou sobre os olhos.

– ...briguenta...

Deslizou a boca até a bochecha e beijou novamente.

– ...sabe-tudo e ...

Deslizou até o canto do lábio dela e repetiu o processo do beijo.

– ...linda.

Ele encerrou o discurso e tomou a boca dela novamente para sí. 


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Notas finais do capítulo

Olá gente!
Sei que 'tô sendo repetitiva, mas fico muito feliz a cada novo leitor e comentário que recebo, então OBRIGADA A TODOS!
Confesso ainda estar meio perdida, já escrevo fanfic há um certo tempo, mas criei meu cadastro aqui muito recentemente, então me perdoem se deixar furos, como não responder a um comentário (ainda fico confusa com o sistema de organização aqui), postar duas vezes o texto no capitulo (sim, já fiz isso) por não me entender com o sistema de postagem, e outras bobeiras. Pretendo uma revisão e correção dessas falhas assim que puder e tiver mais familiarizada a essa plataforma. :)
Também queria falar de um projeto que desenvolvo junto com três amigas ficwritters, o Genialidades de Vênus, um blog sobre cultura Pop que se 'manifesta' através de podcasts. Ele foi inaugurado recentemente e nosso primeiro pod fala sobre nosso querido ruivo, Rupert Gint, que interpreta Ronald em HP e é claro, como não poderia deixar de fora, sobre fics.
Então se quiser conhecer: http://genialidadesdevenus.wordpress.com/
Até a próxima galerinha!



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