Ronald acordou com os raios de sol que fugiam através da cortina e brincavam sobre seus olhos. Estava no sofá de Hermione como nas noites anteriores, mas essa fora diferente, e mesmo que por algum motivo louco ele pretendesse esquecer não haveria como, já que ela estava sobre seu peito.

Ele sorriu ao ver como ela dormia tranquila sobre ele. Não perceberam quando dormira e ficaram naquela posição e Rony não podia negar que era muito agradável.

O corpo dela era pequeno e delicado, mas seu peso exercia uma pressão agradável sob suas roupas e sua pele. O sorriso de Rony se fechou e ele se concentrou olhando-a detalhadamente. Primeiro seus olhos cerrados e cobertos por longos, mas ralos cílios, completos por sobrancelhas finas e curvas.

Depois seu nariz pequeno e levemente arrebitado, a boca de um tamanho que ele considerava perfeito, nem muito grande ou pequena e com lábios cheios.

Seus olhos passaram para os fios castanhos que com o reflexo do sol possuíam mechas cor de cobre e acompanharam seu caimento sobre os ombros magros,percorreram lentamente a pele branca e macia que descia de seu queixo a cava do pescoço de sua blusa.

Ele sentiu o corpo sobre o seu se mover e só então percebeu que também era observado. Mione o fitava corando ao perceber que ele a olhava daquela forma.

Ele também corou, mas lutou contra a vergonha.

– Bom dia Mione! – e lhe lançou um sorriso cheio de dentes.

– Bom dia – ela também sorriu e depois o fitou curiosa – Como viemos parar aqui?

Rony ficou feliz por ela não o ter acusado de se aproveitar do sono dela e de tê-la levado para o sofá que o servia de cama. Era bom saber que ela confiava nele.

– Também não sei – respondeu e olhou para o modo como o corpo de ambos estava colado – Acho que dormimos e acabamos por terminar assim.

Ela também olhou e corou como uma garotinha. Ele sorriu pensando no quanto ela poderia ser adorável. Ela se moveu deslizando o corpo sobre o dele para sair do sofá, mas ele a paralisou ao segura-la pela cintura delgada. Ela lhe lançou um olhar cheio de surpresa e ele falou baixo:

– Fica. Apenas mais um pouco – ele pedia com um olhar indecifrável que a surpreendeu.

– O que ele pretendia? –ela pensou.

Seus corpos próximos demais não permitiam que ela usasse toda sua capacidade de raciocínio.

– Para que? – ela perguntou rápida.

– Apenas quero ficar mais um pouco assim – ele fechou os olhos enquanto aumentava o aperto a abraçando e ela não conseguiu discordar – Será que podemos ficar assim para sempre?

Ele permanecia de olhos fechados ao falar e sorria. Ela também abriu um sorriso que ele não viu e pensou que era uma idéia muito boa. Acordar ao lado de Rony com a luz do sol sobre seus corpos... Sol?

Hermione saltou rápida. Saindo de cima de Rony e ficando de pé.

– Droga – soltou.

Rony abriu os olhos e a fitou surpreso.

– O que foi?

– Preciso ir ao Ministério. Disse que iria trabalhar hoje – ela continuava falando enquanto corria para seu quarto e escolhia um blazer azul simples.

– Você não tinha mais dias de folga? – ouviu a voz dele vindo da sala.

Ela colocou apenas a cabeça pela porta para responder e viu que ele não estava mais deitado, mas sim sentado no sofá.

– Tenho, mas aconteceram uns problemas com os elfos com os quais trabalho, parece que desistiram de seus salários.

Ela bufou e voltou a cabeça para o interior do quarto antes de Rony abrir um sorriso largo e pensar que algumas coisas não mudavam.

Após terminar a arrumação de sua bolsa ela correu para o banheiro com a toalha nas mãos e continuou a conversa:

– Se eu não fizer nada, tudo que fiz até aqui vai para o ralo.

Ronald sabia que ela trabalhava no setor de Comunicaçõese Relações entre Seres Mágicos e Não Mágicos. O que permitia que ela continuasse com seu projeto do F.A.L.E. e auxiliasse nos problemas entre bruxos e trouxas. Sentiu orgulho da amiga.

– Amiga? - ele pensou e sorriu - Não, não mais, não apenas. Eram mais. Agora eles eram...

A palavra não veio a sua mente. O que eram agora?,se questionou.

– Os elfos estão dando mais trabalho do que seus senhores – ela continuou o tirando de seus pensamentos.

Rony se virou em direção à voz dela e percebeu que ela deixara a porta do banheiro entreaberta para permitir a comunicação. O som do chuveiro se fez presente e ele se levantou sem evitar que seus pensamentos voassem para o interior daquele pequeno cômodo onde Mione agora devia se banhar sem peça alguma de roupa.

As bochechas do ruivo ficaram vermelhas assim como suas orelhas. Ele deus passos lentos em direção à porta e apoiou as costas no portal de madeira.

– Eles demoram mais para aceitar as mudanças – continuou ela se referindo as novas leis de servidão élfica que Rony não conhecia e nem tinha por interesse conhecer.

– Rony? – ela perguntou ao perceber que ele não falava nada.

– Estou aqui Mione. Estou ouvido – ele respondeu e ela percebeu onde ele estava,sentindo seu corpo ficar rígido.

Ele estava do outro lado da porta e ela ali totalmente desnuda. Seus pelos se eriçaram a esse pensamento e ela se assustou com suas reações. Fechou o chuveiro rápido e pegou a toalha abrindo levemente o box de vidro esfumaçado.Secou-se sem tirar o olhar da porta que a separava dele.

Quando havia retirado o excesso de agua do seu corpo se enrolou na toalha, saindo quase correndo para evitar o olhar do ruivo e se perguntando onde ela estava com a cabeça ao não levar sua roupa para se vestir no próprio banheiro.

Ao ver a porta abrir ele se afastou para dar passagem, mas ela saíra tão apressada que acabou indo na mesma direção que ele fazendo com que se esbarrassem.

Ficaram um na frente do outro por uns curtos segundos se fitando até Hermione fugir para o quarto fechando a porta. Ela se sentou em sua cama ainda de tolha respirando rápido, tentando se controlar. Seu corpo tremia só de lembrar a forma como ele a olhara, seus pelos eriçando novamente.

Rony permanecia parado em meio ao corredor com a imagem de Hermione só de toalha na sua frente. Apesar de tudo que viveram, ela nunca havia aparecido assim na sua frente. Nem mesmo durante o período em que viajavam atrás das Horcrux ela se expusera dessa forma para ele ou Harry.

Rony sentiu os calafrios que sentia quando a beijava lhe invadirem. Surpreendeu-se que apenas aquela visão quase inocente o afetasse tanto. Mas ele sabia que quando se tratava dela ele surpreendia a si mesmo e, principalmente, sempre queria mais. Seu corpo lhe mostrava isso.

Rony sentia o sangue em suas veias acelerado, aquecendo seu corpo mais do que o sol seria capaz. Mione, em seu quarto, respirou fundo tentando se livrar daquelas sensações, do calor que invadia seu corpo.